Ego tripas
Uma série de vinis que foram adquiridos nos últimos meses.
Começamos pelo mais irónico, a Thisco finalmente lançou um disco! Um disco em vinil claro porque o catálogo têm cerca de 50 referências em CD, para não falar nos livros da colecção THISCOvery CCChannel. Trata-se de uma colectânea de música electrónica (claro!) intitulada This is Thisco - embora a piada é que não é Disco(sound). Aliás, quem participa são os "suspeitos do costume" que já editaram vários CDs a solo ou participaram noutras colectâneas da editora - com a vantagem que se pode ouvir o disco em rotações erradas e por isso ouvir uma versão mais acelerada das colaborações!
É bom ver os espíritos individualistas dos artistas da Thisco - tipos complicados para convencer a tocar ao vivo, por exemplo, tendo no passado colocado plataformas de promoção como o Samizdata Club em risco - se tenham juntado para criar um objecto (vermelho) desta natureza. Era bom é que não ficassem por aqui, que se organizassem mais e organizassem mais acções. De resto, pouco há dizer, excepto que M-PeX esconde completamente o Fado / guitarra portuguesa e realça o Electro, Thermidor avança para algumas batidas, shhh..., Structura, Mikoben Krieg e Sci-Fi Industries mantêm-sem boa forma, ... nota alta para a participação de Euthymia com o japonês Kenji Siratori, verdadeira banda sonora sobrevivência pós-catastrófica.Não sei se estes tempos individualistas podem ser contabilizados pelo mundo da "música urbana" mas a verdade é que não só os gajos da Thisco que se apresentam com projectos de apenas um tipo em frente de maquinas que fazem barulho ou música ou lá o que é... No Rock há muito que se vê "one-man-band" por aí, desde o nosso "Legendário Homem Tigre" ao Festival francês RMI-Brica (ver Boring Europa, página 111). Em Espanha, doidinhos pelo Rock como são, também tinha de haver "mono-bandas" como o Tumba Swing, gajo simpático que toca guitarra e bateria ao mesmo tempo em concertos suados mas não quando desenha bd e edita zines e discos. Conhecêmo-lo na Tour Europeia da CCC e recentemente estivemos com ele no Edita 2011 onde nos arranjou o seu EP de estreia homónimo - editado pela Calamidad este ano - com 6 temas que vão do Blues selvajem à badalada de Cowboy choramingas. Uma javardeira de Rock'n'Roll que até convence...
E depois há casos ainda mais estranhos como o single (Dog City; 2011) dos Morte Forte, banda de Cascais que achava o Rock deveria ser perigoso, energético, sujo e niilista como os Turbo Negro fizeram questão de relembrar a quem estava atento nos anos 90.
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