terça-feira, 29 de abril de 2025

ccc@oxímoro


Estaremos com catálogo inteiro, tipo ALLgarve!

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Nódoa Negra na Greta!


Projecto vencedor da edição de 2018 do concurso interno, Toma lá 500 paus e faz uma BD (2018), a antologia Nódoa Negra reúne as participações de doze autoras: Bárbara Lopes, Cecília Silveira, Dileydi FlorezHetamoé, Inês Caria, Inês Cóias, Marta Monteiro, Mosi, Patrícia Guimarães, Sara Figueiredo Costa, Sílvia Rodrigues e Susa Monteiro.

No nosso imaginário a Dor pertence ao campo físico, neste pensamento associamos sempre o nosso corpo a um estado de dor físico e facilmente nós esquecemos que existem vários níveis de dor, entre eles, a dor emocional/ psicológica, que por sua vez, ocupa o mesmo peso que a dor sentida fisicamente. Assim, partindo da vontade de trabalhar a plasticidade da temática da dor e de querer perceber os vários entendimentos ao seu respeito, foram convidadas onze artistas e uma escritora, que partilham a paixão pelo desenho, a banda desenhada e a ilustração, para que através do seu olhar e desenho/ escrita, reflectissem sobre a dor. Ao longo da antologia, será perceptível que cada artista tento tido como ponto de partida a temática geral da dor, escolheu desenvolver graficamente uma dor específica: do parto, do confronto com o outro, dor menstrual, de amar, da solidão, de esconder a dor, da ausência, do luto, do crescimento, de alma...

NN

Curiosamente e historicamente esta poderá ser a primeira antologia de autoras coordenado exclusivamente por autoras. Isto é, apesar de alguns números especiais de revistas, fanzines ou livros de "BDs no feminino" que apareceram nos anos 90 (G.A.S.P. ou Azul BD3) e no novo milénio (Quadrado #3 / 3ª série, Allgirl'zine e QCDA #2000) estas publicações não foram organizadas pelas próprias autoras como acontece no presente projecto vencedor.

NN

19º volume da Colecção CCC. 138p. p/b, 16x23cm, capa a cores, edição brochada. Coordenação, design e capa por Dileydi Florez. Contra-capa: Marta Monteiro. Projecto apoiado pelo IPDJ
In Portuguese with English translation. 

NN

Historial: 
lançamento no dia 18 de Outubro 2018 na ZDB com exposição de originais e apresentação por Catarina Cardoso (Portuguese Small Press Yearbook

Apresentação na BD Amadora 2018 dia 10 de Novembro, com presença de algumas das autoras seguido de sessão de autógrafos
 
 
artigo de Pedro Moura na Mundo Crítico com BD sobre o livro por Dileydi Florez 

exposição no Festival de BD de Beja de 29 Maio a 16 Junho 2019 



NN

O livro está disponível na loja em linha da Chili Com Carne e na Tigre de Papel, Linha de Sombra, BdMania, Greta, Matéria Prima, Utopia, ZDB, Mundo Fantasma, Kingpin BooksStetSnob, Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão), A Vida Portuguesa, Tinta nos Nervos, InsurgentesTortuga e Fábrica Features.
BUY @ Le Mont-en-L'air (Paris), Neurotitan (Berlin), Quimby's (Chicago), Ugra Press (Brazil) and Libraria Paz (Galiza)

NN

Feedback:

um livro-barómetro no feminino sobre a dor
Amanda Ribeiro in P3 / Público

O título é duro (...)
João Morales in Time Out (Lisboa)

ontem li o Nódoa Negra. é tão bonito que até dói, meu. a história da Patrícia Guimarães é incrível. parabéns! 
Francisco C. (por e-mail)

São testemunhos no feminino, são força, são ruído, são rasgos de agitação num panorama - ainda - pouco dado a movimentos bruscos. A primeira antologia totalmente construída por autoras em Portugal é muito mais do que uma afirmação, é a casa de uma intimidade que fende tabus e nos mostra que a existência inevitavelmente dói.
Tiago Neto in Vogue Portugal

Um livro sobre dores que desenham e escrevem num mais difíceis exercícios...
Inês Fonseca Santos in Todas as Palavras (RTP)

