sábado, 12 de abril de 2025

1 livro 1 disco 1 zine (4)

Saiu este ano o Questmaster (Ao Norte; 2025) do Rodolfo Mariano, que é um gajo tramado!! Dá sempre a volta às coisas!!! Um gajo pede um registo autobiográfico para o Querosene (Chili Com Carne; 2021) e ele sai um tratado psicadélico sobre o como Coimbra é podre. Os tipos da Ao Norte pedem para ele fazer uma BD sobre "O Filme da Minha Vida” (nome da colecção) e saí tudo menos um bárbaro homoerótico com a megaxuxu da Grace Jones! Invés disso, parece que partimos para uma realidade paralela “furry” do filme do Conan (de 1982) com discussões filosóficas de pessoal embriagado. Dentro de um estilo que foi o seu último grande livro, Maldito Aquele Lugar,  é assim que ele deixa-nos pendurados mas com a vantagem de podermos fazer outros filmes na nossa cabeça! Muito bem!


Outro gajo tramado é o Fernando Cerqueira. Só quando fizemos o livro da comemoração dos 30 anos da SPH e 20 da Thisco é que pude ver finalmente as k7s que ele editou nos anos 90. Belas capas e embalagens, quase que demorei 20 anos para vê-las, desde que o conheci e começamos a colaborar em projectos... poças! Com o tal livro houve uma segunda vida para a SPH e se pensam que ele ia continua a fazer tudo por tabelinha esqueçam. Para provar isso eis que ao fazer a série de colectâneas Atonal (título homónimo do seu fanzine de 1990 onde vinha o primeiro volume) escolheu um formato diferente de apresentação, ou seja, uma embalagem que lembra algumas de produtos de tecnologia nos quiosques. Na segunda vida da SPH, além de ter reeditado velhas glórias, foram feitas k7s de recuperação de sons, obras e músicos vindos dos anos 80 e 90, como acontece com este terceiro volume (2022) onde, tal como as BDs de Mariano, somos apanhados de cuecas na mão para Noise, Techno experimental, IDM, Glitch, (mau) Ambient(e), dronaria e o catano, cortesia de Pas Musique, If, Bwana, Discman, Francisco Lopez, Manuel Mota,... Quando menos se espera tudo muda nesta colectânea e pergunto-me se não é assim que deve ser sempre? Seja como for, quem vê embalagens não vê os sons!


Outro cromo que surpreende sempre é o Harukichi e o seu DJ Cat Gosshie, cujo pelo dourado que larga converte tudo em ouro: já lá vai na terceira impressão, ganhou um prémio e dá mote a uma curta. Não é gatinho para dormir uma "catnap" sobre os seus louros e eis que saiu o número nove de DJ Cat Gosshie Short Stories (Toge No Jizo; Jan'25) que apanha alguma BDs feitas para as antologias Kuš! e Stripburger. Num A5 todo a cores deslumbram-se nas suas páginas de BD passeios ganzados pelo México, Angoulême e Cleveland, viagens essas em que serão aproveitadas de certeza para um próximo volume deste gatinho feito gatão!

Sem comentários: