Mitra sound baby 2
Segunda semana do Furacão e mais umas surpresas porreiras da edição nacional alternativa!
A começar pelos Löbo e o seu CD-R de apresentação Dânaca (ed. autor; 2008) com um tema apenas de 16m. Tocaram numa noite do Mitra mostrando que vão pelos ambientes Neo-Doom recentemente popularizados pelos Earth e Sunn0))) e pelas superfícies planantes (da treta) do Post Metal. A vantagem dos Löbo é que não dão tretas como temos assistido às milhares de bandas instrumentais que tem aparecido - portuguesas ou não. Aqui a estória é outra, a cena é mesmo para ser "Dark Attack" sem tretas pseudo-sensíveis da moda e secas monumentais. E ainda por cima gravaram bem a música. A acompanhar, sem sombras de dúvida!
Um dos elementos dos Löbo, o baterista, faz parte dos The Youths, banda punkoíde que tem um EP vinil 7" ntitulado Generationless (Regulator + SxHxOx; 2007). São cinco músicas abrir de Punk / Core cheio de energia, energia essa que me passa ao lado porque há anos que não consigo ouvir as infinitas variações autofágicas do Punk e Hardcore. É nitidamente "teeny-boopy" em que conseguem dizer barbaridades não lá muito pensadas, como por exemplo, na música Suicide City que se refere a Lisboa (uma das mais belas cidades da Europa embora seja verdade que lhe falte o "verde") dizem que as miúdas de Lx são feias - tentem Coimbra ou Peniche para ver o que são chavalas feias, seus idiotitas! E já agora, a cidade portuguesa com maior taxa de suicídios é Setúbal... de onde são os Löbo! «Sorry, but no cigar!» mas ao menos a banda não tem aquela voz merdosa de gata com o cio como a dos Vicious 5. Falta dizer que a poderosa capa e design do disco é da autoria de Manuel Donada, que participou na colectiva Furacão Mitra e é baterista dos "muy" divertidos Grabba Grabba Tape. Já sabem, não julguem um disco pela capa...
Para acabar, as edições da Skinpin Records que também apareceram na Laica. São CD-R's com capa impressa e geralmente ilustradas - como deveria ser regra de ouro em todas as edições fonográficas. Apneia (2008) é dos Musgo uma dupla - pelo menos até este disco gravado em 2006, acho que agora já são um trio. Dizia, que é uma dupla que faz música ambiental dronesca usando muita electrónica mas também analógico e orgânico como por exemplo uma bateria. Há algo de aquático nestes sons que flutuam pelos 50 e tal minutos de duração. Depois de ouvir a nada desagradável música, pouco fica na cabeça. Porque será? Fica a capa que talvez por nada ter haver com água seja mais memorável...
Os Ideas for Muscles lançaram o segundo "opus" intitulado Misuse of muscle's appliance (2008 - edição online pela Merzbau) que mais uma vez tem uma excelente capa de Paulo Bento. Nas notas de imprensa que fui encontrando dizem que os IFM neste disco decidiram inverter o processo do primeiro EP, ou seja, sujar as "músicas-canções" - apesar desse EP estar cá incluído. Mais caótico? Sem dúvida. Melhorou? Apesar de tudo não consigo detectar diferenças - seja como for a banda já é "melhor" do que a maior parte das porras que andam por aí. Até os títulos das músicas são fixes: Hostage's dialect ou Hands off my booze motherfucker! (que lembra os "nipo-homeless" Ultra Bidé). Fuck Portugal I got Ideas but Mitra's over!
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