quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

Moga Mobo #89, Strapazin #71

Moga Mobo, Dez'03
Strapazin, Jun'03

Duas revistas de banda desenhada em alemão. A primeira é mesmo da Alemanha, a segunda do cantão alemão da Suiça. A primeira é a montra das novas gerações, a segunda um ponto de referência na história moderna da bd de expressão alemã.
O #89 de Moga Mobo faz parte de um ciclo de 10 números temáticos sempre com 2 bd's, uma mostrado o lado positivo e a segunda o lado negativo do tema escolhido. Neste número temos "Sexo" tratado por Bellstorf irritantemente colado a Chris Ware e o seu "Jimmy Corrigan" e Dice Industries num estilo (sempre) próprio mas diferente do que se já viu cá na CanibalCrica Ilustrada 1/3. É ele safa a coisa, apesar de nada ter percebido no meu alemão quase inexistente [já cá faltava a questão línguistica, claro].
Strapazin tem o aspecto clássico de revista (capa colorida, formato de revista de banca, agrafada, etc) mas é uma grande revista de bd (não fosse a barreira línguistica a interromper o coito outra vez) com contribuições de autores importantes da bd actual como o francês Killoffer com uma bd muda na linha do seu último trabalho ("as 666 aparições de Killoffer" publicado pela L'Association em 2002), o fabuloso GRRR, aliás Ingo Giezendanner (publicado em Portugal no Mutate & Survive), e ainda Anke Feuchtenberger (que mesmo não se percebendo o texto basta olhar o seu delicioso traço), o sueco residente em Berlim Max Andersson, Ben Katchor entre outros.
Se és um jovem com mais de 18 anos, estás a estudar alemão e gostas de banda desenhada adulta (não é o Manara pá!) é aqui que deves gastar o teu dinheiro em revistas alemãs!!!

3 ; 4 respectivamente

www.mogamobo.com



www.strapazin.ch

Apalpalhão Comix #1 + Festa Natalina + Paixão por uma boneca

Aqui.Jas; 2003

Se na Irlanda há bd então porque não no Alentejo? Algures no deserto João Sequeira, um tipo que frequentou o curso de bd do CITEN, começou a publicar os seus zines.
O primeiro é um fanzine normal, ou seja, formato A5 fotocopiado. No interior duas bd's, ambas na onda de desbunda de álcool e processo "cadáver esquisito". A primeira história é chichi & punheta, a segunda é cocó & fase anal. Enfim, nada de muito interessante.
Mas já os segundos artigos - "Festa Natalina" e "Paixão por uma boneca" - já são dois desdobráveis com piada. Em formato A6, fotocopiado em papel vermelho, adaptam duas histórias de "crimes exemplares" brasileiros (de um livro de um tal Voltaire de Souza) ambas em 4 páginas. As histórias são aquele típico "dei-lhe um tiro na tromba porque ela pediu-me um sorvete e eu odeio gelados" mas a ideia de fazer estes mini-zines que se oferece como um flyer é boa. Por um lado cumpre a função de divulgar o trabalho do autor e por outro é um "Presente envenenado", uma oferta ao mundo com a Morte como tema de fundo!

2; 3,5 respectivamente

maillto:aqui.jas@clix.pt

quinta-feira, 25 de dezembro de 2003

Briliant Inc.

ed. de autor; 2003

Desdobrável no formato A2 que se revela numa banda desenhada produzida pelo finlandês Mikko Väyrynen. Impresso a 2 cores consegue produzir uma terceira com a junção das duas. O conteúdo é um gozo à vida moderna no geral, e às empresas de Design em particular, Mikko apanha uma série de tiques engraçados do quotidiano.
É uma edição simples que se revela ser uma prenda agradável - com laço e tudo!

4

mikko@madeinhurry.com

sábado, 20 de dezembro de 2003

A carne #0 ; Durtykat #7

Miguel Tavares, Ana Ribeiro; Out'03

Dois mini-zines no formato A7 ambos misturando literatura, imagem e bd. O primeiro é de autoria de Miguel Tavares e da Ana Ribeiro (namorados? hum...), o segundo começado pela Ana Ribeiro há alguns anos. Desde já destaco a boa apresentação e cuidado gráfico dos projectos. Apesar d'A Carne ser o novato nos mundo dos zines e o Durtykat ser o mais velho será este último que está a perder a personalidade. É uma pena, fica-se com a sensação que o Durty está a amolecer em parte devido às várias participações de outros autores, acho que o Durty devia ser só da Ana Ribeiro e sem a participação de mais ninguém mas sim é verdade que posso estar enganado bla bla bla bla bla... N'A Carne é de referir as tiras (humorísticas) de bd minimalistas e de muito non-sense que tem algum interesse pois são as que se apresentam com mais corpo e coerência no meio de muitos disparos para muitos lados. Para número zero está bom!

