domingo, 31 de outubro de 2021

Loverboy na Feira das Vanessas --- últimos 8 exemplares! à venda na NEAT RECORDS





Não estamos a vender bonecos!

Já várias dezenas de pessoas nos abordaram com esta nossa promoção do livro Loverboy na Feira das Vanessas a pensar que estamos a fazer bonecos do Loverboy (em vestimenta de beto e outra de grunge), Leonardo e Astarot.
Errado!

É um novo e último livro com BDs da emblemática série Loverboy. As fotos tem uma história antiga é certo. Eis uma ficha técnica que resolve alguns dos problemas colocados:

Sétimo volume da colecção Mercantologia; Publicação da Associação Chili Com Carne; Edição de Marcos Farrajota; Design de Joana Pires; Capa e fotos de olhos(«Ä»)zumbir realizadas no estúdio da União Artística do Trancão e em Sede Adres, com apoio à produção de xoscx e Adres. Bonecos realizados por Miguel Rocha e Alex Gozblau para a exposição "Loverboy Store: Liquidação Total" no Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001, na Cordoaria Nacional.


O livro Loverboy na Feira das Vanessas está à venda no site da Chili Com Carne (com uma oferta vintage dos anos 90, sim os anos 90 já são vintage!!), BdMania, Matéria-Prima, Neat Records e A Vida Portuguesa.

Se os Black Sabbath podem... E os Sex Pistols, Blondie, Rage Against the Machine, Faith No More, Ornatos Violeta, Bauhaus, Zen!!! E até os Queen, Dead Kennedys, Doors, Christian Death, etc... Mau! Se tudo que é gato-sapato de banda pode voltar porque não o Loverboy & cia.?
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Que se lixe os 80, eu quero a minha vida de volta dos anos 90!

A cultura que vivemos é de "retromania" como demonstrou o excelente livro de Simon Reynolds, e é curioso que existem vários fenómenos de revivalismos noutros países apesar de estarem sobre o jugo do do imperialismo anglo-saxónico.

São os fenómenos locais, como por exemplo, Portugal que não tinha uma tradição de Pop eis que 20 anos depois do aparecimento dos execráveis Resistência ou das popularuchas digressões “Portugal ao vivo”, ei-las a reaparecerem nos últimos meses para oferecer um conforto nostálgico à primeira geração 100% Pop portuguesa.

Onde fica a série de BD Loverboy no meio disto? Não sabemos mas esperemos que não fique entre o sem-pescoço do Tim e as moustaches-de-quem-precisa-de-sair-do-armário dos Pólo Norte! Iiiiirc....

Entretanto... os cromos não percebem que este livro é a gozar com eles e sonham com séries de TV e atribuem Troféus!!! Go get a fucking life!!!

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

30 anos de SPH, 20 anos de Thisco


30 Anos de Invisibilidade subtítulo do mais recente livro co-editado pela Chili Com Carne e Thisco que retrata, simultaneamente, a vida de duas editoras que celebram o trigésimo e vigésimo aniversários, a SPH e a Thisco respectivamente, mas sobretudo é um espelho bastante fiel de um país que se conforma e fomenta arcaísmos de pensamento, mais interessado em seguir modas e modismos, sobretudo se se apresentarem com a camada certa de neologismos ou conceitos de importação e aplicação rápida.

O fim de semana de aniversário na SMUP é, sem margem para dúvidas, fim de semana de celebração. Comemorar um trabalho de anos e anos, de inúmeras relações estabelecidas, de uma persistência de tirar fôlego, mesmo que aparentemente se pense que nada se faz. Uma invisibilidade real, mas também aparente. Aparente, porque quer o trabalho da SPH quer da Thisco cria raízes, e se mais não floresce é porque vivemos placidamente num deserto à beira-mar plantado.

30 anos SPH / 20 anos Thisco | 22 e 23 de Outubro | SMUP Parede com Walt Thisney, Cavernancia + Jerome Faria, Manuel Mota, shhh..., OndaXoque, António Caramelo, Ghent, Violeta Lisboa + Miguel Sá (dj) e Novo Major (dj)

. Apresentação do livro Isto vai acabar em lágrimas - 30 ANOS SPH/20 ANOS Thisco

. Inauguração de uma exposição com diverso material fonográfico e gráfico alusivo a ambas as editoras.

. Projecção de vídeos de Eurico Coelho.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

ccc@bdamadora.2021


O regresso da BD Amadora é o que se esperava, cada vez mais "Bêdê" e cada vez mais "amadora" mas se acham que não há nada para ver por lá - sobretudo se fores mulher do século XXI, por exemplo - BUT FEAR NOT! Há a exposição da Ana Margarida Matos intitulada de HOJE NÃO, trabalho vencedor do concurso dos 500 paus deste ano.

