blogzine da chili com carne

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Vamos vos apresentar à Família - até 11 de Janeiro exposição patente na Tinta nos Nervos


Família

de

Júlia Barata

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9º volume da Colecção RUBI.

232p A5 2 cores + capas duplas 1 cor + sobrecapa 2 cores 

+ oferta de zine Umas amigas limitado a 100 exemplares


Disponível na nossa loja em linha e nas lojas Kingpin Books, Linha de Sombra, Snob, Tigre de Papel e Tinta nos Nervos. Prá semana pode ser que chegue ao Porto...



página de Umas Amigas

Depois de uma vida nómada - com paragens em Lisboa, Porto, Maputo, Barcelona e Roterdão, Júlia Barata, arquiteta e artista gráfica, estacionou em Buenos Aires há 11 anos, depois de uma mudança agitada que ilustra no livro Gravidez (Tigre de Papel; 2017).

Família, que poderia ler-se como uma sequela de Gravidez, reflete sobre a construção e desconstrução de um núcleo familiar, entre registos de autobiografia e autoficção. Ainda assim, existe uma coerência narrativa nesta obra que descreve os ziguezagues emocionais de uma mulher num período de mudança, de uma mãe e esposa que precisa de fugir da família que formou.

A pujança artística de Barata está aqui a galope. Relata pequenos "slice-of-lifes" com ar fofinho num diário Moleskine, bem ao sabor de muita da produção contemporânea infantilizada que se vê por aí. No entanto, ao contrário do que se espera, esses momentos inócuos servem para serem trucidados por uma angustiante representação de uma depressão.

Nada é simples por aqui. O tom minimalista dos desenhos é realmente uma interpretação sem filtros, sem moral e sem pedagogia. Se uma família é vista em geral como um espaço uniforme, nesta Família luta-se para que a liberdade individual seja tão respeitada como o compromisso institucional. Será (ainda) possível?


 
Já está disponível na loja em linha da Chili Com Carne e nas lojas Kingpin, Linha de Sombra, Snob e Tigre de Papel. Em breve em mais sítios...




Feedback

(...) o seu novo livro Família, que dizem as más-línguas que foi a razão da “BD Porcalhota” ter bloqueado a Chili Com Carne no seu certame de BD para rapazes e velhadas…

 

Historial

Lançamento no 21/12/2024 na Tinta nos Nervos com presença da artista e uma exposição de originais - patente até 11 de Janeiro 2025.

 

12ª Edição do concurso "Toma lá 500 paus e faz uma BD!"

Estão abertas as candidaturas para a 12ª edição do concurso 500 paus!
 
Esperam-se propostas até o dia 4 de Fevereiro de 2025!!
 


 
A Associação Chili Com Carne lançou a ideia de um concurso para fazer um livro em Banda Desenhada para matar a modorra na cena portuguesa, tendo sido publicados já vários livros ou zines de trabalhos que participaram no concurso - como o Vale dos Vencidos de José Smith Vargas, projecto vencedor do concurso de 2014 mas que se transformou noutro livro mais complexo.

Em Outubro de 2015 saiu a primeira obra vencedora (do primeiro concurso, de 2013) ou seja, The Care of Birds / O Cuidado dos Pássaros de Francisco Sousa Lobo - que entretanto teve uma edição em Espanha e em França. Em Outubro de 2016 saiu o romance gráfico Acedia de André Coelhoem Outubro de 2018 a antologia Nódoa Negra, em Novembro 2019 a antologia All Watched Over By Machines of Loving Grace, em 2020 Bottoms Up do Rodolfo Mariano, em 2021 Hoje não da Ana Margarida Matos - que vai na segunda edição e publicado nos EUA -, em Dezembro 2022 o Sinapses de Ivo Puiupo (com edição inglesa pela Kus!) e em Janeiro 2024 o fanzine mais caro do mundo, o número 42 do Mesinha de Cabeceira, Partir a Loiça (toda) de Luís Barreto!!

Entretanto, cá estamos de novo à espera de novas aventuras editoriais!





Instruções (não muito complicadas):
Para quem? 
Para Sócios da Chili Com Carne com as quotas em dia - não é sócio? Então é clicar neste LINK.
No caso das antologias, todos os autores devem ser sócios!
Para artistas portugueses, residentes ou não em território nacional e artistas estrangeiros residentes em Portugal.
No caso das antologias é possível participação de artistas internacionais desde que em minoria em relação aos portugueses.

O prémio é monetário? 
É sim! São 500 paus!
Para além de que o trabalho será publicado!
E, para a próxima edição, o vencedor é convidado a fazer o cartaz e a integrar o júri!

Quem decide o vencedor? 
Vanessa Alfaro (sócia da livraria e galeria Tinta nos Nervos), Marcos Farrajota (autor de BD, editor e fundador da Chili Com Carne), Alexandre Piçarra (vencedor da edição anterior) Ondina Pires (Master Punk) e Tomás Ribeiro (Direcção da Chili Com Carne).
O Júri reserva-se o direito de não atribuir o prémio caso não encontre qualidade nos trabalhos propostos.
Que projecto pode ser apresentado? 
- Uma BD longa de um autor ou com parceiros
- Um livro com várias BDs do mesmo autor (desde que tenham uma ligação estética ou de conteúdo)
- Uma antologia de vários autores com um tema comum (ver Nódoa ou All como exemplos)
 Regras de apresentação dos trabalhos
- O livro não tem limite de páginas e de formato mas porque desejamos inseri-lo nas nossas colecções já existentes como a Colecção CCC,QCDA, LowCCCost, RUBI, THISCOvery CCChannel, etc... - o projecto terá mais hipóteses de ganhar se for apresentado num formato das colecções.
- Preferimos o preto e branco mas a cor não está totalmente afastada!
- Envio do seguinte material:
a) texto de apresentação do(s) autor(es),
b) sinopse do projecto
c) planeamento por fases (com datas)
d) envio, no mínimo de 4 páginas seguidas e acabadas, e 20% das páginas BD planeada.
- Todos estes elementos devem ser entregues em PDF, em serviço de descarga em linha (sendspace ou wetransfer) cujo endereço deve ser enviado para o e-mail ccc@chilicomcarne.com
Datas?
4 de Fevereiro 2025, até às 23h59m é a entrega dos projectos!
14 de Fevereiro 2025 é anunciado o vencedor!
O livro é publicado em 2025!?

Boa sorte!
CCC

Este projecto tem o apoio da Tinta nos Nervos

MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU



RUBI é uma colecção nova da Chili Com Carne dedicada a romances gráficos à escala global. Mas sobretudo será uma selecção criteriosa de Romances Gráficos, para contrabalançar a literatura "light" que tem inundado o mercado português nos últimos quatro anos. Depois de Sírio eis

Música para Antropomorfos
de 
e


Romance gráfico e música Noise Rock nascido numa origem comum mas que se afastam cada um num trajecto paralelo. Nem o livro de Zimbres (S. Paulo, 1960) é uma adaptação das músicas de Mechanics (Goiânia, 1994) nem a música é uma banda sonora da banda desenhada.


A improvável gênese do artefacto musical/ visual que você tem em mãos é esta: uma banda de rock suja e malvada de garotos goianos (capitaneada por um fã ardoroso de Jack Kirby) criou a fagulha sonora, primitiva e ominosa para que Zimbres, o mais cortês dos quadrinistas experimentais, criasse seu grande épico. É um pequeno milagre das circunstâncias e uma grande história de origem, e quanto mais você pensa a respeito, mais faz sentido: quem possivelmente inventaria um treco desses? 

Essas pequenas instâncias de reconhecimento se repetem no decorrer das cerca de 200 páginas de leitura. Por trás de sua fachada desconjuntada, de capítulos desenhados em estilos drasticamente flutuantes, MPA tem uma narrativa sólida, com direito inclusive a toda aquela lenga-lenga de introdução, complicação e desenlace.  É como um recontar cubista e ultracondensado da história do Ocidente, com pitadas de profecia bíblica, mitologia grega e farsa borgiana. 
- Diego Gerlach 

(...) originalmente publicada em 2006 por iniciativa do grupo de rock Mechanics, comandado por Márcio Jr. A primeira edição, esgotada há muito tempo, se tornou um raro objecto de desejo dos fãs de Zimbres (...) Todos ouviram falar sobre o livro, mas poucos conseguiram um exemplar. No mundo desenvolvido por Zimbres/ Mechanics, conheceremos SP (San Paolo) e SF (San Francesco): duas cidades-robôts ou fortalezas andantes. Eles evoluem em meio a pântanos, florestas, desertos e campos povoados por jacarés musculosos, vacas amáveis e cães sem cabeça. Outras histórias paralelas se desenrolam dentro e fora das fortalezas: complôs políticos, editoras dirigidas por vacas tirânicas e fantasmas dominadores usando pessoas como títeres. Com seu traço que traz um profundo conhecimento das artes gráficas e narrativas visuais, Zimbres constrói um universo rico, complexo e coerente, aliando os quadrinhos underground à experimentação dos graffitis e artes-plásticas. Mergulhar no mundo de SP e SF é uma experiência única, onírica e caótica, regida pelos desenhos de Zimbres e pela música de Mechanics.
- Zarabatana Books




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Música para Antropomorfos foi originalmente publicado no Brasil, pela Monstro Discos em 2006, sendo reeditada recentemente na Colômbia e no Brasil (pela Zarabatana). Editado por Joana Pires e Marcos Farrajota e publicada pela Associação Chili Com Carne. Foram impressos 1000 exemplares deste livro, dos quais 300 150 exemplares oferecem o CD Music for Antropomorphics (em parceria com editora punk Zerowork Records) se for adquirido directamente à Chili Com Carne.

Alguns exemplares com CD estão no Porto - Matéria Prima, Mundo Fantasma, Utopia  - e Lisboa: Tigre de Papel, Linha de Sombra, Snob, Kingpin Books, BdMania e Tortuga.

Procurem estes elementos:


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Fabio Zimbres, ou FZ, nasceu em 1960, em São Paulo, e vive em Porto Alegre. Estudou arquitectura e se formou em artes, é designer gráfico, organiza exposições, pinta, faz histórias em quadrinhos e ilustrações.

Fez parte da equipe fundadora da revista Animal que editou até seu final, em 1991.

Em Portugal só se encontram pedacinhos do seu trabalho, nos fanzines A Mosca (1997) e Mesinha de Cabeceira - Seitan Seitan Scum (2010), com uma BD escrita por Marte (do Loverboy) -  e no catálogo Divide et Impera (Montesinos; 2009).








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FEEEEEEEEEEEEEEEEEDBACK

Uma referência na BD do Brasil
Paulo Monteiro / Festival de BD de Beja
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Fábio Zimbres: Um "animal" inconformista
Rui Cartaxo in Splaft!
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Sendo já considerado dois dos mais importantes acontecimentos do ano (...) a criteriosa edição, por Farrajota e Joana Pires, do livro / zeitgeist sonoro (...) e a exposição de Zimbres no XV Festival Internacional de BD de Beja
André Azevedo in Splaft!
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Reportagem na TODAS AS PALAVRAS na RTP
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5 ESTRELAS
Expresso
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(...) neste tipo de colaborações intermedia, e segue, conscientemente ou não, o procedimento que a parceria entre John Cage e Merce Cunningham definiu noutros domínios: a banda-sonora e a coreografia não dizem o mesmo, são autónomas e valem por si próprias, ainda que os movimentos dos bailarinos se refiram ao ouvido e o compositor tenha presente que a sua partitura se destina a um espectáculo de bailado. 
Esta referência “erudita” não é, de todo, descabida, ainda que a edição agora em causa tenha uma proveniência cultural popular. Cage, Cunningham, Jr. e Zimbres partilham uma perspectiva que é de suma importância: a experimentação. O rock implosivo dos Mechanics e a BD “belo horrível” de Fabio Zimbres são tão experimentais e exploratórios quanto o que conhecemos da dupla de John Cage e Merce Cunningham. Podem partir de pressupostos diversos, provavelmente até opostos, mas procuram o mesmo nível de libertação relativamente aos paradigmas estabelecidos para as artes e para a combinação destas. Com vantagem, inclusive, para este projecto que, reivindicando um estatuto de emancipação estética em áreas (BD, rock) que ainda hoje o vêm negado e derrubando as clássicas divisões entre “alta cultura” e “cultura de massas”, acabam por ter implicações sociais e políticas mais específicas e focadas do que confiar ao acaso as estruturas e os conteúdos do conceito indeterminista de criação dos dois norte-americanos. (...)
Rui Eduardo Paes in A Batalha

