segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Taxas para ti!

No início de 2012 alinhamos numa postura pública contra PL118, ou seja, a actual Lei da Cópia Privada - que no blogue Bitaítes tão bem explica como funciona a pouca vergonha!

Perdeu-se mais uma batalha, fica aqui o que se escreveu na altura: A PL118 apresentada pelo PS, que pretende inserir uma taxa no preço de todos os tipos de armazenamento digital (discos rígidos, pens, telemóveis, cartões de memória), tão bem como em impressoras multifunções e outros "equipamentos de cópia". Essa taxa, recolhida cegamente em tudo o que é vendido, servirá para "compensar os autores pelo prejuízo criado pela cópia privada" - ou seja, o potencial prejuízo que um autor sofre quando tu copias um CD para o teu computador para ouvires lá, por exemplo.

Além do impacto negativo para quem usa tecnologia em geral, ou seja, toda a gente (computador, telemóvel, cartão de memória na máquina fotográfica, tudo mais caro!), como em particular aos artistas independentes e todos aqueles que, por opção, não são representados em entidades colectivas de representantes de direitos de autor (SPA e afins) - tendo de pagar taxa enquanto cidadão, e vendo também o material que usa para criar a ser taxado, taxa essa que supostamente iria para autores, mas que estes autores nunca a verão. Faz sentido que a Chili Com Carne seja contra este Projecto de Lei, e importante que o diga publicamente, nesta altura em que várias associações se juntam para fazerem com que a parte dos não-representados (sociedade civil e autores do século XXI).

Mais info:
* uma "apresentação" do assunto - http://jonasnuts.com/428922.html
* o assunto na comunicação social - http://wiki.ansol.org/AnsolNaImprensa2012

De onde aparecem estas ideias de leis? Parecem ser feitos por broncos fascistas do Texas... Mas não!!!  Isto vêm dos "Socialistas", os que costumam ser identificados como apoiantes da Cultura e da Arte. Na verdade estas pessoas que não passam de gente cadavérica, cínica e oportunista, que procuram ganhar dinheiro pela SPA sem fazerem obras novas e que ainda por cima dizem representar os autores e artistas. Ora bem, nós não nos sentimos representados, nem como artistas nem como cidadãos por esta proposta nem pelas pessoas que a apresentam e que se querem passar por defensores dos  artistas. Elas aliás, merecem que se usem as suas imagens - já que querem que paguemos irracionalmente pelas suas reproduções - da forma mais humilhante e primária, eis um exemplo que nos enviaram hoje, e que nos fez gargalhar imenso:


No fundo, olhando para esta selvagem "photoshopada" chegamos à conclusão que esta deve ser esta a real razão da Lei. Com o mundo digital deixou de haver "ordem", tudo é plástico e manipulável (cultural jamming, mash-ups, clones, avatares, etc...). O medo de serem gozadas desta forma por qualquer puto de uma aldeia da Beira Interior que tenha acesso ao Google e ao Photoshop deve-as fazer mijar entre as pernocas...

PETIÇÃO ONLINE para quem é contra aqui: 
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=pl118nao

sábado, 23 de agosto de 2014

Zona de Desconforto na Atual (Expresso)


O livro Zona de Desconforto já saiu em Abril mas só agora é que saiu uma resenha crítica no Expresso - no suplemento Atual - talvez porque estamos numa "época morta" em que vale tudo como meter o nosso livro finalmente ou o nojo do Sin City (filme... e a BD) como capa da revista e com direito a três páginas de informação merdosa. Chocante! Mas enfim, agradecemos à Sara por continuar a lutar no meio desta barbárie...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Sector separado



Dissecting Table / Sektor 304 : Utopia / Decay (Malignant; 2014)