Hoje começa a bedófilia num ermo qualquer do município e teremos o livro para que possam no dia 23 de Outubro, acompanhar a visita guiada com a autora e pedir-lhe o famoso autógrafo, achamos que deverá acontecer às 18h mas nunca se sabe ao certo...

De resto, a Chili Com Carne vai estar lá com um stand em que para além das suas edições terá o melhor que se edita por aí, e isto significa os livros da Bestiário, os restos mortais da MMMNNNRRRGSendai.

ccc@doc.lisboa.2021



Como tem sido "tradição" (excepto o ano passado por causa do covid19), a Chili Com Carne mais uma vez têm presente uma selecção dos seus livros do DOC LISBOA. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O Fagote de Shatner e outros contos na Jazz Messengers Lisboa


capa de Rudolfo
Sim, o Shatner do título é o actor cromo de Star Trek, se bem que na perspectiva de "Where's Captain Kirk?", canção da banda punk Spizz Energi. William Shatner é referido no livro, mas não está nele. Na verdade, nem o autor sabe onde está. Do dito Shatner só interessa para o enredo que, num episódio desse clássico televisivo de ficção científica, era ele o fagotista de um grupo de música de câmara. 

Yep: logo à partida, as referências musicais deste novo caudal de frases de Rui Eduardo Paes (carinhosamente mais conhecido por REP) - porque é de um livro sobre música que se trata - estão no rock and roll e na clássica, ainda que para falar de jazz, de improvisação e dessa música que se diz ser "experimental". Também se passa pelo hip-hop queer e pelo nintendocore, por exemplo, mas afinal nenhuma forma de arte é uma ilha e tudo está, de alguma maneira, interligado. Até quando o que encontramos são as des-associações reais ou quimicamente induzidas que constituem a realidade. Os contos desta, nas páginas que aqui estão dentro, são os do sexo, da loucura e da morte. 

A música não comunica nada, segundo Gilles Deleuze? Mentira: comunica-nos o desejo, esse grande motor do nosso quotidiano, a esquizofrenia que nos define como humanos e a atribulada relação que temos com a Grande Ceifeira. Para ler em ritmo de corrida, porque foi escrito em ritmo de corrida.

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à venda na loja em linha da Chili Com Carne, Tigre de Papel, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão, Lx), Linha de Sombra, LAC (Lagos), Glam-O-RamaMatéria-Prima, SirigaitaFlur, ZDB, Snob, Tortuga (Disgraça), Utopia, FNAC, XYZ, Bertrand, Neat RecordsA Vida Portuguesa, Rastilho, Jazz Messengers e Letra Livre.

São 144 páginas de muuuuuuuuuuuuuita informação!!
Volume -10 da colecção THISCOvery CCChannel, dedicada à cultura fora do radar comercial, em parceria com a editora de música electrónica Thisco.
Capa e Design pelo Rudolfo.
Prefácio de António Baião.








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Histórial: Campanha de pré-encomenda que culminou no dia 16 de Março 2019, na SMUP (Parede) com uma apresentação de João Sousa e André Calvário e concertos de Ameeba, Salomé e Svayam ... Lançamento oficial no dia 11 de Abril na Tigre de Papel com a presença do autor e apresentações de João Sousa e André Calvário ... entrevista a Rui Eduardo Paes no programa Todas as palavras (RTP 3) ... 

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FEEDBACK: 

Vai para uma dezena de anos, num importante festival de jazz, alguém me elencou o que entendia serem as condições que definem este género musical: «negro, masculino e norte-americano.» Esta afirmação, reveladora de uma preocupante dose de desconhecimento, não é, mesmo com 19 anos entrados no século XXI, coisa rara. Se me voltasse a cruzar com tal figura, oferecer-lhe-ia de bom grado um eficaz antídoto contra o veneno da ignorância e do preconceito: o novo livro do jornalista, ensaísta, curador e agitador cultural Rui Eduardo Paes (...) O Fagote de Shatner e Outros Contos funciona como auto-indagação e evidencia uma profunda desilusão interior: «Valerá a pena continuar?», questionou o autor na sessão de apresentação do tomo. Este livro é, acima de tudo, um grito. Um grito contra o conformismo, um grito contra as polícias do pensamento, dos costumes e do gosto, um grito contra a acefalia instalada. Num momento em que o nosso mundo é, a cada dia que passa, um lugar mais sombrio, escutar esse grito é urgente.

Na introdução do livro Eduardo Paes diz que o texto pode assemelhar-se a um “monólogo de alguém que sofre de degeneração neurológica” e assume uma intenção: “são divagações pensantes (…) aspirando, na narrativa das ideias, à forma literária de conto”. Talvez não encontremos nem uma coisa nem outra, mas acabamos sempre por ser surpreendidos. Neste O Fagote de Shatner e Outros Contos, o musicólogo Rui Eduardo Paes regressa com toda a força e originalidade, fazendo ligações imprevistas, cruzando músicas e diferentes áreas, assinando um documento que volta a marcar a escrita sobre música em Portugal.

E o título? O Capitão Kirk, da série Star Trek, exemplo paradigmático da chegada da Ficção Científica à Televisão, tinha por hobby tocar fagote.
João Morales in Brian Morrighan

Estou a gostar muito do Fagote. Texto que harmoniza, como poucos, a erudição intelectual com a vanguarda radical.
Joel Macedo (jornalista e escritor do Brasil) por email

(...) Paes menciona, neste último capítulo, o fado e, em particular Camané. Embora de forma absolutamente involuntária (afinal o tom para com o fadista é elogioso), o autor consegue pôr lado a lado exemplos de excelência no confronto com a morte (Solal, Bowie), e um exemplo de mediocridade absoluta como é Camané (de resto, em perfeita sintonia com o fado). Que mais não seja, com Rui Eduardo Paes consegue-se perceber que não se morre sempre da mesma e isso talvez seja a melhor história para contar sobre a morte.
A Generous Boy in A Batalha
 


domingo, 17 de outubro de 2021

Bestiário Ilustrissímo II / Bala @ Jazz Messengers Lisboa



Bestiário Ilustríssimo II /  Bala 
é o nono título da provocante colecção THISCOvery CCCHannel.
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Bestiário Ilustríssimo II / Bala é a continuação de Bestiário Ilustríssimo, “(anti-)enciclopédia” de Rui Eduardo Paes sobre as músicas criativas editada em 2012 e reeditada em 2014 com nova capa e novas ilustrações de Joana Pires. Como esse primeiro livro, está dividido em 50 capítulos, cada um dedicado a uma figura ou conjunto de figuras. Desta feita, porém, a 50ª parte autonomiza-se e constitui como que um outro livro. Trata-se, pois, de dois livros num só volume, um novamente ilustrado por Joana Pires, o outro por David de Campos.  

O jazz criativo, a música livremente improvisada, o rock alternativo e os experimentalismos sem rótulo possível voltam a ser as áreas cobertas, sempre associando os temas com questões da filosofia, da sociologia e da teoria política, num trabalho de análise e desmontagem das ideias por detrás dos sons ou das implicações destes numa realidade complexa. Os textos reenviam-se entre si gerando temáticas que vão sendo detectadas pelo próprio leitor, mas diferentemente de Bestiário Ilustríssimo há um tema geral nesta nova obra de Paes: o tempo.

A tese é a de que quem escreve sobre música, mas também todos os que a ouvem, está sempre num tempo atrasado em relação à própria música, um “tempo-de-bala”, de suspensão de um tiro no ar, como no filme Matrix. O alinhamento dos capítulos não se organiza segundo tendências musicais ou arrumando os nomes referidos em sucessão alfabética, como numa convencional enciclopédia. Todos os protagonistas e suas músicas surgem intencionalmente misturados, numa simulação do caos informativo em que vivemos nos nossos dias. Propõe-se, assim, que se leia Bestiário Ilustríssimo II / Bala como se se navegasse pela Internet, procurando caminhos, relações, cruzamentos, desvios.

A mente não é uma estante, é um bisturi.

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336p. impressas a duas cores (preto e vermelho), 22x16cm, capa a cores
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volume -4 da colecção THISCOvey CCChannel
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ISBN: 978-989-8363-30-5

com prefácios de Marco Scarassatti (compositor, artista sonoro e professor da Universidade de Minas Gerais, Brasil) e Gil Dionísio (músico)

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edição apoiada pelo IPDJ e Cleanfeed Records

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à venda na loja em linha da Chili Com Carne e na Flur, ZDB, Linha de Sombra, Matéria Prima, FNAC, Bertrand, Utopia, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão), Glam-O-Rama, Sirigaita, Jazz Messengers (Lx Factory) e Tigre de Papel.
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Historial: lançamento 6 de Fevereiro 2014 na Casa dos Amigos do Minho com discursos de Gonçalo Falcão (designer, músico, crítico de música) e Gil Dionísio e concerto de uma banda especialmente formada para o efeito: Gil Dionísio & Os Rapazes Futuristas; lançamento 7 de Fevereiro na SMUP (Parede) com palavreado de Pedro Costa (Clean Feed) e José Mendes (jornalista cultural) e concertos de Wind Trio e Presidente Drógado & Banda Suporte ... entrevista no Bodyspace 

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algumas páginas deste livro-duplo:


Feedback:
O jazz é o fogo inicial, mas este propaga-se alto e largamente. REP deita 50 + 50 textos, capa-contra-capa, neste duplo Bestiário Ilustríssimo II / Bala. Música como arte física mas também psicológica, improvisada, estruturada, Ciência, Arte, ícones culturais, tonelada de referências que se ligam na cabeça do autor para uma organização, no papel, em benefício do leitor. Muitos músculos exercitados em 31 anos, nesta relação entre escrita e música. 
Flur 
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Rui Eduardo Paes revela-se um homem multidimensional, (...) Genuíno e sempre com uma abordagem de quem relaciona aquilo que lhe interessa, de Joëlle Léandre a Lady Gaga. [5 estrelas] 
Bernardo Álvares in jazz.pt
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O seu estilo de escrita é por si altamente estimulante, revelando um notável domínio sobre a língua portuguesa que raia as características da boa literatura. Um estilo que Rui Eduardo Paes cultiva como uma arma contra o habitual cinzentismo e comodismo da crítica de arte em Portugal. 
O Homem que Sabia Demais 
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[4 estrelas] 
Nuno Catarino in Público 
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[4 estrelas] 
João Santos in Expresso 
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Verdad de la buena. Con motivo de mi actividad como director artístico de Imaxina Sons en Vigo durante 5 años, he tenido la ocasión y la fortuna de conocer la persona y la obra en la distancia corta de REP. Pocas veces, he leído un texto más comprometido con la música del presente y el estado de ánimo que el panorama musical actual rezuma. Su visión holística de la música hace de este libro una pieza imprescindible para poder estar al tanto de lo que acontece en el mundo de las manisfestaciones artístico-musicales y sus contornos creativos. Sobre todo en lo referente a las músicas improvisadas y todo lo que ahí podamos incluir. Sus textos desprenden la misma actualidad o frescura que hemos podido sentir justo la noche anterior escuchando en cualquier garito, la elocuencia de un improvisador. Hay en todos los textos una necesidad de ubicar cualquier comentario en el contexto filosófico/social adecuado de manera que cualquier artículo transciende al aficionado simple para poder ser leido en un círculo mucho más amplio. El de la cultura. Y con el tiempo serán de interés antropológico. REP, se sienta y escucha primero. Escudriña lo que sus tripas le dictan y luego reflexiona. Luego escribe y vuelve a usar su tamiz emocional para devolvernos un texto. Y entre una cosa y la otra está su verdad. Que como toda verdad, que en este mundo que hoy nos toca vivir, es de pocos. Pasa rápido, te penetra, como una bala. Pero es verdad de la buena. 
Nani García (pianista, compositor, director artístico do Imaxina Sons) 
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Para dissertar sobre música não basta escrever, é preciso conhecer muita música. Para conhecer muita música é necessário ouvir toda uma vida e para ouvir toda uma vida infere-se uma profunda paixão. Em Bestiário Ilustríssimo e Bestiário Ilustríssimo II / Bala condensam-se extensas e infindáveis paisagens musicais que nos atingem vindas de todas as direcções. 
Hugo Carvalhais (músico)
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Não sei se a bala a que o Rui Eduardo Paes se refere já foi disparada ou se está à espera de ser disparada por cada um de nós. Em todo o caso, o livro Bestiário Ilustríssimo II / Bala do REP é um livro-bala para quem o lê. Lê-se rápido, lê-se com entusiasmo e lê-se com um profundo sentido de urgência em relação à criação musical que nos rodeia. Faz-me lembrar aqueles artigozitos de jornal que se percebe logo que são um mero copy-paste de press releases. E faz-me lembrar esses artigozitos porque precisamente ele é tudo o contrário. Percebe-se e sente-se que detrás de cada palavra há alguém que, acima de tudo, vive e escreve sobre música a partir do que ouve e não dos likes que pode obter nas redes sociais. Num rectângulo tão escasso de críticos de música, e sobretudo de críticos com qualidade, assistir a este disparo do REP é como beber um garrafão de água depois de se fazer a travessia do deserto. É tão bom que até pode causar indigestão. Recomenda-se calma e discos, muitos discos a acompanhar. 
Vítor Joaquim (artista sonoro, investigador e docente do Centro de Investigação de Ciência e Tecnologia das Artes da Universidade Católica do Porto)
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Da recensão ao ensaio, Rui Eduardo Paes é, sem dúvida, uma figura ímpar no nosso meio. É notável como desempenha a sua função, revelando notável acutilância crítica e paixão. Uma pedra no sapato. 
Ernesto Rodrigues (músico, Creative Sources)
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Resplandecente Enorme Produto. 
Pedro Costa (Clean Feed, co-director artístico do Ljubjlana Jazz Festival)
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Uma verdadeira anti-enciclopédia, escrita com as entranhas à flor da pele. Lê-se como se ouve. 
Paulo Chagas (músico, docente de música, co-programador do MIA, Zpoluras Archives) 
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Los disparos son certeros y heterogéneos. Las páginas -los libros de Paes-, siempre han estado dedicados a artistas de diferentes ámbitos musicales que acaban sorprendiéndonos 
Chema Chacón in Oro Molido #41 
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Na senda do que tem escrito, este livro (que, na verdade, são dois, já que tem apenso um segundo, Bala, com textos mais pequenos) de um dos mais carismáticos críticos musicais portugueses aborda inúmeros músicos e projectos (...). A escrita (...) assenta num profundo conhecimento da genealogia dos intérpretes e do seu trabalho, muitas vezes contextualizados em moldes ideológicos ou filosóficos. 
[5 estrelas] 
João Morales in Time Out 
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Em uma época em que as pessoas têm se (mal) acostumado com a crítica (se é que nesse caso mereça tal categorização) musical ligeira que domina a internet, em que as pessoas “acham” isso e aquilo, num processo de gostar e desgostar ao sabor da enxurrada de lançamentos que nos rodeiam, poder ler os textos de Rui Eduardo Paes é um privilégio. 
Fabricio Vieira in FreeForm, FreeJazz  

