terça-feira, 5 de agosto de 2014

Barulho do tempo



156 : Taking a look at a moment lost (Chrondritic Sound; 2013)

A melhor música nos dias de hoje é editada em k7... não? É que o vinil realmente voltou mas o tal regresso veio com vícios parvos da moda (lembram-se daquele "post" sobre vinis só com um lado gravado?) em que qualquer gato pingado lança vinis a pensar que a sua música vale a pena ser editada num objecto físico. Em k7 só os puros e genuínos é que acreditam porque quando se fala em k7s a pessoas riem-se: «ainda usas k7s!?». Mesmo que a música seja uma merda, a vantagem da k7 é que se pode desgravar com outra coisa melhor. Não é o caso desta gravação de 156, a.k.a. Adel Souto (que participou no primeiro Antibothis como escritor), que agarra nos restos mortais do Industrial e Noise para fazer deles um exercício ambiental urbano com algum toque tribal a lembrar Tribes of Neurot talvez mas mais agressivo e mais agudo. Música para descobrir em momentos de concentração e que nos recompensam mais tarde ou mais cedo.


Mais malta que entrou no Antibothis: Banabila • Erker • Machinefabriek • Zenial (Tapu; 2013), um LP cuja a fotografia da capa é de Gerco de Ruijter e dá-nos logo a pespectiva sonora do disco: música de drone vigilante à procura de cargas ilegais enquanto que o vigilante na estação de controlo pensa nas contas a pagar ou naquele fim-de-semana onde irá ao Festival de música (preencher aqui à vossa vontade ou preferência: indie, techno, metal, world, jazz,...) "encharcar a vela"! Na essência é um disco do holandês Banabila que reúne aqui várias faixas saídas aqui e acolá com colaborações, de forma assumidamente mutante que só é coeso pelo tal planar imperceptível do drone. Boa produção!

Gracias ao Camarada Cerqueira por estas maravilhas áudio-tecnológicas!

Sem comentários: