terça-feira, 24 de janeiro de 2023

ccc@angouleme.2023



table F34

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pedimos para não enviarem propostas para os 500 paus ou encomendas das nossas edições nestas datas

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Rifa do último LSD na Matiné Fetra!!!



Cafetra anda a organizar matinés com concertos e o zine Mesinha de Cabeceira juntou-se à festa! Neste próximo encontro, leva consigo uma mesa de Mesinhas recentes e alguns raros.

Será levado o último exemplar do recente e raro Lúcidos, São e Determinados de Luís Barreto, uma das cabeça se assim se pode dizer d'O Triunfo dos Acéfalos

Este número que esgotou em poucas semanas terá UM EXEMPLAR em rifa. Sim, é isso: vamos rifar o último LSD na Matiné Fetra!

Basta comprar o bilhete da matiné e no final da festinha, será tirado um número de bilhete à sorte. O vencedor é aquele que ainda tiver o seu bilhete pouco molhado de suor ou de cerveja barata!

Sísifo na Planície


    Inaugura no dia 21 de Janeiro, às 16h, na Tinta nos Nervos a exposição de originais de BD de André Pereira, intitulada Sísifo na Planície, que (...) reúne um significativo conjunto de pranchas originais do livro The End of Madoka Machina, que congrega, num só volume, os vários fascículos da mini-série original, juntando-lhes alguns capítulos inéditos e exclusivos para esta nova edição. 

Madoka Machina acompanha a relação amorosa de uma tríade de jovens adultos que se tenta integrar numa sociedade dominada pela tecnologia e uniformizada pelo acesso à internet. Uma visão paralela de um futuro demasiado actual, fabricada através da combinação de uma figuração antropomorfica, interrogações existencialistas e uma geometria arquitectónica dos espaços que remete para o registo virtual dos jogos electrónicos. Ao núcleo central das pranchas expostas, acrescem os esboços preparatórios e pranchas de outras histórias que, não integrando a narrativa do livro, esboçavam já as personagens que haviam de figurar na saga que agora se publica na íntegra.

A edição do MASSACRE, tem apoio da Chili Com Carne - brevemente estará disponível aqui - e será lançado oficialmente a 18 de Fevereiro, também na Tinta nos Nervos, com a presença do autor, Mao e Hetamoé, elementos do MASSACRE, e Marcos Farrajota pela Chili Com Carne.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Verruma

Verruma é uma ferramenta manual para perfurar a madeira e é também o nome adoptado por André Lemos para uma nova publicação da Opuntia Books. Neste segundo número, além de Lemos, colaboram Bruno Dias, L.L., ZMB, Lauri Mäkimurto, S.L. e Nigel McMagan.
Com uma sucessão hipnótica de desenhos, fotografias, pinturas, montagens e "found images" de diversas proveniências como filmes de baixo orçamento, cinema de terror gore, ficção científica, naves espaciais a sobrevoar a Grande Muralha da China, criaturas monstruosas pouco assustadoras, talhadas de carne vermelha e cabeças de peixe com olhos vidrados e muitas outras estranhas e exóticas. 
A ausência de qualquer tipo de texto ou contextualização, reforça o mistério e maravilhamento, numa amálgama primordial, plena de visceralidade. As técnicas gráficas e de impressão utilizadas, as montagens realizadas com diversa iconografia e temática moderna e antiga, projectam a Verruma para um tempo indeterminado, o passado sobreposto ao futuro.
André Lemos e restantes colaboradores, entregam-nos um imaginário que é simultaneamente familiar e contemporâneo, mas também ancestral e primitivo, provocando um choque de estranheza e inquietação.
Uma verruma que perfura e instala no cérebro uma espécie de epifania brutalista.
Depois de todo o labor artesanal e assombro que vislumbro aqui, causa-me perplexidade porque só foram impressos 15 exemplares?!

All Watched Over by Machines of Loving Grace aprovado por Gabriel Martins



All Watched Over by Machines of Loving Grace

de

Amorim Abiassi, Ana Maçã, André Pereira, Cátia Serrão, Cláudia Salgueiro, Dois Vês, Félix Rodrigues, João Carola e Vasco Ruivo.