Recomendado pelo Expresso - livros 2019

domingo, 22 de dezembro de 2024

Há uma estrela nova na Chili Com Carne... (serigrafia esgotada!)


RUBI é uma colecção nova da Chili Com Carne dedicada a romances gráficos à escala global. Mas sobretudo será uma selecção criteriosa de Romances Gráficos, para contrabalançar a literatura "light" que tem inundado o mercado português nos últimos sete anos.

O primeiro título desta nova colecção é Sírio de Martin López Lam (Peru/ Espanha) que saiu na Raia 3 (2018), em que o autor esteve presente. Sírio foi originalmente publicado em Espanha, pela Fulgencio Pimentel em 2016. Traduzido para português por Ana Menezes. Editado por Joana Pires e Marcos Farrajota e publicada pela Associação Chili Com Carne. 

Foram impressos 500 exemplares deste livro, dos quais 100 exemplares oferecem um ex libris assinado pelo autor, se for adquirido directamente à Chili Com Carne.

À venda na nossa loja em linha e na BdMania, Kingpin Books, Tigre de Papel, Linha de Sombra, Utopia e Matéria Prima.

Que raio de capa é esta? É a capa e a sobrecapa!

López Lam (Lima, 1981) acompanha um casal que passa uns dias perto do mar aproveitando a época turística baixa, numa casa de uma dessas urbanizações no meio do nada, um não-lugar em que o seu isolamento quase total submete as suas possibilidades de comunicação e as suas personalidades a uma espécie de prova de fogo em que o tédio e o mistério são os catalisadores das suas horas, distorcidos apenas pelos ruídos (grande representação onomatopeica da natureza!) e pelo crime sem grande explicação que acontece na casa do lado. 
Felipe Hernández Cava 

É como o hotel gerido por Ava Gardner em A noite da Iguana (1964) de John Houston. Transforma-nos numa personagem ativa dentro de um espaço passivo, em que acontecem as coisas e onde somos meros observadores, não por vontade própria, mas pela vontade do autor. 
Miguel A. Pérez-Gómez 

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Martin López Lam [Lima, Peru; 1981] é duplamente Licenciado em Belas Artes, tanto no Peru como em Espanha, onde reside desde 2003. quando não está a brincar com susto, o seu cão, divide o seu tempo entre o desenho, impressão em serigrafia, auto-edição (as maravilhosas Ediciones Valientes são dele!!!), BD e eventos de edição independente (é um dos fundadores do Tenderete, em Valência).

Tem recebido vários prémios, foi o importante "Premio Internacional de Novela Gráfica Fnac Salamandra Graphic" de 2018. Publicou em várias antologias internacionais: ARGH!, Qué Suerte! (Espanha), Puck Comic Party (Itália), Carboncito (Peru), Mesinha de Cabeceira (Portugal), Kus! (Letónia) e Kuti (Finlândia)...

Apesar de ter participado em vários eventos de edição independente (Feira Laica e Feira Morta) ou ter divulgado imenso as artes gráficas portuguesas em publicações ou eventos (como o Tenderete), o seu trabalho só foi publicado em Portugal no livro colectivo Boring Europa (2011) e no número 23 do zine Mesinha de Cabeceira (2012), ambos pela Chili Com Carne. Faz-se agora justiça com este Sírio.

Bibliografia Parte de Todo Esto (De Ponent, 2013), Sírio (Fulgencio Pimentel, 2016; Chili Com Carne, 2018), El Título No Corresponde (Valientes; 2016), Ensalada Mixta (Le Dernier Cri; 2017) Colectivos (selecção)  Boring Europa (Chili Com Carne; 2011), Mesinha de Cabeceira #23 (Chili Com Carne; 2012)...












Foi feito um Ex libris limitados a 100 exemplares para este livro lindo! ESGOTADO! Aliás, Martin López Lam aproveitou a sua presença em Lisboa para o lançamento de Sírio e para a execução de uma serigrafia pela Oficina Loba.





FEEDBACK

 o livro é uma excelente edição - parabéns!
A. Silva (email)

é sem dúvida o melhor livro publicado pela Chili que já li! Ficção bem feita, que mantém a tensão e o mistério até ao final. Lembrei-me imenso de uns contos do Ballard passados precisamente em estâncias balneares em Espanha ou nas pensões e ruas desertas de Cocoa Beach onde não se percebe se houve um colapso civilizacional ou o fim da época alta. Assim que comecei a ler tive a noção de que a narrativa não iria trazer grandes surpresas, mas digo-o no bom sentido. Isto absorve o leitor pela sua estaticidade e por sabermos que as personagens se encontram num beco sem saída, ainda que inscrito numa paisagem aparentemente cheia de espaços abertos. Talvez por isso eles se percam quando tentam sair dela. Fim do mundo. Graficamente é incrível.
André Coelho (email)

Basta um relance para se perceber o teu dedo editorial neste objecto que é bem distinto, quase uma peça de artesanato, cheio de melancolia, sonhos febris e contemplações interiores a entrecortar o silêncio e a desolação dominantes. Julgo que o grafismo dificilmente poderia ser mais eficaz a ilustrar todos esses ingredientes, por forma a que a relevância das ambiências e das sensações se sobreponha à narrativa. E no final soa de facto como uma viagem a uma constelação estranha e distante...
Nunsky (email)

Como refere Álvaro Pons, Sírio destila força, sendo uma narrativa visceral e em estado puro, esmagadora.
Bandas Desenhadas

Desenhado em tons de azul e amarelo, Sirio foi descrito pelo autor, numa entrevista à agência Efe em 2016, como um 'thriller' que se mistura com uma teoria filosófica sobre a vida e a morte, o amor e a apatia. "Desde início a intenção da banda desenhada foi mergulhar o leitor numa espécie de experiência narrativa que suporta a história, porque o argumento é bastante pequeno e pode resumir-se numa frase. Mas não tive a intenção de contar uma sucessão de anedotas, reflexões ou acções; tinha de ser algo como uma não-acção, uma anti-história", disse o autor na mesma entrevista, quando o livro saiu em 2016 em Espanha.
Lusa / DN

Na Lista de Melhores Livros de BD de 2018 do Expresso
Sara Figueiredo Costa

5 estrelas no Expresso

(...) recuperado o fôlego, que a coisa acaba em alta voltagem cinemática –, nos assalte a tentação de declararmos que em Sírio o verdadeiro personagem principal é a paisagem. Não chegando a tanto, diríamos antes que o fulcro deste livro é o efeito entrópico da paisagem – ou ambiente – em dois personagens, que se deslocam até esse outro lugar já munidos de uma semente de dissolução. Ora esta paisagem é composta por onomatopeias de bichos perdidos, uma rede sobrenatural de luzes na noite, sombras a crescerem sobre ervas que parecem destinadas a engolir tudo, pelo menos uma nuvem obscena e, por entre tudo, viscosa, a canícula que embrutece. (...) 
António da Cruz in A Batalha

A forma como Lam joga com o silêncio, o tédio e um mistério de homicídio tornam este livro numa peça indispensável a todos aqueles que gostam de ver novas e distintas explorações na linguagem da BD.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

MASSA CRITICA


 
Pergunta, que espécie de antologia de Banda Desenhada poderá entrar na colecção THISCOvery CCChannel? Talvez se encontre uma resposta aqui

Exacto! 