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Fim de Emissão #7: 30 Anos SPH / 20 Anos Thisco (Warm-up session)


 

Fim de Emissão é a mensalidade da Nariz Entupido no Desterro

A Fim de Emissão #7 é uma parceria com a Chili Com Carne, SPH e Thisco dedicada a comemorar o 30º e 20º aniversário respectivamente destas duas últimas editoras. 

Dois verdadeiros meteoritos no panorama musical nacional no que erroneamente se convencionou como música independente. Talvez fosse oportuno aproveitar a coincidência das efemérides para subverter conceito e criar novo – SPH e Thisco são editoras ultra dependentes. Dependentes de um compromisso estético forte, dependentes de uma forma de fazer meticulosa e estreitando a ponte entre universos – literatura, fotografia e obviamente a música – dependentes do entendimento do mundo com ligações que ultrapassam a mesquinhez territorial e musical – as inúmeras edições de autores estrangeiros ou as diversas compilações com músicos de famílias estéticas tão diversas são marca que não se apaga.

FIM DE EMISSÃO#7 | 30 ANOS SPH / 20 ANOS THISCO | 16 DE OUTUBRO | DESTERRO 

com CR88 | 130_IVXX | OHRWURM MASTERS (TJ) | ZENTEX | EURICO COELHO (VÍDEOS)

16 DEOUTUBRO | DESTERRO (20h – 02h)


isto é um warm-up session para a grande festa da SMUP no fim-de-semana seguinte com lançamento do livro "Isto vai acabar em lágrimas" na colecção THISCOvery CCChannel.

ccc@Bremer.zine.fest.2021

 


We will have again some books on Magma Bruta's table, this time at 
Bremer Zine Festival in Bremen, from 15th to 17th of October
Come say hi!

Não estava lá...

 Vamos a Norte (clicar nas imagens!)...


E a Sul...

É como quem diz, estarão por lá algumas das nossas edições com alguém...

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Lobinho,

já andava desconfiado.

Ligava-te para falar de um projecto institucional e não atendias.

Não estavas em redes sociais nem telemóveis, tinhas apenas um número fixo.

Mas tinha o teu endereço, que algumas vezes usei para te espicaçar, mostrando que a "BD portuguesa" (seja lá o que isso for) ainda existia com novas autoras como a Baeza e a Pita. Sei que não deves ter ligado muito a elas, não sei... não tenho a certeza, desconfio. A tua Banda Desenhada era diferente da "nossa", a deste milénio e em todos os sentidos, dos temas às formas de publicar. Gosto de pensar que mesmo assim não ignoraste os livros, afinal, eras uma mulher curiosa, sagaz e arguta.

Hoje, ligaram-me a dizer que receberam a minha carta e que tinhas falecido em Junho. 

Já desconfiava  do silêncio do telefone mas uma ingénua fé dizia-me que deveria ter paciência. Realmente não podia fazer muito a não ser desconfiar e esperar por alguma resposta ou notícia porque como já escreveram publicamente não fizeram nenhuma ligação entre uma senhora do Alentejo com uma autora de BD - essa área onde a cegueira é endérmica e gigante.

Ainda assim, o teu nome nunca foi esquecido e nos últimos anos, quase toda a tua obra da década de 70 foi republicada, incluindo alguns inéditos que saíram na Revisão. E o mais belo de todos os inéditos, a capa rejeitada pela redação da revista Visão (que se calhar não era assim tão visionária como se gosta de apregoar) e que passados 40 anos brilhou como capa da nossa antologia da BD portuguesa dos anos 70. Que orgulho o meu ter recebido tal prémio e poder usá-lo à vontade! O João Maio Pinto desenhou depois os títulos da capa numa frequência setenteira da coisa.



Fico feliz de ter-te conhecido, já um bocado tarde - em 2015? - quando preparava esta feliz aventura da Revisão. Foi graças ao Lino que nos conhecemos - e quase todos os outros "visionários" contatados. Ficou muito por falar mas hoje, desorientado como estou, não tenho muito para te dizer.

