quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Laica no Espaço - Novembro

2 Nov
- Inauguração de exposição temática colectiva GRANDES DESASTRES HISTÓRICOS: UMA ANTOLOGIA (até 16 Nov) com trabalhos de José Feitor, Joana Figueiredo, Mina Anguelova, Teresa Amaral, Filipe Abranches, Luís Henriques, Joanna Latka, Rosa Baptista, Pedro Zamith, Lucas Barbosa e Lars Henkel.
- banca de zines e edição independente da Chili Com Carne e Imprensa Canalha
- Pintura mural com
Jucifer
-
Festa da Troca de Discos com unDJ GoldenShower.
Horário das exposições: 5ª/Sab. das 20h-24h.
Entrada livre.

4 Nov
- Concerto:
Stuka
- banca da CCC
Às 18h. Entrada: 3,5€

9 Nov
- Pintura mural com Pedro Zamith
- DJ Ardo

- Banca de zines e edição independente da CCC
Às 19h. Entrada livre

17 Nov
- Inauguração de exposição colectiva QUE INFERNO! d’A MULA (Porto) com trabalhos de Miguel Carneiro, Marco Mendes, Mauro Cerqueira, Janus, Carlos Pinheiro e Nuno Sousa (até 29 Nov.) e O SOL DERRETE TUDO E AS MONTANHAS SÃO REDUZIDAS A QUASE NADA individual de JOÃO MAIO PINTO (até 13 Dez.)
- Banca de publicações d'A Mula

- colectivo de unDJ's: OSAMAsecretLOVERS - comemoração de 1 ano, 1 mês e 2 dias de existência.
- Pintura mural (e presença) de Miguel Carneiro, Marco Mendes e Mauro Cerqueira.
Horário das exposições: 5ª/Sab. das 20h-24h. Entrada livre.

18 Nov
- Concerto:
Mad Lynn
Às 18h, entrada: 3,5€

23 Nov
- Pintura mural com Piggy
- banca de zines e edição independente da Chili Com Carne
Às 19h. Entrada livre

25 Nov
- Concerto:
Mudo or Maria Like the others
Às 18h, entrada: 3,5€

30 Nov
Inauguração de exposição temática colectiva LUTA LIVRE: COREOGRAFIAS BRUTAS (até 13 Dez.) com trabalhos de José Feitor, André Lemos, Teresa Amaral, Artur Varela, Daniel Lopes, Lucas Barbosa, Mina Anguelova, Filipe Abranches, Luís Henriques, João Maio Pinto, Joana Figueiredo, Edgar Raposo, Barbara Róf, Pedro Zamith, Rosa Baptista, Lars Henkel, Artur Varela, Daniel Lopes e Cátia Serrão & Daniel Lima.
- Banca de zines e edição independente
- Pintura mural com João Fazenda
Inauguração às 19h. Horário das exposições: 5ª/Sab. das 20h-24h. Entrada livre

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Fato de Macaco : O símbolo

Já está disponível o livro O símbolo o primeiro de uma colecção de quatro da série Fato de Macaco, editado pela El Pep com 40 páginas escritas e desenhadas por Rui Gamito.

O Fato de Macaco apareceu ao público pela primeira vez na colecção Lx Comics editada pela Bedeteca de Lisboa.

O ambiente que Rui Gamito usa no mundo do Fato de Macaco, é de conspiração total. A política vulgar, nossa, transportada para uma escala maior em que governos são derrubados por loucos desgovernados.

...

«Pessoas da mesma profissão nunca se reúnem senão para conspirar contra o público em geral» - Robert Anton Wilson

