Bacalhau qu' aragu
Rudolfo : Grandes Êxitos (auto-edição, 2008) ; Vídeojogos são para falhados (Rudepuke; 2009)
Portugal atrasado como sempre demorou a ter o seu "trash" mas ei-lo no seu rigor myspace: Feia Medronho, Vizir (os Enapá 2000 do Grindcore!), Darko Phallu, MC Satanánás e o Rudolfo... Na essência são pessoal do Metal (uns mais, outros menos) que juntaram o Anús do Metal à tecnologia digital barata para fazer humor escatológico de baixo nível mas que ainda assim conseguem pelo menos dar uma "bufada de ar fresco" à mediocridade que o Pop/ Rock/ Hardcore/ Techno/ Metal português se encontra. O "melting-pot" de referências é enorme passando do Techno da Rave para malta do tunning à iconografia kitsch do Black Metal, dos jogos 8-Bit ao Nosso Pimba, do excesso de pornografia (bizarra ou não) ao "bling bling" do Hip Hop. As referências artísticas são o humor anal e Free Grindcore dos Anal Cunt, o minimalismo e revivalismo do "tão-mau-que-é-bom" inserido pelo Electroclash neste milénio, e por fim, a realização do poder que a a língua "local" pode ter versus o Inglês para carreiristas falhados - o exemplo poderá ser os demoníacos Brujeria?
Portugal atrasado como sempre demorou a ter o seu "trash" mas ei-lo no seu rigor myspace: Feia Medronho, Vizir (os Enapá 2000 do Grindcore!), Darko Phallu, MC Satanánás e o Rudolfo... Na essência são pessoal do Metal (uns mais, outros menos) que juntaram o Anús do Metal à tecnologia digital barata para fazer humor escatológico de baixo nível mas que ainda assim conseguem pelo menos dar uma "bufada de ar fresco" à mediocridade que o Pop/ Rock/ Hardcore/ Techno/ Metal português se encontra. O "melting-pot" de referências é enorme passando do Techno da Rave para malta do tunning à iconografia kitsch do Black Metal, dos jogos 8-Bit ao Nosso Pimba, do excesso de pornografia (bizarra ou não) ao "bling bling" do Hip Hop. As referências artísticas são o humor anal e Free Grindcore dos Anal Cunt, o minimalismo e revivalismo do "tão-mau-que-é-bom" inserido pelo Electroclash neste milénio, e por fim, a realização do poder que a a língua "local" pode ter versus o Inglês para carreiristas falhados - o exemplo poderá ser os demoníacos Brujeria?
O Rudolfo, para além de fazer zines de bd (já aqui referidos), é um performer e músico desta vaga "Nu Trash Z", ou como ele prefere "True Jungle Disco Trash" (como mete na contracapa do seu álbum, sendo os "t" desenhados como cruxificos invertidos), que já editou duas demos e um álbum - este último com festa de lançamento programada para 13 de Fevereiro nos Maus Hábitos (Porto).
A primeira demo Grandes Êxitos tem 15 minutos e 45 segundos, ironicamente para o título que têm só ultrapassa em 45 segundos para os 15 minutos de fama previstos pelo Andy Warhol, e já cá está o que é a entidade Rudolfo: música feita com máquinas de jogos assumindo um lo-fi-tech, Breakcore e Noise, gozo aos clichés da cultura popular (Sou do Guetto é um Hip Hop débil que dá mais "respect" que os "Hip Hopers" 'tugas que andam por aí armados em vítimas), vozes parvas (de quem foi abandonado pelos pais aos desenhos animados da TV), uma serie de parvoíces Xixi i Cócó (literalmente) que poderão agradar fãs de Big Dumb Face ou ainda Faxedhead, embora não tenha assim tanta relação como isso - lembrou-me não sei porquê...
Aliás este imaginário de Rudolfo é acentuado no Vídeojogos (...) em que as suas obsessões com Pokemon e Vídeojogos (o que torna o humor sobre estes objectos um bocado hermético para quem nunca jogou Playstation), nacional-cançonetismo, pornografia com piscadela a Otto Von Shirach (Mexe esse cu) e Black Metal surgem mais apuradas (e mais bem gravadas?), fazendo deste ser de 18 anos um verdadeiro Saul do Digital Hardcore.
O Vídeojogos (...) existe em versão "deluxe" que inclui o álbum própriamente dito, um mini-cd "bootleg" com toda a discografia em mp3 (as duas demos mais o álbum) e um póster colorido. A embalagem e produção são super-cuidadas, Deluxe Trash? Cuida-se bem o Saúl!
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