Milhones de discos!
Foi bem fixe cuidar do "merch" das bandas que tocaram no Milhões de Festa - no âmbito do Necromancia Editorial - assim pude aceder a discos fixolas!
Colombianos e franceses fazem Pixvae que nada têm de Pixies nem de Vaee Solis embora poderia ter todos os fãs destas bandas, que seria uma atitude mais acertada neste mundo parolo. O disco de estreia, de 2016, é uma palmeira pintada de cor-de-rosa-choque como tão bem a capa ilustra. Para quem não quer mais ouvir as repetições do Pop / Rock caduco que passa na rádio, este colectivo dá-lhe numa "new world music" onde as linguagens do Afro-Latino, Noise Rock e do Jazzcore fundem-se sem dar flancos fracos. Orelhudo até mais não mas sem ofender o bom gosto... caramba este deveria ser o sexto álbum dos Pixies se os gajos não se tivessem levado pela grana suja da nostalgia!
E por falar nos Vaee Solis, não sabia da outra banda da vocalista Sofia Magalhães, os Lodge. Punk-Hardcore modernaço, alta energia e virtuosismo é a definição para esta banda que mete tudo o que é banda tuga num canto. Bom, vá lá, pelo menos é o que soa a k7 Orphaned Chants (Tapes she said; 2015) embalada como a de Plus Ultra.
Estalada na cara com vocais de demónio - creio que nunca ninguém berrou desta forma tão poderosa e livre em bandas pesadas 'tugas. Só isso merece o estatuto de clássico no punk-hardcore português. Depois disto, só se pode dizer das outras bandas o seguinte: que grandes meninos...
Questão: depois de Crisis, disto e Vaee, o que é feito da moça berrona? Onde ela pára? Espero que não tenha engordado e começado a parir crianças... Pleeeease!
Também da Tapes She Said e de 2015 temos Live 2014-2015 dos Bitchin Bajas, duo-agora-trio drone gringo que andam nas bocas do mundo. Por mim, tanto faz, é agradável o seu "ambient lo fi" sonhador e tal - recuso-me a escrever "psicadélico", a palavra mais abusada em 2017 depois de ter sido em 1967, Zeus! Não é nada de outro mundo... Heresia, dirão alguns! É só mais tralha "hype" neste universo,... 'tá-se!
De resto é a k7 mais feia da TSS mesmo que ela em si seja um belo de um verde! Em compensação iria descobrir a mais bela k7 de sempre!
Foi esta: Planetarisk Sudoku (Dridmachine; 2037) dos Psudoku! WTF!? Veio através dos Brutal Blues, banda Grindcore tão fria como as fiordes e que tocou nos Milhões. A boa cena foi terem trazido k7s destes noruegueses armados em P.K.Dick a quererem criar realidades paralelas. Dizem eles que som que fazem é como se o Grind não tivesse vindo do Punk / Hardcore mas de um mundo que teria vindo directamente do Prog dos anos 70! Jiiisus fuck!!! Claro que isto escrito no papel tem mais piada do que na realidade. Acho que os gajos não se meteram nesse papel extremo de tentar mesmo ser malta do Prog a evoluírem pró Grind, ficaram-se pelas intenções pois não é muito diferente de músicas dos Mr. Bungle ou Secret Chiefs 3 já fizeram. É divertido, inesperado e tem algo de japonoca pela premissa - Ruins? Melt Banana? É fixe mas não pensem que vão encontrar aqui "o som nunca antes feito"! A embalagem da k7 é que é um verdadeiro "state of the art". Impressa em serigrafia com tintas que expandem, quando secam criam um efeito de esponja. Meu, a embalagem é que veio de 2037!!! É a k7 mais linda que alguma vez comprei! LINDA!!!
Seriam os Psudoku capazes de desenvolver o Grind pelo Krautrock? Sim, quero falar de FaUSt... Nem sei se quero mesmo falar desta banda que foi seminal para quase tudo como o Industrial, por exemplo. Mais estranho é conhecer o instigador principal desta facção de Faust - o "US" está em maiúsculas porque há outros "Fausts" por aí - o Jean-Hervé Peron. Ele disse-me que o que gostava de BD era o Príncipe Valente... Credo, mais valia ele ter partido o dedo ao tentar abrir uma garrafa de vinho verde para mim e os Camaradas da Chili. E ficaria para a História: FaUSt não tocou por causa da Chili Com Carne! O concerto no festival foi uma freakalhada, parecia que estávamos em 1977 em que usar manequins em palco era a vanguarda máxima. Zeus, haviam gajas com burkas e duas betoneiras... Apesar da foleirada / freakalhada endérmica (por momentos pensava que estava num espectáculos com panelas e vassouras do CCB), lá 'tá, o gajo tem 70 anos e faz isto desde 1970, ergo, ele sabe o que faz num espectáculo ou nos discos.
