terça-feira, 29 de abril de 2025

ccc@oxímoro


Estaremos com catálogo inteiro, tipo ALLgarve!

domingo, 13 de abril de 2025

Fearless Colors - reedição pela Chili Com Carne /// aprovado por Nunsky!

yo yo yo

Adivinhem o que foi reimpresso?




A BD demorou 40 anos a chegar ao automatismo (obrigado Robert Crumb e Moebius por terem tomado drogas!), ”andou às aranhas” com a autobiografia ou à auto-representação do autor, jornalismo, ensaio e crónica e uma eternidade no que diz ao respeito institucional. Não podemos ficar de fora, não podemos deixar que os DJs roubem todo o bolo! Preparem lá essa tesoura e cola! Melhor ainda… saquem lá o Photoshop! 

É um pássaro?
É um avião? 
Não! 
É o Samplerman!!!

Ladrão que rouba ladrão, mil anos de perdão!




FEARLESS COLORS compila algumas das melhores páginas de BD que Samplerman produziu entre 2012 e 2015. Pode-se dizer que elas fazem homenagem aos "comic-books" norte-americanos dos anos 40 e 50, sendo misturados tal como uma viagem de um DJ a realizar o que Marcos Farrajota intitulou de "Comix Remix" - artigo escrito originalmente para o jornal finlandês Kuti e entretanto acessível em várias línguas, como o português no blogue da Chili Com Carne.

Atravessando géneros clássicos como o romance cor-de-rosa, o policial, a ficção científica e o terror, algumas das páginas tanto se identifica excertos de Fletcher Hanks como o "Samplerman original": Ray Yoshida. Violência, acção, disparos, naves espaciais, micróbios e bactérias, corpos mutilados são remontados numa colagem fractal que nos possibilitam novas formas de narrativas e leituras. 

Por detrás de um super-heróis há sempre o alterego. Neste caso de Samplerman esconde-se o desenhador francês Yvang. Começou com a experiência Samplerman em 2012 através do tumblr ZDND (La Zone De Non-Droit) juntamente com o irrequieto Leo Quievreux, tendo contaminado a web desde então. Participou em várias publicações como a š! (Letónia), Off Life, Smoke Signal, Ink Brick, Lagon, The Village Voice e Scratches. A solo saíram os seguintes livros: Street Fights Comics (ed. de Autor, 2016), Miscomocs Comics (Le Dernier Cri, 2017), Samplerman (Secret Headquarters, 2017) e ilustrou ao LP colectênea Intrepid Curves #18 da Vinyl Moon. E realizou uma capa para o título Doom Patrol da Dc Comics a convite especial de Grant Morrison.





Formato A5. 100 páginas, Quatro cores. Capa mole com verniz localizado. Uma co-edição com a Kuš!Reimpressão do livro lançado em 2017 pela extinta MMMNNNRRRG (2000-20), só mudou os logotipos dos editores envolvidos e ficha técnica.

Reeditado na nossa Mercantologia, colecção dedicada à reedição de material perdido do mundo dos zines eis disponível outra vez na nossa loja em linha e na BdMania, It's a Book, Kingpin Books, Linha de Sombra, Matéria Prima, Mundo Fantasma, Snob, Socorro, STET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Utopia e ZDB. E na Modo Infoshop (Bolonha) e Freedom Press (Londres)






FEARLESS COLORS é o livro que colecciona a maior parte do seu trabalho e deu no que falar!!!
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Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal 
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sessão de autógrafos na Mundo Fantasma (10/03/18) 
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lançamento oficial na Nova Livraria Francesa (16/03/18) com a presença do autor 
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Imagine a Jim Woodring comic, without the characters to get in the way of the experience of it. That’s what he summons in his pages. So allow yourself to get lost in these pictures. (...) Reading Fearless Colors is like taking a weird acid trip through comics as images fall apart and melt down in front of you, recombining with different images to form brand new comic pages. Samplerman’s collages take existing art and make new art out of the old, and creates comic pages that you just want to get lost in, exploring the smallest details even while wanting to pull out and see how those details collapse into a complete comic experience.

Poder-se-ia também imaginar que finalmente temos aqui uma tradução do que significaria enfrentar, com efeito, uma “crise nas infinitas terras”, que convidaria a delírios visuais bem mais inesperados do que aqueles intentados por George Pérez.

El propio autor es consciente de que, desde una perspectiva reduccionista, su trabajo podría verse como algo que no es ya cómic, aunque parta de él. «Depende de lo restrictiva que sea tu definición de cómic», dice. No debería importarnos pero, en realidad, hay en su trabajo una narratividad, y las viñetas establecen una secuencia en la que las imágenes mutan, evolucionan y se multiplican siguiendo una lógica interna, que no es la del relato, sino la de lo visual… Y la de la mente de alguien que está intentando crear algo nuevo a partir de algo viejo.


Fearless Colors é exactamente aquilo que esperava que fosse - uma gulodice sensorial, verdadeira apoteose surrealista e anárquica lograda pela gloriosa libertação dos comics clássicos das cadeias bolorentas da vetustez obsoleta. Samplerman é nome de super-herói e é autor do livro mais bonito que já vi da Chili. (...)
Nunsky (via email)


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sábado, 12 de abril de 2025

1 livro 1 disco 1 zine (4)

Saiu este ano o Questmaster (Ao Norte; 2025) do Rodolfo Mariano, que é um gajo tramado!! Dá sempre a volta às coisas!!! Um gajo pede um registo autobiográfico para o Querosene (Chili Com Carne; 2021) e ele sai um tratado psicadélico sobre o como Coimbra é podre. Os tipos da Ao Norte pedem para ele fazer uma BD sobre "O Filme da Minha Vida” (nome da colecção) e saí tudo menos um bárbaro homoerótico com a megaxuxu da Grace Jones! Invés disso, parece que partimos para uma realidade paralela “furry” do filme do Conan (de 1982) com discussões filosóficas de pessoal embriagado. Dentro de um estilo que foi o seu último grande livro, Maldito Aquele Lugar,  é assim que ele deixa-nos pendurados mas com a vantagem de podermos fazer outros filmes na nossa cabeça! Muito bem!


Outro gajo tramado é o Fernando Cerqueira. Só quando fizemos o livro da comemoração dos 30 anos da SPH e 20 da Thisco é que pude ver finalmente as k7s que ele editou nos anos 90. Belas capas e embalagens, quase que demorei 20 anos para vê-las, desde que o conheci e começamos a colaborar em projectos... poças! Com o tal livro houve uma segunda vida para a SPH e se pensam que ele ia continua a fazer tudo por tabelinha esqueçam. Para provar isso eis que ao fazer a série de colectâneas Atonal (título homónimo do seu fanzine de 1990 onde vinha o primeiro volume) escolheu um formato diferente de apresentação, ou seja, uma embalagem que lembra algumas de produtos de tecnologia nos quiosques. Na segunda vida da SPH, além de ter reeditado velhas glórias, foram feitas k7s de recuperação de sons, obras e músicos vindos dos anos 80 e 90, como acontece com este terceiro volume (2022) onde, tal como as BDs de Mariano, somos apanhados de cuecas na mão para Noise, Techno experimental, IDM, Glitch, (mau) Ambient(e), dronaria e o catano, cortesia de Pas Musique, If, Bwana, Discman, Francisco Lopez, Manuel Mota,... Quando menos se espera tudo muda nesta colectânea e pergunto-me se não é assim que deve ser sempre? Seja como for, quem vê embalagens não vê os sons!


Outro cromo que surpreende sempre é o Harukichi e o seu DJ Cat Gosshie, cujo pelo dourado que larga converte tudo em ouro: já lá vai na terceira impressão, ganhou um prémio e dá mote a uma curta. Não é gatinho para dormir uma "catnap" sobre os seus louros e eis que saiu o número nove de DJ Cat Gosshie Short Stories (Toge No Jizo; Jan'25) que apanha alguma BDs feitas para as antologias Kuš! e Stripburger. Num A5 todo a cores deslumbram-se nas suas páginas de BD passeios ganzados pelo México, Angoulême e Cleveland, viagens essas em que serão aproveitadas de certeza para um próximo volume deste gatinho feito gatão!

sexta-feira, 11 de abril de 2025

sempre a rock-e-rollar


'Tamos lá sim senhora com o gringo Heavy Helium!
+ infos aqui
 

Life Is a Simple Mess ... ultimos exemplares ... até porque a Cleanfeed berrou ...




Como as obras deste livro tornam claro, a pureza, no seu lado mais extremo, quer venha da subtracção de elementos ou da negação do contexto, é uma experiência rara. Em interacção com a simplicidade e o turbilhão, esta experiência dá-nos acesso a partes escondidas da nossa mente que contribuem para o equilíbrio, a cor e a forma como nos imaginamos a nós próprios. E tudo isto justifica e realça a nossa humanidade. É assim que Nate Wooley, autor dos textos presentes no livro Life is a simple Mess, procura exprimir o sentimento de total perplexidade e verdade que as obras de Travassos nos transmitem.

Página a página, a surpresa supera-se a si própria, a partir de um imaginário sem limites onde tudo e nada se conjugam em pensamentos que abrem o cérebro para realidades paralelas, numa perfeita comunhão entre design e física quântica. Explorando a união ou a fricção entre elementos díspares e uma crueza ou crueldade que nos atravessa a todos em algum momento da vida, Travassos apresenta, em Life is a Simple Mess, uma selecção de obras gráficas - que reflectem o seu maior investimento de trabalho da última década, dedicado essencialmente à editora Clean Feed e Shhpuma e ao festival Rescaldo.