a_carne@hotmail.com | anabd40@hotmail.com

sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

L'ostile #1, 3

Coniglio, Abr/Set'03 


Revista italiana de cultura alternativa (?) e com alguma bd. Minimamente luxuosa e bem produzida parece-me (pelo que percebi) que vulgariza o pensamento de esquerda (essa esquerda moderna anti-globalização) pela maneira "hype" e "soft" que se apresenta. De cultura underground não parece divulgar nada. Parece um bocado "teen". É um "zero content" ou será que sou eu que não percebe o italiano!? Há bd's algumas do polémico espanhol Miguel Angel Martin, do simpático Alberto Corradi (publicado em Portugal na antologia internacional de bd e ilustração Mutate & Survive), de um norte-americano Jim Mahfood e não-sei-donde-mas-que-se-lixe David Lopez, estes últimos a darem o mau nome aos comics alternativos pela enésima cópia das fórmulas "Love & Rockets" (a bd que deu nome à banda e não contrário!) e "Tank Girl". Parece-me que não quero ver o segundo número... Mas vi o terceiro e melhorou um bocado: entrevista Meg dos 99 Posse (polémica banda italiana), fala da Cannabis e do perigo norte-americano mas continua com aspecto fútil... 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

Espiral #3/6

Noé Touraldo; Jan/Out'03

Fanzine feito por Noé Touraldo que o divide em duas facetas: uma informativa e outra criativa. No primeiro caso é um desastre completo pois os artigos são puramente factuais, sem qualquer cuidado crítico e sem qualquer sentimento sobre os temas - para quê escrever 12 linhas sobre a Coco Channel quando temos mil páginas sobre ela na Internet? Não vale mais publicar valores críticos do que os informativos no velho mundo da edição em papel?
Quanto à parte criativa ainda temos alguém embrionário mas com potencial se conseguir ultrapassar algumas dificuldades no domínio da linguagem da bd - notam-se evoluções ligeiras ao longo do tempo/números. E sobretudo é necessário que o autor perceba que se o formato de edição é quadrado então as bd's deveriam ser pensadas/feitas com esse propósito. Se o autor/editor continuar com o empenho que tem tido (4 números editados este ano) de certeza que colherá frutos no futuro.
As fotocópias podem ser digitais mas são uma porcaria! Vê se os pixelsinhos todos! Cuidado com as digitalizações!!! E... é assustador o gosto (pessoal) do autor que até dedica o seu tempo aos Cranberries - irght!!!

2,5

sábado, 13 de dezembro de 2003

Bizarro #7

Bruno Campos; Dez'02

Último número de um fanzine de bd editado por Bruno Campos que durante anos fartou-se de editar zines pouco ou nada interessantes. Agora que ele desiste e passa a coisa prá 'net (em www.bizarro.cc) é que me parece que descobriu a fórmula certa de fazer zines pois soube conciliar bem a sua vontade de editar com a pretensão de criar. Neste número são publicadas bd's em que Bruno - sob o pseudónimo de Rohne Vorne - escreve as histórias todas para vários desenhadores. Entre eles encontramos o Janus (d' O macaco Tozé; MMMNNNRRRG, 2000) que é o desenhador com mais força & interesse, os outros são demasiado amadores. Sobre as historias do Bruno/Rohne não me lembro de ver coisas tão reaccionárias e básicas desde a última vez que vi TV em 2001! Os temas de violência doméstica, vida nocturna, jovens, etc... são tratados com um paternalismo absurdo e assustador e com uma total falta de imaginação. Como diz um velho num cartoon bestial do Janus publicado também neste número: "Eu, se fosse novo, metia-me na droga!".
A completar a edição é (re)publicada "Reprogramar a alma" de David Soares, bd que ele realizou para o Tertúlia BD Zine - sabe lá Deus porque é que se tem de apanhar com republicações de trabalhos num meio tão pequeno, é batota do autor porque não faz nada de novo, e do editor que não sabe o que anda a fazer.

3,4

domingo, 7 de dezembro de 2003

Jungle Juice #1; Lixívia #6; O papel do monstro #0 [I], 2; Sub [necro] #9

[zines]
Rute Santiago e Pitchu!; Out'03
Rute Santiago, 2003
estudantes da FBAUL, 2002, Jun'03
Pitchu!; Jul'03

4 zines de caos visual, ou seja, imagens bizarras sacadas da 'net, colagens e montagens, desenhos/ilustrações, proto-bd's e bd's amadoras, etc...
O Jungle Juice é feito a meias entre a Rute Santiago e o Pitchu! A Rute edita o Lixívia e o Pitchu! o "clássico" Sub. Jungle Juice é um misto harmonioso dos dois fanzines sem nada a acrescentar quer a um quer a outro. São 60 e tal páginas A6 de iconoclastia ao mundo Pop tal como é o Lixívia que tem a lata de rouba cartões de Cerelac para fazer deles a sua capa - a ousadia! Ainda sobre o Lixívia, as colagens e meia dúzia de ilustrações não convencem pois o que se nota essencialmente é que falta um estilo ou algo que dê forma ao trabalho, dizer que foi a Rute ou 20 outros gajos (ou gajas) a fazer o zine qualquer uma das opções poderia estar certa...
O papel do monstro reúne trabalhos de estudantes de artes da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, trabalhos na maioria inconsequentes apesar das capas giras que produzem - no primeiro número do Papel tem um desenho brutal e o segundo é usado papel de parede - mas os trabalhos são fracos, inacabados, restos de estudos de aulas de desenho, etc... qualquer merdinha serve só para participar, para encher mais uma página... o que não quer dizer que no meio até se encontre uma coisa gira ou outra mas é um mero acaso... ainda assim o Papel melhorou no último número com trabalhos muito mais sólidos mas a impressão digital estragou a edição... que pena pois o Monstro está com azar. A melhoria do primeiro para o segundo número dá esperanças dali sair monstros mais fortes!
O novo Sub é dedicado à "Morte" e apesar de manter a linha normal do Sub, ou seja imagens caóticas e sexo & morte, capa em material estranho - neste caso pedaços de presunto - consegue no meio destes fanzines todos trabalhos mais sólidos e que estranhamente são literários!!! São os textos de David Soares e de Rafael Dionísio (uma preview do seu próximo livro?) que salvam este número da mediocridade.

