sexta-feira, 27 de outubro de 2017

exposição "Revisão : Bandas desenhadas dos anos 70" @ Festival de BD da Amadora


Apesar do título deste livro ser "Revisão" a ideia não foi refazer a História mas oferecer ao olho público obras da década de 70 que ficaram esquecidas e nunca republicadas.

Inserido na Mercantologia, uma colecção da Associação Chili Com Carne, criada para recuperar material perdido, saiu em 2016, quarenta anos depois de ter acabado a icónica Visão, uma revista improvável para um país com graves problemas económicos mas que se apresentava nas bancas com ar luxuoso, cores ácidas e brilhantes, temáticas políticas e libertárias.

 A Chili Com Carne quis comemorar esta publicação que fez uma ruptura com a BD tradicional portuguesa mas também recuperar um conjunto de BDs esquecidas dos anos 70 cheias de frescura, rebeldia e prazer criativo, vindas de outras experiências editoriais como os fanzines O Estripador e O Evaristo ou o "détournement" no livro Grande Música Negra de Jorge Lima Barreto (1949-2011).

Pelo meio ainda encontraram dois inéditos, de Mário-Henrique Leiria (1923-80) com Isabel Lobinho e de António Pinho com Carlos “Zíngaro”, e mais irónico, uma capa da autoria de Lobinho, que foi rejeitada na altura pela revista Visão. Assim que ela foi avistada, foi logo aceite como capa do Revisão!

 As páginas do livro foram digitalizadas directamente das publicações e dos originais sobreviventes - estes vão fechar este ciclo de (re)descobertas com esta exposição do Festival de BD da Amadora, que ofereceu ao livro o Prémio Clássicos da 9ª Arte no ano passado. São poucos originais para ver mas serão de certeza as pranchas mais emocionantes neste certame. Afinal quantas vezes poderão apreciar páginas de Nuno Amorim, J.L. Duarte, Isabel Lobinho, Pedro Massano, Zé Paulo (1937-2008), António Pilar, Pedro Potier e de Carlos "Zíngaro"?

Preparem-se para muita BD psicadélica, urbana, cósmica, mórbida, erótica, pessimista, ácida, crítica...

ccc@amadora.2017



Este ano a Associação Chili Com Carne está representada na BD Amadora com um stand  dividido com a MMMNNNRRRG tal como tem acontecido nos últimos dois anos

Infelizmente mais uma vez não conseguimos ter um espaço digno para receber fanzines e outros editores independentes, sendo que só conseguiremos representar os zines da Ruru Comix, livros do Serrote e as serigrafias do Mike Goes WestConsultem o CCCalendário (a primeira lista à vossa direita deste blogue) para saberem os dias que lá estaremos... 

Contem com a bela exposição sobre a antologia dos anos 70 - REVISÃO, cujos últimos exemplares estarão à venda!!! -, apresentação do livro Santa Camarão de Xavier Almeida com Pato Bravo (B Fachada) no dia 12 de Novembro às 17h e sessões de autógrafos de Amanda Baeza (29 Out), Tiago Baptista (4 Nov), Mariana Pita (5 Nov) e Xavier Almeida e Pato Bravo (12 Nov), sempre às 18h. 

Por fim, oferecemos uma ajudinha aos nossos camaradas do Hemisfério Sul para apresentarem os seus projectos no festival. Apontem na agenda: o australiano Michael Fikaris (1 Nov, às 16h30) e o brasileiro Alex Vieira (5 Nov, às 15h30) que apresentará o novo Prego (edição fudida) que tem um trabalho do Manuel Pereira.

hooo-ey!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

sábado, 21 de outubro de 2017

ccc@RAIA

JOÃO

Raia Tráfico de edições e afins.
Anjos 70 (antigo Regueirão dos Anjos)
21 e 22 de Outubro — das 14 às 24 (Sábado); das 14 às 20 (domingo)

Estamos na fronteira mas não há linhas no chão.

Em Lisboa, durante o fim de semana de 21 e 22 de Outubro, a Raia será o lugar para apresentar e vender edições, discos e artes gráficas. 

Paralelamente, haverá programação com lançamentos, leituras, exposições, música e projecção de filmes.

A Raia será dos pequenos editores e dos artistas gráficos. A Raia não tem apoios institucionais. A receita do aluguer das bancas será utilizada exclusivamente para as despesas decorrentes da organização.  (...) estando previstos alguns lançamentos e apresentações de edições. (...) Quaisquer dúvidas poderão ser esclarecidas por correio electrónico: raiafrita@gmail.com

Contenção de fachadas, alta gastronomia, legislação sobre drones, heráldica, a invenção do primeiro caniche proveta, aparições divinas em superfícies arbóreas e o fabrico de suspensórios testiculares, de nada disto tratará o ajuntamento que agora se divulga. (...)