Beijinhos,

Marcos Farrajota


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Texto para assinalar o falecimento da autora Isabel Lobinho, 1947-2021.

Isabel Lobinho foi das poucas autoras de BD em Portugal das décadas de 70 e 80, facto socialmente triste porque revela que país atrasado era o nosso. 

Nasceu a 11 de Junho de 1947 em Vila Nova de Barquinha, Ribatejo. Completou o curso de publicidade e publicidade, sendo que a partir de 1969 começa a fazer ilustração para várias publicações como a Flama, ou ainda livros e discos. A sua primeira BD com data de Dezembro 1973, é na revista Lorenti's onde também fazia o design, publicação de "life style" num país sem estilo. Pranchas desta BD, Yurie, podem ser vistas no catálogo da Tinta nos Nervos (2011). 

Com o poeta surrealista Mário-Henrique Leiria (1923-80) serão parceiros de várias BDs, seja na revista Visão (1975-76) seja no álbum Mário & Isabel (Forja; 1975) - reeditado em 2002 pela Câmara de Moura e recentemente no primeiro volume das Obras Completas de Leiria, pela E-Primatur. Participou em alguns fanzines como o Boletim CPBD, Protótipo e Eros, bem como nas revistas O Máximo (1976), Correio de Domingo (do jornal Correio da Manhã, 1986) e Élan (1987).

O Máximo deverá ser a única publicação portuguesa que tratava sobre a homossexualidade, em foco o lesbianismo. O grafismo desta revista cultural com o seu formato quadrado "gigante" e com estas temáticas pouco aliciantes ao cérebro cinzento da altura, faz dela uma publicação única até aos dias de hoje. Se calhar por isso mesmo só sobreviveu dois números. Lobinho participava com uma série de BD a duas cores, dedicada à História Sexual da Humanidade. 

O trabalho de Lobinho sempre se pautou pelo erotismo, com um grafismo bem cunhado pelo psicadélico dos seus tempos embora o seu traço tenha evoluído para algo mais realista nos anos 80 como se pode verificar na série que participou no Correio da Manhã e que é um potencial álbum de BD nunca foi editado.

Desde os anos 90, Lobinho dedicou-se à Pintura com várias exposições individuais.

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

AcontorcionistA : Baralho @ A Vida Portuguesa



Eis o quarto volume da AcontorcionistA, uma Rapsódia Erótica de autoria do Grupo Empíreo, Sociedade Anónima de Recreio e Prazer, publicada pela MMMNNNRRRG e promovida e comercializada pela Associação Chili Com Carne. 

Desta vez, trata-se de um jogo apolíneo para jogadores dionisíacos, contendo um baralho original composto por 68 cartas, com regras para descobrir ou criar. Foram feitos apenas 200 exemplares.


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AcontorcionistA / The ContorcionisT is an erotic rhapsody consisting of a series of multi-format illustrated books authored by a mysterious collective called Empireo. 

 This is the forth issue of AcontorcionistA this time disguised as an Apollonian card-game for Dionysian players, containing an original 68 units deck with rules to be discovered and created. 


 There's only 200 copies of this fabulous object.

 


Lançado debaixo do balcão durante a Feira do Livro de Lisboa 2018, o Baralho encontra-se à venda na loja em linha da Chili Com CarneLinha de SombraMatéria PrimaTigre de Papel, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão), Sirigaita, Tasca Mastai, Senhora PresidentaA Vida Portuguesa, Alquimia e mais algumas lojas atrevidas. 

You can buy @ Chili Com Carne online shop and at 4/quatri (Bologna), Le Mont-en-L'air (Paris), Quimby's (Chicago), Freedom Press (London).



FEEDBACK

The cards are great. Beautiful. - Angel Marcloid (by email)

AcontorcionistA / terceiro volume : CARTÃO-POSTAL /// metade da edição esgotada @ Alquímia


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O Grupo Empíreo, Sociedade Anónima de Recreio e Prazer e as edições MMMNNNRRRG têm o prazer de anunciar a publicação do terceiro andamento da rapsódia erótica AcontorcionistA, intitulado Cartão-Postal.

Desta vez, estamos perante um desdobrável composto por 16 pranchas + 4 encartes vocacionados para a transmissão não electrónica de mensagens de teor libertino.
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A série AcontorcionistA, de formato diversificado e carácter aplicativo, conta com dois volumes anteriores ― Manifesto e Calendário ―, igualmente publicados pela MMMNNNRRRG.

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Do presente vigésimo quarto volume das edições MMMNNNRRRG foram impressas trezentas cópias, 32 + 12 páginas em A6.