20º volume da Colecção CCC publicado pela Associação Chili Com Carne

Coordenação: Dois Vês e João Carola
Identidade gráfica e design: André Vaillant

Obra vendedora do concurso interno Toma lá 500 paus e faz uma BD! de 2019

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à venda na nossa loja em linha e na Tigre de Papel, Kingpin Books, Linha de Sombra, Tinta nos Nervos, Mundo Fantasma, BdMania, Tasca Mastai, Matéria-Prima, Utopia, Snob e Vida Portuguesa

you can buy at our online shop and at Fat Bottom Books (Barcelona) and Quimby's (Chicago)

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À data de publicação deste livro, não se ouvem nas florestas os estalidos de discos rígidos a acompanhar o roçar dos ramos das árvores; contudo, havendo sinal, é possível escutar o som de um Like a pingar na nossa mais recente foto de perfil.

O poema de Richard Brautigan que serve de mote a este livro foi publicado há mais de 50 anos; a sua visão de uma arcádia digitalizada, onde mamíferos de toda a espécie convivem sob o olhar zeloso e benevolente de máquinas bafejadas pela santidade, não se concretizou. Em 2019, a tecnoesfera continua a ter o Homem no seu centro e a Natureza (seja lá o que isso for) nas margens do seu perímetro, encarada essencialmente como um recurso que em breve se esgotará. Os robots caminham sozinhos pelos bosques e os mamíferos caem por terra onde dantes havia água: todos observados por máquinas, mas não de amor e graça.

O livro que têm nas mãos documenta as dinâmicas articuladas no solipsismo desse ciberespaço que criámos só para nós: das relações laborais à saudade, da saúde à identidade, nele se retrata o modo como o manto do digital cobre todos os aspectos do nossa dia-a-dia e medeia as interacções que por cá vamos estabelecendo. É debaixo desse cobertor, com a cara tenuamente iluminada pelo ecrã, que observamos o robot caminhar sozinho pelo bosque e choramos o paraíso perdido do poema de Brautigan.

Afinal de contas, à data de publicação deste livro, já mal se ouvem nas florestas os estalidos dos insectos, que vão caindo por terra onde dantes havia água; contudo, havendo sinal, é possível escutar mais um Like a pingar na nossa foto de perfil. 

Ping. Alguém está a ver.👍




At the time this book is being published, we can’t hear the sound of hardrives blending in with the murmuring of twigs in the forest; however, it’s possible to catch the pinging sound of a “Like” droping on our recently updated profile picture.

The Richard Brautigan’s poem that lends its title to this book was written 50 years ago but its arcadian, digital utopia hasn’t yet come to be: in 2019, the technosphere maintains Man at it’s center and Nature (whatever that is) at its margins. The book you hold in your hands documents the dynamics we articulate amid the solipsistic circle of cyberspace: from work to healthcare, from longing to identity, the digital mantle encompasses all beats of life and every connection we establish while we're around. After all, even though we can barely hear the insects in the forests, providing the connection's good, we can still hear the "Likes" pinging on our profile picture.

Ping. Someone's watching.👍

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historial: 
lançamento na BD Amadora (2/11/19) 
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Da capa à paginação, passando pelo design, quisemos criar um objecto uno, pontuado pelos olhares e histórias de cda autor, com uma abordagem mais transversal in Público 29/01/20
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artigo no P3
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Best Portuguese Comics 2019 @ Paul Gravett site / Gabriel Martins selection
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exposição na Tinta nos Nervos entre 10 e 17 de Junho 2020


feedback: 

espero que não cuspas na referência, mas fez-me lembrar o metal gear 2 :)
F.C. (por email)

Brochura da IBM! (...) parece-nos, pela capa, um daqueles manuais de computadores dos anos 80.