Poesia e música, fotografia e prosa, edições piratas e posters corsários, ilustração neo-barroca, deejaying sem maneirismos, workshops de jiu-jitsu, origami, feng shui, chop suey e outros segredos orientais, a revelação está para breve, a alegria certa e o sexo será inesquecível. Um programa ideal para quem gosta de tudo e mais alguma coisa.

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"A fronteira está na cabeça do branco"
Touro Sentado de Costas, 1870
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Para estes evento esperamos ter duas novidades!
Um livro do Tiago Baptista - não é o trabalho vencedor dos 500 paus!!!
E um da Mariana Pita!
Vamos ver se conseguimos, senão fica para a BD Amadora!

Exposição "Lá fora com os fofinhos" de Mariana Pita @ RAIA, este fim-de-semana

vinheta da BD EDPEOD

Este fim-de-semana da RAIA teremos uma exposição de originais de Mariana Pita (aka Moxila) do livro a publicar Lá fora com os fofinhos. Será o 11º volume da colecção Mercantologia, dedicada à recuperação de material perdido do mundos dos fanzines. Meio esse onde Pita tem espalhado várias BDs da vida ordinária misturada com momentos encantados.

A co-edição com O Panda Gordo não estará pronta para a Raia mas estará na BD Amadora deste ano. Beware!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

ccc@DOC.lisboa.2017


Como tem sido tradição, a Chili Com Carne e a sua irmã MMMNNNRRRG mais uma vez têm uma selecção dos seus livros do DOC LISBOA.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

PEQUENO é bom regressa! Aaron $hunga em Lisboa! (8ª sessão)




Aaron $hunga, autor de Aspiração Horrífica, vai estar em Lisboa, no BAR IRREAL, sobre o seu novo livro: DMV:  Jidousha Bumon.

Haverá uma conversa com este autor norte-americano e Marcos Farrajota (editor) no dia 12 de Outubro, às 21h30.




Aaron $hunga é Aaron Kaneshiro (1983) nascido em Honolulu, Havaí, onde se licenciou em desenho e pintura na Univerdade do Havaí. Trabalha e vive em São Francisco, como Chef privado.

Auto-publicou várias BDs como Aspiração Horrífica (2006) e Endless Night (2010). Fez alguns cartazes para bandas locais e a capa do álbum dos VEXX. Foi publicado em várias revistas como Beautiful Decay, Lodaçal Comix (Portugal), Happiness Salt HillAspiração Horrífica foi publicado em formato livro pela MMMNNNRRRG (em Portugal) e na Finlândia pela Huuda Huuda, em 2011. As últimas cópias deste livro estarão disponíveis no evento de dia 12. 

Actualmente, Kaneshiro está focado no seu novo livro, DMV: Jidousha Bumon, que segundo o autor é uma BD de acção, terror e artes marciais... depois das 3ª Guerra Mundial, a América cria uma zona para americanos exilados, o Departamento de Veículos Motorizados - Department of Motor Vehicles (DMV). Situada no sul do país é controlada por impiedosos  senhores da guerra. Fidge Conn, uma empresa chinesa, planeia tomar a região pela via militar.

O encontro com este autor será feito no dia 12 de Outubro, às 21h30 no Bar Irreal, Lisboa e será um "episódio-piloto" de retoma de um novo ciclo de programação do PEQUENO é bom! Evento da Chili Com Carne que existiu entre Abril e Novembro de 2010 na Casa da Achada / Centro Mário Dionísio foi um espaço mensal de encontros entre editores independentes. Saltando para 2017, é-nos impossível fazer esse esforço como as outras sessões do PEQUENO é bom!, no entanto devido à falta de investimento de visita de autores estrangeiros de BD independentes nos eventos oficiais (valia apontar os defeitos dos Festivais de BD de Beja e Amadora mas temos mais do que fazer) e noutras iniciativas privadas, achamos que seria saudável para a cena portuguesa ter pelo menos uma vez por ano um contacto mais intimista com artistas estrangeiros e as suas outras realidades. Em 2018 daremos novidades.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Monstros do Rock