Numa preocupação constante de falta de obras de referência em Portugal - e apesar de alguns títulos sobre bd que já publicámos nesta colecção, como a Maga ou The Reading Gaze (de Domingos Isabelinho) - qualquer oportunidade é boa para arrancar pelo menos testemunhos sobre BD pelos artistas. Por exemplo, quando o australiano Michael Fikaris quis fazer uma antologia de bd portuguesa e australiana, foi convencido a pedir trabalhos sobre bd aos artistas convidados. A antologia Opposights saiu em 2021, e os resultados dos portugueses eram surpreendentes! Tinha de publicar-se em Portugal ou em português! Pouco importava se seria um livro pequeno! 

Felizmente, foi crescendo porque fomos encontrando sempre mais alguém que mostrava interesse em participar. Muito sinceramente, valia e valeu a pena esperar mais um bocadinho até que o artista entregasse o trabalho. 

 Bocadinho a bocadinho, já lá vão uns três anos para esta montanha parir este rato. Rato? Ratazana, isto é para picar!!! Cinzentinhos, bazem!

foto de Rodolfo Mariano


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128p p/b 16,5x23cm, capa a 2 cores. Editado por Marcos Farrajota. Publicado pela Chili Com Carne e Thisco. Capa e Design feito pelo Rei da BD Portuguesa!!
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disponível na nossa loja em linha e na Almedina, BdMania, Kingpin Books, Linha de Sombra, Matéria Prima, Snob, Socorro, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, ZDB e Mundo Fantasma. Brevemente na Eventual (Espanha)
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Lançamento oficial para 11 de Janeiro 2025 na Tinta nos Nervos, com presença do editor Marcos Farrajota e dos artistas André Pereira, Hetamoé, Miguel Santos e mais participantes a confirmar...
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Tabela de conteúdos:

Editorial Arrivista (texto) por Marcos Farrajota

EXPERIÊNCIA
A cena por Amanda Baeza
(sobre feiras e estratégias) por Mariana Pita
Comic Trips por Rui Moura
(uma autobiografia sobre a sua relação com a BD) por Bruno Borges
(a primeira parte do livro "No tempo em que os meus medos falavam") por Miguel Ferreira

FORMA
Shapes found in Comics por Cátia Serrão
(sobre o vício da tinta da china, em inglês devido ao "punchline" intraduzível) por Pedro Burgos
Estudo do meio por André Lemos
Subtextual nihilism por Hetamoé

ENSAIO
Porquê BD? por André Pereira
Consciência Sequencial por Rodolfo Mariano
Breve e imprecisa História da Cienfuegos Press por Gonçalo Duarte
Melanina & a BD portuguesa no século XXI por Miguel Santos
O Hábito fez um monstro! por Lucas Almeida
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Feedback:

Ontem já estive a ler parte do livro à noite. Grande editorial arrivista! Já estava entusiasmado para ver o livro e agora que o tenho nas mãos fico ainda mais contente por ter participado. As histórias que li rendem bué e é um livro que parece sair na altura certa, com todas as discussões que me têm chegado aos ouvidos (sobre a BD ser um "género", sobre a "novela gráfica", sobre a falta de consciência história da BD PT...). Também me ocorreu que, no género de "BD a falar dela própria", e ao contrário do que se faz por aí, é um livro que dá destaque às vozes de autores e não de editores, o que me parece relevante no contexto actual. Enfim, considerações superficiais, mas genuinamente entusiasmadas; deixo a profundidade de reflexão para as várias histórias do Massa Crítica.
André Pereira (via email)

A Massa 'tava óptima!
David Campos (via email)

Excelente BD a do Miguel Santos na Massa Crítica.
André Oliveira (via email)

(...) A brincadeira começou na Austrália, (...) em que eu já participei com mais alguns artistas portugueses e de lá. Não fazia ideia que iriam querer publicar a versão portuguesa, que junta mais uns quantos nomes e é mais específica sobre a cena local - ou seja, portuguesa. Cada vez me faz mais confusão falar de arte ou bd portuguesa, ou sequer de Portugal, já que trazem o tema à conversa; ou mesmo de banda desenhada, por oposição a outras disciplinas ou circunscrita no seu meio. (...) Ainda assim, gostei muito do livro (...) Revejo-me naquilo, conheço a maior parte dos assuntos e as pessoas; para além de que me deu bastante gozo fazer a minha parte. E, claro, é com certeza um material de estudo necessário e interessante para quem vem depois para fazer a BD. O design do livro é do Rudolfo e está altamente!

