Boring Europa ::: últimos 20 kilometros, digo, exemplares!!!
e Sílvia Rodrigues
Feedback : reacções de viajantes aqui ... I love tour books about la merde de la europa / jes we can Igor Hofbauer ... O nome dificilmente poderia ser mais sugestivo e paradoxal (...) Porque, por mais quilómetros que façamos (...) o Velho Continente é cada vez mais um corpo uno. Ainda assim, o que vem dentro das páginas (...) é tudo menos entediante. Muitas ilustrações, desenhos e BD, uma forte componente gráfica e um sem-número de diálogos impróprios para gente sem sentido de humor. Tudo a duas só cores, azul e branco. Rotas & Destinos ... (...) espécie de périplo autoreflexivo na forma mista de diário/ reportagem sobre uma viagem por uma Europa de movimentos independentes, que se transforma numa espécie de mini-manifesto (é algo pomposo, mas adequado) sobre modos de pensar a arte, a vida, o mundo. Destaque aqui para o importante trabalho de Marcos Farrajota, que, com todas as suas limitações formais, tem aqui um papel crucial ao unir as diferentes contribuições e preencher espaços em branco, destacando-se ainda o seu olhar sobre as várias contra-culturas que o grupo vai encontrando na viagem, entre a extrema empatia/admiração e o desprezo ácido (o episódio de Berlim é particularmente elucidativo). Sem este fio condutor o livro seria uma amálgama de acasos individuais, e não faria grande sentido. JL ... (...) é um livro que deve tanto à mítica Torre de Babel como às auto-estradas europeias, misturando várias línguas e registos tão diversos (...) Surpreendentemente, o resultado é tão coerente como são caóticos os dias aqui retratados. Mais do que uma colagem de histórias e fragmentos, Boring Europa é um livro de viagens, uma aventura em 8000 quilómetros de estrada e, sobretudo, um contributo relevante para se pensar a Europa e as suas relações internas. Agora que a ajuda entre países (mais ou menos forçada) anda na boca de toda a gente, seis pessoas e uma carrinha dizem mais sobre as vias possíveis para o encontro e sobre a capacidade de nos conhecermos para lá das fronteiras do que todas as directrizes da União Europeia. Sara Figueiredo Costa in Ler ... Hace casi un año tuve la oportunidad de presenciar una de las exposiciones más atrevidas y frescas de ilustración y cómic de todo el tiempo que llevo dedicado al mundo gráfico y a la autoedición. Acostumbrado a una corrección profesional y buen rollista, que muchas veces rosa el aburrimiento y mojigatería, que encuentro habitualmente en la gráfica convencional -en la prensa, en la calle y en las estanterías de las librerías-, la expo-guerrilla del colectivo portugués Chili Com Carne resultó ser un contundente puñetazo visual e ideológico que demostraba, con la práctica, otras maneras de entender la ilustración y el quehacer visual. La exposición duro sólo dos días y era la primera parada en el tour "Spreading Chili Sauce around Boring Europe" que llevó a los CCC por España, Serbia, Austria, Francia, Italia, Eslovenia y Alemania, en 15 días y cuyo diario de viaje, publicado bajo el título "Boring Europe", cuenta el cómo, cuando, cuanto y por qué recorrer alrededor de 8000 km con una furgo cargada de fanzines, y puede servir como guía de lo que es la autogestión cultural. Martin López in Bólido de Fuego ... Quase todas as histórias tocam, portanto, aspectos autobiográficos, referentes aos acontecimentos destas visitas, mas ao mesmo tempo são também testemunho de variadíssimas práticas alternativas. Não apenas da cultura (música, artes visuais, festas, feiras) mas também das práticas propriamente ditas. Ou seja, da angariação de fundos, da organização de eventos, na forma como se gere um fundo de maneio, nos modos como se criam alternativas ao(s) mercado(s) convencional(ais), como se recebem os convidados, da cozinha à dormida, e sem esquecer aspectos de turismo (...) E além disso, as jantaradas e conversas em torno de cervejas e cigarros, que levam a discussões breves mas que apontam a interessantes tomadas de posição face aos estereótipos, expectativas e jogos de projecção que o encontro de “nacionalidades” forçosamente fornece. São muitos os pormenores estranhos e curiosos deste livro, deste a sua forma de organização, à “sinalização” que identifica as autorias, até ao tal orçamento ou custos da aventura, e os dados dos espaços visitados, que poderia até funcionar como convite à visita dos leitores (...) Pedro Moura in Ler BD Um livro on the road, desenhado durante e após o tour dos autores num registo quase sempre próximo do biográfico. Foram 8000 Km de Europa percorridos em 15 dias, a bordo de uma carrinha e com orçamento reduzido. Mais do que um pout-pourri colado à pressão do trabalho dos diferentes autores, existe nesta obra um vero fio condutor (no pun intended), graças a um excelente trabalho de editor. É também um importante testemunho da existência de alternativas: à edição, à distribuição, à venda, à performance, à BD, à música, à arte, ao entretenimento, à festa, à viagem, à estadia, à habitação, ao turismo, à amizade, ao conformismo. E paralelamente vai-se criando a evidência de que, enfastiante ou não, não existe uma mas sim várias Europas. Afinal, mais do que estereótipos nacionais, somos todos indivíduos. Bandas Desenhadas