Damo-nos demasiada importância. E tentamos – gostaríamos de – mudar o mundo. O estranho é que apesar de todas as tentativas de ruptura pouca coisa muda de tão misteriosas que são as relações e operações do Poder sobre a “realidade”. Se o conceito do Leviatã de Hobbes (1587-1666) já é um conceito colossal e desanimador de qualquer iniciativa privada contra o Estado, será no século XX que Gianfranco Sanguinetti em Do terrorismo e do Estado dará a machadada final. Segundo este autor, não existe tal coisa como o “terrorismo” – ou pelo menos aquele com laivos de romantismo novelesco ou de puro mal concentrado, conforme as perspectivas de cada um. O Estado com meios materiais e pessoais quase ilimitados e extrema liberdade de manobra de que goza infiltra-se e usa as “células terroristas” para o seu proveito: ou para absorver / desviar outras ou novas facções, ou para liquidar indivíduos que já não lhe interessa como foi o caso do Primeiro-Ministro italiano Aldo Moro (1916-1978), raptado e assassinado pelas Brigate Rosse. Lembro-me que durante e após o 11 de Setembro que a única estrutura mental que me “mantinha vivo” era conhecer as sábias e polémicas ideias de Sanguinetti – por mais paradoxos que possam advir daí – e realmente mais tarde provou-se que afinal havia histórias mal contadas com aquilo tudo - o avião contra o Pentágono e outras conspirações. As conclusões, no entanto, poderão ser fáceis de entender quando George Orwell (1903-1950), em 1984, colocava a questão do próprio governo inglês bombardear Londres «só para manter a população num estado de terror».

O único terrorismo verdadeiro no mundo é o individual como Unabomber (Theodore "Ted" Kaczynski) provou nas últimas décadas do Século XX. O seu Clube da Liberdade tinha como membros, Direcção, Mesa de Assembleia, Divisão de Execução, Direcção Fiscal, Vice-presidente, vogal da Tesouraria e Presidente, o próprio Kaczynski. Provou-se que Clubes (de Combate) privados com sócios reais infelizmente só servem para vender carros ou para organizar excursões de bebedolas – alguém já ouviu falar naquele grupo de gajos que se juntam só porque todos os elementos do grupo se chamam António? Adegas do Azeitão, cuidado! Ou aquele clube de motards, no Algarve, cujos elementos não tem motos e ficam-se pela tasca para não provocar nenhum acidente rodoviário?

Rui Gamito (1974; Lisboa) desde que apresentou o seu Fato-de-Macaco, na colecção Lx Comics (#8; Bedeteca de Lisboa, 2000), tem querido mostrar, com todos os exageros à americana – Jack “the King” Kirby & Marvel Comics & Dr. Doom, Exterminador III ama Zombie Masterclass Romero, Roswellito chop suey footage, educação feminina à Russ Meyer, vídeo-80’s teenage holocausto extravaganza, Twightly OZonerama e mais ET’s from Marte, Pulp Trash B - … dizia, que ele, o Gamito, queria… hem… queria… mostrar com todos aqueles exageros acima referidos… hum… ah! A paranóia das conspirações. Nestas bd’s de Gamito, uma realidade sucede a outra como sucediam vómitos intermináveis nos últimos dias de Roma. Na realidade, ler estas bd’s dá-nos vontade de rir porque já sabemos que a revelação de uma conspiração não é lá grande coisa como feito. Uma conspiração é uma coisa vulgar, ordinária, praticada até por todos nós, humanos sem importância. Desvendar e anunciar publicamente uma conspiração só tem a vantagem para derrubar um determinado governo. Suspeitar que ela existe ou que poderá ter existido não é prova de nenhuma inteligência superior nem é uma revelação fulminante per se. Se sabemos disto tudo então porque não fazemos nada? Porque não temos forma de desatar todas as teias e preferimos agir como se os bárbaros tivessem acabado de cercar a cidade. Sabemos da chacina que irá acontecer assim que passarem os portões, por isso viveremos a derradeira bênção divina com cabeças a rebolar dopadas de drogas sintéticas, braços mutilados a saltarem pela rua ao ritmo do Breakcore, fogo a queimar os vestígios da cultura idiota que erguemos… - a última consciência colectiva, o fim de tudo, iupi!
Amém!

Marcos Farrajota, Pastor

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Samizdata Club apresenta Industrial PT

A Associação INDUSTRIAL PT é um colectivo de apoio ao panorama da música industrial e electrónica portuguesa, colaborando com entidades organizadoras de eventos, editoras, artistas e espaços. Assegura também uma comunidade online de divulgação que conta já com mais de 200 membros e mais de 100 visitas por dia. Ainda no seu início, a Associação INDUSTRIAL PT está num claro progresso para se instituir como um colectivo dinamizador do panorama da música industrial e electrónica portuguesa.

Numa iniciativa Samizdata Club a Associação INDUSTRIAL PT apresenta-se pela primeira vez, numa festa/showcase de DJing de vários membros da comunidade bem como algumas participações especiais pt.core, synth-etics, connexion bizarre e OSAMAsecretLOVERS.

...
A CCC e a Thisco estarão presentes como sempre com uma banca de edições independentes.

Line up (sujeito a alterações):
DJs
22h/22h30 — DJ Hex [industrialpt] — industrial/EBM/electro
22h30/23h — DJ Bak_teria [industrialpt] — industrial/EBM old school
23h/23h30 — unDJ GoldenShower [OSAMAsecretLOVERS] — industrial XXX
23h30/00h — M. [connexion bizarre] — noise/power noise
00h/00h30 — DJ Tantz [synth-etics/industrialpt] — noise/power noise
00h30/01h — DJ Cryogenic [synth-etics/industrialpt] — noise/power noise/hardcore
01h/01h30 — Hefesto [pt.core] — hardcore/gabber
01h30/02h — Genius DJ [pt.core] — hardcore/gabber
02h/fim — M. [connexion bizarre] — ambient/industrial/chill out
VJs
22h/fim — VJ Myn

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

OSAMAsecretLOVERS: 1 ano, 1 mês e 2 dias...

Amphibia de André Lemos (último dia na Laica no Espaço)

Amphibia é uma exposição de 12 desenhos a tinta da china sobre papel no formato 70x50 cm da autoria de André Lemos (autor de Super Fight II e Tribune Brute pela MMMNNNRRRG e editor dos Opuntia Books), inserida na Laica no Espaço até 15 de Novembro.

[Horário das exposições: 5ª/Sábado, 20h-00h. Entrada livre.]





vídeo por jötha e música por el gritante

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Isto não é uma revista - de terror

Losers Graphics; 2006

Eis que chegou ao apartado da Chili Com Carne um zine brasileiro de bd dentro de uma carta. O envelope tinha selos verdadeiros colados - sem serem daqueles selos automáticos das estações de correio! Ah! que rica sensação old-school receber o inesperado no apartado como nos bons velhos tempos!
Tão old-school que é este zine, que o conteúdo propaga trash, humor xunga e escatológico e dedica (este primeiro número) ao Terror - suponho que um número dedicado a batatas venha transformar o título do zine para "Isto não é uma revista de batatas".
É feito por três autores: Cláudio Mor, Leonardo Pascoal e Thiago Cruz, é impresso, aspecto todo profissional e em formato A6 (tipo colecção Quadradinho). Os autores tem uma solidez gráfica - embora os desenhos do Thiago Cruz sofram bastante com o formato reduzido - só que as histórias (textos, ideias) são, na essência, bastante parvinhas, ao nível de um "teen-zine"... Talvez com o tema das batatas eles melhorem.

3,4

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Actividades espaciais do dia 2 de Novembro...


Jucifer - pintural mural


nova exposição inaugurada: Grandes Desastres Históricos

vídeo por jötha e música por el gritante

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Lucifer

ed. de autor; 2006

Faltava uma semana para ir para o Festival de BD de Helsínquia quando recebo este livrinho de Jyrki Heikkinen, um dos autores finlandeses mais interessantes que passaram pelo Salão Lisboa 2005. O autor começou a fazer bd já tarde, ou melhor, o autor recomeçou a fazer bd nos últimos anos após um hiato dedicado à poesia e à escrita. Desconheço a sua poesia e o trabalho anterior, só estes mais recente que tem sido publicado em revistas, antologias, livros a solo e livros auto-editados como é o caso deste de 24 páginas 17,5x17,5cm, 22 delas contam a queda de um anjo no nosso mundo.
Apesar de não ser um desenhador por excelência, o trabalho de Jyrki é reconhecível pelo aspecto que dá aos seus mundos prestes a descambarem - graficamente os seus desenhos apresentam-se "tortos" e ligeiramente distorcidos, a lembrar algumas sessões de cinema de animação de um país de leste ou de qualquer animador com LSD na tola no tempo do Vasco Granja. Detecta-se também uma frieza (tipicamente) nórdica mas que é sempre acompanhada (também) por uma histeria sentimental a dada altura. Parecia que o homem estava a adivinhar que ia para aqueles sítios...

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Belo Cadáver

Imprensa Canalha; Jul'06

Já está à venda na CCC o Belo Cadáver, zine que compila uma noite fora do normal, eis a explicação de Marcos Farrajota: «Uma semana antes de tudo isto, logo de manhã a caminho do emprego, a Joana veio à janela com a sua SuperSoaker (com alcance de 12 metros) para molhar. Eu agachei-me e consegui desviar-me do jacto de água, mas a coluna vertebral pregou-me uma partida mais fatal que a da Joana. O problema resolveu-se naturalmente no dia seguinte. Mas, dias depois, na Terça-Feira seguinte, a dor voltou. Andei, literalmente, de rastos, até ir ao hospital e resolver este problema de trintão. O que tem isto que ver com o “Belo cadáver”?

Quinta-Feira.
Todas as Quintas, haja vernissages ou haja sol, um grupo de pessoas ligadas à edição independente e às artes gráficas reúne-se numa tasca (pária da estupidez das regras higiénicas de Bruxelas*) para experimentar os novos sabores de cervejas que a Super Bock e a Sagres insistem em lançar para o mercado todos os meses. Ah! E discutem a actualidade política ou falam sobre banda desenhada e zines, evocam recordações beirãs e outras palermices mundanas. O fim desta “tertúlia” pode acabar em jantarada e matrecos. Temos uma comunidade-simulacro da vida rural, portanto. E eu a tomar Adalgur – 2 comprimidos de oito em oito horas – mais o gel Voltaren.
Nessa noite íamos ver um DVD, em paz e descanso total, quando “o grupo” veio da tasca, todo mamado, com frangos e embalagens de batatas fritas e claro, umas 5 litrosas. Vinham ter com o camarada convalescente – e eu que não podia beber álcool!
Que ricos amigos! ‘Tou a gozar, é malta fixe!
E o jantar em casa correu bem, até o André Lemos começar a rabiscar – exigiu papel e canetas! – e a passar os desenhos para o Filipe Abranches, o Bruno Borges, o Mike (goes west), a Joana, eu e o José Feitor. E estava a correr bem, em registo de “cadáver esquisito” mas sem o anonimato. Bastava acrescentar mais “coisas” na folha e chegar ao absurdo quase tão dadaísta possível. E escrevo Dada não por tentar justificar o injustificável, ou aliás, justamente por isso. O Dada não se justifica nem reflecte. E queiramos, quer não, era o que estava acontecer, uma orgia de criatividade espontânea. Pretensão Zero. Obrigado, meus caros leitores.
«O que há nesta casa para beber?»
O Mike fez uns rabiscos e foi-se embora. A Joana ainda fez mais uns desenhos e foi para o sofá, cansada.
«Isto está a correr bem… se calhar dava para uma edição.»
(Fixe, boa ideia.)
«Mas temos que fazer mais! Conta quantos estão aí… precisamos de uns 32 desenhos para fazer uma edição! Se temos 16 então temos que fazer o dobro…»
(Oh não!)

E andava eu a guardar as bebidas que restavam, a tirar os cinzeiros cheios da mesa, implorei para irem embora, mas os desgraçados continuavam a rabiscar e a passar uns aos outros em azáfama marada. São quase 3 da manhã e estes gajos não saem de casa. Juntei-me à Joana no sofá e começamos a ver o DVD.
«Então boa noite!»

* onde os cabrões dos belgas não as respeitam, como verifiquei em Outubro de 2005!

Mais informações aqui e aqui. Custa 5€ / 4€ para associados

Selected Stories

ed. de autor; 2003?

Material esquecido... trocado com o autor na minha visita ao Festival de BD de Berlim em 2003. O tipo não merecia este esquecimento mas mais vale tarde do que nunca.
Zine em formato A4, reproduz duas bd's, uma sem palavras e a outra em inglês com o objectivo claro: promover o autor para além dos vários livros, revistas e comic-books em que participou na Alemanha.
Dono de uma segurança gráfica, notam-se nitidamente as influências do "alternativo dos anos 90" norte-americano (ex: Charles Burns) e europeu (Blanquet) acompanhado sempre de um binómio de ternura e de crueldade seja nas parábolas mais mirabolantes (Heart Core Story - um tipo sem coração é levado por Deus que é representado pelo Egas da Rua Sésamo!) sejas nas histórias de ficção mais reais (The portait of a young lady - um guarda de um museu de arte antiga apaixona-se pela figura do quadro e uma menor...).