Do livro fazem também parte trabalhos para outras editoras como a americana Sunnyside ou a alemã Why Play Jazz, bem como algumas imagens inéditas criadas especialmente para o efeito. 

O livro contém ainda um CD com 7 temas, 5 inéditos e 2 previamente editados, de onde fazem parte algumas das mais sólidas bandas de Travassos, tais como Pão, Big Bold Back Bone ou Pinkdraft entre outras relíquias.

Edição CHILI COM CARNE em colaboração com a SHHPUMA (rip). Encontra-se à venda na BdMania, Mundo Fantasma, Tigre de Papel, Utopia, Matéria Prima, Louie Louie, Linha de Sombra, Neat RecordsLa BambaYou to You e 4/Quarti...





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Historial: 

 livro lançado no dia 4 de Agosto de 2017 no Jazz em Agosto na Fundação Calouste Gulbenkian após o concerto de Larry Ochs com The Fictive Five com os autores Travassos e Nate Wooley presentes 

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Festa em Setembro no Damas para lançar a coisa sem a educação institucional do Jazz em Agosto, está prometida uma DJ Battle entre Marcos Farrajota (editor) e Travassos, aceitam-se apostas!!! 

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Reportagens no Público e P3 

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Sobre os autores:

Travassos é um artista multifacetado, que se exprime sobretudo a partir do design, da ilustração e da música. Colabora há mais de 10 anos com a editora Clean Feed / Trem Azul, sendo o seu principal designer, para além de ser o mentor e criador da editora Shhpuma e do Festival Rescaldo. Actualmente já soma cerca de 400 capas de discos de músicos como Evan Parker, Mats Gustafsson, Pharoah Sanders, Peter Brotzmann, Ken Vandermark, Craig Taborn, Steve Lehman, Fred Frith, Peter Evans, Louis Sclavis, Paal-Nilssen Love, Joe Mcphee, Rob Mazurek, Jamie Saft, Wadada Leo Smith ou Bernardo Sassetti, entre outros.Recebeu já vários prémios de onde se destacam: “Ciudades Futuras” BCD – Barcelona Centro de Diseño; "Bombay Sapphire" CPD – Centro Português de Design; “MAD” - Concurso Jovens Criadores ; Best cover artwork 2008, 2009, 2010 pelo All About Jazz New York ou “Notable album covers of 2015” por Dave Hall. Já viu os seus trabalhos expostos na Experimenta Design, Cankarjev dom Ljubljana, Faculdade de Arquitectura do Porto, Universidade de Aveiro ou no BCD - Barcelona Centro de Diseño.

Nate Wooley é um dos mais aclamados e requisitados trompetistas da actualidade. É um músico transversal que tanto se movimenta nos meandros do Jazz clássico ou contemporâneo, bem como nas franjas mais ousada da experimentação. Para além de músico, Wooley desenvolveu paralelamente um reconhecido percurso na escrita, entre ensaios, poesia minimal e outros textos. Nascido nos EUA, começou a tocar trompete profissionalmente com o seu pai, um saxofonista de orquestras, com 13 anos. O tempo passado em Oregon, a sua terra natal, instigou no músico uma estética musical que influenciou toda a música por si criada nos últimos 20 anos, sobretudo a sua abordagem ao trompete.

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FEEDBACK

The Clean Feed and Shhpuma labels continues to expand and evolve, allowing us to look beyond the music and deal with other the visual aspects provided inside this impressive 64 page book. Yes, there is a CD of music/sounds which is found inside this 64 page book of assorted drawings, collages and minimal texts by Nate Wooley. Sonic specialist Travassos appeared on a few recent CDs from Clean Feed stable: Pão and Big Bold Black Bone. The disc here features Travassos playing with both of these projects as well as other assorted musicians. Travassos plays tapes, amplified objects, analogue electronics and crackle box. (...)  The often mesmerizing sound of Travassos’ electronics permeates this entire disc without him ever soloing but creating a variety of haunting scenes. The book also evokes similar mysterious images which work perfectly with the music on the disc. Another triumph for the fine folks at Shhpuma   
Bruce Lee Gallanter, Downtown Music Gallery

A fascinating book of artwork from Clean Feed visual designer and electronic improviser Travassos, with perceptive text from Nate Wooley punctuating the imagery (...)  

terça-feira, 8 de abril de 2025

SEXOPATIA na Vida Portuguesa


Há uma grande probabilidade do novo livro de Marcos Trindade ser colocado numa caixinha de "livros marotos" ou pelo menos ao balcão da livraria em situações embaraçosas... A Chili Com Carne adverte desde já que não alinha com esta ideia.

