quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Laica de Latão

Este ano as "prendinhas sonoras" que se foi arranjando na Feira Laica foram um bocado chochinhas - até porque até já tinha adquirido o que era/é muito muito muito bom!


A começar pelo Ambiansu e o seu Tagebuch (New Approach + Noori; 2009) que é "marado" (é uma "private joke"). Começa com algo "Jazz cinematográfico" (The Train's Bar), segue com a Dance Macabre (pouco alterada? pouco sei...), Clearing (um live-recording de gaiteiros e com um som negro por detrás tipo theremin), Adramlech's Rebirth (ambiental soturno com pedaços de Noise) e Tempus de Chuva (segue anterior mas inclui uma voz em português). Isto poderia impressionar pelo ecletismo mas por acaso tive um efeito estranho de rejeição talvez porque nem senti nem percebi o caminho do trabalho. Passado dias a ouvir não é que me queixe de o ouvir - talvez os gaiteiros começem-me a encher as medidas) - mas continuo sem perceber o sentido à coisa...

O novo álbum dos Ölga (não consigo pensar neste nome de banda sem pensar numa música dos Enapá 2000) é La Résistance (Skinpin; 2009) é todo ele dEUS com Kinks e qualqueroutra coisa mais no espectro Indie, Post-Rock (género que os índios começaram a fazer depois do Indie ter "falido") e o que for possível de catalogar como chato, aborrecido e melancólico-porque-sim mesmo que o virtuosismo e produção tentem animar a coisa. A Alma portuguesa adora tristeza sabe-se lá porquê e é nestas alturas que se topa isso. Poderia ser Fado mas não é um puxada a Camden Town depois de já ninguém querer ir para lá. Alguém pode oferecer uma viagem para Berlim a estes moços?
Com o Noberto e a Olga nas fileiras só espero que a Skinpin não se torne na Bor Land 2. Ou pelo menos não venha a editar o Old Jerusalem, pleeeeeease...

Por fim, Suchi Rukara estreia-se com Equation (We Love Pandas; 2008) oferta do camarada Lagosta Martins, em que toca bateria como um selvagem... aliás, toda a gente grita e toca como selvagens, e sendo isto Hardcore Screamo chega a um ponto que lembra Black Metal de tão irritante que é... Quem poderá gostar disto? Só se for pelo trabalho gráfico do Bráulio Amado (que também berra aqui algures), Injustiça!, isto está muito bem gravado, os instrumentais são bons... só a gritaria é que é uma irritação e muitas vezes rídicula...

É óbvio, a jeito de conclusão, que rejeito todos estes projectos porque afinal não passo de um gajo fechado, nostálgico, que afirma não gostar de Hardcore, música brasileira e House para se mostrar "open-minded" MAS na realidade como assim se prova pelas pseudo-críticas acima não pareço gostar de nada. É verdade, é verdade e é triste! Bom Ano Novo!

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