Não é qualquer um que faz cagadas freaks e está à vontade para que soe bem! jUSt (Bureau B; 2014) e Oslo Rockeffeler 2009 (ed. de autor; 2016) tem a energia que não se vê em tanta banda "psicadélica", "post-rock", "post-metal" que andam por aí. Nestes discos, seja em estúdio ou ao vivo, há bons momentos e há alguns menos bons, há azeite experimental mas tudo resulta numa viagem sem complexos nem bocejos. Ide aprender com os velhinhos! Até eu já percebi melhor os Butthole Surfers ou os Pigface, por exemplo. Se queres alucinar tens de dar mesmo na fruta, não podes ser um betinho que comprou a guitarra vintage para seres "psicadélico"...
E voltando à vaca fria, não dava nada pelos Dreamweapon e o seu LP de estreia, de 2015 pela Lovers & Lollypops. Quer dizer no bandcamp parecia mais uma betalhice qualquer mas não não não! Isto ouvido como deve ser, numa aparelhagem analógica percebemos que é psicadélico direitinho ao coração, sem histerias post-metal nem fogo-de-artíficio Stoner. Dark q.b. e repetitivo como os portugueses adoram fazer.
Questão: ou estou a ficar mole ou neste caso a falta de movimento (típica da produção artística portuguesa) funciona bem neste caso. Como não posso dar o braço (ou a genitalia) a torcer, só pode ser o segundo caso.
Um dos membros é o terceiro tipo da nova formação dos 10 000 Russos, talvez isso ajude a explicar a qualidade deste projecto mas isso seria a menosprezar o resto da equipa Dreamweapon que tem aqui uma estreia incrível. Isto é música para sonhar no sofá ou na caminha, caso não fosse um vinilo e tenhámos que mudar de lado de x em x tempo... Meu, como é que os hippies tripavam nos anos 60 se tinham de mudar o disco cada 20 minutos!? Fuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuck...
Ifriqiyya Électrique é Putan Club com três tunisianos vindos do deserto. Música Sufi que afasta demónios com rock Industrial que faz justamente o contrário... bela mistura e maravilhoso paradoxo que não acabam por aqui. Enquanto Putan recusa-se a gravar discos (rumores dizem que sairá qualquer coisa este ano... rumores!) com este projecto foram logo editados pela grande Glitterbeat com este Rûwâhîne (em CD e LP). Tal como um Baco perdido no deserto, este projecto relembra que a grande panca do Industrial sempre passou pela música africana e esta é a forma mais pura de o fazer uma vez que há verdadeiro intercâmbio entre os europeus e os tunisianos - e não à distância com as rapinagens / samplagens do passado como fizeram outros grupos. O mais díficil de ultrapassar neste disco é a parte "Putan Club" para quem está habituado a vê-los tantas vezes como é o meu caso - quantas vezes já os vi? Sete? Oito vezes em três anos!? É complicado dissociá-los do disco e da imagem e recordações dos seus concertos, é quase como se ouvisse dois discos ao mesmo tempo... Não são mas é uma imagem mental pessoal que preciso de eliminar para curti-lo. Só há uma solução para mim, acho que vou ter de aumentar o volume!!!
Por fim, Moor Mother com Jewelry... Crimes Waves (Don Giovanni) é um mini-LP de colaboração entre estes dois. Música de 2017 para os EUA e resto do Império, Hip Hop mutante que deixou de fazer sentido chamar de Hip Hop mesmo que muita da atmosfera lembra o que o Tricky fazia nos anos 90 para chatear o comércio fonográfico - ninguém se lembra do seu "segundo" álbum intitulado Nearly God, certo? Engraçado que a tensão já não é pré-milenar mas os efeitos deste milénio novo são mais devastadores com tantos sacos de bosta como os "Trumputins" do mundo. Apesar da comparação ao passado, eis música nova para quem pensa que nada há para ouvir... Já agora ide recuperar o álbum Fetish Bones (Don Giovanni; 2016) da Moor caso tenham estado desatentos, ou pior, estejam à espera que os media portugueses divulguem algo de jeito...