Tive conhecimento desta edição enquanto folheava um dos últimos números da Vogue. Como a recepção do livro na imprensa também passava pelo P3, Time Out e por um programa de TV apresentado por uma das tipas do Câmara Clara, tudo indicava que se tratava de mais um livro do ano. São só autoras a fazer este livro e ao que parece esta ideia surgiu da Dileydi Florez, que há uns anos tinha desenhado o Askar, o General, em tempos em que a associação Chili Com Carne estava imbuída por um espírito de masculinidade militar. Mas isso foi lá atrás, agora a associação pugna diariamente pelos direitos dos mais fragilizados pela ideologia dominante no tardo-capitalismo: entre essas figuras encontra-se a mulher. A premissa para o livro é interessante e tem um importante significado político: não há espaço na edição de banda desenhada para mulheres, por isso é preciso arregaçar as mangas e pôr mãos à obra. Quando estamos à espera que a bd da organizadora deste volume seja, então, um grande manifesto feminista, eis que termina com dois enormes paradoxos: primeiro, ao escrever que se alguém tiver uma vida mais consciente está a dar um passo para sofrer menos, Florez parece estar a preparar uma sólida carreira como autora de manuais de auto-ajuda; segundo, a bd termina com o salvamento da mulher frágil pelo seu príncipe encantado, desvirtuando a ideia da autonomia feminina. No entanto levanta um problema importante que será transversal a todo o livro: o corpo e a sua vulnerabilidade. (...) Mas o sofrimento também se revela de outras formas e é aqui que o livro se transcende (...) é também o sufoco provocado pelo assédio doméstico que acompanha o crescimento da futura «dona-de-casa» - eufemismo para «escrava da família patriarcal», se puxar do meu jargão a transbordar de ideologia. É este o tema dos «Bons costumes», de Sílvia Rodrigues. A Nódoa negra beneficia ainda de uma multiplicidade de linguagens gráficas, destacando-se a manga da Hetamoé e a arte bruta da Inez Caria (...) há ainda a contribuição da Susa Monteiro, que me parece estar cheia de referências eruditas à arte contemporânea, ou então mostra apenas a tristeza profunda de um tenista que não consegue jogar ténis contra um cavalo. A fechar o livro, a Patrícia Guimarães colabora com a melhor bd do volume, não só porque ataca o importantíssimo tema da apatia provocada pela rotina quotidiana, como estiliza a narrativa num daqueles puzzles de deslizar peças, como que a dizer que a efemeridade da arrumação é mera ilusão e que o próprio caos é só mais um episódio da organização da vidinha. Mas a vida é só pathos? Não: a Cecília Silveira diz que também há espaço para minetes e para fisting com luvas de boxe, como que a lembrar que o sexo falocêntrico é também uma forma de violência e de exercício de poder sobre o corpo feminino.
Russo in A Batalha

(...) o muito interessante Nódoa Negra.
Jornal de Letras

NN




Bibliografia das autoras na Chili Com Carne: 
MASSIVE (2009) c/ Marta Monteiro
Destruição ou BDs sobre como foi horrível viver entre 2001 e 2010 (2010) c/ Sílvia Rodrigues
Boring Europa (2011) c/ Sílvia Rodrigues
Futuro Primitivo (2011) c/ Inês Cóias, Sílvia Rodrigues e Susa Monteiro
Mesinha de Cabeceira #23 : Inverno (2012) c/ Sílvia Rodrigues
QCDA #2000 (2014) c/ Hetamoé e Sílvia Rodrigues
- Askar, o General (2015) de Dileydi Florez
Malmö Kebab Party (2015) c/ Hetamoé
QCDI #3000 (2015) c/ Hetamoé
Maga : Colecção de ensaios sobre Banda Desenhada e afins (2015) c/ Hetamoé
Lisboa é very very Typical (2015) c/ Dileydi Florez
- Anarco-Queer? Queercore! (2016) de Rui Eduardo Paes, c/ Hetamoé
- Pentângulo #1 (2018) c/ Cecília Silveira e Dileydi Florez

domingo, 13 de abril de 2025

Fearless Colors - reedição pela Chili Com Carne /// aprovado por Nunsky!

yo yo yo

Adivinhem o que foi reimpresso?




A BD demorou 40 anos a chegar ao automatismo (obrigado Robert Crumb e Moebius por terem tomado drogas!), ”andou às aranhas” com a autobiografia ou à auto-representação do autor, jornalismo, ensaio e crónica e uma eternidade no que diz ao respeito institucional. Não podemos ficar de fora, não podemos deixar que os DJs roubem todo o bolo! Preparem lá essa tesoura e cola! Melhor ainda… saquem lá o Photoshop! 

É um pássaro?
É um avião? 
Não! 
É o Samplerman!!!

Ladrão que rouba ladrão, mil anos de perdão!




FEARLESS COLORS compila algumas das melhores páginas de BD que Samplerman produziu entre 2012 e 2015. Pode-se dizer que elas fazem homenagem aos "comic-books" norte-americanos dos anos 40 e 50, sendo misturados tal como uma viagem de um DJ a realizar o que Marcos Farrajota intitulou de "Comix Remix" - artigo escrito originalmente para o jornal finlandês Kuti e entretanto acessível em várias línguas, como o português no blogue da Chili Com Carne.

Atravessando géneros clássicos como o romance cor-de-rosa, o policial, a ficção científica e o terror, algumas das páginas tanto se identifica excertos de Fletcher Hanks como o "Samplerman original": Ray Yoshida. Violência, acção, disparos, naves espaciais, micróbios e bactérias, corpos mutilados são remontados numa colagem fractal que nos possibilitam novas formas de narrativas e leituras. 

Por detrás de um super-heróis há sempre o alterego. Neste caso de Samplerman esconde-se o desenhador francês Yvang. Começou com a experiência Samplerman em 2012 através do tumblr ZDND (La Zone De Non-Droit) juntamente com o irrequieto Leo Quievreux, tendo contaminado a web desde então. Participou em várias publicações como a š! (Letónia), Off Life, Smoke Signal, Ink Brick, Lagon, The Village Voice e Scratches. A solo saíram os seguintes livros: Street Fights Comics (ed. de Autor, 2016), Miscomocs Comics (Le Dernier Cri, 2017), Samplerman (Secret Headquarters, 2017) e ilustrou ao LP colectênea Intrepid Curves #18 da Vinyl Moon. E realizou uma capa para o título Doom Patrol da Dc Comics a convite especial de Grant Morrison.





Formato A5. 100 páginas, Quatro cores. Capa mole com verniz localizado. Uma co-edição com a Kuš!Reimpressão do livro lançado em 2017 pela extinta MMMNNNRRRG (2000-20), só mudou os logotipos dos editores envolvidos e ficha técnica.