2,5; 2; 2,8; 3

jj: dizmeporcarias@hotmail.com
L: rutesantiago@hotmail.com
OPDM: cordesalmao@yahoo.com
S: lambescovas@hotmail.com

quinta-feira, 4 de dezembro de 2003

FANTASIAS DE NATAL

eira de Artes e Edições Alternativas
Entre 4 e 7 de Dezembro
[das 15h às 24h, dia 7 até às 19h]
Casa Conveniente
[Rua dos Remolares nº48, Cais do Sodré]



Organiza-se com a proximidade da época natalícia para realizar uma Feira de Artes e Edições Alternativas dando assim aos criadores e aos editores oportunidade de mostrar e vender o que de melhor fazem nas mais várias áreas artísticas: Fotografia, Música, Bijutaria, Ilustração, Cerâmica, Vídeo, Moda, Banda Desenhada, etc… nos mais variados suportes: fanzines, revistas, CD’s, DVD’s, CD-Rom’s, acessórios, etc…
A ironia sobre o Natal leva a organização até a oferecer um Cabaz de Natal (que será sorteado pelos clientes da feira no último dia) com obras de todos os participantes da feira. Antes disso haverá uma festa de inauguração no dia 4 às 21h30 que desde já o/a convidamos.
Paralelamente decorrerão vários eventos como concertos (Kromleqs no Sábado), performances (”Skin” e ”Venda de Pataniscas” – esta última por Ondina Pires dos The Great Lesbian Show - no Sábado também) e lançamentos de várias publicações: Succedâneo fanzine #30; Tv Assassina fanzine, Minete magazine #2, CanibalCriCa Ilustrada 1/3 (da Associação Chili Com Carne).

Mais informações: Ana Menezes (967388603) ou João Bragança (962965403; succ_zine@sapo.pt)

sábado, 1 de novembro de 2003

actividades da Associação Chili Com Carne até ao fim de 2003

1) festa de apresentação da CanibalCriCa Ilustrada nas Caldas da Rainha no restaurante O Caldinho dia 19 de Novembro às 22h, com presença de João Cabaço, Marcos Farrajota e Nuno Valério.
2) festa de apresentação da CanibalCriCa Ilustrada em S. Romão [Seia, Serra da Estrela] no bar Oráculo dia 21 de Novembro com presença de Marcos Farrajota e o DJ Golden Shower [Infected Beat].
3) feira de fanzines e edições independentes, no dia 19 de Novembro na 1ª Feira Dirty Star Records [Ponto de Encontro, Cacilhas, a partir das 16h até às 24h].
4) feira de fanzines e edições independentes, no dia 2 de Dezembro na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa [entre as 11h30 e 15h30]. em parceria com o fanzine Zundap.
5) presença de alguns títulos do catálogo no IV Mercado Negro - Feira do Livro Alternativo organizada pelas Edições Mortas na Escola Artística e Profissional Árvore [Porto, entre 2 e 6 de Dezembro].
6) presença de alguns títulos do catálogo na feira de arte alternativa Fantasias de Natal organizada pela Cerâmica Chacota, o colectivo Psicoplásticos e fanzine Succedâneo [entre 4 e 7 de Dezembro na Casa Conveniente na Rua dos Remolares, Lisboa; das 15h às 24h excepto Domingo até às 19h]... Com lançamentos de novos zines: Succedâneo #30, Tv Assassina, Minete magazine #2, CanibalCriCa Ilustrada 1/3... concerto dos Kromleqs (Sábado) e venda de pataniscas!!!
7) festa de apresentação da CanibalCriCa Ilustrada no dia 14 de Dezembro, no Lótus Bar [Cascais], a partir das 22h, com Feira de Fanzines e Edições Independentes e Stealing Orchestra [DJ set] e projecções de Tó Carvalho e Nuno Correia.

sábado, 30 de agosto de 2003

Stripburger #18: HandyBurger

Stripcore; 1998

Número especial da excelente revista eslovena de banda desenhada, dedicada ao tema dos deficientes em colaboração com uma associação de estudo de deficientes. Participações internacionais, bd's escritas em inglês, edição modesta (ao contrário das produções enormes que a Stripcore nos tem habituado nos ultimos anos como o recente WarBurger) vale pela sinceridade como o tema é tratado.