Colombianos e franceses fazem Pixvae que nada têm de Pixies nem de Vaee Solis embora poderia ter todos os fãs destas bandas, que seria uma atitude mais acertada neste mundo parolo. O disco de estreia, de 2016, é uma palmeira pintada de cor-de-rosa-choque como tão bem a capa ilustra. Para quem não quer mais ouvir as repetições do Pop / Rock caduco que passa na rádio, este colectivo dá-lhe numa "new world music" onde as linguagens do Afro-Latino, Noise Rock e do Jazzcore fundem-se sem dar flancos fracos. Orelhudo até mais não mas sem ofender o bom gosto... caramba este deveria ser o sexto álbum dos Pixies se os gajos não se tivessem levado pela grana suja da nostalgia!
E por falar nos Vaee Solis, não sabia da outra banda da vocalista Sofia Magalhães, os Lodge. Punk-Hardcore modernaço, alta energia e virtuosismo é a definição para esta banda que mete tudo o que é banda tuga num canto. Bom, vá lá, pelo menos é o que soa a k7 Orphaned Chants (Tapes she said; 2015) embalada como a de Plus Ultra.
Estalada na cara com vocais de demónio - creio que nunca ninguém berrou desta forma tão poderosa e livre em bandas pesadas 'tugas. Só isso merece o estatuto de clássico no punk-hardcore português. Depois disto, só se pode dizer das outras bandas o seguinte: que grandes meninos...
Questão: depois de Crisis, disto e Vaee, o que é feito da moça berrona? Onde ela pára? Espero que não tenha engordado e começado a parir crianças... Pleeeease!
Também da Tapes She Said e de 2015 temos Live 2014-2015 dos Bitchin Bajas, duo-agora-trio drone gringo que andam nas bocas do mundo. Por mim, tanto faz, é agradável o seu "ambient lo fi" sonhador e tal - recuso-me a escrever "psicadélico", a palavra mais abusada em 2017 depois de ter sido em 1967, Zeus! Não é nada de outro mundo... Heresia, dirão alguns! É só mais tralha "hype" neste universo,... 'tá-se!
De resto é a k7 mais feia da TSS mesmo que ela em si seja um belo de um verde! Em compensação iria descobrir a mais bela k7 de sempre!
Foi esta: Planetarisk Sudoku (Dridmachine; 2037) dos Psudoku! WTF!? Veio através dos Brutal Blues, banda Grindcore tão fria como as fiordes e que tocou nos Milhões. A boa cena foi terem trazido k7s destes noruegueses armados em P.K.Dick a quererem criar realidades paralelas. Dizem eles que som que fazem é como se o Grind não tivesse vindo do Punk / Hardcore mas de um mundo que teria vindo directamente do Prog dos anos 70! Jiiisus fuck!!! Claro que isto escrito no papel tem mais piada do que na realidade. Acho que os gajos não se meteram nesse papel extremo de tentar mesmo ser malta do Prog a evoluírem pró Grind, ficaram-se pelas intenções pois não é muito diferente de músicas dos Mr. Bungle ou Secret Chiefs 3 já fizeram. É divertido, inesperado e tem algo de japonoca pela premissa - Ruins? Melt Banana? É fixe mas não pensem que vão encontrar aqui "o som nunca antes feito"! A embalagem da k7 é que é um verdadeiro "state of the art". Impressa em serigrafia com tintas que expandem, quando secam criam um efeito de esponja. Meu, a embalagem é que veio de 2037!!! É a k7 mais linda que alguma vez comprei! LINDA!!!
Seriam os Psudoku capazes de desenvolver o Grind pelo Krautrock? Sim, quero falar de FaUSt... Nem sei se quero mesmo falar desta banda que foi seminal para quase tudo como o Industrial, por exemplo. Mais estranho é conhecer o instigador principal desta facção de Faust - o "US" está em maiúsculas porque há outros "Fausts" por aí - o Jean-Hervé Peron. Ele disse-me que o que gostava de BD era o Príncipe Valente... Credo, mais valia ele ter partido o dedo ao tentar abrir uma garrafa de vinho verde para mim e os Camaradas da Chili. E ficaria para a História: FaUSt não tocou por causa da Chili Com Carne! O concerto no festival foi uma freakalhada, parecia que estávamos em 1977 em que usar manequins em palco era a vanguarda máxima. Zeus, haviam gajas com burkas e duas betoneiras... Apesar da foleirada / freakalhada endérmica (por momentos pensava que estava num espectáculos com panelas e vassouras do CCB), lá 'tá, o gajo tem 70 anos e faz isto desde 1970, ergo, ele sabe o que faz num espectáculo ou nos discos.
