Agarrados ao crack!!
"ils sont fous ces romains"
Curiosamente eu e o Zé Burnay conhecemo-nos já no aeroporto de lisboa, já um pouco atrasados para o check–in… aterrámos no aeroporto Fiumicino e apanhámos um autocarro até ao Termini… No Termini todos os postos de informação tinham um papel na afixado que dizia: “no tram questions!” algo que nos complicou a vida e fez-nos andar pelo menos hora e meia perdidos, com 2 malas com 20 kilos cada uma de livros… depois descobrimos que o tram 5 que queríamos apanhar era logo ali ao lado. encontrámos o nosso tram e como bons turistas comprámos um bilhete cada um. Pode até ser paranóia minha mas assim que picámos o bilhete quase todas as pessoas no interior do tram lançaram-nos um olhar reprovador por picarmos o bilhete… No caminho do eléctrico até ao Forte Prenestino reparámos que ninguém picava bilhete, decidimos então daí em diante adoptar essa tradição com orgulho, pois nenhum de nós queria desrespeitar os bons costumes locais!!!
FORTE PRENESTINO
Acho que nada nos prepara para o Forte Prenestino, além de ser o maior okupa que já vi, é pelos vistos também o mais organizado… e ainda por cima é um FORTE!!! Temos que passar uma ponte e tudo!!! À entrada do Forte simpatizei logo com a primeira estátua que vi...
FOTO ROUBADA NA NET |
Depois de poisar a malas (alívio),estávamos nós a beber umas Peronis… Três individuos chegaram perto de nós e perguntaram ao Zé: "your name is Zé Burnay?" Os seus nomes eram Robert Galvish, Tron e Jackob e tinham chegado ontem da Letónia, o Zé já tinha colaborado com eles para a revista que representavam, a Popper Magazine!!
Bebemos umas, e ficámos logo amigos. Ao fim de uma hora tínhamos decidido ir morar todos juntos para uma tenda que a organização tinha arranjado para eles. Poisámos as malas e passámos o resto do dia a comer massas, pizzas, a beber vinho e Peronis e a falar de cócó, desenhos animados, vídeos do youtube e a fazer piadas gays acerca de mais logo voltar-mos para a tenda! Robert, Tron e Jackob foram uns bacanos e levaram-nos a visitar pela primeira vez as antigas celas do forte onde iriam estar as bancas… celas cheias de história e fantasmas e um silêncio atordoador, por outro lado nas paredes do exterior do forte encontrava-mos outro tipo de fantasmas que por lá também tinham passado e deixado a sua marcas, tais como: Blu ou Aleksander Zograf entre milhares de outros…o Crack é um festim para os olhos…
Bebemos umas, e ficámos logo amigos. Ao fim de uma hora tínhamos decidido ir morar todos juntos para uma tenda que a organização tinha arranjado para eles. Poisámos as malas e passámos o resto do dia a comer massas, pizzas, a beber vinho e Peronis e a falar de cócó, desenhos animados, vídeos do youtube e a fazer piadas gays acerca de mais logo voltar-mos para a tenda! Robert, Tron e Jackob foram uns bacanos e levaram-nos a visitar pela primeira vez as antigas celas do forte onde iriam estar as bancas… celas cheias de história e fantasmas e um silêncio atordoador, por outro lado nas paredes do exterior do forte encontrava-mos outro tipo de fantasmas que por lá também tinham passado e deixado a sua marcas, tais como: Blu ou Aleksander Zograf entre milhares de outros…o Crack é um festim para os olhos…
FOTO DA PRIMEIRA NOITE, CEDIDA POR ROBERT GALVISH O AUTOR PILINHAS |
Acordámos a fazer sauna na tenda por volta das 8 horas da manhã, tomámos duche de água fria e fomos os conco tomar pequeno-almoço. o pessoal da Popper é muito criativo e passavam o tempo a criar historias absurdas que dariam BDs brutais… para nos entretermos Tron sacou do seu diário gráfico e ensinou-nos um jogo muito simples que costumavam jogar entre eles. Escolhe-se uma letra do alfabeto, escreve-se a letra no cimo da página, e de seguida cada um desenha algo que comece com essa letra, pode-se fazer um desenho de raiz ou acrescentar qualquer outra coisa no desenho de outro sempre respeitando a regra da letra escolhida. Embora só tenha feito uns rabiscos bem toscos, foi bem fixe ter participado, curti bastante do resultado e do clima descontraído da brincadeira. Assim que