Não temos prados cibernéticos, antes os pedregulhos afiados das redes sociais. As máquinas que nos vigiam não são benévolas, ao serviço de interesses que vão da economia ao poder político. A libertação sonhada dos labores é hoje um sonho amargamente distante, num presente de progressiva precarização. Sentimos o poder sedutor da vida no ecrã, ao mesmo tempo que o real se fragmenta e desagrega. Estas são as visões que transparecem nas experiências visuais de All Watched Over By Machines of Loving Grace. Apesar desta ser uma antologia de banda desenhada, anda longe do convencional nesta área. As suas contribuições são fortemente experimentais (...) entre o estilhaçar de estruturas à ilustração encadeada em narrativa difusa.
I've only had time to flick through 'Machines' as of yet, but it looks absolutely beautiful - and if it was inspired by something Richard Brautigan wrote, I'm already enjoying it!
pStan Batcow (Pumf) by email

Reading the All watch over the machines of loving grace compilation was a pleasure. Always liked that poem, seeing the comic interpretations expanded my appreciation. I especially enjoyed Cátia Serrão contribution, they created a space of haunting domesticity.
Veronica Graham by email

(...) As abordagens são muito distintas ao tema, tanto no conteúdo como na forma. Ao reler as histórias volto a reforçar o quanto gosto deste livro. Existe uma clara intenção em explorar a BD enquanto linguagem, procurando caminhos diferentes e interessantes para contar uma história. Cada autor traz a sua visão particular contribuindo para um conjunto de histórias sólido que merece a nossa atenção. 
Gabriel Martins via Facebook

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

QCDI #3000 [press-release] /// LAST 5 COPIES

ASTRONOMERS LOOK AT THE STARS BUT THEY ONLY SEE THEMSELVES

IT IS 1851 AND THE 18TH BRUMAIRE IS OUT. IN IT KARL MARX SAYS THAT, WHEN PUSHED FOR A MOMENT IN HISTORY, WE LOOK FOR SIGNS OF GHOSTS, AND CANNOT HELP BUT COME BACK IN TIME SEEKING THE SAME POSES, THE SAME SENTENCES, AND THE SAME IMAGES OF GRATENES. THE ALIEN BELONGS TO THE FUTURE AND IT IS THE REVERSE OF THE GHOST, A PROJECTION.  EVEN WHEN CAPILTALISM IMAGINES ITS ALIEN OUTSIDE OF IMPERIALISM AND RESOURCE EXPLOITATION, THERE IS LITTLE HOPE: THE ACTUAL IMAGE OF THE EXTRATERRESTRIAL WILL ARRIVE TO LATE. JUST IMAGINE IF THEY'RE OUT THERE, WATCHING US RID TOWARDS SELF-DESTRUCTION... HOW EMBARRASING.



Chili Com Carne and Clube do Inferno 
released in 2015 QCDI #3000 is published under Chili Com Carne’s giant-sized comics anthology series QCDA. Previous issues of QCDA already showcased work of Clube's members — André Pereira in issue 1000 and Hetamoé in issue 2000. This new volume, however, is entirely dedicated to Clube do Inferno and its authors André Pereira, Astromanta, Hetamoé and MaoAs a collective, they bring an added layer of meaning to the anthology, including a subtitle to our set in the front cover: Fear of a Capitalist Planet.


As in the preceding QCDAsQCDI #3000 is composed of four four-pages stories enclosed into different paths between the fantastic, the political and the oneiric. Dragons, policemen and misshapen pizzas populate the iconography of this project, developing an idea previously explored in our exhibition Lightning Riding Waves of Fire in El Pep (2014): that we are living in the post-catastrophe. We’ve placed ourselves as outsiders, in the future, in a parallel reality, to retrieve alien, but not alienating perspectives. 


QCDI 3000 was presented at XI International Comics Festival of Beja, and can be bought online at Chili Com Carne's shop and at Quimby's (Chicago), Fat Bottom Books (Barcelona), Seite Books (Los Angeles), Orbital (London), Desert Island (New York) Floating World (Portland) and Freedom Press (London)

Meanwhile, you can check these cute teaser trailers:




This edition got support from IPDJ and Wormgod
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Best Graphic Novels (Portugal) by Pedro Moura in Paul Gravett site: QCDI 3000 is actually the third volume of an ongoing project to highlight new, young comics artists who are willing to push the envelope of the art of comics-making. This particular issue is concentrated on a collective called Círculo do Inferno, a little like the Hellfire Club, and they’re no gentlemen either. The authors are Astromanta, Hetamoé, Mao and André Pereira (...). This oversized, tabloid-like anthology presents four-page pieces by each artist, not necessarily narrative: Astromanta presents a sort of science fiction essay on precariousness; Hetamoé crunches shojo manga with post-Marxist politics via high fantasy tropes; André Pereira creates a seemingly light story that actually focuses on the current political-economic crises of Portuguese society (with absolutely brilliant page compositions); and Mao brings together two distinct narrative tracks, an unclear palace intrigue and the slow progress of an oozing pizza-monster (but also an exercise in experimental composition). Weird, creative, dynamic, indeterminate in their moral but surefire in their humour and politics, this collective has not only produced top-notch contemporary comics that go well beyond classic genres and forms, but also provide much food for thought, and not only about comics themselves. 