Reeditado na nossa Mercantologia, colecção dedicada à reedição de material perdido do mundo dos zines eis disponível outra vez na nossa loja em linha e na BdMania, It's a Book, Kingpin Books, Linha de Sombra, Matéria Prima, Mundo Fantasma, Snob, Socorro, STET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Utopia e ZDB. E na Modo Infoshop (Bolonha) e Freedom Press (Londres)






FEARLESS COLORS é o livro que colecciona a maior parte do seu trabalho e deu no que falar!!!
...
Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal 
... 
sessão de autógrafos na Mundo Fantasma (10/03/18) 
... 
lançamento oficial na Nova Livraria Francesa (16/03/18) com a presença do autor 
...
...





Imagine a Jim Woodring comic, without the characters to get in the way of the experience of it. That’s what he summons in his pages. So allow yourself to get lost in these pictures. (...) Reading Fearless Colors is like taking a weird acid trip through comics as images fall apart and melt down in front of you, recombining with different images to form brand new comic pages. Samplerman’s collages take existing art and make new art out of the old, and creates comic pages that you just want to get lost in, exploring the smallest details even while wanting to pull out and see how those details collapse into a complete comic experience.

Poder-se-ia também imaginar que finalmente temos aqui uma tradução do que significaria enfrentar, com efeito, uma “crise nas infinitas terras”, que convidaria a delírios visuais bem mais inesperados do que aqueles intentados por George Pérez.

El propio autor es consciente de que, desde una perspectiva reduccionista, su trabajo podría verse como algo que no es ya cómic, aunque parta de él. «Depende de lo restrictiva que sea tu definición de cómic», dice. No debería importarnos pero, en realidad, hay en su trabajo una narratividad, y las viñetas establecen una secuencia en la que las imágenes mutan, evolucionan y se multiplican siguiendo una lógica interna, que no es la del relato, sino la de lo visual… Y la de la mente de alguien que está intentando crear algo nuevo a partir de algo viejo.


Fearless Colors é exactamente aquilo que esperava que fosse - uma gulodice sensorial, verdadeira apoteose surrealista e anárquica lograda pela gloriosa libertação dos comics clássicos das cadeias bolorentas da vetustez obsoleta. Samplerman é nome de super-herói e é autor do livro mais bonito que já vi da Chili. (...)
Nunsky (via email)


 ...............................................



sábado, 12 de abril de 2025

1 livro 1 disco 1 zine (4)

Saiu este ano o Questmaster (Ao Norte; 2025) do Rodolfo Mariano, que é um gajo tramado!! Dá sempre a volta às coisas!!! Um gajo pede um registo autobiográfico para o Querosene (Chili Com Carne; 2021) e ele sai um tratado psicadélico sobre o como Coimbra é podre. Os tipos da Ao Norte pedem para ele fazer uma BD sobre "O Filme da Minha Vida” (nome da colecção) e saí tudo menos um bárbaro homoerótico com a megaxuxu da Grace Jones! Invés disso, parece que partimos para uma realidade paralela “furry” do filme do Conan (de 1982) com discussões filosóficas de pessoal embriagado. Dentro de um estilo que foi o seu último grande livro, Maldito Aquele Lugar,  é assim que ele deixa-nos pendurados mas com a vantagem de podermos fazer outros filmes na nossa cabeça! Muito bem!


Outro gajo tramado é o Fernando Cerqueira. Só quando fizemos o livro da comemoração dos 30 anos da SPH e 20 da Thisco é que pude ver finalmente as k7s que ele editou nos anos 90. Belas capas e embalagens, quase que demorei 20 anos para vê-las, desde que o conheci e começamos a colaborar em projectos... poças! Com o tal livro houve uma segunda vida para a SPH e se pensam que ele ia continua a fazer tudo por tabelinha esqueçam. Para provar isso eis que ao fazer a série de colectâneas Atonal (título homónimo do seu fanzine de 1990 onde vinha o primeiro volume) escolheu um formato diferente de apresentação, ou seja, uma embalagem que lembra algumas de produtos de tecnologia nos quiosques. Na segunda vida da SPH, além de ter reeditado velhas glórias, foram feitas k7s de recuperação de sons, obras e músicos vindos dos anos 80 e 90, como acontece com este terceiro volume (2022) onde, tal como as BDs de Mariano, somos apanhados de cuecas na mão para Noise, Techno experimental, IDM, Glitch, (mau) Ambient(e), dronaria e o catano, cortesia de Pas Musique, If, Bwana, Discman, Francisco Lopez, Manuel Mota,... Quando menos se espera tudo muda nesta colectânea e pergunto-me se não é assim que deve ser sempre? Seja como for, quem vê embalagens não vê os sons!


Outro cromo que surpreende sempre é o Harukichi e o seu DJ Cat Gosshie, cujo pelo dourado que larga converte tudo em ouro: já lá vai na terceira impressão, ganhou um prémio e dá mote a uma curta. Não é gatinho para dormir uma "catnap" sobre os seus louros e eis que saiu o número nove de DJ Cat Gosshie Short Stories (Toge No Jizo; Jan'25) que apanha alguma BDs feitas para as antologias Kuš! e Stripburger. Num A5 todo a cores deslumbram-se nas suas páginas de BD passeios ganzados pelo México, Angoulême e Cleveland, viagens essas em que serão aproveitadas de certeza para um próximo volume deste gatinho feito gatão!

sexta-feira, 11 de abril de 2025

sempre a rock-e-rollar


'Tamos lá sim senhora com o gringo Heavy Helium!
+ infos aqui
 

Life Is a Simple Mess ... ultimos exemplares ... até porque a Cleanfeed berrou ...