Não há muita paciência para discos de tributo, geralmente eles servem para capitalizar o nome do homenageado para as bandas medíocres. Quer dizer, também há tributos de grandes bandas a grandes  bandas mas também há muitos que só esperam captar atenção de bandas desconhecidas com os nomes sonantes dos tributados. March to Sickness - a Brazilian tribute to Mudhoney (Monstro; 2008) será desses casos mas também é excepção, Se quase todos os nomes envolvidos - 17 bandas brasileiras - são desconhecidas (pelo menos em Portugal e fora do Brasil) excepto os Autoramas e MQN (chegaram a ter singles e tournês em Portugal) e os Mechanics (já é uma estica porque nos tempos da loja CHILI! vendíamos este fabuloso livro), o resto nunca ouvi falar e duvido muito que volte a ouvir a não ser que me arme em troll. Ou seja, este seria daqueles projectos exploratórios que poderia dar para o torto  mas tornar-se bastante escorreito de se ouvir e para mexer o corpinho. O espectro do disco é Garage Rock, de vez em quando mais pró Surf outras mais para o "pesado". Desvios há poucos - Lucy & The Popsonics é Electro Pop, Detetives cantam em castelhano (tudo o resto canta em inglês como nos originais) e Debate tomaram dlogas ilegais - e acabou-se a extravagância. O CD que tem 52 minutos (se corre-se mal seria uma eternidade) e ouve-se como se fosse um "best off" dos Mudhoney, esses percursores dessa coisa chamada Grunge mas que não caíram nas graças como os Nirvana. E ainda bem, assim curte-se mais este grupo que (ainda) faz do melhor Rock com letras cantaroláveis sobre a existência mundana dos gringos, alcoolismo e dedo do meio estendido.

12 Arcanos (Monstro; 2010) é o álbum dos Mechanics depois do tal livro/ disco com o autor de BD Fábio Zimbres - e que até deu direito a tese académica... Neste disco dão novas voltas na essência do grupo, cantam em português e até oferecem cartas de Tarot!!! Cartas novas! Afinal se há treta mais DIY no mundo ela é justamente a magia e sucedâneos, é um tipo de mundo que é sempre preciso inventar treta nova para enganar os crédulos doentes. São bem giras estas cartas, desenhadas em grattage e "brutistas", sujas como o som norte-americano da banda sul-americana. O som é fechado nas margens Rock dos anos 90, faltando ar puro num disco pesado de ouvir e que não dá descanso - isso é bom? Sei lá, o que tem piada é que tal como as cartas que saem ao acaso de um leitor de Tarot, a banda incentiva a ouvir-se o disco também à toa - em modo "shuffle" da aparelhagem - baralhando as faixas todas. É uma alternativa de audição mas creio que o resultado será sempre esmagador...

sábado, 7 de outubro de 2017

ccc@Feira.anarquista.do.livro &&& EDIT


Vamos à EDIT na Galeria Monumental, Lx... apesar de tudolá estamos nós outra vez na Feira Anarquista do Livro mas será o quase-centenário jornal A Batalha que nos irá representar - e sim os anarcas vão okupar, tal como no ano passado, a Praceta António Sardinha! Yeah!



segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Polka chinata


Toda a gente adora aldrabões - como o concelho de Oeiras, por exemplo, a julgar pelas eleições de ontem - e o DJ Balli é um dos grandes magos manhosos na área da música pós-rave, tendo no passado usado várias situações intermedia como pizzas, amputados, problemas de identificação com grandes poetas norte-americanos, pasta, skates, feminists I'd like to fuck, ópera, animais e endoscopias. Ao que parece Balli atira-se numa carreira de DJ para a terceira idade, que nada tem de pacífico porque como se bem sabe, nos bailaricos dos cidadãos seniores o que não falta são chinadas, dores de corno e bebedeiras porcas. Arre! Sacando músicas tradicionais italianas, ou melhor, Polkas, mais concretamente Liscios e Filuzzis, da sua terra natal Bolonha onde a Polka tem sub-géneros tão complexos como o Heavy Metal, Balli faz o remix perfeito de temas em acordeão com efeitos Noise e Dub. Ele bem tentou disfarçar este projecto com uma tentativa pós-AAA (Associação de Astronautas Autónomos) de contactar seres de outros planetas através do código telefónico de Bolonha e a sua ecologia musical - reparem no título: Report on Accordion-Mediated Alien Encounters in Area 051 (Skank Block; 2017) - mas esta é realmente uma forma do artista arranjar um trabalho alimentar nestes tempos de crise infinita. A forma de escamotear a miséria económica é constrangedora e deveria ser assumida, até porque qual é o problema de por som para velhinhos? Nos próximos anos haverão mais problemas e spots publicitários de fraldas para a terceira idade do que para bebés. A cultura juvenil que apareceu nos anos 50 do século passado, logo tem agora uns 70 anos, acho que está na altura de assumir as rugas e as hérnias, e deixar de pudores culturais. Last night Polka saved my life!