BERTOYAS said: très grand et beau, Mao, very strange, intéressant,...

Yves Tumor said (at Tremor Fest): great mag, mate!

domingo, 15 de janeiro de 2023

manual prático de uso da CCC (6/6) : projectos

Desenhos de André Ruivo in CapitãoCriCa Ilustrada (2005)
Sendo uma associação sem fins lucrativos e perfeitamente legalizada, a Chili Com Carne de dois em dois anos elege uma nova Direcção que põe em marcha os planos que são apresentados na Assembleia Geral - ou seja segundo a vontade dos associados que se apresentam nesta reunião.

Geralmente a Chili Com Carne publica projectos de novos autores mas sobretudo de trabalhos que desafiam a modorra literária e artística. Procuramos a hibridação de estilos e talvez por isso que dá prioridade a livros colectivos como aliás está tão bem registado desde 2001 com o seminal Mutate & Survive, passando pelo extremamente bem-sucedido MASSIVE (2010), pelo "omnívoro" Futuro Primitivo, e ainda em projectos especiais como a digressão europeia Boring Europa ou a antologia All watched over by machines of loving grace. O que não impede de publicar livros "a solo" de autores que temos muito orgulho como Nunsky, Rafael Dionísio, Marcos Farrajota, Francisco Sousa Lobo, Rui Eduardo Paes, Mariana Pita, Gonçalo Duarte, Amanda Baeza, André Coelho, Tiago Baptista, Rudolfo, Tiago da Bernarda, Rodolfo Mariano, Ana Margarida Matos, Rui Moura, Hetamoé ou Ivo Puiupo.

Não sendo a Chili Com Carne uma editora profissional ou comercial, como é óbvio não nadamos em dinheiro mas quando fazemos livros é porque queremos e inventamos formas de financiar o projecto! Dependemos das quotas dos associados, subsídios do estado mitra e das vendas, tudo isto permite ir trabalhando com algum desafogo mesmo que implique sacrifícios pessoais para fazer livros - tirando a gráfica, raramente os autores, designers, tradutores e editores são remunerados nos projectos. 

Tentamos fazer parcerias com outros editores para amortizar custos de impressão, armazenagem e partilhar know-how tal como já fizemos com A BatalhaBicicleta, Clube do Inferno, Faca Monstro, Lovers & Lollypops, MMMNNNRRRG, Mundo Fantasma, O Panda Gordo, Rotten // Fresh, Ruru Comix, Shhhpuma, The Inspector Cheese Adventures, Thisco, You Are Not Stealing Records e a nível internacional com os festivais Alt Com (Suécia) e Crack (Itália), a antologia Kus! (Letónia) e o colectivo Stripburger (Eslovénia).

Actualmente a Direcção é oficialmente composta por Alexandra Saldanha, Inês Louro, Marcos Farrajota, Matilde Basto e Tomás Ribeiro, havendo mais seis elementos da Associação que funcionam como consultores nas decisões da Direcção.

Gostamos de ser desafiados no entanto nem vale a pena tentar se não tiverem capacidade de autocrítica, perceber em que mundo é que estão (dica da semana, leiam o jornal A Batalha!) e se não conhecerem bem o nosso catálogo, não vale a pena tentar meter o seu trabalho à força. Já agora, se encontrarem o nosso nome em directórios de editoras (o que permite pessoas enviarem propostas ridículas sem verem para onde estão a enviar), façam um favor, tentem apagar o nosso nome, não queremos ser massacrados por desesperados!