Como as obras deste livro tornam claro, a pureza, no seu lado mais extremo, quer venha da subtracção de elementos ou da negação do contexto, é uma experiência rara. Em interacção com a simplicidade e o turbilhão, esta experiência dá-nos acesso a partes escondidas da nossa mente que contribuem para o equilíbrio, a cor e a forma como nos imaginamos a nós próprios. E tudo isto justifica e realça a nossa humanidade. É assim que Nate Wooley, autor dos textos presentes no livro Life is a simple Mess, procura exprimir o sentimento de total perplexidade e verdade que as obras de Travassos nos transmitem.

Página a página, a surpresa supera-se a si própria, a partir de um imaginário sem limites onde tudo e nada se conjugam em pensamentos que abrem o cérebro para realidades paralelas, numa perfeita comunhão entre design e física quântica. Explorando a união ou a fricção entre elementos díspares e uma crueza ou crueldade que nos atravessa a todos em algum momento da vida, Travassos apresenta, em Life is a Simple Mess, uma selecção de obras gráficas - que reflectem o seu maior investimento de trabalho da última década, dedicado essencialmente à editora Clean Feed e Shhpuma e ao festival Rescaldo.

Do livro fazem também parte trabalhos para outras editoras como a americana Sunnyside ou a alemã Why Play Jazz, bem como algumas imagens inéditas criadas especialmente para o efeito. 

O livro contém ainda um CD com 7 temas, 5 inéditos e 2 previamente editados, de onde fazem parte algumas das mais sólidas bandas de Travassos, tais como Pão, Big Bold Back Bone ou Pinkdraft entre outras relíquias.

Edição CHILI COM CARNE em colaboração com a SHHPUMA (rip). Encontra-se à venda na BdMania, Mundo Fantasma, Tigre de Papel, Utopia, Matéria Prima, Louie Louie, Linha de Sombra, Neat RecordsLa BambaYou to You e 4/Quarti...





...

Historial: 

 livro lançado no dia 4 de Agosto de 2017 no Jazz em Agosto na Fundação Calouste Gulbenkian após o concerto de Larry Ochs com The Fictive Five com os autores Travassos e Nate Wooley presentes 

...

Festa em Setembro no Damas para lançar a coisa sem a educação institucional do Jazz em Agosto, está prometida uma DJ Battle entre Marcos Farrajota (editor) e Travassos, aceitam-se apostas!!! 

... 

Reportagens no Público e P3 

...


Sobre os autores:

Travassos é um artista multifacetado, que se exprime sobretudo a partir do design, da ilustração e da música. Colabora há mais de 10 anos com a editora Clean Feed / Trem Azul, sendo o seu principal designer, para além de ser o mentor e criador da editora Shhpuma e do Festival Rescaldo. Actualmente já soma cerca de 400 capas de discos de músicos como Evan Parker, Mats Gustafsson, Pharoah Sanders, Peter Brotzmann, Ken Vandermark, Craig Taborn, Steve Lehman, Fred Frith, Peter Evans, Louis Sclavis, Paal-Nilssen Love, Joe Mcphee, Rob Mazurek, Jamie Saft, Wadada Leo Smith ou Bernardo Sassetti, entre outros.Recebeu já vários prémios de onde se destacam: “Ciudades Futuras” BCD – Barcelona Centro de Diseño; "Bombay Sapphire" CPD – Centro Português de Design; “MAD” - Concurso Jovens Criadores ; Best cover artwork 2008, 2009, 2010 pelo All About Jazz New York ou “Notable album covers of 2015” por Dave Hall. Já viu os seus trabalhos expostos na Experimenta Design, Cankarjev dom Ljubljana, Faculdade de Arquitectura do Porto, Universidade de Aveiro ou no BCD - Barcelona Centro de Diseño.

Nate Wooley é um dos mais aclamados e requisitados trompetistas da actualidade. É um músico transversal que tanto se movimenta nos meandros do Jazz clássico ou contemporâneo, bem como nas franjas mais ousada da experimentação. Para além de músico, Wooley desenvolveu paralelamente um reconhecido percurso na escrita, entre ensaios, poesia minimal e outros textos. Nascido nos EUA, começou a tocar trompete profissionalmente com o seu pai, um saxofonista de orquestras, com 13 anos. O tempo passado em Oregon, a sua terra natal, instigou no músico uma estética musical que influenciou toda a música por si criada nos últimos 20 anos, sobretudo a sua abordagem ao trompete.

....

FEEDBACK

The Clean Feed and Shhpuma labels continues to expand and evolve, allowing us to look beyond the music and deal with other the visual aspects provided inside this impressive 64 page book. Yes, there is a CD of music/sounds which is found inside this 64 page book of assorted drawings, collages and minimal texts by Nate Wooley. Sonic specialist Travassos appeared on a few recent CDs from Clean Feed stable: Pão and Big Bold Black Bone. The disc here features Travassos playing with both of these projects as well as other assorted musicians. Travassos plays tapes, amplified objects, analogue electronics and crackle box. (...)  The often mesmerizing sound of Travassos’ electronics permeates this entire disc without him ever soloing but creating a variety of haunting scenes. The book also evokes similar mysterious images which work perfectly with the music on the disc. Another triumph for the fine folks at Shhpuma   
Bruce Lee Gallanter, Downtown Music Gallery

A fascinating book of artwork from Clean Feed visual designer and electronic improviser Travassos, with perceptive text from Nate Wooley punctuating the imagery (...)  

terça-feira, 8 de abril de 2025

SEXOPATIA na Vida Portuguesa


Há uma grande probabilidade do novo livro de Marcos Trindade ser colocado numa caixinha de "livros marotos" ou pelo menos ao balcão da livraria em situações embaraçosas... A Chili Com Carne adverte desde já que não alinha com esta ideia.

