domingo, 3 de agosto de 2014

ccc@Feira.Morta.III



cartaz de Amanda Baeza
Sim claro que estivemos neste fim-de-semana xunga na Feira Morta e correu muito bem além de ser um evento porreiro e muita boa onda num "spot" fantástico, mesmo ali nos Restauradores-centro-do-mundo! Não conhecia os Adamastor Studios mas fazem belas exposições de desenho e também imprimem em serigrafia e gravura.

A Morta continua na mesma: tudo de improviso mas com energia, pinta punk e convicção, mexendo com velhas e novas gerações de editores e artistas gráficos cheios de ingenuidade e militância, mas com a organização a cometer o eterno erro de se esquecerem que a Feira é de edição independente e como tal deveria dar destaque a isso e menos a concertos ou a fucking boring travecas asíaticos (o Terre Thaemlitz que me perdoe!)... Se normalemente isso até nem era um grande problemasdesta vez essa excitação pelo "live" fez com que uma sala com editores de zines não pudessem vender nada durante horas!

Talvez por estas e por outras que a Morta ainda não substituiu totalmente a Laica como O evento de referência que concentre e projecte as novidades editoriais portuguesas... e isso só acontece porque a organização é muita "crazy" porque de resto, este fim-de-semana conseguiu chamar muito público e fazer que houvesse um vedadeiro encontro de pessoas que se identificam com a cultura DIY. Mas é complicado trazer criativos estrangeiros ou programar edições para a Morta quando o evento é o mais punk que existe em Lisboa. Mesmo da nossa parte (Chili Com Carne e MMMNNNRRRG) das poucas novidades que temos para esta Morta nem pensamos que seriam para lançá-las lá: a nova edição do Bestiário Ilustríssimo de Rui Eduardo Paes andou atrasada meses na gráfica chegou no primeiro dia da Morta por mera coincidência; e os postais d'AcontorcionistA do Grupo Empíreo já tinham saído no Tenderete (Valência) embora como na realidade têm pouca exposição pública em Portugal valeu a pena vê-los in loco na Morta.



BD havia, novidades poucas (o Clube do Inferno baldou-se a essa nobre tarefa!) e só comprei um zine de BD simpático, o Ideia (Massavage) de João Carvalho. Formato A5 de certa forma lembra o Samuel de Tommi Musturi mas diametralmente oposta nem porque seja que a criatura-personagem é preta, a BD não é aquela orgia de cores (é impressa preto e branco), a composição das vinhetas é totalmente "free", são feitas colagens com imagem real, etc... É sempre "naíce" encontrar novos autores a fazerem BD... Ah! Também li o #3 do Your Mouth is a Guillotine, zine feminista com BDs e ilustrações de Ana Menezes, Teresa Câmara Pestana, Hetamoé... e com textos que continuam a fazer sentido em 2014. 

Pelos vistos a Morta é mais útil do que sugeri ao início! Quando é a próxima?

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