manual prático de uso da CCC (5/6) : difusão

vinheta de BD de João Chambel in Mutate & Survive (2001)
A Chili Com Carne é uma associação sem fins lucrativos e isso explica a vontade de ser colaborativo e não competitivo. Tentamos que a nossa acção não se feche em nós próprios, tarefa nada fácil quando o “tempo = dinheiro” não é muito para os associados mais activos, que agem numa base de voluntariado. Daí que para promover ideias de DIY fazemos isto:

- Feiras de fanzines e edições independentes. Desde 1995 que organizamos ou participamos nelas, dos primórdios Encontros CCC à mítica Feira do Fanzine de Almada, do saudoso Salão Lisboa ao não menos saudoso Samizdata Club, do frio de Helsínquia ao blasfemo Crack, destacamos a Feira Laica que co-organizamos durante 8 anos / 21 edições. Não é só porque as livrarias barravam os nossos livros que fazemos os “nossos próprios” eventos mas também porque é uma hipótese de confrontar públicos inesperados para levá-los à leitura e ao acesso de edição diferente do super-mercado. Quem espera em concertos Punk-Metal ou Electrónica encontrar livros?

- Distribuição de artigos de outros editores, associados ou não. Costuma-se dizer que uma mão lava a outra a não ser que se seja maneta, se a distribuição e promoção de material “alternativo” é um problema para todos, a CCC tenta com permutas de material que nós e os outros cheguem a mais pessoas. Essa distribuição é feita na venda online, em caixotes de miscelânea nos eventos que participamos e quando se justifica colocando mesmo em lojas – geralmente são livros que justifiquem o esforço logístico e não zines frágeis porque para dizer a verdade não há lojas para esse tipo de objectos nos dias que correm.

- Divulgação de eventos e edições de outras entidades. Uma vez que não acreditamos em segredos nem em génios, a Chili abre o jogo, ajudando outros editores com contactos de lojas, feiras e gráficas. Os sócios podem alimentar ESTE BLOGUE com informação relevante da cultura independente: resenhas críticas a zines, livros, discos, etc…, divulgação de eventos, “scene reports”, o que quiserem desde que não metam publicidade ao último disco do Tom Waits, que é artista independente mas que não precisa de nós como é óbvio. Alguns "posts" são posteriormente apagados quando são eventos que não tenhamos ligação passem de validade (ex. uma exposição individual) ou publicidade pura e dura (um "post" sobre um zine mas sem qualquer espécie de reflexão crítica).

Por fim, um caso prático, se o associado for um autor de uma publicação e quer que a CCC ajude a distribuir a sua edição, deve agir da seguinte forma: 1) escrever à Direcção da CCC para estabelecer um preço, desconto para sócios (se possível) e forma de entrega de exemplares; 2) colocar um “post” no blogue da CCC a promover a sua edição; 3) e nós recebemos depois as encomendas, comprando os exemplares e enviando para os sócios que pediram a publicação.

manual prático de uso da CCC (4/6) : bibliodiversidade

ilustração original de Jucifer (2009)
Quando escrevemos que os nossos livros têm qualidade para serem oferecidos a amig@s normais, namorad@s anormais, a elementos da família disfuncional e outros animais racionais no "post" anterior não estávamos a brincar! 

É que a Associação Chili Com Carne tem tanto interesse pela Banda Desenhada como um cão pelo Reagan - esse porco foi cremado ou ainda há ossadas?

Apesar de termos uma apetência para a ilustração, desenho e BD, a Chili Com Carne NÃO É uma "editora" de BD! Gostamos tanto dela como gostamos de música ou literatura, e gostamos ainda mais de cruzar estas diferentes áreas entre si.

Por isso se procura temas africanos podem encontrar no nosso catálogo os romances de Nuno Rebocho e de Rafael Dionísio ou o livro de BD de David Campos! Se for música temos o Rui Eduardo Paes, se for cinema temos a Ondina Pires, viagens a colecção LowCCCost, desenho o André Ruivo, autobiografia o Marcos Farrajota, reportagem o grande Aleksandar Zograf, ficção o André Coelho, auto-ficção o Francisco Sousa Lobo, humor o Loverboy, erótica o Grupo Empíreo, arte e cultura temos as antologias Antibothis... Sim temos isso tudo com vários cruzamentos possíveis!

