segunda-feira, 24 de março de 2025

Erzsébet - últimos 30 exemplares + identidade do autor revelada!!!



Erzsébet 
de 
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17º volume da Colecção CCC editado por Marcos Farrajota. Design por Joana Pires. Capa por Nunsky. 144p p/b 16,5x23cm, capa a cores. 500 ex. ISBN: 978-989-8363-24-4

Sinopse: Erzsébet Bathory, a infame condessa húngara contemporânea de Shakespeare, ao contrário deste, incarnou como poucos o lado negro e animalesco do ser humano. São-lhe atribuídos centenas de crimes inomináveis que lhe grangearam alcunhas como "Tigreza de Csejthe" ou "Condessa sanguinária" e que a colocam no mesmo lendário patamar de bestas humanas como Gilles De Rais ou Vlad, o Impalador. Por detrás do seu rosto pálido, de olhar impassível e melancólico ocultava-se o próprio demónio, Ördög.

à venda na loja em linha da CCCMatéria Prima, ZDB, BdMania, Tinta nos Nervos,  Kingpin, Universal Tongue, Linha de SombraUtopia e Libraria Paz (Galiza).








o autor: Nunsky é um criador nortenho que só participou no zine Mesinha de Cabeceira. Assina o número treze por inteiro, um número comemorativo dos 5 anos de existência do zine e editado pela Associação Chili Com Carne. Essa banda desenhada intitulada 88 pode ser considerada única no panorama português da altura (1997) mas também nos dias de hoje, pela temática psycho-goth e uma qualidade gráfica a lembrar os Love & Rockets ou Charles Burns. O autor desde então esteve desaparecido da BD, preferindo tornar-se vocalista da banda The ID's cujo o destino é desconhecido. Nunsky foi um cometa na BD underground portuguesa e como sabemos alguns cometas costumam regressar passado muito tempo...



Feedback: 
Muito boa BD, me inspira para criar logotipos 
Lord of The Logos (via e-mail) 
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Erzsébet, o livro, é o relato implícito, emudecido, de um receio: o de que a morte escape definitivamente ao controlo masculino. Afinal, é a morte que conduz cada um e todos os passos da humanidade, tal e qual como vem anunciando a estética gótica em todas as suas formas. Nunsky recorda-nos isso mesmo com esta edição
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Erzsebet é um grande livro. Consegue ter aquele espírito dos filmes do Jess Franco e afins, em que por vezes é mais importante a iconografia e a imposição de elementos simbólicos / esotéricos ou fragmentos de actos violentos e ritualizados (como as mãos nas facas ou as perfurações e golpes) do que termos uma continuidade explicita e lógica da narrativa, o que cria toda uma tensão e insanidade ao longo do livro e de que há forças maiores do que a nossas a operar naquele espaço. 
André Coelho (por e-mail) 
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o romântico está presente antes na sua dimensão histórica e o trágico se aproxima do monstruoso. Pedro Moura / Ler BD 
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Para todos aqueles que apreciam uma viagem pelas profundezas negras do coração dos Homens, este é sem dúvida um livro a explorar, aliás, uma das publicações mais interessantes do ano passado 
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Acabei de ler esta versão e perdoem-me, não posso evitar um sorrisinho complacente - então somos nós os amadores "alternativos"? A "nossa" condessa pode não ser nenhuma obra prima, mas é, modéstia à parte, um trabalho bem mais sério e sólido que a pobre caricatura da renomada Glenat. A única coisa que gostei foi a técnica gráfica (nem tanto os bonecos). GO CHILI! ÉS O NOSSO ORGULHO! P.N. (por e-mail)
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Nomeado para Melhor Álbum Português e Melhor Argumento e vencedor de Melhor Desenho na BD Amadora 2015 
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Nomeado para Melhor Álbum PortuguêsMelhor Desenho no Comicon 2015 
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Existe verdadeira loucura e terror nas caras e paredes pintadas de sombras e escuridão. Uma das obras essenciais na BD de 2015 a ser comprada e lida as vezes que aguentarem, porque a história de Erzsébet Bathory não é para os fracos de coração e de estômago.
Acho que Acho 
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Primeiro livro da Chili Com Carne com edição estrangeirar lançado no Brasil pela Zarabatana Books
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A ausência de um arco dramático ou qualquer desenvolvimento de personagens é um recurso que aproxima Erzsébet do terror clássico italiano, menos preocupado com o roteiro do que com a experiência. A intenção parece ter sido trazer os relatos mais verossímeis, ocasionalmente com algum toque de fantasia, o que é uma opção interessante. Ainda assim, mesmo que não decepcione na fluidez, a sensação ao final é que faltou algo neste caldeirão. A relação que a história estabelece com o leitor é distante, já que não há qualquer personagem pela qual torcer ou temer. Claro que a Condessa é aquele tipo que adoramos desprezar, mas o interesse que ela gera ao longo das páginas não é bastante para deixar de observar isso. Com um saldo final positivo, Erzsébet vale a experiência. Quem tiver interesse por personalidades como a de Bathory será recompensado nesta leitura. Muito provavelmente, caso o seu primeiro contato com ela for a HQ, vai gerar uma vontade forte de pesquisar mais sobre essa figura histórica terrivelmente atrativa. A pergunta do primeiro parágrafo não será respondida, mas a atração por esses monstros da vida real continuará a existir.
Formiga Elétrica (sobre a versão brasileira)
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(...) Escrita e desenhada pelo português Nunsky, Erzsebet é um dos maiores lançamentos de terror de 2012.
Convergência HQ (sobre a versão brasileira)
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(...) Nunsky consegue transmitir todo o horror que as lendas contam, as torturas e a personalidade explosiva da Condessa de Sangue, como ficou conhecida. Graças à uma narrativa sangrenta e auxiliada pela técnica do traço citado, várias são as cenas em que a crueldade de Erzsébet é extrema, (...) 
Mundo Hype (sobre edição brasileira)
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(...) Fidedigna ou não, fantasiosa ou não, em cenas como esta a biografia busca retratar precisamente a crueza da condessa assassina. 
Folha de S. Paulo (sobre edição brasileira)
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Desenhista de muita imaginação
Jornal do Commercio (sobre edição brasileira)

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Livro negro, melancólico, arrepiante e pesado. Bué Black Metal, sem uma pinga de humor. (...)  Só não gosto nada é da protagonista, macacos a levem, é mesmo detestável e esperei pacientemente pelo seu merecido fim tal como rezam as lendas (...) Os outros lacaios da maldade também foram bem castigados... Só que fiquei a pensar...  Mas que raio, então e a bruxa, ficou à solta? E os 90 gatos? Fonix Que medo...  Livros com um fim esquisito, este da dimensão no espelho negro apanhou-me de surpresa. 
Rodolfo Mariano (por email)

Reedição do livro em capa dura pela Zarabatana Books (Brasil) em 2024
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Loucura brasileira em Black Zombie - a "verdadeira identidade de Nunsky" LOL

 
 


segunda-feira, 17 de março de 2025

ccc@LouriBD.2025



Ai que vamos a um evento de Bêdê!!! O LouriBD na... Lourinhã! Temos lá uma selecção de edições nossas durante a semana inteira e no último dia - Domingo, dia 23 de Março, às 16h10! - há conversa com o gajo dos balões com Marcos Farrajota e o Cassiano Soares da Sendai.

sexta-feira, 14 de março de 2025

1 livro 1 disco 1 zine (3)

Fora de Campo #2 (Bacarr0ta; Jan'25) é um fanzine.  Mas fanzine mesmo, aquela cena do "fã" + "magazine". Teve até um número zero! Uma grupeta com a Matilde Feitor à cabeça celebra o Cinema em forma de fanzine A5, assim "old-school", escrito à mão, tecnofobista e com razão nos tempos saturados de digital. Gostei tanto de participar no primeiro número que nunca mais fiz BD até hoje. Neste novo número dedicado "à presença feminina no Cinema" topa-se a quase ausência de textos. Um problema que parece estar a afectar todas as publicações amadoras ou semi-profissionais. Se antes as "redes sociais" eram espaços de escrita - os blogspots e wordpress - com os "Fezesbook" & "Insgrana" parece que as pessoas desabituaram-se a escrever. Se por um lado há os académicos que cagam cinco "papers" por semana com o jargão científico todo certinho, por outro estes deixaram de saber escrever para leitores leigos. E o pior são esses mesmo leigos, escritores em potencial, que não se sentem à vontade para o fazer e que desistiram, preferindo meter fotos sobre um concerto (e do "brunch") invés de uma resenha escrita. Se as pessoas desistirem de escrever, estamos fodidos, nem é preciso Trumps para acabarem com ministérios da educação para voltarmos à barbárie. Pode-se até dizer que as novas gerações são mais visuais. Sim é verdade mas além de isso ser uma desculpa fácil para não se tentar escrever também não é uma grande vantagem porque olhando para as colaborações deste fanzine sente-se uma homogeneidade de estilos gráficos, sem haver alguém que faça algo de "profundamente errado" para destacar. Saiam da casca, sff. Ah, sim, destaque pra BD de Sofia Belém apenas por ser isso mesmo, uma BDO fanzine sai AMANHÃ oficialmente num "mega-mini-evento"!


