Topem lá a gaja!
Lace Bows não é uma gaja como as biografias que lê por aí e são transmitidas, ainda por cima, pelo próprio responsável do projecto! A “Joana Francisco” ou é um gajo com desejos de ter mamas, ou faz parte de uma estratégia contraproducente de obscurantismo mediático, porque quem for a um concerto de Lace topa logo que 1) é um gajo nas máquinas e 2) é o baixista de S*******, e dos extintos S**** o* t** T********** ou dos "fugazes" Feedback My Homeboy e Internet Movie Blogs Internet Free Tv Online Movies Database.
Apesar de todo o fogo sónico dos projectos acima referidos, Lace Bows, que não sei porquê lembra nome de actriz pornográfica, faz outro tipo de trabalho – blow job? Não, pá! Cruza técnicas e ideias desenvolvidas por Philip Jeck e John Oswald – que não são actores pornô! – mas usando como matéria-prima os discos mais manhosos encontrados na rua às tantas da manhã ou na casa da tia chanfrada. São “loops” e mais “loops” que abrangem espectros variados que vão do Noise ao Pop manhoso – canção francesa, easy listening, lounge, - do Ambient à Música Concreta, tudo esticado para o infinito quando a sobreposição de "loops" resulta num "mash-up" mongito. O ambiente induz à hipnagógia e aos fantasmas da nostalgia, aliás, temas tão em voga em projectos como Caretaker, Ghost Box Records e o sobrevalorizado James Ferraro.
Entretanto, o obscurantismo funciona de alguma forma, porque nada sabia destas três edições aqui divulgadas - e é de reparar que há mais para ouvir. Da minha parte consegui Soul-Meta, um CD pela editora norte-americana Northern Twilights; Pollen Futures, k7 pela Hooker Vision (também dos EUA); e, um split-LP com TimiTimiNoNo, Soul Metabolisms, pela portuense Wasser Basin, tudo isto num só Ano do Senhor de 2012. Belas edições tirando a capa de Soul-Meta que é vomitante em vários sentidos... Este CD é o mais Pop dos três registos inevitavelmente pela duração dos temas, pela escolha da samplagem e pelo reconhecimento que um ouvinte pode fazer – Júlio Iglesias? Adamo? Jane Birkin? Serge Gainsbourg? Também é o disco que faz jus à biografia da “Joana Francisco” ser uma “jammer” psicadélica, uma vez que o termo de "cultural jammer" apareceu com as actividades "terroristas" de Negativland de deslocar sons para outros contextos inesperados, subvertendo a mensagem original. A k7 é mais ambiental e "dronesca" e o vinil seja o mais equilibrado e limpo dos três discos, pena que tenha o "TimiTimiNhóNhó" do outro lado. Ah!
De resto, é só escolher o formato de audição que preferirem... Topem lá a gaja!
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