quinta-feira, 30 de novembro de 2023

A Fábrica de Erisicton // ESGOTADO em 2021 mas ainda com bom feedback!

 


O fanzine Mesinha de Cabeceira voltou numa onda de "back to the basics" após cinco anos de ausência. Este retorno às origens humildes de uma tiragem baixa de 100 exemplares, como fanzine / zine / perzine (riscar o que não interessa), tal como em 1992 (ano do primeiro número) tem a razão de ser para dar voz a autores desconhecidos / novos / fora de qualquer radar (riscar o que não interessa).

Começamos com A Fábrica de Erisicton de André Ferreira que é uma BD eco-psicadélica inesperada sobre a destruição do Alentejo pelas culturas super-intensivas que se praticam. O grafismo é tão naíf como visionário, com poucos sítios para segurarmo-nos se não fosse o facto da mensagem ser tão desesperante. O aviso já pouco serve, o Destino está traçado, como se vê nestes anos estranhos que vivemos, em que nada mudou em termos de atitude ecológica, a borregada quer é viajar e poluir. 

Resta-nos estes pedaços de arte colorida e imaginativa em singelas 24 páginas. 
Obrigado André!



Mesinha de Cabeceira #29, edição da Chili Com Carne, Abril 2021, 24p a cores 18x25 cm, capa a cores, 100exemplares.



ESGOTADO, ainda devem encontrar exemplares na Linha de Sombra, Neat Records, Snob, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Utopia, Alquimia e na ZDB.



sobre o autor: faz música sob o nome de Goran Titol - que poderá participar este ano numa colectânea da nossa série Música Portuguesa a Melhora-se Dela Própria -  animação em técnica de "stop-motion" com ajuda da Mãe Natureza e é autor da BD tendo participado na antologia Venham +5 e com o livro a solo Ouro Formigas (2013), ambos publicados pela Bedeteca de Beja.


 FEEDBACK: 

Panfleto libelo anti-destruição da natureza em nosso torno, disfarçado de reconto mitográfico psicadélico (...), breve passeio alucinado que deveria antes servir de guia para redescoberta da nossa paisagem e manual de instruções para a sua recuperação... 

segundo a Tinta Nos Nervos 


 Fico espantado com a quantidade gigantesca de livros que são publicados actualmente. Florestas inteiras de papel impressas com todo o tipo de inanidades e de vacuidade. A esmagadora maioria vai, certamente, acabar nas debulhadoras de reciclagem, resultado da mais completa indiferença e esquecimento. 

No entanto, as paredes e sombras erguidas por estes livros inanes ocultam e obliteram os outros livros que valem a pena a ler, soterrando-os para os confins da vista. A Fábrica de Erisicton é um manifesto eco-activista inspirado no livro VIII das "Metamorfoses" de Ovídio, baseando-se na história da mitologia grega do rei Erisicton que depois de cortar com um machado uma árvore sagrada, é castigado com uma fome insaciável, que o vai obrigar a devorar-se a si próprio. 

A sobre-exploração dos recursos e da terra pelas culturas intensivas que se multiplicaram na paisagem alentejana, são o pano de fundo desta metáfora desencantada. 

O desenho colorido psicadélico e naif de André Ferreira, profundamente poético sem ser panfletário, devolve-nos uma imagem irreal e delirante, mas simultaneamente tão próxima e implacável, resultante de um capitalismo tardio, cujo último estertor prolonga-se agonizante, mas sem permitir vislumbrar o que se seguirá. 

Como assinalou Mark Fisher "o capitalismo está de facto talhado para destruir todo o meio humano. A relação entre capitalismo e desastre ecológico não é uma coincidência nem um acidente: a «necessidade de um mercado em constante expansão» do capital, o seu «fetiche do crescimento», significa que o capitalismo se opõe pela sua própria natureza a qualquer conceito de sustentabilidade." 

Com toneladas de livros inúteis espalhados por todo o lado, a edição de singelos 100 exemplares de A Fábrica de Erisicton está esgotada, o que se lamenta, pois este volume devia estar permanentemente disponível e com o autor em digressão ininterrupta pelas escolas, integrando um plano de leituras e de discussão transversal a diversas disciplinas curriculares.

My Nation Underground



Entrevista no P3 / Público

11ª Edição do concurso "Toma lá 500 paus e faz uma BD!"



A Associação Chili Com Carne lançou a ideia de um concurso para fazer um livro em Banda Desenhada para matar a modorra na cena portuguesa, tendo sido publicados já vários livros ou zines de trabalhos que participaram no concurso. 

Em Outubro de 2015 saiu a primeira obra vencedora (do primeiro concurso, de 2013) ou seja, The Care of Birds / O Cuidado dos Pássaros de Francisco Sousa Lobo - que entretanto teve uma edição em Espanha e em França. Em Outubro de 2016 saiu o romance gráfico Acedia de André Coelhoem Outubro de 2018 a antologia Nódoa Negra, em Novembro 2019 a antologia All Watched Over By Machines of Loving Grace, em 2020 Bottoms Up do Rodolfo Mariano, em 2021 Hoje não da Ana Margarida Matos, em Dezembro 2022 o Sinapses de Ivo Puiupo

Em breve sairá o zine mais caro de sempre, vencedor da edição anterior, por Luís Barreto!!

Entretanto, cá estamos de novo à espera de novas aventuras editoriais!





Instruções (não muito complicadas):
Para quem? 
Para Sócios da CCC com as quotas em dia - não é sócio? Então é clicar neste LINK.
No caso das antologias, todos os autores devem ser sócios!
Para artistas portugueses, residentes ou não em território nacional e artistas estrangeiros residentes em Portugal.
No caso das antologias é possível participação de artistas internacionais desde que em minoria em relação aos portugueses.

O prémio é monetário? 
É sim! São 500 paus!
Para além de que o trabalho será publicado!
E, para a próxima edição, o vencedor é convidado a fazer o cartaz e a integrar o júri!

Quem decide o vencedor?
Ana Ruivo (sócia da livraria e galeria Tinta nos Nervos), Alexandra Saldanha (música, autora de BD e Prsidente da Associação Chili Com Carne), José Smith Vargas (músico, autor de BD e vencedor da edição de 2014), Luís Barreto (músico, autor de BD e vencedor da edição anterior) e Marcos Farrajota (autor de BD, editor e fundador da Chili Com Carne). 
O Júri reserva-se o direito de não atribuir o prémio caso não encontre qualidade nos trabalhos propostos.
Que projecto pode ser apresentado? 
- Uma BD longa de um autor ou com parceiros
- Um livro com várias BDs do mesmo autor (desde que tenham uma ligação estética ou de conteúdo)
- Uma antologia de vários autores com um tema comum (ver Nódoa ou All como exemplos)
 Regras de apresentação dos trabalhos
- O livro não tem limite de páginas e de formato mas porque desejamos inseri-lo nas nossas colecções já existentes como a Colecção CCC,QCDA, LowCCCost, RUBI, THISCOvery CCChannel, etc... - o projecto terá mais hipóteses de ganhar se for apresentado num formato das colecções.
- Preferimos o preto e branco mas a cor não está totalmente afastada!
- Envio do seguinte material:
a) texto de apresentação do(s) autor(es),
b) sinopse do projecto
c) planeamento por fases (com datas)
d) envio, no mínimo de 4 páginas seguidas e acabadas, e 20% das páginas BD planeada.
- Todos estes elementos devem ser entregues em PDF, em serviço de descarga em linha (sendspace ou wetransfer) cujo endereço deve ser enviado para o e-mail ccc@chilicomcarne.com
Datas?
4 de Fevereiro 2024, até às 23h59m é a entrega dos projectos!
14 de Fevereiro 2024 é anunciado o vencedor!
O livro é publicado em 2024!?

Boa sorte!
CCC

Este projecto tem o apoio da Tinta nos Nervos.