Desta vez é mesmo um split-LP, ao contrário do LP com Le Syndicat. Japonoca cota de um lado, jovens portugueses do outro. Assumidamente diferentes em todos os sentidos.
O japonês oferece um caleidoscópio de glitches flipantes longe dos tempos mórbidos do início da sua carreira, primórdios esses que bem devem ter influenciado os Sektor 304. E realmente é aqui, na cena Dark da coisa que a velha questão portuguesa volta a estas resenhas ou seja a incapacidade dos portugueses de mexerem a anca. É claro que os Sektor não estão interessados nisso, eles querem é ser má-onda e sincopados mas quando estamos em contacto com um LP que tem trabalhos de duas nacionalidades, e apesar do trabalho de um artista não pode ser metido em gavetas que possam ser catalogados de ser de X país (um verdadeiro artista não têm pátria!), a verdade é que se sente aqui a diferença entre um trabalho "estrangeiro" e um "nacional".
A "nossa" tendência é para a "decadência" (o título da parte de Sektor não engana, tal como o título da parte estrangeira também não) e para a melancolia, nunca para a "velocidade" ou para a alegria... O que os Sektor fazem, fazem-no muito bem e não é à toa que estão na Malignant, uma editora norte-americana de referência do Dark / Industrial mas o ganho deste LP para mim é Dissecting Table a trazer uma loucura psicadélica que tanto tem de Noise como de Groove, de Punk como de Free ou de Industrial como de Techno... como se o caos urbano mítico de Tóquio entrasse pelo gira-discos com um "kick" de açucar, MDMA e Energy Drinks manhosas. Para o contraponto ficam os Sektor 304 a fazer algumas das melhores malhas dentro do género mas que podem significar o fim da linha - depois disto, onde mais poderão ir!? Os quatro temas parecem ser uma única faixa de ressaca que nos diz se curtes tanto o Japão porque não vais pra lá lamber o chão de Fukushima? Agora pensa...

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Sector paralelo



Sektor 304 : Communiphones (New Approach; 2014)

O Estado português quer combater a economia paralela quando é esta que faz mexer o planeta com as coisas boas que há na vida ou que pelo menos nos fazem sentir bem (esmolas, "benefits", putas, drogas, armas, jogos, etc...) sem mexer nas finanças dos ricos (essas muito mais paralelas que um gajo de uma oficina ou de um café) e oferecendo automóveis de luxo para quem pedir facturas de pintelhos - carros de luxo!? isto sim é que me parece uma economia paralela! O que isto tem haver com este CD de Sektor 304? Nada! É só porque este disco não me bateu e não sei o que dizer dele...
É um disco "paralelo" ao que a banda tem feito, isso sim dá para perceber. Os Sektor 304 começaram por ser um duo (o João Pais Filipe e o Camarada Coelho) e passado uns discos passaram a quarteto (com a inclusão de Henrique Fernandes e Gustavo Costa) mas neste disco temos uma gravação de 2012 na onda de "dark ambient" feito só por Coelho e Costa (soa mal escrito assim, parece nome de uma funerária) mas assinaram na mesma como Sektor 304. O som nada tem haver com aquele Industrial Tribal caraterístico da banda e se eu fosse burro diria que estava a ser enganado - ou achar que o Zamia Lehmanni - Songs Of Byzantine Flowers não faz parte da discografia dos SPK (e o mesmo para o Metal Machine Music no caso do Lou Reed), ou seja, que uma banda não se pode expressar de outra forma que não seja pela tabelinha de convenções criadas por si quando era sete ou nove anos mais nova.
Para quem quiser levar com um ferro na tola neste CD não terão essa sorte, muito pelo contrário, é mais para estar a planar no sofá pensando em comboios suburbanos e o cinzento do quotidiano. Ou então se a cabeça estiver mais para lá do que para cá pode ser a banda sonora do Terminal Tower (publicidade não intencionada) porque passa por terras pós-apocalipticas com os restos mortais de civilização. Como ainda tive oportunidade de ir para o sofá ouvir com atenção não estou muito sensibilizado para isto. Uma oportunidade perdida? [Não sabe / não responde]

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Sector vivo



Sektor 304 : Live Reaction (New Approach; 2014)