4

sábado, 4 de novembro de 2006

Stuka na Laica no Espaço

Stuka no Espaço - dia 4, às 18h30
flyer de João Maio Pinto - organização Laica e Groovie Records

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

depois dos batráquios

eu e o meu cansaço:
gosto de vir aqui água
ali barreira betão barragem

entre mim e os ribeiros são sonoros
para um vulto aquático:
um portanto batráquio

a água espelha as margens árvores
e eu recebo a dádiva do lugar:
um estilhaço de paz
longe das pessoas

(aqui não sinto medo
nem vontade de morrer)

estar muito em silêncio tempo
é dar autorização a que bichos
e árvores
se aproximem

atiro pedrinhas à água
e ela mostra-me circulos concêntricos
de geometria líquida

os batráquios correm grotescos
no fundo do lago extraterrestres
como homens de esponja orgânica

agora chegou uma pessoa
e quebrou a harmonia do lugar
odeio-a e gostava de a matar,
para reencontrar a paz

passado um tempo
o homem de ganga azul-rock afasta-se,
e eu fico outra vez com esta bacia hidrográfica
para poder pensar à vontade

estou ao pé
de uma mini queda de água
não é nenhum fenómeno notável
mas para mim está a ser estar importante,
aqui sentado com ela no tempo presente do indicativo

esta cascata é igual a um cão
na maneira como me faz companhia

tento refrescar a minha cabeça
tão lodamente de pensamentos eutróficos
cheia...

mas estou com pressa
e tenho que me ir embora




(nota: este texto foi escrito em sintra, um dia depois de ver os desenhos anfíbios do andré lemos)

Voodoo! #1

Livros Voodoo; Out'95


Do Brasil estamos sempre à espera de uma nova-bomba-revista-de-bd por termos ficado mal-servidos com as injustas mortes daquelas revistas emblemáticas como a Animal (feio, forte e formal) ou a Chiclete Com Banana. Embora saibamos que essa Época Dourada já foi e não voltará, sempre temos uma esperança que um dia apareça "aquela revista". Tem havido alguns esforços já aqui referidos (ver o arquivo do mês de Julho'05) ou esta mais ou menos recente Voodoo! mas ainda não é "aquela revista".
Para número Um parece antes o número Zero porque se lê rápido demais. Graficamente é atraente, tem uma boa entrevista ao Fábio Zimbres (um dos cabecilhas da Animal caramba! e um dos melhores ilustradores daquela porra de país!), umas bd's fixes, um inspirador e provocante manifesto sobre filmes trash DIY, umas imagens porno feitas pelo Moebius (para quê?) e um artigo da Cindy Sherman - quem é que não a conhece? É estranha esta combinação de trabalhos menos conhecidos com autores famosos. É aqui que o casamento falha, os alfinetes do "voodoo" não acertam e o feitiço vira contra o feiticeiro, ficamos com aquele sabor que podíamos ter comprado a revista Umbigo que daria no mesmo. Para sabê do conhecido não é preciso fazer revista, cara! Si manca vai!

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

O Homem que desenhava na cabeça dos outros

Pedro Zamith & v/a
Oficina do Livro; 2006

Livro de contos e prosas várias em que o sistema de ilustração foi invertido, ou seja, Pedro Zamith desenhou primeiro e depois deu a várias entidades escreverem sobre elas. Não sobre as ilustrações per se - sob o ponto de vista crítico ou analítico - mas sim sobre o que eleas sugeriam de imaginário.
Entre os 20 autores, vamos encontrar os associados Marcos Farrajota e Rafael Dionísio mas também Adília Lopes, a crítica / jornalista Ana Ruivo, o galerista e crítico António Cerveira Pinto, David Soares, João Paulo Cotrim, José Jorge Letria (que pena não o terem proíbido de escrever após o 25 de Abril!), Luís Camilo Alves (que fez o Design do catálogo Tóquio - Hong-Kong - Xangai - Singapura editado pela Chili Com Carne), Pedro Rosa Mendes, o sempre horroroso Rui Zink, entre outros nomes hype e outros nem por isso num ecletismo mediano em que muitos dos textos estão muito pouco sincronizados com as distorções visuais dos trabalhos de Zamith.
Creio que o livro valerá mais pelos desenhos de Zamith do que pela maior parte dos textos...