When it rains, it pours
Caramba, e de repente... é livros dos EUA da Sparkplug, é encontrar o Haz na Feira de Publicação Independente, é o Romeo Julien (do Angoumerde) a enviar cenas dele, é o italiano Ruggero Asnago a parar por Lisboa, o Manuel Pereira e o André Ruivo a mexerem-se... Que caos! Por onde começar? Vai já o que tiver aqui à mão!
Patau (Black Blood Press; 2012) saiu há algumas semanas durante um concerto de Somália no espaço Flausina - tinham de ser estrangeiras para abrir um espaço artístico despretencioso em Lisboa! Zine A5 cheio de colagens de Manuel Pereira centradas em temas de sexo desviante Sado/ Maso extremo e deformações genéticas - Patau é um sindroma trisómico. A associação de imagens destes dois temas provoca-nos questões sobre o corpo deformado por acidente ou por imposição e que valor terá submissão voluntária (estética apenas) face as maleitas das deformações ou das violações. As pistas maiores que nos são dadas são com textos, também eles "encontrados", recortados e colados pelo zine, um deles pergunta "do que sabem vocês sobre humilhação?" e por cima do texto encontra-se um anão bastante deformado - a qualidade da imagem fotocopiada não permite identificar muitos contornos. Não pedia mais do que isto porque este "ritual Xerox" é perigoso para o olho mesmo que a inspiração dos manifestos de SPK sejam velhinhos.
Biblioteca (The Inspector Cheese Adventures, 2011) de André Ruivo é um zine muito simples de desenhos de Ruivo em volta dos livros que deve ter encontrado em bibliotecas - em Londres? durante a sua residência? - ou em "bibliotecas" particulares - de amigos? familiares? - ou pessoal - é?
Não sabe, não responde.
Livros amontoados, em prateleiras e acessíveis pela lombada (ó coisa chata de se desenhar!), em mesas de consulta de bibliotecas públicas, livros de dimensões assustadoras, portadores de enorme e pesado saber. O zine é no entanto leve...
Entretanto tenho os números 12, 14 e 14,5 (Afeite Al perro, 2011-12) do Haz (autor e título de zines) que não posso acrescentar nem mais uma linha do que escrevi neste "post": http://chilicomcarne.blogspot.pt/2009/07/haz-zine-2-8-9.html. Não é por preguiça ou falta de tempo, é mesmo porque as características do autor e dos seus objectos editoriais (caixinhas de surpresa) mantêm-se de forma saudável. Ah! Talvez só isto, Haz admitiu na sua passagem pelo Porto a influência que as exposições do Le Dernier Cri (em Madrid) tiveram nele e na sua produção. Nunca pensou que se podiam fazer zines de desenho apenas - aparentemente não conhecia a existência de "graphzines". É um exemplo dos danos que o Dernier Cri causa por onde passa...
O italiano Asnago passou por Lisboa por motivos semi-profissionais e semi-lúdicos, claro que saquei-o logo para fazer um cartaz para a colecção Checkpoint do Atelier Mike Goes West - o resultado está a qui para ver e venda: http://mikegoeswest.blogspot.pt/2012/04/certificate-this-is-to-certify-that.html. Asnago também faz uns zines em que usa o formato A3 para dobrá-lo em mini-zines A6 - táctica comum em muitos "zinistas", como faziam os BadSummerBoys (Geral & Derradé) nos anos 90 ou como o brasileiro Fábio Zimbres ainda faz... As edições são limitadas que nem vale a pena estar a digitalizá-las para vocês encomendarem. Invés disso vão masé comprar uma serigrafia ao Mike, cazzo!
De França, porque quando estivemos lá o Roméo Julien não parava quieto, recebemos dois livros das Editions Machine. É um colectivo de 11 autores de BD, residentes a Angoulême, e que adquiriam máquinas de impressão de forma que toda a produção é DIY! O primeiro, Mister Uppercut de Julien, impresso a vermelho, lembra as rotas de Matt Brinkmann mas em versão "linha clara". Redigido em inglês. Machin Machine é a segunda antologia deste colectivo com a participação de todos os seus autores com registos narrativos e gráficos variados embora o "humor" seja mais constante entre os outros géneros. Interessante...