3,8

Milk & Wodka #IIII

M+W Company; Abr'03

Fanzine da Suiça feito por uma equipa de 3 "loucos simpáticos" que tem editado anualmente este volumoso título (geralmente de cento e tal páginas) com bd underground vinda da Suiça (claro), Alemanha (sendo o zine publicado no cantão alemão a Alemanha é a irmã mais próxima), de vários outros países (muitos da Europa de Leste) e de... Portugal.
Já tinha acontecido nos últimos 2 anos mas desta vez foram muitos a participarem: Richard Câmara (do BZZzzZT! e Capuchinho Vermelho), Paulo Pinto (que tem participado no Succedâneo), António José Lopes (com a mesma bd publicada no MadBurger!!!), Teresa Câmara Pestana (do Gambuzine), Nuno Fisteus (que participou Lx Comics #6), Joana Figueiredo (do Na verdade tenho 60 anos), Marcos Farrajota (Mesinha de Cabeceira), Helena Dias e Aranha... uff! Só é pena é a batota que a maioria dos autores fizeram ao (re)publicarem os seus trabalhos no M&W - especialmente da parte de António Jorge Lopes que deixa republicar a sua participação da antologia internacional MadBurger (editado pelo colectivo esloveno Stripcore) quando ainda a dita antologia ainda nem tinha feito meio ano de existência, e de Richard Câmara que envia um esboço de uma página do seu livro "BZZzzZT!"... A gula é muita!? O M&W merecia melhor dada à sua boa onda/produção/qualidade.

4

quarta-feira, 27 de agosto de 2003

Últimas palavras

Javier Ortega com ilustrações de Jorge Mateus
Má Criação, 2002

«...e o que é que eu digo? não me apetece dizer nada. não há muito para dizer deste livro. bem, já que tem que se dizer qualquer coisa vamos lá. o livro é muito bonito. tem uma bela encadernação, tem um design bonito, tem um formato inabitual, tem uns desenhos porreiros a ilustrar. é um livro que fica bem em qualquer estante. e é sempre bom oferecer um livro bonito a alguém pelo natal ou pelos anos. a capa é muito atraente, tenho a certeza que se o visse por aí lhe pegava. pronto. já disse.
e o conteúdo? qual conteúdo?
então não tem texto por dentro?
se tem texto!? não sei, nem reparei nisso.» - Rafael Dionísio

[é livro de trechos perdidos de um falso escritor sul-americano "ainda não traduzido" em Portugal - nota do editor bruto]

3?

domingo, 24 de agosto de 2003

Terminal #11/14

Terminal Studios, 2003

Quatro números do fanzine de bd e ilustração Terminal logo de uma vez! Todos ligados ao tema do "Caos" com participações algarvias (com o conhecido José Carlos Fernandes), nacionais e internacionais. Excelentes fotocópias e boa apresentação - design contemporâneo q.b. Enfim, só boas razões para ter um bom fanzine no entanto nada se passa naquelas páginas: é o humorzinho adolescente e afins de 1 ou 2 páginas e pouco mais. É notória a falta de fôlego dos autores que participam, qualquer coisinha que esteja na gaveta é metida lá. É literalmente dizer que Deus dá nozes a quem não tem dentes... E o pior é que o Terminal já existe há anos e não tem tido melhorias nítidas... paciência!

2

Porca Frita #4; Saboniz #7

Tiago, Jul'03
Loöp Suppä; Mai'03

Dois fanzines de imagens, algumas assemblagens e ilustrações selvagens. Maior parte dos participantes são estudantes das Caldas da Rainha mas também encontramos alguns "outsiders" como a Joana Figueiredo (Na verdade tenho 60 anos) e Pitchu! (Sub) no Saboniz, Nuno Pereira no Porca Frita e Nuno Valério em ambos - sendo ele o editor do Saboniz.
No caso do primeiro zine acho que podia ser mais caótico ou outra coisa qualquer, por isso cabe ao editor decidir em dar um rumo, urgentemente. O segundo é mais bem estruturado sendo o trabalho de Nuno Valério o fio condutor do zine. O trabalho dele é extremamente interessante pela maneira como usa imagens públicas e subverte-as para um estilo próprio atravês do uso do computador. Ele consegue imagens orgânicas em contrapartida à forma como maior parte dos ilustradores e designers geram imagens nos computadores de forma tão homogénea e fria. Um talento em design e ilustração a acompanhar!!!

2,9; 4,2

PF: tiaagh@hotmail.com
S: biggerval@hotmail.com

O/velha negra #00000000001

D. Atouguia e V. Sousa, Fev'03

Fanzine de banda desenhada da Ilha da Madeira que nas suas 20 páginas publica bd's de autores lá do "Reino do Jardim". Maior parte delas são bd's escatológicas (o tema deste primeiro número também era Sexo & Violência!) feitas por um amadorismo explícito. Assim, no geral as bd's são fracas com a excepção da bd de Valdemar Sousa tecnicamente melhor que os outros autores e com imaginário suicida digno do Ivan Brunetti. Espero que o projecto melhore nos próximos tempos!