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Historial

Dia 14 de Dezembro: primeira apresentação na Socorro, Porto, com a presença do editor Marcos Farrajota e o artista Rui Moura. no âmbito do Culturismo Hardcore II, o maior evento de nicho Pop!

SEXOPATIA na Mundo Fantasma


Há uma grande probabilidade do novo livro de Marcos Trindade ser colocado numa caixinha de "livros marotos" ou pelo menos ao balcão da livraria em situações embaraçosas... A Chili Com Carne adverte desde já que não alinha com esta ideia.

Alguns já poderão ter a oportunidade de concordar - ou discordar - porque o livro já circula pela nossa loja em linha e também nas livrarias Cult, FNAC, Kingpin Books, Letra Livre, Linha de Sombra, Matéria Prima, Mundo Fantasma, Snob, SocorroSTET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, Velhotes e ZDB.

 


Sexopatia

de

Marcos Trindade

88p 16,5x12,5cm a cores, capa dura a cores, 12 eur.



O sexo como conforto e derradeiro escape social é um tema que já apareceu na obra deste artista gráfico mas pela primeira vez dedica-se exclusivamente ao tema neste livro de três andamentos. 
 
O primeiro é a materialização - qual impressora 3D - de anúncios de propostas sexuais no "Correio da Manha", que são expostos com ilustrações surrealistas e um humor cáustico. Segue-se um "Bazar" de objectos sexuais a lembrar as maravilhosas invenções inúteis japonesas chindogu para acabar num catálogo anatómico em que só resta a insatisfação. 
 
Afinal de contas, o cliente NUNCA está feliz por mais "Sextas-Feiras Negras" que existam no mundo...




Marcos Trindade nasceu em Coimbra em 1966. Mudou-se para Lisboa nos anos 80, integrando movimentos artísticos nascidos da movida lisboeta. desenvolve a sua actividade na área da BD e da ilustração. Avesso a compromissos institucionais, trabalha como autor independente, tendo publicado na nossa editora irmã-defunta MMMNNNRRRG (2000-20), o livro Os Acrobatas (2015).
 

Feedback:

(...) um retrato carnavalesco de uma certa sociedade política portuguesa. Sexopatia, não deixando de poder providenciar umas achegas à cultura local, todavia atinge um contorno mais alargado, quem sabe próximo do universal. Num momento em que, positivamente, se fala de forma mais franca, aberta e democrática de saúde mental, de expressões da sexualidade, de identidade, de liberdade no amor, de debatermos formas saudáveis de repensar as relações entre as pessoas, inclusive sexuais, mas igualmente sob a esteira de novas justiças e reequilíbrios sociais e políticos em relação às mesmas realidades, não convém deitar fora o bebé com a água do banho. A pulsão sexual é, ainda, selvagem, animal, conspurcada, absurda, porca, estúpida, má, egoísta, bruta, franca, e, por isso, um dos grandes bastiões da verdadeira e ulterior liberdade humana.

(...) Nota final: estando o livro dedicado à minha pessoa, temo que haja uma interpretação genérica e abusiva de que haverá algo na minha experiência ou personalidade que tenha levado o autor a fazer essa associação. Cliente assíduo da leitura dos anúncios? Frequentador de sexualidades mais à mão? Consumidor contumaz de objectos destas fronteiras? Da fama não me livrando, defendo-me tão-somente dizendo que os livros supostamente carregam a verdade, mesmo que sob mantos diáfanos da fantasia.

Pedro Moura in Ler BD