sábado, 14 de abril de 2018

Paelha


A Lovers & Lollypops anda pela k7 e pelo "jazz"... Depois da recente k7 de Julius Gabriel eis outra, Paisiel, que junta o alemão saxofonista com o baterista português João Pais Filipe (ex-Sektor 304, Macumbas e mil outros projectos) numa invenção sonora que poderia ser descrita como tribal caucasiano para sunset urbano. Além do nome do projecto ser nitidamente tribal - lembram-se quando as papelarias ou pastelarias chamavam-se "Xandré" porque os filhos dos donos chamavam-se "Xana" e "André"? - este disco é mesmo necessário para quem vive numa Europa Fortaleza parva que precisa de inventar um novo folclore para deixarmos de ser fachos. É música que mete a nós, branquelas feiotes, nus à volta da fogueira (elas com "strap-ons") a dançar e beber vinho verde de pressão para que tenhamos descargas sexuais e convulsões dionisíacas. O objectivo é deixar de ser um robot engravatado e/ou tatuado a comprar merda na Amazon (e no processo destruindo a floresta homónima). 
Paisiel poderá ser a solução para este mundo que precisa de expelir a xenofobia, digo com convicção porque Filipe é o mestre ritualista que impõe a cadência e ordem rítmica necessária para que Gabriel ofereça paletas de sons para criar êxtase, sobretudo quando já ninguém fica realmente dopado com álcool e drogas - já ouviram falar em narco-resistência? - nem a música de dança nos tira da realidade. Fuck u blazée babies! Dancem, dancem ao som de Paisiel!!! E ao cheiro de marshmallows queimados!

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