The Reading Gaze : "My Comics" by Domingos Isabelinho :::: last 3 copies!!!



volume +08 of Thiscovery CCCChannel collection published by Chili Com Carne and Thisco in June 2022

156p. 16,5x23cm black & white, color cover, limited to 150 copies

These essays were originally published, in a slightly different form, in the magazines Satélite Internacional (Oporto, 2005) and L’indispensable (Nîmes, 2011), Indy Magazine online site (USA, 2004) and on the blogs The Crib Sheet (Portugal, 2008-10, 2015) and The Hooded Utilitarian (USA, 2010-11, 2013).

...

The index of the book includes the following themes: 
WHAT IS A COMICS FAKE, THE EXPANDED FIELD OF COMICS AND OTHER PET PEEVES, THE ORIGIN’S MYTH, CARICATURE, THE BLIND MEN AND THE ELEPHANT, UT PICTURA POESIS, SOME CONSIDERATIONS ABOUT THE GRAPHIC NOVEL, BRUNO LECIGNE ON THE MIXING UP OF THE LANGUAGES, COMICS THEORY AND CRITICISM, ANA HATHERLY, JACQUES CALLOT, THE CANTICLES OF SAINT MARY, FRANS MASEREEL, KATSUSHIKA HOKUSAI, OTTO DIX, PABLO PICASSO, MARTIN VAUGHN-JAMES, ALAN DUNN, ROBERTO ALTMANN  and FRANCIS BACON. 

...


“It was February 24, 2004, 08:27 AM, on the Comics Journal Messboard.” This is the first phrase of my blog, The Crib Sheet. What happened at that particular day and particular hour was that I, fed up with the accusation of not liking comics, decided to write a list of my favorite ones. With that list my answer was: I like comics, I just don’t like the same comics you like. This is the genesis and explanation of this book’s subtitle, “My Comics.” On the other hand, if you insist that I don’t like comics because what’s in this book are not precisely cartoonists, don’t worry, I like them too, they’re just not here yet because I divided the comics corpus in two: The Extended Field and The Restrict Field. This book is, then, an anti-essentialist stance, a cry of freedom from India Ink on board, if you like... 
Domingos Isabelinho 

...

Domingos Isabelinho was born in Lisbon in 1960.  He contributed to the magazines Nemo, Quadrado, Satélite Internacional, Splaft!, various catalogs of the Porto, Lisbon, Amadora comics conventions (Portugal), The Comics Journal, The International Journal of Comic Art (U.S.A.), L’indispensable (France), European Comic Art (UK). He also wrote the preface to one of the latest editions of Guido Buzzelli’s book I Labirinti (Italy). He co-curated a Buzzelli exhibition in Lisbon and an exhibition of his original art collection in the Beja Comics Convention (Portugal).  He wrote twenty three entries in the book 1001 Comics You Must Read Before You Die (UK). In 2012 He was invited to the seminar Aesthetics of Contemporary Comics in Oslo (Norway).

...

You can buy HERE - available also at Tinta nos Nervos, Kingpin Books, AlquimiaLinha de Sombra, Snob and ZDB - all in Lisbon - and in Matéria Prima (Porto), Quimby's (Chicago), Just Indie Comics (Italy), Senhora Presidenta (Porto) and Le Mont en L'Air (Paris).

...

Feedback:

Domingos Isabelinho has been called by Jan Baetens "the most virulent comics critic" and there's a truth to it. This book collects essays that draw a much-needed anti-canon. As he calls it, an Expanded Field of Comics takes our heads out of our asses in typical assumptions. A+! 

(...) Isabelinho delves into the theory and practice of sequential art, with a not-so-subtextual advocacy for a richer self-education in wider spheres of art. It’s not an unwelcome cry—one of the most prominent results of the corporate subsumption of culture is a self-referential, which is to say self-absorbed, pool of inspiration, and Isabelinho tries, in his own way, to fight that; he is combative, sometimes downright hostile, but his heated passion comes with an articulatory edge: he will always clarify and back up his arguments, leaving the reader no choice but to thoroughly understand the point he’s making (...). He knows why a thing works or why it doesn’t, (...) he will tell you exactly why.

...

Historial:

Lançado no dia 15 de Outubro 2022no Museu Bordalo Pinheiro com participação do autor, Marcos Farrajota e Pedro Moura.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Segunda vida?


Lembram-se do XJAZZ? Duvido muito mas para dizer que para já que a BD do André Coelho que editámos há alguns anos vai ter uma segunda vida, com a edição do CD (e virtual) de A Schist Story, pela JACC. O problema é que não sabemos nada disto... Já saiu? Onde está? Porque não vimos ainda um exemplar? Porque é que há rumores que há músico que participaram nisto e nem sabem da sua existência!? 

Vamos esperar (sentados) por respostas...

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Isto vai acabar em lágrimas : 30 anos SPH 20 anos Thisco - à venda na SOCORRO


Volume -13 da colecção THISCOvery CCChannel com as colaborações de André Lemos (capa), Carlos Matos (prefácio), Afonso Cortez entrevistando Fernando Cerqueira e Luís van Seixas, Marcos Farrajota com Pedro Brito (BD), Rapoon, Rui Eduardo Paes (testemunhos), DJ Balli (poema A.C.) e Joana Pires (design).

144p 18x12cm (homenageando as k7s da SPH) impressas a azul, capa de cartolina laranja, edição brochada, limitada a 300 exemplares.

Pode ser adquirido na nossa loja em linha e ainda na Matéria Prima, Snob, Tigre de Papel, ZDB, Kingpin Books, Flur, Linha de Sombra, Socorro, Sirigaita, Neat Records, Universal Tongue, Senhora Presidenta, Fábrica FeaturesTwice Discos, e Utopia.




Em meados da década de 80, as editoras discográficas estavam praticamente fechadas ao que de novo se ia fazendo e o que editavam pouco ou nada interessava – o “boom do rock” tinha esgotado a paciência dos ouvintes para a música em português. 

No entanto, uma sala de espectáculos em Lisboa, de nome Rock Rendez Vous, começou lentamente a dar espaço ao que realmente estava a acontecer, à margem do mercado e da crítica. E, consequentemente, apareceram umas (poucas) novas editoras independentes, como a Dansa do Som e a Ama Romanta, que acabariam por lançar alguma da mais interessante música feita nesses anos em Portugal.


No entanto, os meios destas editoras eram parcos e os orçamentos bastante reduzidos (já para não falar do limitado poder de compra dos portugueses) e, por isso, no final dessa década, as várias cenas musicais emergentes – metal, industrial, experimental, electrónica –, passam a gravar e editar as próprias cassetes para se fazerem ouvir. Era o do-it-yourself aplicado à edição dessa nova música, autoproduzida, com total liberdade, sem qualquer tipo de censura, que a partir de agora era passível de ser gravada e facilmente duplicada em casa, desprezando qualquer ideia de direitos de autor, quase sempre embalada em capas originais feitas a partir fotocópias de imagens roubadas, activamente divulgada através de flyers e fanzines e disseminada, sem intermediários, em mão e por correio, numa rede, tornada comunidade, internacional.


Facadas Na Noite, Tragic Figures, Anti-Demos-Cracia, Pé de Porco e a K7 Pirata, foram algumas das editoras que surgiram então e que marcaram esse início da edição independente em cassete, juntamente com a SPH.


Editora de Oeiras, no activo desde 1990, a SPH pôs a circular álbuns e compilações com nomes nacionais – Ode Filípica, Croniamantal – e internacionais – Merzbow, X-Ray Pop, De Fabriek, entre outros – somando um total de cerca de oitenta cassetes de música industrial, noise, avant-garde e até synth-pop, ao longo dos seus quase quatro anos de edições contínuas. No entanto, as oscilações dos interesses e mercados – estava-se na passagem das cassetes e do vinil para o CD – fizeram com que a editora acabasse em 1993. Mas, atento, como sempre, às novas linguagens musicais de circuitos underground, no início do século XXI, Fernando Cerqueira retoma as edições, dessa vez acompanhado por Luís van Seixas, sob o nome de Thisco. Perfazendo agora 20 anos, o presente livro comemora duas décadas de existência e os trinta anos do início da SPH, inventariando as edições e reproduzindo capas de ambas as editoras assim como material promocional e outra memorabilia, devidamente acompanhadas de uma conversa aprofundada com os envolvidos.





Historial: 

lançado na Festa dos 30 anos da SPH e 20 da Thisco na SMUP,  22 e 23 Outubro 2021 

...




Feedback: 

De livros feitos para se celebrarem efemérides na área da cultura, trate-se de uma editora de livros, do percurso de um cineasta ou de uma instituição apoiada pelo Estado, espera-se cinicamente um cozinhado hagiográfico, por vezes solipsista se o meio em questão for endogâmico e usar linguagens semi-privadas. Assim podia ser este Isto vai acabar em lágrimas. (...) A aventura sempre pessoalíssima do Fernando (...) mantém um motto muito próprio: se não os podes vencer, goza com eles.  
A Batalha

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

O livro mais "todo público" da Chili Com Carne: "Bottoms Up" de Rodolfo Mariano - Vencedor dos 500 Paus 2020 / à venda na UNIVERSAL TONGUE



Bottoms Up 

de


- obra vencedora do concurso interno Toma Lá 500 Paus e Faz uma BD! de 2020 - 


64p. a cores 18x24,5cm 
500 exemplares


à venda na nossa loja em linha e na BdMania, Kingpin, Linha de Sombra, Matéria Prima, Mundo Fantasma, Senhora Presidenta, Snob, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Utopia, Fábrica Features, Vida Portuguesa, Universal Tongue e ZDB.


Sinopse: Depois de uma longa viagem, o Simão chega finalmente à grande cidade cheio de sonhos e motivação para vencer na sua nova vida. Apesar do transtorno de ansiedade generalizada e introversão natural de que padece, o Simão depressa conquista o coração de alguns amigos e amigas que o vão acompanhar numa aventura improvável de desfechos imprevisíveis.







Historial:

Lançado oficialmente e virtualmente na Tinta nos Nervos, 31 de Outubro 2020 com conversa com Pedro Moura



E para quem não percebeu o objecto:







FEEDBACK

o livro do Rodolfo Mariano só têm um problema, um gajo fica a pedir por mais, não me importava nada que tivesse 600 páginas.
David Campos (via email)
 
xxx
Obra seleccionada na Bedeteca Ideal

xxx

xxx
entrevista no H-alt entretanto publicado em livro de tiragem de 30 exemplares(!) Outras perspectivas (Ass. Tentáculo; 2023)

xxx

Não é bem uma fábula do género rato do campo / rato da cidade, à La Fontaine que Rodolfo Mariano, (...) nos apresenta neste intrigante (...) Chegado da aldeia, transportado por um atrelado cigano ou circense puxado por uma espécie de muflões de aspecto satânico, o rato Simão apeia-se no limiar da grande cidade. Por bagagem, uma mochila sem fundo acomoda um velho mapa, meias de cada nação entre uma parafernália de objectos úteis e inúteis, e ainda um livro mágico sobre “naves especiais”. Dirigindo-se à cidade, procura a chave que possibilite a libertação de um amigo, prisioneiro do Inquisidor-Mor. Uma mélroa de nome Cassandra ou o fantasma da raposa vegetariana Annalisa, contracenam com Simão, no meio de bandidos, carrascos, guardas, comerciantes e mortos-vivos que povoam uma urbe que poderia vir descrita num livro de Tolkien. Caso invulgar nos quadradinhos nacionais, o estilo de Rodolfo Mariano já foi comparado com o do australiano Simon Hanselmann; o francês Lewis Trondheim é também um nome que aqui nos parece ecoar. Elogio da amizade e denúncia do poder (...) Mariano tem uma apetência pelo imaginário fantástico pulp, que utiliza para falar de coisas sérias, e o antroporfismo revela-se uma esplêndida opção.

xxx

(...) onde se reconhecem a obra de Tolkien, Dungeons and Dragons, a mitologia grega, Rimbaud ou Fernando Pessoa. Mariano recolhe todas essas referências e foca-se na construção da sua história, acompanhando a chegada à grande cidade de um rato, Simão (...) A cidade mudará Simão, porque é isso que os espaços fazem quando nos deslocamos por eles (...)
Sara Figueiredo Costa in Splaft!

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

ccc@festa.do.livro


Uma selecção de livros nossos vai estar na Fundação Oriente na sua Festa do Livro, a partir de amanhã até 17 de Dezembro. A selecção implica artistas orientais - como o tipo do gato ou o Yokoyama -, artistas que usam a estética Manga (André Pereira, Marko Turunen ou Ilan Manouach) ou trabalhos que abordam cultura oriental (REP, Tiago Manuel). 

De resto, dia 2 de Dezembro, às 16h, lançamos lá o Tóquio Zombie de Yusaku Hanakuma com presença dos editores Marcos Farrajota (Chili Com Carne) e Cassiano Soares (Sendai) e a artista Hetemoé.

DJ Cat Gosshie World Tour de HARUKICHI - compra mais MMP


As forças cósmicas são fortíssimas, é o nosso segundo livro na colecção Mercantologia com um gato que curte música!! Fazer o quê? Contra estas forças nada podemos fazer, maninhos! Este é um "best of" dos hilariantes seis números do zine do gato DJ, criação e alter-ego (?) do japonês Harukichi.

O gato viaja por tudo o que é lado - Japão, Holanda, Irão, Suíça, Singapura, LISBOA (e ao Boom!!!), Peru - para encontrar discos raros a preços modestos, fumar ganzas, por som e comer queijo do bom e do melhor, enfim... como qualquer pessoa normal fazia quando viajava, certo?

E como toda a gente gosta de gatos, esta é uma co-edição com as Ediciones Valientes e a Kuš! Komikss (que vai na quarta impressão) - em castelhano e inglês respectivamente. 

O sucesso deste gato é tal que reimprimimos este ano!!!

à venda na nossa loja em linhaTinta nos Nervos, Utopia, ZDB, Tasca Mastai, Snob, Linha de Sombra, Kingpin, Tigre de Papel, Matéria Prima, Senhora Presidenta, Universal Tongue, Neat Records, Fundação Oriente, Mundo FantasmaTasca MastaiAlquimia.


Gosshie no Peru...


|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

De resto o Harukichi é fã do Hanawa, se calhar há mais aproximações entre estes dois livros tão díspares do que se pensava inicialmente:


|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

E a gata Deus (RIP) curtia uma beca do Gosshie!


|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

exemplos de cultura portuguesa do Gosshie:







|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

historial


lançado 19 de Fevereiro 2022 na Tinta nos Nervos, acompanhados com a Sendai  e o seu Na Prisão de Kazuichi Hanawa



|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

FEEDBACK 

Se o grafismo da obra é cativante, confesso que me interessei mais pela primeira estória do que pelo world tour que se lhe seguiu. Inclusivamente, a referência ao filme Uma Rapariga Regressa de Noite Sozinha a Casa foi um pouco ao lado, dado a BD ter muitos mais pontos em comum com o filme iraniano Gatos Persas. De qualquer modo, é sempre curioso o olhar estrangeiro sobre os países evocados.

...

(...) O desenho afasta-se da Manga tradicional e tem uma certa "naïveté", desopilante e colorida.

Um manga absolutamente genial (...) Gosshie é um gato, que também é DJ. Na sua carrinha mágica visita vários países do mundo, onde vai passar bons sons e fumar muita ganza. Gosshie vai a cada país e descobre as coisas típicas de cada um deles, com as suas coisas boas e com as suas limitações. Ele até vem a Portugal, onde passa Moonspell no Festival Boom! Para além disso Gosshie é um connoisseur, um verdadeiro melómano, e sua variedade de discos não só é excelente como muito representativa. Este manga tem muita cor, em traços finos que dão todo um aspecto acidificado e tripanado a cada uma das histórias. É impossível deixar de querer acompanhar Gosshie nas suas viagens, sobretudo agora que ele tem uma carrinha nova.

 DJ Cat Gosshie World Tour is a friendly looking novel on the surface, but as you journey through its pages, unhinged undertones' arise. The cat smokes weed, meets great new friends, and travels the world to share music. What’s not to like? (...) 

Até as "normies" gostam! Ó!

E o #8 do zine do DJ Cat Gosshie (de onde retirámos as BDs que fizeram este livro) ganhou um concurso de fanzines da Rock'n'Cave / Paredes de Coura 2023












domingo, 19 de novembro de 2023

Não é com festas que se comemora 30 anos de Mesinha de Cabeceira mas com isto:

 


Este é o número do Mesinha de Cabeceira que comemora de vez os 30 anos de actividade deste fanzine - o número zero saiu em Outubro de 1992!

E é um prazer poder publicar Forceps de R. Paião Oliveira em formato físico - originalmente foi publicado em linha no sítio bandasdesenhadas.com - com a sua estética Arcade 8bit embrenhada em tecno-misticismo patchouli.

Uma BD selvagem mesmo que cada pixel seja trabalhado horas sem fim pelo autor, de forma obsessiva e desgastante, ultrapassando a máquina para criar uma parábola que só os mutantes do futuro irão venerar.

RPO é mais um artista que mostra como a cena da BD portuguesa está viva, com ideias e projecção internacional ao ser publicado na última Kuti , publicação de referência com estadia em Helsínquia.

Foi para isto que o Mesinha foi criado.
Foi para isto que o MdC continua a ser publicado.

Obrigado RPO!

zzzt

36p. a cores, formato "comic-book", à venda na loja em linha da Associação Chili Com Carne que publicou mais este número (#2 do vol. XVI) e também na Tigre de Papel, Kingpin, Snob, Matéria Prima, Tasca Mastai, ZDB, Utopia, Senhora Presidenta, Socorro, Alquimia e Tinta nos Nervos.


FEEDBACK:

Estive a ver o mesinha com a BD do Paião Oliveira e parecia que me estava a ser revelado um grande segredo esotérico... Ele não fará parte da Golden Dawn ou algo assim? Achei fascinante
Nunsky (por email) 

 Folheando (...) instintivamente somos remetidos para a dimensão harmoniosa e infalível dos manuais de instruções de montagem da IKEA, apresentados em linguagem Lego, com cores lisas e tons tranquilizadores. Apesar do aparente esquematismo inicial, vislumbra-se uma leve cadência em lenta progressão, uma bem ensaiada coreografia mecânica e precisa a acontecer diante dos nossos olhos. Em suave dinâmica Minecraft, peça por peça, um procedimento após outro, e eis que surge um mundo novo - camada em cima de camada, cada vez mais complexo, totemizado, inexpugnável e arrogantemente vertical. De repente, algo surge ameaçador no horizonte... objectos voadores, que se dirigem imparáveis contra as duas torres siamesas. O rombo na estrutura é notório, mas a destruição não opera os resultados esperados. Os elementos primordiais reagem e de forma orgânica e simbiótica, com sequências a acontecerem em cadeia, por reprodução ou por simetria, movidos por uma febril força criadora que se expande galopante, acumulando cada vez mais elementos. O novo novo mundo aí está refeito, mais complexo e simultaneamente orgânico, uma emulação dos dispositivos tridimensionais pixelizados, esféricos e novamente perfeitos. Eis uma mulher, o ser feminino - o principio e o fim de tudo, uma esperança que se renova. Afinal, parece que nem tudo estará irremediavelmente perdido...
Erradiador in My Nation Underground


(...) un cómic experimental y mudo, que propone, tras una portada de pixel art, la exploración de una estructura fija sobre la que operan unas máquinas, alguna inteligencia ignota, y que se va transformando página a página hasta desbordarse y acabar creando nuevas formas humanoides. El dibujo vectorial y la perspectiva isométrica que domina la mayor parte de las páginas recuerda a videojuegos de 8-bits como Knight Lore (1984) o Solstice (1990), pero sus colores, si bien son planos y limitados, brillan con la pulcritud de las técnicas de impresión más actuales. Se trata de un viaje sensorial, que captura nuestra atención con el ritmo que imponen las viñetas a página completa y el juego que se propone, que invita a fijarnos en los detalles que van cambiando de una imagen a otra. Las simetrías y asimetrías que se van construyendo resultan muy estéticas: es uno de esos fanzines cuya lectura resulta gozosa, porque genera una cierta sensación de orden muy agradable, si bien también sabe subvertirla en unas páginas finales mucho más barrocas, aunque sigan respondiendo a la misma cuadrícula. (...)



zzzzzzzzttttt


Here's the Mesinha de Cabeceira's issue which celebrates, once and for all, the 30 mother-farting years of radioactivity of this fanzine.

And so, it's a pleasure to be able to publish Forceps by R. Paião Oliveira i.e., in physical format (as it was originally published online, at bandasdesenhadas.com) with its kind-of Arcade 8bite-me-hard aesthetic, steeped in a proper techno-mystic etherealness o'patchouli.

A wildly-ugly comix, and proudly so, even if each atome-pixel is worked thru endless hours by the Great Authority, in an obsessive-compulsive and/ or exhausting manner, by means of a slow making of love-sweet-love with the machinery in order to generate/create a parable that only the mutant-bodies-and-souls of the far-future will venerate.

RPO is yet another artist who shows how the portuguese comics scene is alive i.e., Portugal is a beautiful circus, a core-monster of artists, as happily exemplified in the most recent spawning of Kuti magazine, a landmark publication forever nestled in the cold comforts of Helsinki.

This is what Mesinha de Cabeceira (in English means "Bedside table") was created for, and why it continues to be published.

Buy at our online shop and at Fatbottom Books (Barcelona), Floating World (Portland), Quimby's (Chicago) and Le Mont en L'Air (Paris)

sábado, 18 de novembro de 2023

Dor de Costuleta Deluxe / últimas 13 cópias!!!



Todos os anos a MMMNNNRRRG lançava uma k7 de música provocadora, só par desenjoar dos livros! Em 2018 foi a edição de luxo do primeiro disco, Dor de Costuleta, de Black Taiga com uma faixa extra com DJ Privilégio e remixes do tema Porcos de Guerra pela editora / colectivo Rotten / Fresh e o seu incrível "roster" de produtores electrónicos: Buhnnun, DJ Crime, Império Pacífico, Östrol e UNITEDSTATESOF.

limitada a 66 cópias, a ilustração supavaporwave é do André dos Madokas com design-de-caixa-supimpa pela So What Produções

ESTÁ à venda AQUI as últimas 15 cópias!



Dor de Costuleta Deluxe
é uma co-edição MMMNNNRRRG + Rotten \\ Fresh e contem:

Lado A - Dor de Costuleta (2014) produzido por Walt Thisney
Anos do Leão
Vila Glútea (Tanzânia)
Porcos da Guerra
DJ Privilégio vs BT : Porcos de Guerra ODC (faixa extra)

Lado B - Remixes  Rotten \\ Fresh (2018)
Porcos da Guerra - Linha 3 / Buhnnun
Porcos de Guerra (Taiga Riddim) / DJ Crime
Porcos di Guerra IP Remix / Império Pacífico
Porcos do Guerra Polizei rmx / UNITEDSTATESOF
Porcos du Guerra Honeyglass remix / Oströl




Historial: 

lançamento no dia 22/12/18 no Desterro 

... 


Feedback:

Tenho que admitir a preferência pela da Bleid, mas os (...) kizombas goofy remisturados estão bastante interessantes. Quando entra alguém dentro do meu carro ou fica extremamente agradado ou agoniado com o som. O que é fixe (...) fiquei fã e vou ficar de olho nas próximas edições.
Catarina Querido (via email)
...