Freakarte II
BD e frekalhada é uma união especial, daquelas que fixes, que duram para a vida, até a Chili já aderiu uma vez ou outra ao género (ou será subgénero?). A cena de ler BD freak é que os desenhos vão-te dar tanta vertigem que não vais perceber nada do argumento, embora já se saiba que a história será uma cagada que pouco interessa. Será no desenho que terás (hippi)epifanias embora seja melhor tomar qualquer coisita. É tipo Free Jazz, é para curtir no momento, topas?
Uma das maiores características neste tipo de BD é "a caminhada", tipo, uma personagem vai à descoberta do mundo e sofrerá acontecimentos incríveis a interromper o seu percurso. Fobo de Gabriel Delmas é um desses casos, embora aqui uma lagartixa com arma laser encontre apenas mais uns mutantes sem se perceber a razão de tudo. Os desenhos de Delmas safam a coisa, claro está, o franciú é um cromo cheio de estilo gráfico. Editado pela italiana Hollow Press que tem feito um trabalho incrível no meio "Dark Underground Fantasy Crazy Shit" mas sobretudo tem é um cuidado gráficos com os seus dos livros, como é o caso de Crystal Bone Drive de Tetsunori Tawaraya! Uma BD cheia de mutantes junkies traficantes de orgãos, cuja a acção não se percebe pevas mas também não interessa, é impressa a tinta prateada sobre papel preto. Se os desenhos de Tawaraya já são impressionantes normalmente, ao serem "invertidos" tornam-se ainda mais selvagens e vindos daquele pesadelo que te deixa urina nos lençóis... Resta dizer que volta meia volta mandamos vir livros da Hollow para os nossos sócios ou temos à venda (percam) aqui (toda a esperança).
Acho que nem sei se escrevo correctamente os títulos do doido do Bertoyas... Um é Norak: Le fils de Parzan (Kobé 24?; 2015?) e o outro acho que (acho que!) é Flugblatt #1 (Kobé #25; 2015?) que poderiam ser descritos como o encontro aleatório de papeis numa casa de uma família popular expulsa pela Câmara Municipal do Porto - não é ficção como sabemos o que bem aconteceu há poucos anos atrás. No meio da tralha abandonada antes da bófia ter arrancado as crianças da cama à chapada lá conseguimos fazer uma pilha desses papeis e olha, os gajos curtiam BD! Vamos enpilhando BDs do Tarzan, BDs porno e umas de aventuras, estilo fumetti, onde tudo se mistura seja como for. A ordem dessas BDs está toda trocada, os papeis estão molhados e a tinta da impressão de algumas imagens e palavras passaram para outras páginas... Depois levas para casa, um francês doido aparece-te à meia-noite, leva-te essa pilha de bosta para França, desenha por cima desse caos, reescreve algumas partes e inventa outras, aboneca uma cena, mete uns elementos aleatórios aqui e ali, bem como uma boa dose de nahanha poética e temos obra. Acho que é isso... É genial mas convém usar luvas.
Por fim, temos Binoculars do finlandês Sami Aho, que para dizer a verdade acho que nem se enquadra neste perfil mas vai empurrado, que se lixe. Apesar do ar "artsy" não só não se percebe bem o que se passa por aqui como tem elementos freaks: partidas de jogos (ampliadores da mente, né?), mutações orgânicas, algum non-sense, jogos de óptica (aqueles olhos são afinal mamilos, spoiler, desculpem) e fotografias de animais. É ou não é freak? Editado pela galeria Thee Order ov The Hobohawk (antiga Watdafac) é distribuído em Portugal pela Rough Nough (também organizadora da Pangeia).
Também não merece estar aqui mas como é época de preguiça intelectual - e se os jornais que cobriram cheio de erros a Revisão desculpam-se desta forma porque não posso eu fazer o mesmo? - vai também no mesmo barco o Ping Pong de Amanda Baeza e a filipina Camille Dagal. Mini-zine A6 trata-se de uma "BD de metamorfose" (daí também poder estar neste "post") ou melhor, é um jogo entre duas ilustradoras que vão acrescentando elementos gráficos nos desenhos de uma e da outra (ping pong, topam?), tornando-o em algo narrativo ao jeito de "cadavre exquis". Mucho nice!