Não é qualquer um que faz cagadas freaks e está à vontade para que soe bem! jUSt (Bureau B; 2014) e Oslo Rockeffeler 2009 (ed. de autor; 2016) tem a energia que não se vê em tanta banda "psicadélica", "post-rock", "post-metal" que andam por aí. Nestes discos, seja em estúdio ou ao vivo, há bons momentos e há alguns menos bons, há azeite experimental mas tudo resulta numa viagem sem complexos nem bocejos. Ide aprender com os velhinhos! Até eu já percebi melhor os Butthole Surfers ou os Pigface, por exemplo. Se queres alucinar tens de dar mesmo na fruta, não podes ser um betinho que comprou a guitarra vintage para seres "psicadélico"...
E voltando à vaca fria, não dava nada pelos Dreamweapon e o seu LP de estreia, de 2015 pela Lovers & Lollypops. Quer dizer no bandcamp parecia mais uma betalhice qualquer mas não não não! Isto ouvido como deve ser, numa aparelhagem analógica percebemos que é psicadélico direitinho ao coração, sem histerias post-metal nem fogo-de-artíficio Stoner. Dark q.b. e repetitivo como os portugueses adoram fazer.
Questão: ou estou a ficar mole ou neste caso a falta de movimento (típica da produção artística portuguesa) funciona bem neste caso. Como não posso dar o braço (ou a genitalia) a torcer, só pode ser o segundo caso.
Um dos membros é o terceiro tipo da nova formação dos 10 000 Russos, talvez isso ajude a explicar a qualidade deste projecto mas isso seria a menosprezar o resto da equipa Dreamweapon que tem aqui uma estreia incrível. Isto é música para sonhar no sofá ou na caminha, caso não fosse um vinilo e tenhámos que mudar de lado de x em x tempo... Meu, como é que os hippies tripavam nos anos 60 se tinham de mudar o disco cada 20 minutos!? Fuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuck...
Ifriqiyya Électrique é Putan Club com três tunisianos vindos do deserto. Música Sufi que afasta demónios com rock Industrial que faz justamente o contrário... bela mistura e maravilhoso paradoxo que não acabam por aqui. Enquanto Putan recusa-se a gravar discos (rumores dizem que sairá qualquer coisa este ano... rumores!) com este projecto foram logo editados pela grande Glitterbeat com este Rûwâhîne (em CD e LP). Tal como um Baco perdido no deserto, este projecto relembra que a grande panca do Industrial sempre passou pela música africana e esta é a forma mais pura de o fazer uma vez que há verdadeiro intercâmbio entre os europeus e os tunisianos - e não à distância com as rapinagens / samplagens do passado como fizeram outros grupos. O mais díficil de ultrapassar neste disco é a parte "Putan Club" para quem está habituado a vê-los tantas vezes como é o meu caso - quantas vezes já os vi? Sete? Oito vezes em três anos!? É complicado dissociá-los do disco e da imagem e recordações dos seus concertos, é quase como se ouvisse dois discos ao mesmo tempo... Não são mas é uma imagem mental pessoal que preciso de eliminar para curti-lo. Só há uma solução para mim, acho que vou ter de aumentar o volume!!!
Por fim, Moor Mother com Jewelry... Crimes Waves (Don Giovanni) é um mini-LP de colaboração entre estes dois. Música de 2017 para os EUA e resto do Império, Hip Hop mutante que deixou de fazer sentido chamar de Hip Hop mesmo que muita da atmosfera lembra o que o Tricky fazia nos anos 90 para chatear o comércio fonográfico - ninguém se lembra do seu "segundo" álbum intitulado Nearly God, certo? Engraçado que a tensão já não é pré-milenar mas os efeitos deste milénio novo são mais devastadores com tantos sacos de bosta como os "Trumputins" do mundo. Apesar da comparação ao passado, eis música nova para quem pensa que nada há para ouvir... Já agora ide recuperar o álbum Fetish Bones (Don Giovanni; 2016) da Moor caso tenham estado desatentos, ou pior, estejam à espera que os media portugueses divulguem algo de jeito...
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