É o primeiro disco ao vivo dos portuenses Sektor 304 já que não se pode considerar Transmissions como tal apesar de ser uma gravação de uma improvisação. Este é aquele clássico de banda Rock com o público a bater palmas sabe-se lá porquê depois de ter sido agredido com barulhos "industriais", chapas, lixo e plásticos amplificados, "power-electronics", baterias, contrabaixo e gritos metaleiros. Gravado no formato de quarteto, onde encontramos o Camarada André Coelho (co-autor do livro Terminal Tower), percebe-se que alguns temas são do ciclo de eventos Sonores mas não há mais referências  para saber concretamente quais os espectáculos que foram captados - quer dizer, se fosse cromo, fazia-me de "e-stalker" e procurava na 'net todos os concertos da banda (que nunca foram muitos, creio) entre 2010 e 2012 (a única referência dada no CD) e tentava adivinhar a coisa. Como é óbvio sou fã da banda mas também tenho mais do que fazer... e desconfio que o objectivo não foi marcar um momento anal mas antes fazer um disco que soe ao vivo no sentido de ser mais espontâneo ("rock"?) e menos "cavernoso", tanto que há uma falsificação assumida na forma como as faixas são coladas entre elas para parecer de que se trata de um documento único. Com mais temas do Soul Cleansing do que o Subliminal Actions também há espaço para "acções sem título" (improvisações) e o som está menos pica-miolos do que nos discos de estúdio, claro que quem "esteve lá" deve ter perdido mais algumas células auditivas - olha, que não fossem estúpidos e ficassem em casa à espera que este disco saísse!
E já agora, o CD também vale pela fotografia de Teresa Ribeiro que mostra finalmente a banda percebendo-se que são pelo menos três gajos com rabos-de-cavalo a foderem o palco...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

"É a originalidade do pecado que nos move..."

No princípio era o Forte. No princípio é sempre o Forte Prenestino, massiva construção novecentista situada na parte leste de Roma. 
Ocupado há quase 30 anos este Forte de desejos recebe todos os anos, desde 2004, o festival "Crack! fumetti dirompenti" (literalmente quadradinhos perturbadores, festival de BD, de todo o tipo de materiais gráficos impressos imagináveis, artes performativas, arte mural, instalação, buffonerie, piratarias e etecéteras...) onde a Chili com Carne esteve mais uma vez presente nos dias 19 a 22 de Junho. 

Dez anos depois da primeira edição um cartaz de símbolos mutantes anuncia um Génesis regenerativo. Depois dos Apocalipses e das Hordas das edições anteriores, o tema deste ano apela a um processo de união e fertilidade para a criação colectiva. 
Apesar de mais ou menos mambo-jambo, mitos de criação, primitivismos futuro-apocalípticos, que poderiam dar aso a discussões estético-filosóficas bem acesas, a prática desta terminologia surpreenderia muitos materialistas. De facto o Crack! é mesmo uma pujante criação colectiva auto-gerida e auto-produzida que, sem patrocínios públicos ou privados, joga no campeonato dos grandes eventos de massas mas pretende mudar-lhe as regras. 
"Gostaríamos de ter comido a maçã com gosto porque é a originalidade do pecado que nos move: a busca de conhecimento através das nossas visões."



( RISIS * performance de Alexander Ríos na Sala da Tè do Forte Prenestino )


Dez dias de workshops precederam o festival, onde dezenas de artistas e participantes de todo o mundo vieram trocar saberes, misturar-se, fortalecer redes e contactos, conspirar nos subterrâneos e aproveitar a hospitalidade do Forte e as suas excelentes oficinas. Dessas sessões de trabalho resultou, por exemplo, a publicação ABC da resistência visual. Ou então ficou-se simplesmente na esplanada improvisada entre o pátio e o laboratório de serigrafia, entre os chuviscos e o sol, a beber café e a desenhar o dia inteiro. Ou a sacrificar pizzas no forno pazuzu ao som de doommetal a ecoar pelo pátio. A observar e a participar nos fluxos do Forte. 