as catacumbas abriram, desempacotámos os livros das malas e montámos a banca da Chili Com Carne, mas por uma questão de logística acabámos por ter de dividir o nosso espaço com uns suecos de Estocolmo, a sua editora chamava-se Hockey Rawk, o cabecilha da banca chamava-se Peter Larsson e juntamente com ele estavam três suecas, que vinham tocar ao vivo no festival , no primeiro dia o livro AcontorcionistA foi o que mais fez furor, os casais de italianos eram os primeiros a ficar entusiasmados com o conteúdo do livro e do calendário, fiquei até com a sensação que alguém na Chili terá mergulhado os livros em pau de cabinda…
No segundo dia de Crack, acho que conseguimos dormir até por volta das 10 da manhã, a partir das 7 da manhã começámos a fazer sauna e aos poucos o pessoal começou a gemer e a arrastar-se para fora da tenda com o respectivo saco-cama afim de achar uma sombra que não fosse apenas temporária… é sempre chato encontrar uma sombra que só dura 5 ou 10 minutos… o people da Letónia foi ver o mar e dar uns mergulhos, e eu e o Zé ficámos pelas redondezas do Crack, e tomámos pela primeira vez pizza ao pequeno almoço…assim que as celas reabriram organizámos os livros na bancada, o Zé pintou um Chili Com Carne sâtanico na parede e eu espetei com as provas do livro Kassumai numa das paredes.
Por volta das 21h fui ver o concerto das nossas vizinhas suecas artisticamente conhecidas como Hi Says Mole, que tocaram no subsolo... Fiquei curioso porque uma delas tinha-me dito que faziam Pop experimental. No palco estavam três meninas meio Lolitas e com vozes bipolares que variavam entre a extrema doçura de uma criança que pede alguma coisa e uma criança com a birra. Balões de ar foram tocados como se fossem violinos, muitos órgãos de brincar e alguns beats minimais a surgir… curti!! Até porque houve algumas ambiências mais perto do Hip Hop um tanto ou quanto Beastie… girlz… De regresso à banca da Chili o pessoal curtiu bué do Love Hole, do Aspiração Horrífica, do Mesinha-de-Cabeceira 23 e claro mais uma vez da AcontorcionistA… O Doom Mountain e as serigrafias do Zé também brilharam. Muita gente passou pela nossa banca na Sexta. Nunca falei tantas línguas… finalmente as Peronis fizeram efeito, o Zé foi pra tenda e fui acabar a noite a beber copos com o Peter Larson e com a Ingrid, uma das miúdas dos Hi Says Mole… Tipos bem porreiros que ao fim da noite já bebiam shots, dos restos das bebidas que outros deixavam nas mesas de esplanada. Foi bem divertido, a merda é que fui pra tenda já de dia…
3ºdia de crack!!!
FOTO DE DESPEDIDA DOS NOSSOS COMPANHEIROS DE TENDA |
De manhã decidimos ir passear por Roma ao calhas, mais os nossos companheiros Robert, Tron e Jackob… Apanhamos um Tram afim de visitar outro okupa ali bem perto, mas estava fechado, decidimos então ir visitar uns parques, comemos melancia, bebemos muita água, rimo-nos e até estivemos a observar um casal de italianos a discutir como se fosse uma peça de teatro, enquanto comíamos um kebab super picante. Às 18h voltámos para as catacumbas, o Crack transbordava de gente, foi a loucura. Directamente da nossa banca pude assistir a um espectáculo de t-shirt molhada masculina, um tipo julgo eu do Dernier Cri encharcava outro com cerveja e perguntava lhe: "you're my friend?"
Nesse mesmo dia também passou pela nossa banca, uma italiana chamada Sheela que têm um trabalho muito interessante, ela adorou e comprou o Love Hole! Pela nossa banca passou também o Roberto Grossi que ofereceu o seu último livro para a Chili.
À meia-noite o people da Popper vieram se despedir de nós troquei um Kassumai por uma serigrafia do Robert , outro Kassumai com uma Poppermag. Do Tron e ofereci um Kassumai ao Jackob porque lhe estava constantemente a nascer ganzas da barba!!! A sério… ainda assisti a um concerto que afinal não era um concerto mas sim uma peça de teatro disfarçada de concerto, vendemos bastantes livros e fomos para a tenda um pouco mais tristes que nos outros dias (embora houvesse duas fanfarras animadamente a tocar pelo festival..) pois estava quase na hora de regressarmos também.