Aceitam-se pedidos pela chilicomcarne.com mas também pode ser adquirido nas Ediciones Valientes (Espanha), Utopia, Matéria Prima, Sarvilevyt (Finlândia), Neurotitan (Berlim), Linha de SombraPanta Rhei (Madrid), StetSeite Books (Los Angeles), Just Indie Comics (Itália), Desert Island (Nova Iorque), Orbital Comics (Londres), Le Bal des Ardents (Lyon), Tigre de Papel (Lisboa), Alquimia (Cascais) e com os Putan Club em tour infinitas.

domingo, 3 de outubro de 2021

Debate Bolívia + Brasil + Portugal c/ Marcos Farrajota


Assista AQUI mas às 9h na noite (Portugal)

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Renda barata e outros cartoons de Stuart Carvalhais --- últimos 10 exemplares!!


volume 14 da colecção Mercantologia, dedicada à recuperação de material perdido no mundo dos fanzines e afins. Editado por António Baião e Marcos Farrajota, design de Joana Pires e co-editado pela Chili Com Carne e o jornal de expressão anarquista A Batalha - no âmbito do seu centenário.

O presente volume colige a totalidade dos cartoons de Stuart Carvalhais identificados pelos editores n'A Batalha e no seu Suplemento Ilustrado, entre 1923 e 1925.
192p A6 com capa em cartolina, tudo a preto e branco
PVP 10€ 
e na Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Utopia (Porto), Letra Livre, BdMania, Snob, Mundo Fantasma (Porto), Kingpin Books, Matéria Prima (Porto), 100ª Página (Braga), Gato Vadio (Porto), Vida Portuguesa, Universal Tongue e Linha de Sombra.



Historial:

Foi principalmente no jornal anarco-sindicalista A Batalha (...) que o artista conseguiu transmitir as sátiras mais amarguradas de toda a literatura gráfica portuguesa (...) A miséria atroz, o aspecto macilento da fome, a carga insuportável do trabalho desumano estão presentes em imagens tão particulares e tão universais que só um génio lhes poderia ter dado forma. (...) Porventura a produção mais ignorada de Stuart, aquela que arranca a máscara hipócrita da burguesia liberal, insolentemente triunfante, encontram-se nas páginas de papel de jornal, amarelas e frágeis, das publicações anarco-sindicalistas.
António Dias de Deus in Os Comics em Portugal (Bedeteca de Lisboa + Cotovia; 1997)



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Feedback:

Adoro o livro do Stuart!
Ondina Pires (via email)

Para a maioria dos cartoons, é apresentada uma pequena contextualização histórica para permitir a apreciação em pleno de cada cartoon. Deste modo, há uma tentativa de contrariar a efemeridade do cartoon enquanto crítica social, quando a distância temporal não permite ao leitor a identificação das referências (...) Esta contextualização revela-se de maior importância do que simplesmente colmatar a inexistência anterior de uma antologia que reunisse esses trabalhos.
Nuno Sousa in Bandas Desenhadas

Nunca mais Stuart confrontará o sistema como fez nas páginas do A BATALHA, a denuncia das injustiças sociais, a ganância dos arrendatários, a violência policial, o racismo e o colonialismo. Mas simplicidade poética e humanista de Stuart resiste nas centenas de desenhos, páginas de banda desenhada, pinturas, fotografias e cenografias que realiza até morrer, no ano de 1961. 
 Alguém disse um dia que a História nunca se repete. 
“Renda barata e outros cartoons de Stuart Carvalhais n'A Batalha” leva-me - enquanto cartunista e ilustrador dos dias de hoje - a suspeitar o contrário.
Nuno Saraiva

(...) estes desenhos de Stuart estão no espírito do jornal, (...) e o alvo era o sistema de poder: a falcatrua financista, a amoralidade burguesa e os seus instrumentos : a cozinha política, a autoridade fardada e a Igreja (...)
Ricardo António Alves in I

Um notável trabalho de arqueologia literária. (?)
Jornal de Letras

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Sobre o livro: Quando o nome de Stuart Carvalhais (1887-1961) é referido pela segunda vez no diário A Batalha, a 22 de Fevereiro de 1921, dificilmente se poderia augurar um futuro radiante para o cartoonista nas publicações periódicas ligadas à Confederação Geral do Trabalho. Nessa data, o jornalista Mário Domingues escrevia as seguintes linhas: “O sr. Stuart de Carvalhais, colega de Jorge Barradas, sujeito como este a ser amanhã vilmente caluniado por aqueles que ora o afagam, não se envergonhou de aceitar apressadamente o cargo de director do ABC a rir, sabendo como foi injustamente tratado o que o antecedeu. O sr. Stuart Carvalhais julga os seus actos como entende, bem sei; procede a seu bel-prazer. É possível que considere correcta a sua acção. Eu, porém, classifico-a simplesmente de traição”. (...) Apenas dois dias depois, Domingues retratar-se-ia deste duro julgamento. Alegadamente, o Barradinhas teria mesmo merecido ser despedido, mas isso não impediu o jornalista de sublinhar que “no lugar do sr. Stuart, não [aceitaria] esse lugar, não porque isso acarretasse para [si] rebaixamento moral, mas porque esse acto poderia fazer crer ao público, desconhecedor dos bastidores da questão, que não tinha sido leal a sua forma de proceder”. 