Nos dias do festival, uma azáfama percorre os pátios e as catacumbas. Nas celas subterrâneas, perfiladas pelos dois intermináveis corredores simétricos, ao longo da fachada frontal do Forte, estendem-se as centenas de bancas onde se encontra de tudo o que nesta galáxia há de auto-edição, BD, ilustração, arte antagonista. Milhares de pessoas. Autores confundem-se com visitantes, confundem-se com editores. De cela em cela, cada uma tem o seu ambiente específico, instalações, decorações, do mostruário mais clássico à cripta mais soturna. Para além dos concertos e recitais no pátio e na sala da tè, qualquer canto pode ser alvo de uma intervenção qualquer, da rodagem de um filme, de uma declamação súbita, de uma festa de garagem...  Carradas de coisas, um excesso de ruído visual completamente arrebatador que enche as baterias de todagente que por ali passa. Um combate de centenas de titãs. Onde cada pessoa leva dali um bocado de vida para a sua vida. 


o Crack! em imagens: aqui 

o Crack! visto pelo colectivo de animação Nikodio:

  

o cartaz do festival por Bambi Kramer:

Uma desgraça nunca vem só @ Público 8/8/14


Afinal o Imbecílon está atento às movimentações menos óbvias da música... e até deu 4 estrelas ao EP online de Stealing Orchestra e Rafael Dionísio! Ainda há esperança na imprensa portuguesa! Ou isso ou é a "silly season" em que vale tudo!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Usted #7


Esteban Hernández
Auto-edição; Outono 2012

Costuma-se dizer que os "espanhóis são mais que as mães", uma verdade de La Palice que se pode aplicar a qualquer país ou povo. Se calhar só quer significar que os portugueses quando vão a Espanha para não ficarem de boca aberta, como um burro a olhar para um palácio e não alarvarem algo do tipo "porra, Espanha é enorme e Portugal é uma caganita" preferem dizer esta treta que nada diz. Também se poderia dizer "os valencianos gráficos são mais que as mães" só para dizer que Valência é uma cidade cheia de autores de BD e ilustradores, para além de ter um Museu da Ilustração e ruas dedicadas a artistas gráficos.
De memória está lá a malta do Arght!El Monstruo de Colores No Tien Boca, Media Vaca, o camarada Martin López Lam, o Tumba Swing, Arròs Negre (que este ano ganhou o Prémio de Melhor Fanzine no Festival de BD de Barcelona), Buen Dolor, e claro o Tenderete... A acrescentar a este lista de qualidade e activismo editorial está Esteban Hernández e as suas publicações, em especial Usted, fanzine de qualidade irrepreensível que junta BDs deste autor (publicadas noutros sítios?).
Tirando uma ou outra de género humorístico que nada me dizem, as outras BDs que oscilam entre a autobiografia e a ficção - e pelo meio a auto-ficção - e mostram um autor que domina completamente as convenções da BD com um estilo gráfico comercial q.b. O que é estranho é ver esta compilação que parece um "comic-book" à antiga (ou seja como acontecia com os "comics" da Fantagraphics e Drawn & Quarterly nos anos 90) sendo uma publicação com ar e conteúdo super-profissional mas auto-editado! O modelo económico não bate certo, é simples concluir que o autor não vive da comercialização das suas edições. Logo parece ser um luxo ter este "comic" como uma improbabilidade editorial.
O trabalho do autor são histórias urbanas de coincidências parvas - não são todas elas assim? o Paul Auster não inventou nada! - com resultados bastante divertidos e inteligentes. Mais um valenciano para ir seguindo!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Barulho do tempo



156 : Taking a look at a moment lost (Chrondritic Sound; 2013)

A melhor música nos dias de hoje é editada em k7... não? É que o vinil realmente voltou mas o tal regresso veio com vícios parvos da moda (lembram-se daquele "post" sobre vinis só com um lado gravado?) em que qualquer gato pingado lança vinis a pensar que a sua música vale a pena ser editada num objecto físico. Em k7 só os puros e genuínos é que acreditam porque quando se fala em k7s a pessoas riem-se: «ainda usas k7s!?». Mesmo que a música seja uma merda, a vantagem da k7 é que se pode desgravar com outra coisa melhor. Não é o caso desta gravação de 156, a.k.a. Adel Souto (que participou no primeiro Antibothis como escritor), que agarra nos restos mortais do Industrial e Noise para fazer deles um exercício ambiental urbano com algum toque tribal a lembrar Tribes of Neurot talvez mas mais agressivo e mais agudo. Música para descobrir em momentos de concentração e que nos recompensam mais tarde ou mais cedo.


Mais malta que entrou no Antibothis: Banabila • Erker • Machinefabriek • Zenial (Tapu; 2013), um LP cuja a fotografia da capa é de Gerco de Ruijter e dá-nos logo a pespectiva sonora do disco: música de drone vigilante à procura de cargas ilegais enquanto que o vigilante na estação de controlo pensa nas contas a pagar ou naquele fim-de-semana onde irá ao Festival de música (preencher aqui à vossa vontade ou preferência: indie, techno, metal, world, jazz,...) "encharcar a vela"! Na essência é um disco do holandês Banabila que reúne aqui várias faixas saídas aqui e acolá com colaborações, de forma assumidamente mutante que só é coeso pelo tal planar imperceptível do drone. Boa produção!

Gracias ao Camarada Cerqueira por estas maravilhas áudio-tecnológicas!

domingo, 3 de agosto de 2014

ccc@Feira.Morta.III



cartaz de Amanda Baeza
Sim claro que estivemos neste fim-de-semana xunga na Feira Morta e correu muito bem além de ser um evento porreiro e muita boa onda num "spot" fantástico, mesmo ali nos Restauradores-centro-do-mundo! Não conhecia os Adamastor Studios mas fazem belas exposições de desenho e também imprimem em serigrafia e gravura.

A Morta continua na mesma: tudo de improviso mas com energia, pinta punk e convicção, mexendo com velhas e novas gerações de editores e artistas gráficos cheios de ingenuidade e militância, mas com a organização a cometer o eterno erro de se esquecerem que a Feira é de edição independente e como tal deveria dar destaque a isso e menos a concertos ou a fucking boring travecas asíaticos (o Terre Thaemlitz que me perdoe!)... Se normalemente isso até nem era um grande problemasdesta vez essa excitação pelo "live" fez com que uma sala com editores de zines não pudessem vender nada durante horas!

Talvez por estas e por outras que a Morta ainda não substituiu totalmente a Laica como O evento de referência que concentre e projecte as novidades editoriais portuguesas... e isso só acontece porque a organização é muita "crazy" porque de resto, este fim-de-semana conseguiu chamar muito público e fazer que houvesse um vedadeiro encontro de pessoas que se identificam com a cultura DIY. Mas é complicado trazer criativos estrangeiros ou programar edições para a Morta quando o evento é o mais punk que existe em Lisboa. Mesmo da nossa parte (Chili Com Carne e MMMNNNRRRG) das poucas novidades que temos para esta Morta nem pensamos que seriam para lançá-las lá: a nova edição do Bestiário Ilustríssimo de Rui Eduardo Paes andou atrasada meses na gráfica chegou no primeiro dia da Morta por mera coincidência; e os postais d'AcontorcionistA do Grupo Empíreo já tinham saído no Tenderete (Valência) embora como na realidade têm pouca exposição pública em Portugal valeu a pena vê-los in loco na Morta.



BD havia, novidades poucas (o Clube do Inferno baldou-se a essa nobre tarefa!) e só comprei um zine de BD simpático, o Ideia (Massavage) de João Carvalho. Formato A5 de certa forma lembra o Samuel de Tommi Musturi mas diametralmente oposta nem porque seja que a criatura-personagem é preta, a BD não é aquela orgia de cores (é impressa preto e branco), a composição das vinhetas é totalmente "free", são feitas colagens com imagem real, etc... É sempre "naíce" encontrar novos autores a fazerem BD... Ah! Também li o #3 do Your Mouth is a Guillotine, zine feminista com BDs e ilustrações de Ana Menezes, Teresa Câmara Pestana, Hetamoé... e com textos que continuam a fazer sentido em 2014. 

Pelos vistos a Morta é mais útil do que sugeri ao início! Quando é a próxima?