Nesse mesmo dia também passou pela nossa banca, uma italiana chamada Sheela que têm um trabalho muito interessante, ela adorou e comprou o Love Hole! Pela nossa banca passou também o Roberto Grossi que ofereceu o seu último livro para a Chili.
À meia-noite o people da Popper vieram se despedir de nós troquei um Kassumai por uma serigrafia do Robert , outro Kassumai com uma Poppermag. Do Tron e ofereci um Kassumai ao Jackob porque lhe estava constantemente a nascer ganzas da barba!!! A sério… ainda assisti a um concerto que afinal não era um concerto mas sim uma peça de teatro disfarçada de concerto, vendemos bastantes livros e fomos para a tenda um pouco mais tristes que nos outros dias (embora houvesse duas fanfarras animadamente a tocar pelo festival..) pois estava quase na hora de regressarmos também.
Eu e o Zé acordamos, fizemos a mala e despedimo-nos da nossa tenda. Pizza foi novamente o nosso pequeno-almoço, curiosamente juntou-se a nós um inglês muito simpático chamado Joe Furlong. Estivemos na conversa e ficámos a saber que pertence a um colectivo chamado Minesweeper pelo que percebi, Joe e o seu colectivo ocuparam um barco e fizeram dele uma residência artística.
Por volta da 16 horas montámos a banca pela última vez, escrevemos num papel "super discount" e vendemos tudo por metade do preço!!! O Mattias Elftorp foi ter connosco para trocar os dois primeiros mega-volumes compilados do Piracy is liberation.
Esgotámos os Mesinhas 23, o Love Hole e os calendários…Por volta das 21h, o Valerio Bindi apareceu na nossa banca e restituiu-nos o dinheiro da viagem, foi pena não ter conversado mais tempo com este homem grande, uma vez que andava sempre de um lado para o outro…
Por volta das 23h começámos a desmontar a banca despedimo-nos dos nossos vizinhos e lá fomos nós apanhar o tram… Acabamos por passar pelo Termini sem reparar e só demos por isso quando já estávamos a voltar para trás há uns bons 20 minutos… Mais uma vez andámos perdidos, carregados e stressados. Acabámos por apanhar um táxi para o Termini, o que foi mal jogado porque já não haviam autocarros à uma da matina e tivemos que gastar 50 euros noutro táxi que não era um táxi, para ficar umas 4 horas à espera do check-in, e sem tabaco!! Imaginem dois barbudos a dar uma de crava 'tuga à porta do aeroporto a ressacar por cigarros...
Depois ainda houve uma escala de três horas em Zurique onde um expresso chegava a custar cinco Euros e não serviam copos de água sem consumo… Acabámos por não comprar tabaco de novo, e adormecer à porta de entrada, acordámos em cima da hora de embarque. Não estava ninguém nas redondezas, tinham mudado o nosso vôo para outra porta de embarque e lá tivemos de correr para a outra ponta do aeroporto…
Por volta da 16 horas montámos a banca pela última vez, escrevemos num papel "super discount" e vendemos tudo por metade do preço!!! O Mattias Elftorp foi ter connosco para trocar os dois primeiros mega-volumes compilados do Piracy is liberation.
Esgotámos os Mesinhas 23, o Love Hole e os calendários…Por volta das 21h, o Valerio Bindi apareceu na nossa banca e restituiu-nos o dinheiro da viagem, foi pena não ter conversado mais tempo com este homem grande, uma vez que andava sempre de um lado para o outro…
Por volta das 23h começámos a desmontar a banca despedimo-nos dos nossos vizinhos e lá fomos nós apanhar o tram… Acabamos por passar pelo Termini sem reparar e só demos por isso quando já estávamos a voltar para trás há uns bons 20 minutos… Mais uma vez andámos perdidos, carregados e stressados. Acabámos por apanhar um táxi para o Termini, o que foi mal jogado porque já não haviam autocarros à uma da matina e tivemos que gastar 50 euros noutro táxi que não era um táxi, para ficar umas 4 horas à espera do check-in, e sem tabaco!! Imaginem dois barbudos a dar uma de crava 'tuga à porta do aeroporto a ressacar por cigarros...
Depois ainda houve uma escala de três horas em Zurique onde um expresso chegava a custar cinco Euros e não serviam copos de água sem consumo… Acabámos por não comprar tabaco de novo, e adormecer à porta de entrada, acordámos em cima da hora de embarque. Não estava ninguém nas redondezas, tinham mudado o nosso vôo para outra porta de embarque e lá tivemos de correr para a outra ponta do aeroporto…
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