Kuvas e palavras da Sarja
O Festival de BD de Helsínquia já não é o que era... Ganhou potência mas perdeu o gozo... Assumiram-se como um projecto popular e comercial que monta uma tenda no centro da cidade fazendo claro que aumente o número de visitantes e consumidores. A questão é se afastou os mais interessados pela cena. Se os tarados do Cosplay fossem um bom indicador desta questão então a resposta seria positiva - não vi palhaços vestidos de Naruto. Só que também não vi Punks nem Freaks, ou então passavam despercebidos... Os zines foram parar a outra tenda mais pequena e de alguma forma, apesar da distância das tendas ser mínima (2 metros!) acho que os editores, autores e público não se misturaram.
A cena alternativa está consolidada via Huuda Huuda, Asema e jornal Kuti, parece que não vai aparecer um novo colectivo marado como aconteceu nos últimos 15 anos, é possível que a cena se cristalize e se institua - só para este evento foram lançados uns 3 "coffee-tables" sobre a cena finlandesa ou nórdica, esta última pela Fantagraphics. No meio desta demonstração de força, pergunto o que aconteceu à Napa Books que não estava presente e se há realmente novos talentos por estas terras.
De resto, vendeu-se bem... quer dizer vendemos mais cartazes do Futuro Primitivo e discos dos Kebabs que livros, coisa que não acontecia no passado, daí estas questões sobre "onde estão interessados" parecem-me pertinentes.
Seria injusto dizer que o Festival não deixa de ser um evento relaxado e divertido o suficiente. Por alguma razão a organização prepara a "Comics Battle" em que dois desenhadores têm 3 minutos para fazer um desenho e um minuto para destruir o desenho do oponente. Pelo facto do pivot do evento ser o Black Peider parecer um "wrestler" lembrei-me de saltar e lutar com o desenho do meu oponente. Ganhei claro! Não tive tanta sorte quando fiz amor com o segundo desenho e não fui às finais. O mundo está todo lixado, preferem violência ao amor... Não foi só eu que perdeu, foi também a Humanidade!
Nunca irei perceber porque uma exposição pensava há um ano foi tão mal divulgada pelos finlandeses. Não tenha sido por maldade - acho que os finlandeses são mais latinos do que parecem - tanto que se esforçaram na montagem (kiitos Joonas Lehtimäki!) e até pintaram o logotipo do Futuro Primitivo numa parede.
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Kiitos oficiais a Kalle Hakolla e a equipa da Sociedade Finlandesa de BD.
Fotos de Joana Pires.
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