Alguns já poderão ter a oportunidade de concordar - ou discordar - porque o livro já circula pela nossa loja em linha e também nas livrarias Cult, FNAC, Kingpin Books, Letra Livre, Linha de Sombra, Matéria Prima, Mundo Fantasma, Snob, SocorroSTET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Velhotes, Vida Portuguesa, ZDB,  Modo Infoshop (Bolonha), TFM (Frankfurt) e Quimby's (Chicago).

 


Sexopatia

de

Marcos Trindade

88p 16,5x12,5cm a cores, capa dura a cores, 12 eur.



O sexo como conforto e derradeiro escape social é um tema que já apareceu na obra deste artista gráfico mas pela primeira vez dedica-se exclusivamente ao tema neste livro de três andamentos. 
 
O primeiro é a materialização - qual impressora 3D - de anúncios de propostas sexuais no "Correio da Manha", que são expostos com ilustrações surrealistas e um humor cáustico. Segue-se um "Bazar" de objectos sexuais a lembrar as maravilhosas invenções inúteis japonesas chindogu para acabar num catálogo anatómico em que só resta a insatisfação. 
 
Afinal de contas, o cliente NUNCA está feliz por mais "Sextas-Feiras Negras" que existam no mundo...




Marcos Trindade nasceu em Coimbra em 1966. Mudou-se para Lisboa nos anos 80, integrando movimentos artísticos nascidos da movida lisboeta. desenvolve a sua actividade na área da BD e da ilustração. Avesso a compromissos institucionais, trabalha como autor independente, tendo publicado na nossa editora irmã-defunta MMMNNNRRRG (2000-20), o livro Os Acrobatas (2015).
 

Feedback:

(...) um retrato carnavalesco de uma certa sociedade política portuguesa. Sexopatia, não deixando de poder providenciar umas achegas à cultura local, todavia atinge um contorno mais alargado, quem sabe próximo do universal. Num momento em que, positivamente, se fala de forma mais franca, aberta e democrática de saúde mental, de expressões da sexualidade, de identidade, de liberdade no amor, de debatermos formas saudáveis de repensar as relações entre as pessoas, inclusive sexuais, mas igualmente sob a esteira de novas justiças e reequilíbrios sociais e políticos em relação às mesmas realidades, não convém deitar fora o bebé com a água do banho. A pulsão sexual é, ainda, selvagem, animal, conspurcada, absurda, porca, estúpida, má, egoísta, bruta, franca, e, por isso, um dos grandes bastiões da verdadeira e ulterior liberdade humana.

(...) Nota final: estando o livro dedicado à minha pessoa, temo que haja uma interpretação genérica e abusiva de que haverá algo na minha experiência ou personalidade que tenha levado o autor a fazer essa associação. Cliente assíduo da leitura dos anúncios? Frequentador de sexualidades mais à mão? Consumidor contumaz de objectos destas fronteiras? Da fama não me livrando, defendo-me tão-somente dizendo que os livros supostamente carregam a verdade, mesmo que sob mantos diáfanos da fantasia.

Pedro Moura in Ler BD

 

(...) os traços pontilhados que compõem estas imagens mostram brinquedos sexuais, objectos corrompidos na sua função, corpos alterados, mas o que revelam é uma tremenda e generalizada apatia emocional

Sara Figueiredo Costa in Expresso


(... ) desenhos brilhantes na sua inventidade crítica (...)

JL


I enjoyed reading Contos de campo and Sexopatia  (...) they are beautiful! 

 Harukichi (via email)




domingo, 6 de abril de 2025

ccc@autónoma.3

cartaz de Rita Mota

 Vai ser um fim-de-semana cheio por Cacilhas!  

Lá estaremos com novidades editoriais, a saber Propaganda e Dias-a-fio!

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Queda para BD teatral e dramas de aturdimento fatal na Vida Portuguesa

 É assim que se define Daniel Lima que apesar de já ter feitos três livros a solo (há um quatro mas quase ninguém sabe da heteronímia usada!) chega a um livro maior (em dimensão física!) com Anguesângue, uma adaptação em três capítulos dos contos Unhapiness e On Parables de Franz Kafka (1883-1924).



O que une a banda Faint Spirit, um quarto alugado no 3º andar, um solilóquio para um público invisível, um oculto inquiridor, uma visita no entardecer de Novembro e um vizinho que está lá para espiar quando saímos: EUGÉNIO, um hóspede que não encontra consolo no facto de não acreditar em fantasmas. 



Daniel Lima compôs uma melodia sedutora e assombrada com as palavras de Franz Kafka. Cantem com ele... se tiverem coragem. 




Pode se adquirido na loja em linha da Chili Com Carne e na Snob, Tigre de Papel, Utopia, Matéria Prima, Kingpin, Alquimia, ZDB, Cult, Linha de Sombra, Socorro, BdManiaTortuga, Tinta nos Nervos e Vida PortuguesaE na Libraria Paz (Galiza)




Para quem adquire directamente a nós tem acesso a um autocolante exclusivo de Daniel Lima limitado a 100 exemplares.




HISTORIAL:

Lançamento oficial Sábado, dia 29 de Abril 2023, às 16h, na Tinta nos Nervos com presença do autor, Pedro Moura e Marcos Farrajota ... edição em inglês pela Kuš! pouco depois... entrevista no Bandas Desenhadas ... entrevista em Todas as Palavras (RTP3) ... 


FEEDBACK:

Com a estrutura de drama em miniatura (drama aqui num sentido técnico, cénico, espacial, de distribuição de papéis por actores de papel) – incluindo o excurso dos fantasmas músicos – Daniel Lima demonstra uma vez mais que o seu método de interpretação dos textos de partida – por um lado, apetece-me dizer que é uma acção de escavamento, por outro o de alpinismo – é o da procura por uma poeticidade tranquila no que, parecendo banal (conversar, fumar, cortar uma maçã), se desvia da nossa experiência quotidiana. Há aqui, claramente, uma herança de Kafka, do seu absurdismo, em que a estranheza e o ilógico são preservados no interior de uma narrativa aparentemente realista, quase banal, doméstica, particularmente significativa em Anguesângue. Apresenta-se uma situação convencional – pessoas a discutir num apartamento, as escadas do prédio, etc. - mas depois revelam-se os tais desvios absurdos que, no fundo, revelam ao mesmo tempo a artificialidade de todos os nossos comportamentos societais, das nossas relações humanas (com os vivos e os mortos), das nossas decisões, etc. Porém, não é esse afinal o fito da arte?


Ao mesmo tempo que colo na testa o autocolante que acompanha este livro, a língua tenta dançar a espiral que organiza a leitura. Atrapalhando-se entre baba, perdigotos e posições embaraçosas, a boca diz assim: 
 – Nervosismo irónico nervoso. Poderá ser uma categoria literária? Como dizer... Um falar face à ansiedade que é contrário ao que se realmente se pretende. Tenta agradar e não quer e portanto asfixia-se. Só ligeiramente. Uma auto-asfixia, é redundante? É quase erótica. Ou masturbatória? Asfixia; poderá ser uma categoria literária? 
 – Sim sim, quer mais alguma coisa? 
– Ai sim? Óptimo, gostaste. Como dizer... 
Um neurótico à procura do controlo da imagem externa. Pauso ligeiramente e pego o novelo pela outra ponta.




Sobre o autor: 

Daniel Lima (1971; Angola) vive e trabalha em Lisboa. Teve formação em artes plásticas na ESAD, Caldas da Rainha, e estudos em Cinema de Animação e Teatro de Sombras na Fundação Calouste Gulbenkian, tendo realizado Um degrau pode ser um mundo (2009), com argumento de João Paulo Cotrim, baseado numa novela de Almada Negreiros. 
Co-responsável pelo departamento de Ilustração/ BD do Ar.Co., trabalha como ilustrador desde 1996, tendo iluminado vários jornais, revistas e editoras como O Independente, Público, Diário Económico, Ler, Elle, Abysmo... Participou em vários projectos colectivos de BD como Para além dos Olivais ou Nós somos os Mouros, ambos pela Bedeteca de Lisboa. 
 Livros de BD a solo é que rareiam na sua produção, a maior parte deles são de dimensões modestas apesar de serem grandiosas BD’s como Epifanias do Inimigo Invisível (2008), António Variações (2011) ou Sutrama (2017) editado na Letónia. Na realidade até há um quarto livro mas a pseudonímia impede-nos de o revelar... 

Frankenstein, or the 8 Bit Prometheus : micro-literature, hyper-mashup, Sonic Belligeranza records 17th anniversary LAST 66 COPIES

!

1818: first edition of Mary Shelley's Frankenstein


2018: many horrific applications of technology (social network for example with their push to have people volunteering their time and creativity for their IT business purpose, they are represented in the book by @maryshelley.fr, not to mention the applications of technology like breakcore and the other musical sub-style, or the society of spectacle created monster Bally Corgan).





Frankenstein, or the 8 Bit Prometheus
micro-literature, hyper-mashup, Sonic Belligeranza records 17th anniversary 
by 
Riccardo Balli


Volume +06 of THISCOvery CCChannel collection published by Chili Com Carne and Thisco140p. b/w with illustrations and photographs. Full color cover. IN ENGLISH. Cover art, illustrations & design by Rudolfo


buy @ Chili Com Carne online store, Linha de Sombra (Lisboa), Tigre de Papel (Lisboa), Livraria do Simão (Escadinhas de S. Cristóvão, Lisboa), Le Bal des Ardents (Lyon), Matéria Prima (Porto), Utopia (Porto)Radical Bookstore (Vienna), Anarchistische Buchhandlung (Vienna), Chick Lit (Vienna), Stuwerbuch (Vienna), Housman (London), Toolbox (Paris), Freedom Press (London), Soziealistischer Plattenbau (Hamburg), Quimby's (Chicago)Bivar (Lisbon), Tortuga / Disgraça (Lisbon), Just Indie Comics (Italy), Kingpin Books (Lisbon), Socorro (Porto) and Neat Records (Lisbon).

Released on 6th April 2018 @ Rauchhaus, Berlin ... mention at Bandcamp article about Extratone genre ... Portuguese release @ Tasca Mastai, Lisbon 12th July, 20h; and DJ set party @ Lounge, 23h ...  Low-resolution séance @ Galeria Municipal do Porto, 13th July under the influence of the exhibition O Ontem morreu hoje, o hoje morre amanhã ... presentations @ Lauter Lärm (Wien) om 2sd August & Echo Buecher (Berlin) on 26th September 2018 ... registered in Neural magazine archive (wow!) ... presentation @ Buchandhung Stuwerviertel (Vienna), 18th January 2019 ... presentation @ Rosa Parks (Chiuppano), 6th April 2019 ... article at Zweikommasieben
 ... 
|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|


After having whistled quite a number of 8-bit versions of famous pop songs, and delighted his ears with chip-tune covers of black metal and classical music, Riccardo Balli thought it was about time to extend micro-music aesthetics to literature, and remix Mary Shelley's classic accordingly. 