Querem livros pequenos? Conhecem o Renda Barata e outros cartoons de Stuart Carvalhais n'A Batalha (em formato A6)? Livros grandes? Que tal o QVDI #3000 (A3)? Capa dura? Lá fora com os fofinhos... Vinil, K7, CD ou DVD? Fácil fácil... Serigrafias? Por favor...
E para o irmão de 5 anos? Ele vai tripar com o Caminhando com Samuel!
E para a sogra de 76 anos? Ela vai tripar com o Caminhando com Samuel!
E a prima gótica drogada? Neuro-Trip...
E assim para aprender inglês? The Care of Birds,... Livros de BD em inglês com legendas em português. Aprende-se mais a ler algo que se gosta do que a seguir a cartilha, não?
E livros premiados porque eu só ofereço Qualidade aos meus amigos? (Que pedante!) Olha tens o Revisão: Bandas Desenhadas dos anos 70 (Festival da Amadora 2016)...
E malta famosa há? Sim, já editamos o Mike Diana, João Fazenda, João Maio Pinto, Pedro Brito, Ondina Pires (dos Pop Dell'Arte, The Great Lesbian Show), Nuno Rebocho, Tommi Musturi, Marte, Igor Hofbauer, Fernando Ribeiro (Moonspell), Jarboe (Swans), Aleksandar Zograf, André Lemos, Pedro Zamith, Rui Eduardo Paes, Ian F. Svenonius, Jorge Coelho,...
E novos autores? (Que chato) Montes deles, pá!!! Quase todo o nosso catálogo é isso!!

Há alguma coisa que vocês não tenham? Sim!!! Só não temos livros de culinária, auto-ajuda e de gatinhos... mas até nisso estamos a mudar, para além do Gato Mariano temos o livro de um gato DJ japonês!

Se a Chili Com Carne não for a melhor forma de comprar as melhores prendas aos preços mais baixos (se for associado, claro) então é que a TUA timidez esqueceu-se que não precisas de ter uma relação fria com o sistema automático da loja online mas podes fazer perguntas pelo e-mail da CCC para saber mais sobre as nossas edições. Também podes frequentar eventos em que participamos - ver a coluna à direita no blogue intitulada de CCCalendário - para ver in loco o que editamos.

Não temos nenhum interesse, ao contrário das editoras comerciais, de vender "gato por lebre" - gatos, gatos gatos, sempre gatos! É verdade que os nossos livros são todos eles são muito diferentes entre si porque trabalhamos com ARTISTAS e não com robots, putas ou fantasmas. A diversidade de estilos e a oferta artística poderá criar alguma confusão aos leitores que muitas vezes querem "mais do mesmo" MAS connosco não funciona assim.

manual prático de uso da CCC (3/6) : os famosos 50% que agora são 30%...

desenho de João Fazenda para a CriCaClássica
Alguém disse uma vez: a Chili é o contrário das outras organizações que começam com grandes vantagens e depois começam a tirá-las ao longo dos anos.

Esperemos continuar assim por muito tempo, e cremos que a razão por terem dito deve-se ao facto que oferecíamos até 2016, 50% de desconto aos nossos associados sobre o nosso catálogo. Era um acto generoso muito simples na realidade, preferíamos "oferecer" metade do dinheiro da venda do livro a um leitor-associado do que a um distribuidor! 

Nem sempre foi assim, o trabalho da Witloof, uma editora que distribuiu os nossos livros entre 2000 e 2004, foi exemplar. Só que tal como muitas editoras e distribuidoras nos últimos anos, a Witloof fechou as portas e entre 2004 e 2014 não conseguimos nenhuma distribuidora que fosse fiável (é conhecido por elas não pagarem a editores pequenos) ou que não aceitassem os nossos livros porque a BD é um "bicho-papão" no mercado livreiro - e a "BD de autor" ainda é vista de forma ainda mais marginal! Em 2010 tivemos uma péssima experiência com a Great Point / Papiro / Buk, uma empresa de "vanity press", ou seja, uma editora que só publica autores se estes lhes pagarem os custos da produção do seu próprio livro! Claro que não queríamos que eles que nos editassem - isso nós sabemos fazer bem! - mas usar os seus serviços de distribuição. Resultado: tivemos de os processar para pagarem logo a primeira factura emitida. Foi um processo humilhante que se prolongou até 2012.