2,5

o-velha_negra@mail.pt

segunda-feira, 18 de agosto de 2003

Chicken's Bloody Rice #0 ; Na verdade tenho 60 anos #3

An Others thinking productions, Jun'03, Dez'02

Dois fanzines editados por Joana Figueiredo. O primeiro é um mini-zine de ilustração - e como regra geral - é um zine giro porque o formato é pequeno... ou então se preferirem "I'm a sucker for mini-zines!". Há qualquer coisa de fetichista nos zines de pequeno formato e este não foge à regra, até porque os desenhos são giros. Alguns são dos amigos da Joana: LoOp Suppa (Saboniz), Rafael Gouveia (Carneiro Mal Morto) e Pitchu! (Sub). Ainda a complementar a edição há (havia?) uma assemblagem de restos (falsos) de arroz de cabidela mas quando a pata de galinha começou a apodrecer com água (a fingir sangue) ao que parece até os cromos da bd vomitam com o cheiro (história verdadeira!).
O segundo zine é onde se encontra melhor o trabalho da Joana. Constituído por duas bd's "surrealistas" a primeira é sem dúvida a mais interessante por ser desenhada a pincel o que lhe dá um ar de força e espontaneidade. Sente-se a falta de experiência da Joana na organização editorial, ficando as ilustrações de Pepedelrey e do francês Larabie (Mutate & Survive) um bocado à toa - talvez por isso que mais tarde a Joana fez o Chicken...
Tenho saudades do "Na verdade..."... para quando o próximo número?

3,5 ; 3,8

sábado, 9 de agosto de 2003

Índios do Norte

Bildmeister: "Explay" (CD'02, Switch On)
Norton: "Make me sound e.p." (CD'03, Bor Land + Skud & Smarty)

Estas são duas edições de duas bandas que criaram as suas próprias etiquetas para editarem os seus EP's de estreia - os Norton co-editam com a "importante" Bor Land.
Como é possivel depois de mais de 7 anos após a exploração do Indie-Pop ainda haver bandas como estas? Souberam que houve um movimento Post-Rock que os "indies-popers" foram explorar esse género a seguir? Ouviram, por exemplo, os últimos 4 álbuns de Radiohead? Já sabem que não existe Dinosaur Jr.? Sabem que há um revival do Rock - um Rock energético e cheio de pica? Não, não devem saber! Estas bandas só sabem ser chatas e aborrecidas! Sem conteúdo e originalidade! Disfarçam-se em belas embalagens de CD's como maior parte das bandas portuguesas fazem actualmente.

[um aparte ou um desabafo se preferirem] o que interessa é ter bom aspecto: a embagem do CD, a produção em estúdio, as fotos promocionais, o video-clip e o press-release, qualquer coisa para escapar às coisas principais: a originalidade (que todos dizem sempre o mesmo: já foi tudo inventado!), o sentimento, a loucura, a intimidade... Desde que os Blind Zero apareceram que a música portuguesa tornou-se num buraco negro de criatividade. As bandas aperceberam-se que podiam ter sucesso como eles tiveram (?) bastando para tal tocar bem um género de preferência que esteja a dar no momento para a máquina capitalista ter os seus "local heroes", e ter uma postura profissional. E isto vale para as bandas que estão em grandes editoras como para aqueles que estão em editoras pequenas ou que auto-editam e seja para bandas de qualquer género ou sub-género for (metal, punk, hardcore, indie-pop, rock, pop, goth, ...) Sejam "starletes" como os David Fonsecas, fusionistas como os Blasted Mechanism ou os bimbos das boy's-bands e afins... [fim]

Ainda assim digo, paradoxalmente, quem dera que o design das edições portuguesas tivessem o bom aspecto como estas duas edições mas isso não basta para aquilo que interessa: a música e a expressão artística.
O que motiva a esta gente a editar música que nada trás de novo?
15 Minutos de fama? Papar umas miúdas mostrando que fazem música sensivel para gente sensivel (snif-snif)? Para dizerem que são alternativos só porque em Portugal as grandes editoras não querem saber de bandas de guitarradas Indie-Pop? A auto-edição ou a edição independente não é uma espécie de estágio para o sucesso deve sim representar marginalidade ou o alternativo. E enquanto não conseguirem aproveitar o facto de serem pequenos e que ninguém quer saber deles para criar livremente não será nunca que o conseguirão fazer.

Qualidade numérica: 2/5 (cada) Objectivo pós-audição: levar prá Festa de Troca de Discos, trocar os dois CD's por um de uma banda indie inglesa dos anos 90

PS: E já agora, eis a foto dos Bildmeister (o que é isto!? Que ricos "criadores de imagens"!!):

- Assim é que não vão comer gajas, pá!

sexta-feira, 8 de agosto de 2003

Treasure Trove #1/3

ed. de autor, 199?/99

Fanzine de bd de uma norte-americana. O trabalho da autora - Eva - é meio proletário e meio urbano-depressivo, visualmente naif e à descoberta do seu estilo, Eva não escapa a um certo género da bd moderna que é o universo feminino autobiográfico... É interessante analisar a evolução do seu trabalho e da sua personalidade ao longo do tempo uma vez que entre cada número quase tem 2 anos de separação.
Especialmente delicioso sãos as bd's feitas a mielas entre Eva e a sua mãe, uma senhora de 60 e tal anos com muito mais humor que a filha...