Through some sort of low-resolution séance, the author evoked the spirit of corpse reviver Giovanni Aldini (1762-1834), credited for having inspired The Modern Prometheus. Aldini tells a compressed version of the original Frankenstein, exposing its language to retro-gaming jargon and simplifying the plot as if it were an arcade game.


The aforementioned 18th-century electrifier was the nephew of eminent Bolognese scientist Luigi Galvani. Also from MIDIevil Bologna is DJ Balli's electronic music label Sonic Belligeranza, whose 17 years of existence (2000-2017) this volume celebrates with 17 texts that explore the multitude of contradictory sounds constituting the corpse of this Sonic Frankenstein.


Send him an impulse from your Game-Boy! BLEEEEEEEEEEEP! 



|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|
ATTENTION The file "A forward to further experiments from MIDIevil Bologna" is corrupted. Remember to read page 16 between 20 and 21 to recover the original text meaning
|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|



DJ Balli (1972) is a DJ/ producer, and founder of the label Sonic BelligeranzaA true fundamentalist of Breakcore since year zero of this non-genre of music, as the style was getting more and more codified, he progressively tried to personify its attitude and even bring it outside of audio realms. Hence following the motto of M(C)ary Shell8Bit "Every cacophony is possible, infect the Underground!", the creation in his lab a la Bolognese of Sound Monsters such as skateboard-noise, gangsta-opera and his infamous poetry readings pretending to be Billy Corgan from The Smashing Pumpkins. Riccardo Balli is also active as a writer: Anche Tu Astronauta (1998), Apocalypso Disco (2013), Frankenstein Goes to Holocaust (2016), all in Italian, this is his first full-length book in English.

|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!||!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|!|

FEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEDBACK 

Introduzido por um ressuscitado Giovanni Aldini - através da galvinização provocada pela corrente eléctrica de nove cartuchos de Game Boy dispostos em hexagrama -, este «remix literário de baixa qualidade» é mais uma alquimia de Ricardo Balli (...) Este livro é uma bizarra justaposição do Frankenstein de Mary Shelley com a cultura gamer (as planícies geladas do Pólo Norte são substituídas pelas da Cool, Cool Mountain do Super Mario 64, homens são bots, amigos e irmãos passam a Game Boys) e outros elementos da cultura pop (...) Aqui, o monstro de Frankenstein é uma incompleta remistura musical, que jura vingança contra o criador, toda a humanidade e as convenções musicais repressivas e autocráticas que desprezam o seu chiar emancipado e rejeitam a criação de um remix tão grotesco quanto ele. 
Além deste excêntrico exercício, Balli escreve sobre subculturas e subgéneros musicais que surgiram no final do século passado: revisitando a conotação neo-nazi do gabber e purificando-o da apatia do 4/4, atira-se às possibilidades revolucionárias do breakcore e do hiper-mashup dentro da alienação tardo-capitalista; procede à mistura definitiva entre skaters, situacionistas e accionistas vienenses; sugere que o horizonte tecnológico é a reunião do humano com o resto da fauna, numa simbiose sónica já tentada por Caninus ou Run the Jewels; revela que o grande cisma deste nosso confuso tempo é a violenta divisão entre aqueles que consideram ou negam que o splittercore é um subgénero autónomo do speedcore.
Balli é (...) o derradeiro farsante durante a speedrun final, o Grande Apropriador, um artesão do ofício profano do colagismo, que troça da autenticidade do autor, rouba-lhe a voz e utiliza-a para proveito de todos. Apresenta-nos à nova arte do social: aquela que liberta um Prometeu ultra-moderno, alimentado por um discurso aparentemente demente, mas que, no fim de contas, apenas apresenta a obsolescência da sisudez à colectividade, ao mesmo tempo que cose a manta de retalhos de uma modernidade esgotada. 
Russo in A Batalha

The relevance of this book is not just the content, but also the way it is reflexively reworked with a plagiarist and demystifying attitude. (...) A second layer in the book’s composition is the core literary metaphor that supports the patchwork put together by the author (i.e. the creative elaboration of the novel Frankenstein) (...), the idea of a new living entity made up by parts coming from other dead bodies is a perfect metaphor to give expression to the culture of plagiarism and plunderphonics. To do this, Balli’s writing exercise consists of re-writing Shelley’s original text infusing in it musical references coming from those same music electronic genres performed by Balli as a musician (including styles like 8-bit music, gabber and grindcore), with the further addition of other interventions. In these excerpts we read about Mary Shelley (called Squirting Mary) and Lord Byron(anism) engaged in an MCing contest where all participants “should attempt to create the most horrific sonic monster of music history” (...) After much effort, the monster finally comes to life in the shape of a mash-up generated in Shelley’s “bedroom studio” with a Gameboy, where the modified machine starts producing “most scary sounds: remixes of neo-melodic Neapolitan singers in a porno-grindcore style!” (...). As the readers can tell from these examples, demystification is a relevant ingredient of the book, as the author does not attempt to sacralise the art of plagiarism, instead insisting on a relentless endeavour to reframe plagiarism in a sarcastic way, explicitly linked with the situationist tradition. This demystification is particularly evident in the third type of content in the book, represented by a set of Dadaist passages where, for example, famous bands’ names are distorted in irreverent ways with mash-up techniques; some also accompanied by humorous visuals, including a photo of (...) "Lionel Nietzsche’s” album “Is it Truth you are looking for?”. Probably the most situationist section of the book is where the author recalls the history of his alter ego, Bally Corgan—inspired by Billy Corgan from the Smashing Pumpkins (who the author physically resembles)—an alter ego actually used by DJ Balli along the years in both his recordings and live acts. Above all, this last example helps to understand the actual continuity between the situationist spirit of the book and Balli’s whole artistic career. 
 Unfortunately available to an Italian-speaking readership only, the book succeeds in offering an original, meta-discursive and demystifying contribution on plunderphonic culture, not just for the content it offers, but also for its ability to intertwine multiple discursive layers, producing an experiment that is finally able—like Frankenstein’s efforts—to give birth to a weird and bizarre textual monster.
Dance Cult about the Italian (and different) version of this book - academics are always late...

