Nuno Metal
André Trindade
Dogma; 2011
Dada à absoulta mediocridade dos documentos sobre o Punk português lembrei-me que tinha este zine perdido em casa para fazer uma resenha! Nuno Metal Rocker é um duplo relato sobre a vida de um punk português dos anos 90. Duplo relato porque a primeira parte do zine é a transcrição de uma entrevista ao dito cujo pelo seu amigo André Trindade numa residência artística na ZDB em 2010; e numa segunda parte é feita um relato visual desse mesmo texto. A segunda parte é bastante curiosa porque funciona pela capacidade do leitor ter absorvido o texto anteriormente e terá de descodificar elementos tão díspares como fotos de Iron Maiden, G.B.H., Doom, Censurados, bófias, um tijolo, o logotipo do PS, concertos em Okupas, X-Acto, skates, mapas, drogas, Festa do Avante, Tédio Boys, prisão, entre muito mais.
O relato oral na primeira pessoa é bastante interessante porque faz um percurso dos dramas de quem cresceu nos subúrbios (sim, este é mesmo "vida suburbana"!) e envolveu-se na cultura Punk a um nível mais de rua e de marginalização social. As histórias são fortes, cheio de dramalhões urbanos (a violência dos skins, os abusos dos porcos dos bófias, as drogices, os squats, etc...) e mostra como algumas pessoas sobreviveram "aquela loucura" - como a geração pré-Morangos Com Açúcar costuma dizer por aí. O realismo é tão potente neste texto e como ainda cruza com algumas informações da "cena" daquela altura (a Bimotor, a Feira da Ladra, a Okupa de Cascais, concertos em Torres Vedras, etc...) que dificilmente alguém poderá bater este documento se quiser estudar o tema. Este sim é o derradeiro testemunho humano sobre o Punk português, o resto são paneleirices assépticas que não interessam a ninguém.
Não sei como podem encontrar esta publicação mas sei que o André Trindade irá estar presente na próxima Feira Morta.
Dogma; 2011
Dada à absoulta mediocridade dos documentos sobre o Punk português lembrei-me que tinha este zine perdido em casa para fazer uma resenha! Nuno Metal Rocker é um duplo relato sobre a vida de um punk português dos anos 90. Duplo relato porque a primeira parte do zine é a transcrição de uma entrevista ao dito cujo pelo seu amigo André Trindade numa residência artística na ZDB em 2010; e numa segunda parte é feita um relato visual desse mesmo texto. A segunda parte é bastante curiosa porque funciona pela capacidade do leitor ter absorvido o texto anteriormente e terá de descodificar elementos tão díspares como fotos de Iron Maiden, G.B.H., Doom, Censurados, bófias, um tijolo, o logotipo do PS, concertos em Okupas, X-Acto, skates, mapas, drogas, Festa do Avante, Tédio Boys, prisão, entre muito mais.
O relato oral na primeira pessoa é bastante interessante porque faz um percurso dos dramas de quem cresceu nos subúrbios (sim, este é mesmo "vida suburbana"!) e envolveu-se na cultura Punk a um nível mais de rua e de marginalização social. As histórias são fortes, cheio de dramalhões urbanos (a violência dos skins, os abusos dos porcos dos bófias, as drogices, os squats, etc...) e mostra como algumas pessoas sobreviveram "aquela loucura" - como a geração pré-Morangos Com Açúcar costuma dizer por aí. O realismo é tão potente neste texto e como ainda cruza com algumas informações da "cena" daquela altura (a Bimotor, a Feira da Ladra, a Okupa de Cascais, concertos em Torres Vedras, etc...) que dificilmente alguém poderá bater este documento se quiser estudar o tema. Este sim é o derradeiro testemunho humano sobre o Punk português, o resto são paneleirices assépticas que não interessam a ninguém.
Não sei como podem encontrar esta publicação mas sei que o André Trindade irá estar presente na próxima Feira Morta.
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