3

terça-feira, 5 de agosto de 2003

Cloveska Narava

auto-edição, 200_

É um mini'zine esloveno do autor de bd Primoz Krasna (faltam alguns "chapelinhos invertidos" no "z" e no "s" mas como não tenho alfabeto cirilico...) no formato de um A4 dividido em três ficando com as dimensões de um envelope normalizado. É daqueles fanzines que dão mesmo prazer de receber por correio.
Mas este Cloveska Narava (que também tem os chapelinhos no "c" e no "s") não tem só piada pelo formato da edição, o conteúdo é francamente interessante apesar de não se perceber nada - quer dizer eu não percebo nada porque não sei esloveno. São explorados colagens de gravuras antigas de animais e ainda o uso de tinta correctora sobre fundo preto resultando num efeito gráfico bruto e muito expressivo.
Do autor podem encontrar também uma bd na recente antologia internacional Warburger.

3.9

domingo, 1 de junho de 2003

actividades da Associação Chili Com Carne para Junho

1) presença de alguns títulos do catálogo da CCC (em parceria com as revistas Flirt, V-Ludo e a editora MMMNNNRRRG) no stand dos Pequenos Editores na Feira do Livro de Lisboa [parque eduardo vii, até 15 de junho]

2) sessão de autógrafos de Rafael Dionísio [sexta-feira 13, entre as 22 e as 23h] no stand dos Pequenos Editores. Excelente altura, para depois do jantar, trocar fluídos salivares com o autor de "textos mais ou menos poéticos" e "A sagrada família".

3) Feira de Fanzines e Edições independentes, nos dias 21 e 22, no Salão Lisboa 2003 [pavilhão de portugal, parque das nações], sempre à tarde depois das 15h. Em parceria com o fanzine Succedâneo.

quinta-feira, 1 de maio de 2003

El panorama del cómic portugués: Portugal paradójico

A pesar de que la historia de la "banda desenhada" portuguesa se remonta al genio insoslayable de Raphael Bordallo Pinheiro (1846-1905), lo cierto es que, pasadas épocas doradas, se llega a los años 80 y 90 del siglo XX sin mercado ni industria en el cómic. Sólo desde el año pasado se ha empezado a hablar de mercado con la inesperada explosión editorial ocurrida.

¿Y saben qué más?
Si bien no contamos con industria ni con mercado, sí que tenemos un panorama del cómic, aunque pequeño, bastante rico en obras y autores. Diría que, gracias a la insuficiencia de estructuras, cada autor acaba por encontrar sus caminos individuales y únicos. Hay en la historieta portuguesa una primacía del trabajo de autor más que del trabajo industrial como el francés o el norteamericano.

Nada tienen en común Nuno Saraiva, Ana Cortesão, David Soares, Pedro Nora, João Fazenda, José Carlos Fernandes, André Carrilho, Pedro Brito, Isabel Carvalho, Horácio, Janus, Luis Lázaro, António Jorge Gonçalves, Miguel Rocha, João Chambel, Filipe Abranches, etc...

Fijándonos solamente en los tres primeros, nos daremos cuenta de la esquizofrenia de la producción portuguesa: ambos se formaron en la "escuela" de los fanzines, pero fueron por caminos completamente opuestos. Nuno Saraiva, influenciado por una "línea clara" europea, comenzó en la prensa y allí se quedó, creando una vasta obra de humor, de calidad impresionante. Su bibliografía es una (re)publicación en álbum de los cómics que salieron en los periódicos. Ana Cortesão producía para fanzines y prozines (¡los editores la fastidiaban mucho, por lo que parece!); fue autora de las historietas más críticas con la sociedad portuguesa, apoyada por un grafismo deudor del underground norteamericano. Esos (pocos) cómics fueron recopilados en el álbum A minha vida é um esgoto (BaleiAzul, Bedeteca de Lisboa; 1999), y a partir de ahí no hizo nada más, debido al trabajo y a la familia, exceptuando algún que otro proyecto institucional. David Soares creó su propia editorial, Círculo de Abuso; controla su propio destino con un ritmo de trabajo intenso, en el género de terror, publicando un libro por año. La producción de cómics para David está pensada directamente para la publicación en libro. Son sólo tres ejemplos reveladores de la riqueza de propuestas que hay en Portugal, y puedo garantizar que los otros autores enunciados más arriba también son, todos ellos, casos con talento y con rumbos completamente diferentes.

La "nova BD portuguesa": ¿cómo ocurrió?
Durante años, hubo una tiranía en Portugal - una más, después de la Inquisición y del "Estado Novo" -, la de dos monstruos editoriales que dominaban el mercado: Asa y Meribérica/Liber. La primera editaba a autores portugueses (venidos de los años 40/50/60), pero cuyos trabajos trataban asuntos históricos y/o pedagógicos, dando resultados de lo más retrógrado posible formalmente, y muchas veces reaccionario en los contenidos. El segundo sólo editaba material europeo del tipo de Astérix, Lucky Luke, y también Hugo Pratt, Moebius, Bilal y muchos otros. Y, claro, había fanzines con cierta furia y sobre todo con la voluntad (inevitable) de abordar la historieta de otra forma; sólo que carecían de voz y no sabían cómo conquistarla. Hubo dos importantes "terapeutas del habla": el Salão Internacional de BD do Porto y la Bedeteca de Lisboa.