I've enjoyed Balli's Frankenstein book so far - that guy is a total lunatic, which I appreciate.
Heikki Rönkkö (by email)

The 'Frankenstein' book was an incredibly detailed work, well researched and written - the only negative for me was that I didn't know enough about a lot of the subject matter to be able to fully immerse myself in it. I appreciated it hugely, however, because of the obvious enthusiasm with which it was written and the in-depth knowledge of the writer about his subject, his passion. In one sense it was like reading a fanzine of old, with personal writings, reviews, interviews etc. - as a fanzine writer myself it certainly struck a chord with me.
pStan (Pumf) by email

In reviewing Frankenstein, Or The 8-Bit Prometheus, Reynolds warned his readers of the danger that Balli might become the messiah of the enemies of realism. “Here at last was a self-proclaimed advocate of anti-writing: explicitly anti-realist and by implication anti-reality as well. Here was a writer ready to declare that words were meaningless and that all communication between human beings was impossible. Reynolds conceded that Balli presented a valid personal vision, but “the peril arises when it is held up for general emulation as the gateway to writing or music of the future, that bleak new world from which the humanist heresies of faith in logic and belief in man will forever be banished.’ Balli was moving away from realism, with “characters and events [that] have traceable roots in life” – from the writing of Paul Virilio, Stewart Home, Bill Drummond, Mark Manning, Lester Bangs, Brecht and Sartre.

Me gusta mucho la edición, (...) Tiene muy buena pinta!

Caminhando Com Samuel /// NOVA EDIÇÃO (mais bonita, nova capa, mais páginas) / últimos exemplares!!! E na It's a Book!


Nova edição do livro de bd de Tommi Musturi
pela MMMNNNRRRG

Tommi Musturi é um dos autores mais importantes na Finlândia, e também como dinamizador da BD. Já visitou três vezes Portugal: Salão Lisboa 2005, na Feira Laica 2009 na Bedeteca de Lisboa, onde estava patente a exposição da antologia GlömpX, que participou como autor, comissariou e editou, e recentemente no Festival de BD de Beja (2014). Também já publicou em Portugal na revista Quadrado e no Mesinha de Cabeceira, tendo já um certo culto à sua volta.

Caminhando com Samuel é um livro universal porque a BD é muda (sem palavras), colorida e tão atraente que atinge vários quadrantes de público: o público infantil (embora haja um episódio sangrento), o adulto (que terá trips metafísicas), os colecionadores e os generalistas, os cromos da BD, da ilustração e do street-art (todos irão aprender com a técnica de Musturi), e até os "peter-pans" dos toys terão tesão - é uma promessa séria porque na MMMNNNRRRG sempre fomos muito sérios!
...
160p. a cores, 21x21cm, capa dura
com marcador de fita
...
PVP : 20€ à venda na loja em linha da Chili Com CarneBdManiaMundo Fantasma, Matéria Prima, ZDB, Tigre de PapelUniversal TongueUtopia, Tinta nos Nervos, Kingpin Books e It's a Book.

exemplos de páginas :




...

Historial:

obra seleccionada para a Bedeteca Ideal 
... 
nomeado para Melhor Álbum, Melhor Desenho e Melhor Argumento Estrangeiro para os Prémios Central Comics 
... 
... 
Feedback: 
é muito bom o livro - vou precisar de outro livro porque ofereci o meu 
Travassos (Cleanfeed, Shhhpuma)

um dos nomes de primeira água da banda desenhada finlandesa contemporânea (...) um roadbook cosmogónico onde o olhar da descoberta primordial se mantém até ao fim. Mas onde as cosmogonias (entre elas o Génesis) encenam a criação num tempo recuado e definitivamente perdido, Samuel parece assumir uma condição atemporal, um estado de permanência que o faz atravessar eras, estados de alma e espaços com o mesmo deslumbramento e a mesma disponibilidade para o mundo que trazia no início, quando surgiu por entre a vegetação. (...) Aqui, não há respostas, só deslumbramentos
Sara Figueiredo Costa / Expresso 

(...) não necessita que se diga muito sobre ela. E não é por ser uma bd muda. Nesta edição excelente da Mmmnnnrrrg é uma obra que precisa sobretudo de ser saboreada. Ao som ritmado dos passos 

Dos gelos da Finlândia chega a saga psicadélica do pequeno gnomo Samuel. É a mais relevante edição de BD produzida em território nacional este ano. 
João Chambel (Heróis da Literatura Portuguesa)

But Samuel is not the ultimate Godhead, as we have seen; he is played by a higher hand: Samuel is not just any puppet, he is THE puppet, a perfect in-between character, a mirror of both God and us.

I have been looking at the Musturi comic every day since I got it, so beautiful and imaginary!
Christopher Webster (Malus)

Gramei o Samuel. BD contemplativa. é um equilíbrio bem subtil entre o desenho clínico, o abstraccionismo da história e o uso das cores. Fiquei curioso com a continuação: a recompensa do final acaba por não ser o mais importante aqui (...)
B Fachada