2008 foi um ano bom para a Chili Com Carne apesar das crises generalistas e a constante diminuição de apoios institucionais - por exemplo, a Câmara Municipal de Cascais desde 2005 acha que não deve apoiar os nossos livros porque os "Livros" como, aliás, toda a gente sabe, não trazem prestígio para uma vila. Só é pena que não tenham apercebido que graças ao Mutate & Survive, alguns autores participantes como o francês Jonathan Larabie e os italianos Mara Cerri, Alberto Corradi e Gianluca Costantini vieram a Portugal depois de conhecerem a antologia. Enfim... a cultura em Portugal continua a ser Fado, Futebol e uma Fátima.
Quem diria que em 2008 foi o ano que vendemos mais desde 2004? Esse ano foi quando a nossa distribuidora livreira, a Witloof, fechou a actividade e consequentemente foram feitas todas as continhas com as livrarias. Ora edições nossas estavam paradas naquilo que é o caótico mercado livreiro: contas com a distribuidora que nunca foram feitas, livros que pensavamos que não tinham vendido nada afinal tinham sido todos vendidos após as contagens de stock. Mas continuando, 2008 foi um bom ano... como foi possível?
Várias razões, a primeira é que tivemos "em todas"... fomos ou co-organizamos tantos eventos
nacionais e
internacionais que alguns, lamentavelmente já nem me lembrava que tinham sido em 2008. Estivemos ou fomos representados no
Festival de BD de Angoulême, First Off (Bruxelas),
SPX (Estocolmo),
Festival de BD de Beja, Feira Refractária (Porto),
Feira do Livro Anarquista (Lisboa),
Comunicar:Design (Caldas da Raínha),
Crack (Roma),
Festival de BD de Helsinquía, Boom Fest (S. Peterburgo),
Cinanima (Espinho),
Feira de Fanzines de Almada e
MAGA (Caldas da Raínha). Para não falar naqueles que fomos responsáveis parcialmente ou na totalidade:
Brucutumia 2008 (com a Groovie Records),
Bunny Weekend 2008 (como o LAC),
ZineZineZine (com a livraria Ao Sabor da Leitura),
Feira(s)
Laica(s) e o
Furacão Mitra. Claro que fomos muito mais bem aceites lá "fora" (há estórias lindas de Helsínquia ou de Roma!) do que cá tanto que pela primeira vez decidimos nem se quer meter as edições no
Festival da Amadora.
Também foi um ano com novidades editoriais:
Cadernos de Fausto do nosso "escritor-fetiche"
Rafael Dionísio e
Noitadas, Deprês e Bubas de
Marcos Farrajota, mais um volume de Occultura,
Antibothis, co-editado com a associação amiga Thisco, e avançamos com
T-shirts (impressas por
Lucas Almeida). Os associados não pararam de editar excelentes edições como a antologia
Cabeça de Ferro da
Imprensa Canalha, o zine
Post Shit da
Jucifer (que fez um sucesso em Roma e Helsínquia!) ou novos
Opuntias Books. E para acrescentar ainda apareceram o sangue-novo-colectivo
Hülülülü que já lançaram uns 5 títulos...
Foi também um ano que duas distribuidoras interessaram-se pelos nossos livros e dos nossos associados: By Zebra (Madrid/Berlim) e a Corndog (UK).
E com o site remodelado desde 2007, a CCC chegou a mais pessoas interessadas na Associação, nas edições ou o que distribuímos. Ainda dizem que em Portugal não há público para "coisas alternativas" e por isso que as livrarias escondem os nossos livros ou que não os querem, ou até aceitam, vendem-nos todos e depois não pedem mais porque... - em relação a esta última situação acho que não há mesmo explicação. É triste mas a tristeza só atrapalha e por isso que este ano vamos abrir um espaço para não termos de nos sentir humilhados pela falta de visão das "casas de cultura" (livrarias, discotecas e outras lojas) com as devidas excepões, e desde já queríamos reconhecer publicamente a inteligência da Mundo Fantasma em ter deixado de trabalhar à consignação connosco - e esta já é a primeira vitória de uma guerra a combater ferozmente este ano.
Pelo meio, vamos inaugurar um espaço no meio da degradada Baixa Lisboeta na
Terça-Feira, dia 27 de Janeiro. Estão prometidas exposições, lançamentos de edições (discos, livros, zines), performances e workshops. Sem medos empapados de "saudade". Mais informações sobre a inaguração durante esta semana, estejam atentos!
Sem comentários:
Enviar um comentário