El primero fue importante para mostrar a esos talentos de los años 90 otras formas de hacer cómic y sobre todo otra lógica de producción, la independiente. El Salão de Oporto, a partir de su edición de 1993, apostó por una programación diferente de la lógica de mercado, mostrando por primera vez en Portugal el trabajo de editoriales alternativas norteamericanas como Fantagraphics Books o Drawn & Quarterly y trayendo autores como Roberta Gregory, Joe Sacco, Colin Upton, Julie Doucet, Chester Brown, Joe Matt, Adrian Tomine, Seth... Ciertamente, autores como Rui Ricardo, Pedro Brito e Isabel Carvalho, entre otros, quedaron fascinados con todo lo que pasaba en el Salão y aprendieron de qué forma(s) podían abordar los temas deseados y, más importante aun, descubrieron que se podían publicar en otros formatos diferentes a los estandarizados álbumes lujosos de 44 páginas en color (creados por el mercado franco-belga), que eran casi la única edición de cómics que los portugueses conocían.

La Bedeteca fue creada por el ayuntamiento de Lisboa en 1996, y ha venido siendo más que una simple biblioteca especializada en cómic e ilustración. João Paulo Cotrim, el director de este verdadero centro cultural del cómic entre 1996 y 2002, supo rejuvenecer con inteligencia y sensibilidad la historieta portuguesa. ¡Lo revolucionó todo! Mostró exposiciones con buen trabajo de producción y comisariado, apoyó la edición de autores portugueses, publicó trabajos de investigación, creó un festival de cómic e ilustración de nuevas tendencias (el Salão Lisboa), publicó a nuevos autores (en la colección Lx Comics), recordó a la memoria nacional importantes obras perdidas en los periódicos (reeditando esas obras en la colección Bedeteca, como el caso de Ana Cortesão, antes referido) y promovió el cómic fuera y dentro del país. Lo cierto es que la Bedeteca no sólo dio difusión en los medios a la historieta (tal y como hace anualmente el Festival de BD da Amadora) sino que sobre todo la trató con dignidad y profesionalidad, como nunca antes se había visto. Supo crear un clima de optimismo.

Este optimismo y una generación emergente de autores que creían en la edición independiente se cruzaron y, después de años de penuria y desinterés, volvió a haber edición nacional de autores portugueses (lejos del fantasma de la temática histórica) en pequeñas editoriales como BaleiAzul, Associação Chili Com Carne, Polvo, Círculo de Abuso, MMMNNNRRRG, Witloof, Nova Comix e Íman.

Algunos éxitos!
En un país con serios problemas de analfabetismo y lectura (por ejemplo: más del 60% de los portugueses afirma leer sólo un libro por año) y un frágil mercado del libro (por ejemplo: el 70% de las ventas se produce en Lisboa y Oporto), está claro que no basta una "moda" para crear una seria profesionalización de los autores y de los otros agentes económicos relacionados. El paso de un desierto a un oasis no significa la creación de una nación amante de los cómics. Mucho trabajo está aún siendo desarrollado por todos, y poco a poco se ha llegado a algunos (pequeños) éxitos.

Es el caso de Mr. Burroughs (Círculo de Abuso; 2000), de David Soares y Pedro Nora, o de la serie A pior banda do mundo (Devir; 2002), de José Carlos Fernandes. Mr. Burroughs fue una pequeña bomba que cayó en 2000. Sin que nadie lo esperase, es publicado el segundo libro por Círculo de Abuso - una micro-empresa del autor David Soares -, que se revela como una obra madura. Bien escrita y brillantemente ilustrada, probó que sería imposible ignorar el trabajo que las pequeñas editoriales estaban haciendo y lo que autores nacionales podían producir cualitativamente, sin ningún tipo de vergüenza con respecto a los extranjeros. No fue la única obra en este ciclo, pero fue la que más despertó la atención, incluso de la editorial belga Fréon (ahora Frémok), que prometió editar la obra en el mercado francés en breve.

Y tal vez sea eso lo que la BD portuguesa precisa hacer: capitalizar sus obras en la exportación, pues una edición nacional nunca podrá pagar el trabajo de los autores.

Si la internacionalización de Mr. Burroughs fue accidental (y sigue siéndolo, ya que ha venido siendo retrasada desde hace más de un año), la de A pior banda do mundo fue ya pensada (y arriesgada) por la editorial Devir. Devir es una empresa creada en Brasil, dedicada a los juegos de rol, que se expandió hacia Portugal y España. Comenzaron a editar cómic, cada filial con su propia planificación: en Brasil, con los "clásicos-modernos" Chiclete Com Banana; en Portugal, con el material de la Marvel. Hasta que, en 2002, la Devir portuguesa, en conjunto con las otras filiales, decidió agrandar su oferta en el (los) mercado(s) con otros materiales, como álbumes europeos y revistas de cómic (Comix, Metal Hurlant), y con autores portugueses. Por lo que parece, la primera apuesta de editar a José Carlos Fernandes, un autor con una capacidad de trabajo colosal, fue ganada, por lo menos en España, con la primera edición agotada y las buenas críticas en varias publicaciones, especializadas o no - La Guía Del Comic consideró La peor banda del mundo como la tercera mejor obra extranjera publicada en 2002.

