sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

E elas berram!


Reltih: 13 Years in Misery (Infected Records DIY + Zerowork; 2008)
We Are The Damned: The shape of Hell to Come (Raging Planet; 2008)

Até parece moda se antes não tivessem existido os No Oppression ou os Intervenzione com as suas "co-vocalistas" femininas. Em 2008 sairam discos dos Reltih e We Are The Damned cada um com a sua Sofia, no primeiro caso como acompanhante ou no segundo como a vocalista principal. A verdade é que o sucesso de Angela Gossow nos Arch Enemy (desde 2000) tem aberto terreno para as mulheres que queiram grunhir. Caso para perguntar se estas Sofias são genuínas ou se são réplicas de fenómenos Pop/Rock.
No primeiro caso, a "Sofia Reltih" acompanha a banda com um papel colectivo - a banda assina todo o trabalho do CD como um colectivo, sem distinguir quem escreve as letras ou quem compõe a música. Este é o segundo álbum de uma banda Crust, ou seja, para quem não sabe o que é Crust, é na verdade Metal mal tocado (ou tocado por Punks o que vai dar ao mesmo) embora há quem diga que o Crust é Punk/Hardcore fundido com Metal e com letras Anarkas e/ou pessimistas, pró-direitos dos animais - também é preciso lembrar que os Crusts são tipos nómadas com montes de cachorros atrás roçando aos Hippies mas com ar mais podre. Não sei se banda é burguesa ou não mas tocam como qualquer outra banda pesada. A única malha de jeito é Abused Child que tem uma composição mais elaborada do que o resto que é aquela pantufada tum-tum-tum de sempre. Será que alguém da banda sofreu abusos quando era menor? E por isso esforço-se mais a trabalhar nesta música? Seria positivo que tal tivesse acontecido para haver um bocado de personalidade na música portuguesa, caso contrário, não sei bem o que fazem por aqui com os seus samples de entrada para as músicas que parecem mais reaccionários que "anti" qualquer coisa... E samples de entrada de músicas é a coisa mais cliché deste tipo de bandas, diga-se.
A "Sofia Damned" e a sua banda já são outra história... tudo é melhor: desde a capa e design do CD, a música é mais rica e claro sempre com a Sofia a berrar. É Metal que reúne pedaços da "velha-escola" (Trash, Heavy - até fizeram uma versão de Parasite dos KISS) e da "nova" (Crossover, Death, Post - Lucifer VIP não deixa dúvidas o quanto Post que é) parecendo mais uma das bandas Metalcore que a Raging Planet costuma editar (TwentyInchBurial, etc...). Ainda assim a voz de mulher furiosa sempre é mais original do que meninos chateados. Não é uma maravilha mas também não é mau.

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