Por esta altura, o percurso de Stuart estava ainda afastado do periodismo libertário (...) tinha já colaborado proficuamente no Século Cómico, O Zé, Gil Blas, A Lanterna ou na Ilustração Portuguesa. Em 1914, contribui para o monárquico O Papagaio Real, sob a direcção artística de Almada Negreiros. No ano seguinte, regressa ao Século Cómico, onde inicia a série «Aventuras do Quim e Manecas», e em 1920 junta-se a Barradas em O Riso da Vitória. Depois de se tornar director do ABC a rir, colaborará no ABC e no ABCzinho. Até que se chega a 1923, mais precisamente a 30 de Novembro, e logo na primeira página do n.º 1539 de A Batalha pode ler-se: “Inicia hoje a sua colaboração em A Batalha o conhecido caricaturista e nosso prezado amigo Stuart Carvalhais, cujo lápis exímio e irreverente irá dar aos nossos leitores monumentos de incomparável prazer. Stuart Carvalhais, cujo mérito está acima dos nossos elogios, principia a sua colaboração no nosso jornal com uma série de desenhos, plenos de graça, de comentário ao caso da falsificação dos bilhetes de Tesouro, que tanto tem dado que falar”. 

Os diferendos entre Stuart e a redacção do jornal estariam, agora, plenamente sanados, iniciando-se uma colaboração de três anos com a Secção Editorial de A Batalha. Durante este período, não houve periódicos que tenham recebido mais contributos de Stuart do que o diário, o Suplemento Literário e Ilustrado de A Batalha e a Renovação. Significa isto que Stuart se teria convertido à Ideia anarquista? Ou que teria passado por uma fase monárquica, por ter colaborado em O Papagaio Real e na Ideia Nacional, de Homem Cristo Filho? Provavelmente o mais sensato será rejeitar qualquer uma destas conclusões apressadas. Talvez Osvaldo de Sousa não esteja muito longe da verdade quando afirma que “Stuart era um céptico na política, um anarquista na destruição ideológica e um político-desenhador na expressão do sofrimento, miséria e vida do povo”. 

(...) Ao viver de avenças, de uma produção de uma “média de 15 desenhos por semana”, certamente que não se pode afirmar que Stuart foi, pelo menos nesta década de 1920, “um homem livre” (...) Stuart foi um fura-vidas, que provavelmente viu nas publicações de A Batalha uma forma de se sustentar a si e à sua família e também um conjunto de jornais e revistas que seriam a casa natural para receber o seu golpe de vista impressionista sobre a desigualdade, a exploração infantil, o desemprego, a fome, a crise da habitação, a mendicidade, a prostituição e a questão feminina. 

(...) Apesar de a colaboração de Stuart se iniciar no diário A Batalha, no qual publicou 23 cartoons até à edição de 25 de Dezembro de 1925, é no Suplemento Literário e Ilustrado de A Batalha, fundado em Dezembro de 1923, que se podem encontrar mais trabalhos gráficos da sua autoria. Ao todo são 66, entre cartoons e ilustrações. 

(...) Stuart não mais regressaria aos periódicos de A Batalha, que passavam por uma situação interna complexa: além da instauração da ditadura militar (...), a direcção da secção editorial estava sob fogo do jornal O Anarquista, que acusava os colaboradores do Suplemento, do diário e da Renovação de serem jornalistas profissionais, sem ligação ao meio operário. (...) Não será displicente considerar-se que esta também foi uma das razões para que Stuart não mais emprestasse a sua caneta a A Batalha e que aqui terminasse a sua aventura libertária: à sua espera estava agora a redacção do Sempre Fixe, que o acolheu até à sua morte em 1961. 

 As várias monografias acerca da vida e obra de Stuart (...), pecam todas pela quase total omissão da sua passagem pelos periódicos libertários. Se estas falhas são voluntárias ou mero desleixo pouco interessa aqui, mas certo é que as breves e raras menções a esse período se resumem a um punhado de reproduções gráficas, a considerações genéricas sobre o seu “anarquismo de rua”(?), tudo enquanto se aflora en passant que o autor também fez uns bonecos para as publicações libertárias. 

(...) Sirva então este modesto livro para dar melhor conta, a um tempo, da riqueza múltipla do trabalho de Stuart, sem no entanto cair numa ardilosa hagiografia do seu papel autoral, nem reivindicar uma actualidade que cabe apenas a cada leitor avaliar. E, por outro lado, para mostrar como Stuart foi, entre muitos, um importante contribuidor para a feitura da obra colectiva e centenária de A Batalha. - António Baião no prefácio do livro