Uma das maiores características neste tipo de BD é "a caminhada", tipo, uma personagem vai à descoberta do mundo e sofrerá acontecimentos incríveis a interromper o seu percurso. Fobo de Gabriel Delmas é um desses casos, embora aqui uma lagartixa com arma laser encontre apenas mais uns mutantes sem se perceber a razão de tudo. Os desenhos de Delmas safam a coisa, claro está, o franciú é um cromo cheio de estilo gráfico. Editado pela italiana Hollow Press que tem feito um trabalho incrível no meio "Dark Underground Fantasy Crazy Shit" mas sobretudo tem é um cuidado gráficos com os seus dos livros, como é o caso de Crystal Bone Drive de Tetsunori Tawaraya! Uma BD cheia de mutantes junkies traficantes de orgãos, cuja a acção não se percebe pevas mas também não interessa, é impressa a tinta prateada sobre papel preto. Se os desenhos de Tawaraya já são impressionantes normalmente, ao serem "invertidos" tornam-se ainda mais selvagens e vindos daquele pesadelo que te deixa urina nos lençóis... Resta dizer que volta meia volta mandamos vir livros da Hollow para os nossos sócios ou temos à venda (percam) aqui (toda a esperança).
Acho que nem sei se escrevo correctamente os títulos do doido do Bertoyas... Um é Norak: Le fils de Parzan (Kobé 24?; 2015?) e o outro acho que (acho que!) é Flugblatt #1 (Kobé #25; 2015?) que poderiam ser descritos como o encontro aleatório de papeis numa casa de uma família popular expulsa pela Câmara Municipal do Porto - não é ficção como sabemos o que bem aconteceu há poucos anos atrás. No meio da tralha abandonada antes da bófia ter arrancado as crianças da cama à chapada lá conseguimos fazer uma pilha desses papeis e olha, os gajos curtiam BD! Vamos enpilhando BDs do Tarzan, BDs porno e umas de aventuras, estilo fumetti, onde tudo se mistura seja como for. A ordem dessas BDs está toda trocada, os papeis estão molhados e a tinta da impressão de algumas imagens e palavras passaram para outras páginas... Depois levas para casa, um francês doido aparece-te à meia-noite, leva-te essa pilha de bosta para França, desenha por cima desse caos, reescreve algumas partes e inventa outras, aboneca uma cena, mete uns elementos aleatórios aqui e ali, bem como uma boa dose de nahanha poética e temos obra. Acho que é isso... É genial mas convém usar luvas.
Por fim, temos Binoculars do finlandês Sami Aho, que para dizer a verdade acho que nem se enquadra neste perfil mas vai empurrado, que se lixe. Apesar do ar "artsy" não só não se percebe bem o que se passa por aqui como tem elementos freaks: partidas de jogos (ampliadores da mente, né?), mutações orgânicas, algum non-sense, jogos de óptica (aqueles olhos são afinal mamilos, spoiler, desculpem) e fotografias de animais. É ou não é freak? Editado pela galeria Thee Order ov The Hobohawk (antiga Watdafac) é distribuído em Portugal pela Rough Nough (também organizadora da Pangeia).
Também não merece estar aqui mas como é época de preguiça intelectual - e se os jornais que cobriram cheio de erros a Revisão desculpam-se desta forma porque não posso eu fazer o mesmo? - vai também no mesmo barco o Ping Pong de Amanda Baeza e a filipina Camille Dagal. Mini-zine A6 trata-se de uma "BD de metamorfose" (daí também poder estar neste "post") ou melhor, é um jogo entre duas ilustradoras que vão acrescentando elementos gráficos nos desenhos de uma e da outra (ping pong, topam?), tornando-o em algo narrativo ao jeito de "cadavre exquis". Mucho nice!
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