Alguns já poderão ter a oportunidade de concordar - ou discordar - porque o livro já circula pela nossa loja em linha e também nas livrarias Cult, FNAC, Kingpin Books, Letra Livre, Linha de Sombra, Matéria Prima, Mundo Fantasma, Snob, SocorroSTET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Velhotes, Vida Portuguesa, ZDB,  Modo Infoshop (Bolonha), TFM (Frankfurt) e Quimby's (Chicago).

 


Sexopatia

de

Marcos Trindade

88p 16,5x12,5cm a cores, capa dura a cores, 12 eur.



O sexo como conforto e derradeiro escape social é um tema que já apareceu na obra deste artista gráfico mas pela primeira vez dedica-se exclusivamente ao tema neste livro de três andamentos. 
 
O primeiro é a materialização - qual impressora 3D - de anúncios de propostas sexuais no "Correio da Manha", que são expostos com ilustrações surrealistas e um humor cáustico. Segue-se um "Bazar" de objectos sexuais a lembrar as maravilhosas invenções inúteis japonesas chindogu para acabar num catálogo anatómico em que só resta a insatisfação. 
 
Afinal de contas, o cliente NUNCA está feliz por mais "Sextas-Feiras Negras" que existam no mundo...




Marcos Trindade nasceu em Coimbra em 1966. Mudou-se para Lisboa nos anos 80, integrando movimentos artísticos nascidos da movida lisboeta. desenvolve a sua actividade na área da BD e da ilustração. Avesso a compromissos institucionais, trabalha como autor independente, tendo publicado na nossa editora irmã-defunta MMMNNNRRRG (2000-20), o livro Os Acrobatas (2015).
 

Feedback:

(...) um retrato carnavalesco de uma certa sociedade política portuguesa. Sexopatia, não deixando de poder providenciar umas achegas à cultura local, todavia atinge um contorno mais alargado, quem sabe próximo do universal. Num momento em que, positivamente, se fala de forma mais franca, aberta e democrática de saúde mental, de expressões da sexualidade, de identidade, de liberdade no amor, de debatermos formas saudáveis de repensar as relações entre as pessoas, inclusive sexuais, mas igualmente sob a esteira de novas justiças e reequilíbrios sociais e políticos em relação às mesmas realidades, não convém deitar fora o bebé com a água do banho. A pulsão sexual é, ainda, selvagem, animal, conspurcada, absurda, porca, estúpida, má, egoísta, bruta, franca, e, por isso, um dos grandes bastiões da verdadeira e ulterior liberdade humana.

(...) Nota final: estando o livro dedicado à minha pessoa, temo que haja uma interpretação genérica e abusiva de que haverá algo na minha experiência ou personalidade que tenha levado o autor a fazer essa associação. Cliente assíduo da leitura dos anúncios? Frequentador de sexualidades mais à mão? Consumidor contumaz de objectos destas fronteiras? Da fama não me livrando, defendo-me tão-somente dizendo que os livros supostamente carregam a verdade, mesmo que sob mantos diáfanos da fantasia.

Pedro Moura in Ler BD

 

(...) os traços pontilhados que compõem estas imagens mostram brinquedos sexuais, objectos corrompidos na sua função, corpos alterados, mas o que revelam é uma tremenda e generalizada apatia emocional

Sara Figueiredo Costa in Expresso


(... ) desenhos brilhantes na sua inventidade crítica (...)

JL


I enjoyed reading Contos de campo and Sexopatia  (...) they are beautiful! 

 Harukichi (via email)




domingo, 6 de abril de 2025

ccc@autónoma.3

cartaz de Rita Mota

 Vai ser um fim-de-semana cheio por Cacilhas!  

Lá estaremos com novidades editoriais, a saber Propaganda e Dias-a-fio!

terça-feira, 1 de abril de 2025

50 anos

estudo de capa do Revisão de João Maio Pinto sobre desenho de Isabel Lobinho (1947-2021).


Não é mentira! Foi a 1 de Abril de 1975 que saiu a revista Visão, projecto de ruptura total com a Banda Desenhada portuguesa do passado. Ainda hoje quem apanhar os seus 12 números poderá sentir alguma frescura nas suas propostas.

Foi com gosto que em 2016 publicamos a antologia Revisão para comemorar os 40 anos da sua existência - infelizmente nesse ano parecia mais a "comemoração" do seu fim, a revista acabaria em 1976 mas o esforço de reunir material e fundos não permitiu fazê-lo antes, em 2015...

A todos os Visionários a nossa eterna gratidão eterna por nos terem aberto os olhos - mesmo que a maioria não o tenha feito, ou pior, os que tiveram acesso tenham fechado outra vez os seus olhos!