Strife (2024) é um livrinho de Banda Desenhada de Ohspital, artista visual e tatuadora. Bem... ela não diz que é de BD mas que é um livro ilustrado apenas. Caramba, se há sequências colocadas de forma propositada para uma leitura - seja ela qual for e seja qual for a qualidade do leitor, ou das drogas que este tomou ou das fortes e confusas emoções que esteja a sentir - para mim é BD! ;) Apresenta uma ideia simples, a de uma mulher que constrói um arco para flechas e dispara-as para um alvo que não pode ver. É uma metáfora sobre a luta que são as nossas vidinhas sem rumo, ou pelo menos para quem não tem poderes de premonição se alguém tiver nessa de paranormalidade. O traço é delicado, num híbrido de cultura "pós-manga", a lembrar alguns trabalhos de Dois Vês ou da Sara Boiça. Por falar nisso, o que é feito delas? Ó Ohspital, por favor não pares!


Bem sei que já lá vão cinco anos desde que saiu esta edição - ou seja, pelo menos há duas ERAS atrás, sendo uma delas a do covid - mas só recentemente é que acedi à caixa, que inclui dois CDs + folhas volantes intitulada, Som Desorganizado 2019 : Sonoscopia's annual meetings on sonic exploration (Sonoscopia; 2020). Considerando que quem participa com a "bonecada" é o "Ilan Manouach" na sua fase "microworkers" - Harvested - e sendo que em Abril teremos um livro novo dele, faz sentido escrever umas linhas aqui. Manouach mandou 150  "microworkers" desenharem sobre este encontro de música exploratória do Porto, sem eles nunca terem lá posto os pés. Aliás, devido à condição precária destes trabalhadores, provavelmente nem estão interessados nesta música Toing Toing Toing Toing Toing Toing Toing Toing Toing Toing das margens da Improv (vulgo, "música aleatória") e muito menos terão, alguma vez, oportunidades económicas para frequentar um espaço destes (inevitavelmente elitista) ou de virem ao "Morto." mesmo que esta cidade venda o seu cuzinho como "lowcost". Manouach subverte todas as lógicas do "desenhador que vai documentar a sua experiência de um festival de música", tal como no ano anterior do evento houve outro músico/desenhador, o libanês Marzen Kerbaj, que participou "by the book", ou seja, com desenhos do que testemunhou. A ideia de Manouach leva-nos a um universo paralelo, tanto como a música fantasmagórica de Aeroles (CD2), um registo impossível de realizar pelas disparidades económicas em que vários humanos vivem. Quanto à música da caixa de 2018, só me lembra o que o autor brasileiro André Dahmer escreveu numa tira humorística qualquer: Jazz  é como um pum: você nunca sabe que som vai sair.

sexta-feira, 7 de março de 2025

Será a caneta mais poderosa do que a espada?

 


A edição portuguesa do Monde Diplomatique tem publicado, sob a nossa coordenação, as respostas a este desafio em Banda Desenhada por uma série de artistas. 

Este mês cabe a Frederico Gavazzo (Lisboa; 1996), autor da arte da streeta que já colaborou no nosso Carne Para Canhão... Mais virá um dia!