Neste panorama deprimente achámos que mais valia que fossem os associados a "distribuírem" as nossas edições. Se os associados podem comprar os nossos livros a preços baratos, o resultado seria que teríamos os associados a comprar mais livros do que o seu normal consumo individual e isso compensaria não ter uma distribuidora comercial criando um circuito autónomo. Simples! Claro que sabemos que a vida anda complicada, e não queremos doutrinar ninguém, mas o que na realidade que pedimos dos sócios é que comprem livros à CCC, MUITOS livros! Ehm... muitos exemplares do mesmo título! Dentro das vossas possibilidades, claro!

Sabemos que os nossos livros têm qualidade para serem oferecidos a amig@s normais, namorad@s anormais, a elementos da família disfuncional e outros animais racionais. A ideia é que adquiram livros nossos em deterioramento a compras às grandes editoras que foderam (não há outro termo, desculpem) o mercado livreiro. Alimentar o sistema de edição actual pensando que estão a fazer algo de positivo pela cultura ou pelos autores é uma ilusão! O livro é o objecto mais importante criado pelo Homem e está a ser o mais mal-tratado. Se acham isto exagerado, e porque não queremos que pensem que somos solipsistas a impingir-vos algo, consultem O Negócio dos Livros : como os grandes grupos económicos decidem o que lemos, de André Schiffrin editado pela Letra Livre. E depois falamos, e desta vez sem palavrões...

Entretanto, desde 2014 que temos uma distribuidora oficial e significou uma mudança no nosso modelo económico sendo que os famosos 50% de desconto não poderia continuar. Desde dia 4 de Fevereiro de 2017 que tivemos de baixar o desconto para 30% para que possamos sobreviver. Mesmo assim o desconto continua ser excelente e não parece que o primeiro parágrafo deixe de ser verdade...

manual prático de uso da CCC (2/6) : edições esgotadas

Ilustração de Nunsky para o esgotado Chili Bean
E quando um livro da Chili Com Carne esgota porque fica tão caro? É para ser mitra ganancioso como aquela gente dos livros de artista!?

Nope!

É verdade que aumentamos sempre o preço de uma edição prestes a esgotar a partir dos últimos 10 ou 20 exemplares mas a razão é que queremos que esses últimos exemplares sejam adquiridos por quem quer mesmo e não para mais um colecionador tarado qualquer que nem sabe o que está a comprar... E é verdade que também é para capitalizar um pouco mais com esses últimos exemplares porque se os nossos livros pagam as despesas de impressão, raramente fazem lucro.

"Mas se venderam tudo não era de reeditar?" 

O que acontece é que sendo uma estrutura pequena como a nossa não temos capacidade para reedição porque significa voltar a investir dinheiro num projecto em deterioramento de outros novos. Significa também ter que arranjar mais tempo e espaço para armazenar livros. O que poderiam perguntar é porque uma editora profissional não pega nos nossos livros esgotados e nesses autores que deram provas de sucesso?

O que sobra depois de acabar uma tiragem? Tentamos que o livro ainda assim não "morra" totalmente e colocamos em formato digital (PDF) grátis para ser descarregado na plataforma issuu.com e claro há sempre os arquivos públicos que tiveram o cuidado em nos dar guarida: a Biblioteca Nacional é obrigada a tal (é por isso que existe a figura do Depósito Legal) mas podem encontrar a maior parte do nosso catálogo nas Bedetecas da Amadora, Beja e Cascais e nas BLX (são 15 bibliotecas de Lisboa em que destacamos o acervo da Bedeteca de Lisboa por questões óbvias!), em bibliotecas de faculdades como o ISMAT (Portimão), a Faculdade de Belas Artes do PortoFaculdade de Letras do Porto, ou até em galerias como a Perve (Casa da Liberdade). E claro, como os estrangeiros não são nada parvos, também estamos na Fanzinoteca de Poitiers (França) ou na Bedeteca de Estocolmo, por exemplo...

Há sempre hipóteses de encontrar ainda em algumas lojas os títulos esgotados, ou porque há um cuidado extremo em ter sempre tudo acessível como faz a Snob.

manual prático de uso da CCC (1/6) : portes grátis



Vinheta de BD de Marcos Farrajota in Cru #49



Com as campanhas especiais que fizemos e com o concurso dos 500 paus entraram muitos novos sócios, muitos sem percebem muito bem o funcionamento da Chili Com Carne.

Este é o primeiro de seis "posts" sobre questões práticas na CCC, começando com o tema que é quase o dia-a-dia de quem dirige a associação: os correios! Mais especificamente os portes grátis da encomendas das nossas edições! 

A Chili Com Carne assume-se como um veículo para a promoção da leitura e para além de fazer já descontos escandalosamente bons aos seus sócios também NÃO COBRA PORTES no envio de livros - sendo que exigimos apenas que as encomendas tenham um valor mínimo de 10 euros em Portugal e 15 euros para a UE (ver coluna esquerda da shop). Porquê?

1) porque é uma seca andar a pesar livros - o trabalho na CCC é todo ele voluntário por isso não temos tempo a perder;

2) porque os CTT praticam uma taxa reduzida para envio de livros que tornam os custos de envio mínimos para a nossa pequena estrutura - esperemos que a privatização desta empresa que faz um excelente serviço público não destrua esta taxa que pode ser usada por todos que queiram enviar livros, editores ou não - ler a última BD deste livro, sff.

Por isso, para quem não vive em grandes centros urbanos, como Lisboa ou Porto, que pode aceder a boas livrarias (ou seja, as que aceitam os nossos livros) o que propomos é um elogio à preguiça do século XXI! Basta usar o computador que em poucos dias os livros aparecem em casa! Não precisa de sair de casa para ir ao Fórum [nome da terra] à procura da Bertrand com o risco de ser tentado a comprar um livro de Vampiros eróticos ou uma autobiografia de um político escrita por um "ghostwriter".

Por fim, não estamos a imitar a Amazon! Já fazíamos isto antes da Amazon ter sido inventada e ao contrário desta besta capitalista, não ambicionamos destruir as livrarias nem ter uma sede social em Luxemburgo para fugir aos impostos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Será a caneta mais poderosa do que a espada?


A edição portuguesa do Monde Diplomatique tem publicado, sob a nossa coordenação, as respostas a este desafio em Banda Desenhada por uma série de artistas. 

Este mês é a vez do Ivo Puiupo que tem o Sinapses ainda fresquinho...

MEMÓRIAS ARTIFICIAIS DEVLOG001 - fragment:AM

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Chili com Yuzin 2022



A parceria de construir "BD-cadáveres-esquisitos" entre a Chili Com Carne a a agenda cultural açoreana Yuzin continuou o ano passado. Infelizmente a especulação com o papel atingiu as ilhas e a impressão mensal das BDs foi cancelada, passando para as redes sociais da Yuzin como o Fezesbook e o Instagrana! Enfim o digital domina MAS no fim faremos um livro como aconteceu há dois anos! Yeah!!!

O ritmo destas BDs de continuação foi mensal, começando pela Mariana Pita que há dois anos teve "o azar" de ter de acabar com o caos narrativo daquela BD. Para a compensar pusemos a começar uma nova BD. Ah! Para além de cada participante ter de continuar a BD do artista anterior, ainda tem um tema especial para explorar. Eis a listagem dos artistas e respectivos "temas" para quem estiver curioso: Junho: Mariana Pita - Fotossíntese; Julho: Inês Louro - Divino; 


Agosto: Daniela Viçoso - Folia;  



Setembro: Carlos Carcassa - Réplica; 


Outubro: Mário Roberto, que é o convidado açoriano deste ano - Eclipse; 



Novembro: Rudolfo - Conflito; 



e em Dezembro: Rui Moura - Monumento.


Done!

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

30 anos de Stripburger com DJ Cat, Musturi e Ana Margarida Matos


2022 não foi só ano de comemoração do Mesinha de Cabeceira! Os eslovenos da Stripburger, revista de BD de referência e com quem já trabalhamos em vários projectos, também comemoram 30 anos de existência!

Mo número 80 e de comemoração, publica três artistas que já tivemos o privilégio de editar, as saber:  o japonês Harukichi - autor de DJ Cat Gosshie -  que fez a capa, o finlandês Tommi Musturi e a Ana Margarida Matos (Hoje não).

Como queremos ver este número!!!