Debido a la profesionalidad ejemplar de la editorial, y obviamente a su economía de escala, más ediciones de autores portugueses vendrán en los próximos tiempos, con un álbum de Diniz Conefrey ya previsto para la próxima edición del Saló de Barcelona, y los restantes libros de La peor banda del mundo.

2002, el "Big Bang"
Hay una euforia en el aire. Extraña y compleja. 2002, año de todas las crisis económicas, año en que João Paulo Cotrim salió de la Bedeteca de Lisboa, año en que no hubo Salão Lisboa, año en que acabaron con las Becas de Creación Literaria otorgadas por el Ministério da Cultura - A pior banda... fue un resultado de esas becas-, en que se esperaba lo peor, fue sin embargo un año de boom editorial, con nuevas editoriales de cómic (Booktree, Mais BD) o editoriales que retomaron el cómic, como Asa.

Claro que el 90% de las ediciones fueron de material extranjero, norteamericano (por Devir) y europeo (por Vitamina BD, Asa, Meribérica/Liber, Witloof, Booktree, Mais BD, etc.), en buena parte trash, pero también con buenas obras: Peter Pan, de Loisel; Dr. Jeckyll & Mr. Hyde, de Kramsky y Mattotti; Isaac, el pirata, de Blain; Mister O, de Lewis Trondheim...

Queda saber cómo se van a mover los autores en este nuevo espacio, de por sí poco sólido: a fin de cuentas, después de una expansión se espera una recesión, y la económica ya está ahí desde hace muchos años. Además de que no sabemos qué significa todo esto en relación con la creatividad. Veremos.

Y para acabar...
Dejo cuatro nombres de nuevos autores, casi inexistentes para el ojo público incluso en Portugal pero que podrán ser los nuevos talentos emergentes en una escena esquizoide como la nuestra.

Paulo Amorim, publicado en un número de la colección Lx Comics, tiene un dibujo y una poesía que recuerdan ligeramente al francés Baudoin. Hace cómic de forma ocasional, cuando no tiene clases y exámenes en el curso superior de Matemáticas. Sé que continúa produciendo cómics sin pensar en la edición. Su trabajo, demasiado libre de pensamientos editoriales, lo convierte en un caso de difícil publicación. Será una pena si nadie apuesta por él.

Richard Câmara es un autor obnubilado por el poder del OuBaPo (Ouvroir de Bande Dessinée Potentielle, la revista de la francesa L'Association cuyo objetivo es explorar las potencialidades del lenguaje del cómic). Ya participó en la antología internacional Mutate & Survive (Associação Chili Com Carne; 2001) y en la revista Quadrado nº 4 (ASIBDP, Bedeteca de Lisboa; 2002), y tendrá cerca de tres (!) libros lanzados este año. Será una de las apuestas del Salão Lisboa 2003, que se realizará en mayo.

Francisco Lobo es un finalista del curso de cómic de la Ar.Co., una escuela no oficial que es la única con un curso de cómic e ilustración. Además de estar trabajando en un proyecto de fin de curso, prepara también un número de Lx Comics -quién sabe, ¿para conmemorar los 5 años de la colección?-, que será una agradable sorpresa por rigor técnico y sensibilidad narrativa.

Francisco Vidal, con un estilo de dibujo próximo al de los graffiti, edita su fanzine, Bacteria, y ha participado en otros. Su formación en escultura quizá lo lleve a participar en proyectos diferentes de lo habitual: Gritante (fanzine multimedia, en que el cómic de Francisco estaba acompañado por un CD audio que permitía oír los diálogos, textos y efectos sonoros de la historieta) o el XS (cómic en una vajilla de cerámica).

Sitios Web

Informativos:
www.bedeteca.com, de la Bedeteca de Lisboa; tiene varios servicios: la "Tebeoteca Ideal", resumen de recortes de prensa, noticias, dossier de evaluación anual, etc., siempre actualizado.
www.centralcomics.com, sitio informativo a cargo de un grupo de aficionados. Esencialmente informativo, siempre actualizado.

Autores:
www.virose.pt/alingua, del colectivo A Língua (Isabel Carvalho y Pedro Nora).
www.artvortex.org, del colectivo Art Vortex (Esgar Acelerado y Rui Ricardo).
www.andrecarrilho.com, del autor André Carrilho, más (re)conocido como ilustrador y caricaturista.

Editoriales:
www.chilicomcarne.com, de la Associação Chili Com Carne.
www.devir.pt, de la editorial Devir.
www.gentebruta.pt.vu, de la editorial MMMNNNRRRG, que además tiene el archivo de My Precious Things, una newsletter electrónica sobre ediciones independientes (fanzines, libros, CDs) escrita por este vuestro humilde escriba -con disculpas por la publicidad-.
www.mundofantasma.com/maisbd, de la editorial Mais BD.

Tiendas:
www.drkartoon.com, de la tienda Dr. Kartoon (Coimbra).
www.mundofantasma.com, de la tienda Mundo Fantasma (Oporto), que incluye secciones de noticias.

Traducción del portugués: Henrique Torreiro.

Copyright: © 2003 La Guia del Comic; Marcos Farrajota
Texto publicado no La Guia del Comic