Por fim, soube (tardiamente) que a tragédia tinha abatido na Sparkplug, uma editora que oferece alguma lufada de ar fresco na estagnada BD norte-americana. O seu fundador, Dylan Williams faleceu o ano passado, e a sua mulher e amigos tem mantido o projecto a funcionar apesar de algumas dificuldades financeiras anunciadas publicamente. Ao saber disto, foi uma "boa desculpa" para comprar alguns "comic-books" desta editora para apoiá-la. De um molho de coisas que chegaram, nem elas todas assim tão interessantes, destaco o trabalho de Austin English, um autor que usa um desenho "infantil", conseguindo uma réplica perfeita do "estilo": cores, formas, representações, materias usados, etc... como se tivesse saído da aula de desenho da 4ª classe. Infelizmente o texto e narrativas não em animaram muito, tanto que não me lembro do que se trata passados alguns minutos depois da leitura... Duas outras autoras que são interessantes: Julia Gfrörer de universo gótico-satánico e a auto-biográfica Tessa Brunton. Check them out!
Ufa, é tudo!
Patau (Black Blood Press; 2012) saiu há algumas semanas durante um concerto de Somália no espaço Flausina - tinham de ser estrangeiras para abrir um espaço artístico despretencioso em Lisboa! Zine A5 cheio de colagens de Manuel Pereira centradas em temas de sexo desviante Sado/ Maso extremo e deformações genéticas - Patau é um sindroma trisómico. A associação de imagens destes dois temas provoca-nos questões sobre o corpo deformado por acidente ou por imposição e que valor terá submissão voluntária (estética apenas) face as maleitas das deformações ou das violações. As pistas maiores que nos são dadas são com textos, também eles "encontrados", recortados e colados pelo zine, um deles pergunta "do que sabem vocês sobre humilhação?" e por cima do texto encontra-se um anão bastante deformado - a qualidade da imagem fotocopiada não permite identificar muitos contornos. Não pedia mais do que isto porque este "ritual Xerox" é perigoso para o olho mesmo que a inspiração dos manifestos de SPK sejam velhinhos.
Biblioteca (The Inspector Cheese Adventures, 2011) de André Ruivo é um zine muito simples de desenhos de Ruivo em volta dos livros que deve ter encontrado em bibliotecas - em Londres? durante a sua residência? - ou em "bibliotecas" particulares - de amigos? familiares? - ou pessoal - é?
Não sabe, não responde.
Livros amontoados, em prateleiras e acessíveis pela lombada (ó coisa chata de se desenhar!), em mesas de consulta de bibliotecas públicas, livros de dimensões assustadoras, portadores de enorme e pesado saber. O zine é no entanto leve...
Entretanto tenho os números 12, 14 e 14,5 (Afeite Al perro, 2011-12) do Haz (autor e título de zines) que não posso acrescentar nem mais uma linha do que escrevi neste "post": http://chilicomcarne.blogspot.pt/2009/07/haz-zine-2-8-9.html. Não é por preguiça ou falta de tempo, é mesmo porque as características do autor e dos seus objectos editoriais (caixinhas de surpresa) mantêm-se de forma saudável. Ah! Talvez só isto, Haz admitiu na sua passagem pelo Porto a influência que as exposições do Le Dernier Cri (em Madrid) tiveram nele e na sua produção. Nunca pensou que se podiam fazer zines de desenho apenas - aparentemente não conhecia a existência de "graphzines". É um exemplo dos danos que o Dernier Cri causa por onde passa...
O italiano Asnago passou por Lisboa por motivos semi-profissionais e semi-lúdicos, claro que saquei-o logo para fazer um cartaz para a colecção Checkpoint do Atelier Mike Goes West - o resultado está a qui para ver e venda: http://mikegoeswest.blogspot.pt/2012/04/certificate-this-is-to-certify-that.html. Asnago também faz uns zines em que usa o formato A3 para dobrá-lo em mini-zines A6 - táctica comum em muitos "zinistas", como faziam os BadSummerBoys (Geral & Derradé) nos anos 90 ou como o brasileiro Fábio Zimbres ainda faz... As edições são limitadas que nem vale a pena estar a digitalizá-las para vocês encomendarem. Invés disso vão masé comprar uma serigrafia ao Mike, cazzo!
De França, porque quando estivemos lá o Roméo Julien não parava quieto, recebemos dois livros das Editions Machine. É um colectivo de 11 autores de BD, residentes a Angoulême, e que adquiriam máquinas de impressão de forma que toda a produção é DIY! O primeiro, Mister Uppercut de Julien, impresso a vermelho, lembra as rotas de Matt Brinkmann mas em versão "linha clara". Redigido em inglês. Machin Machine é a segunda antologia deste colectivo com a participação de todos os seus autores com registos narrativos e gráficos variados embora o "humor" seja mais constante entre os outros géneros. Interessante...
Ufa, é tudo!
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