sábado, 29 de janeiro de 2011

Objectos


s/t (ed. de autor; 2011?), de Lucas Almeida
O Baralho Belo Como (ed. de autor; 2010), de Ricardo Castro
Uma mão cheia de amoras (Massa Folhada, 4ª ed.; 2010) de Sara Simões

Para além dos zines a pontapé também se tem publicado vários outro tipos de objectos mais aliciantes para o fetichismo... O Lucas por exemplo apresenta uma bd numa lógica de "burning man" cheio de poluição industrial, fogo e decomposição. Um excelente trabalho de destruição de um sistema que aproveitou para imprimir em serigrafia (a imagem que foi selecionada não corresponde aos densos pretos e laranjas do livro). Foram feitas 10 exemplares em formato A6 e é certo que esta bd irá aparecer no Futuro Primitivo mas poderá estar misturado com outros trabalhos de outros autores... aqui está em estado puro e duro! (bem duro, que tinta pesada é esta!?)
Não consigo atinar com o Maldoror e toda o culto envolta do livro. E também não é desta que vou passar a ter interesse ou gostar. Castro fez um baralho de cartas, excelente ideia, não me lembro se alguém neste submundo da auto-edição já tinha feito isso. Baseou-se no livro do maldito Conde de Lautréamont para ilustrar as faces onde estão os valores das cartas (onde se identifica a Rainha de Copas e essa gente toda). Os desenhos balançam entre o desenho puro e signos mais artificiais do Design, sinceramente ainda não tive tempo para encontrar ligações entre cartas / desenhos ou esses signos, e perceber a lógica. Nem sei se há um cálculo mais sofisticado em relação à obra literária - que também não li e duvido que vá ler... Bom, o efeito é "cool" e fico-me por aqui. Mais vale ter um baralho assim do que um normal. Procurem-no!
E para o humano que ainda gosta de floresta que ainda falhou a completa mecanização tecnocrata do mundo. Sara Simões ilustra a floresta, tem o rigor do desenho científico para mostrar uma biodiversidade florestal cada vez em maior perigo de extinção. A edição é impressa no formato A6 em folhas em folhas de arquitecto, deixando transparências entre desenhos e dando a ilusão da «floresta primitiva, com carvalhos, sobreiros e azinheiras, que existiu na península ibérica».

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Marco. Obrigado pela crítica. Aqui vai o meu site, onde podes ir vendo o meu trabalho. Ainda está no início, mas em breve colocarei o novo baralho. Abraço. Ricardo Castro