domingo, 14 de setembro de 2025

1 livro 1 disco 1 zine (9)

Foi o melhor que encontrei no Autobán deste ano, entre a modorra dos lamechas e a redundância dos sci-fi / fantasia... Gastei tudo em pornografia da Yogur Podrido, fanzines de fantasias com personagens conhecidas ou inéditas, tudo muita baunilha e de sexo consentido - não há aqui perversões, fetiches ou violações! A autora já fez uma produção enorme de fanzines ou "doujinshis" (o equivalente a zines no Japão - já que o "softpower" japonês já "coolonizou" a mente de muita gente no "Ocidente" que já usam esse termo) do seu trabalho variando o estilo para sexo com "aliens" (Rationed Lust, 2025), "funny animals" (Chocolate Pink, 2025), demónios (Digi-Panic EX Black and Yellow UP ver; 2023), uma personagem do Neon Genesis Evangelion e o Godzilla (não deveria ser Gojira!?) - imagem à direita, de 2019 - ou uma gaja da ETA a fornicar com um soldado soviético de tal forma que faria corar o Marx ou o Lenine (My Forbidden Lover; 2022 - creio, que entretanto ofereci esta bela peça a uma amiga otaku!), etc... Tudo para todos os gostos para quem gosta pinar de forma positiva e sadia! Quando é que aparece em Portugal este fenómeno Pop, já que o "boy's love" não foi a lado nenhum?

 

E já agora, apesar do tom arco-íris deste livro auto-editado, nada o leva prás zonas LGBTI+. O Diário de Aquiles Vasconcelos de Renato Chagas abusa nas cores nos seus papeis impressos (imagino o balúrdio que isto custou!) para fazer o ciclo das estações mas ficou com um ar mais "queer" do que "straight" - masculino será o termo correcto, com laivos de boémio. Este "Aquiles" é sem dúvida um alter-ego do escritor, e o termo "romance" parece-me despropositado pelo número de páginas e pelo registo diarístico do mesmo. Admito que li o livro com expectativas grandes uma vez que já o conheço há décadas por outras andanças. No final, ficou um sabor de o ter acompanhado nas suas desventuras em Montemor-o-Novo, Lisboa e Paris, assim marinhando por aí. Sinceramente não sei ler este livro de forma isenta, fica aqui uma divulgação do mesmo para quem quiser fazer o pedido para  o autor-editor: chagas.renato7 @ gmail . com

É das melhores bandas Rock portuguesas estes Dr. Frankenstein, ponto. Admito que o formato power trio das últimas produções arrefeceram-me um coche... e sobretudo o uso de voz na banda, sempre os preferi como "instru-mentais". Não sei o que aconteceu no primeiro volume e qual a ligação entre os dois discos mas tropecei neste Volume II Destination Unknown (DDJ + Rastilho + Zerowork; 2025) que para mim é um regresso aos grandes discos do "doutor"!! Vale tudo, desde fazer uma versão dos Slayer até entrar em terrenos que são convencionados de post-rock, tendo pelo meio o velho Surf & Garage e música "Exótica" - esse género que tem tanto de apropriação cultural como de kitsch mas que os Dr. F. sempre dominaram acertando na Beleza certa para não bater nessas balizas. Provavelmente este disco deve ter um dos melhores "lado B" de sempre, se tiverem o LP, claro!

Sem comentários: