sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Deserto e Nuvem [edição regular] disponível na STET

1 claustro vazio em Évora
1 ordem católica de silêncio e solidão
1 inquérito espiritual
2 livros num só 
20 cartas sem resposta 
Muitas visitas do autor em dúvida
 
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uma reedição
uma edição regular
4 novas páginas de intodução
 


 A LowCCCost é a nossa colecção mais mediatizada, premiada, com sucesso de crítica e público. Assim foi inevitável reeditarmos o "livro-duplo" Deserto e Nuvem de Francisco Sousa Lobo, originalmente lançado em 2017. 

Verdadeiro marco teológico que regista os últimos sopros da vida monástica dos monges cartuxos no Convento de Évora. Passado pouco tempo estes emigraram para Barcelona, mais próximos do IKEA e da praia. 

É também um verdadeiro marco na BD portuguesa por ter ganho os "Jedis da Bedófilia", isto é, os prémios dos principais eventos de BD em Portugal mas também surpreendendo noutras áreas como a do Design pelo seu aspecto "duplo" ("split") com um acabamento em acordeão a segurar ambos os livros. De um lado Deserto sobre a visita de Lobo ao convento e de outro Nuvem que ilustra 20 cartas sem resposta endereçadas a um monge cartuxo. 

Esta nova edição, que lhe chamamos de "regular" porque é uma encadernação brochada, lê-se em primeiro a BD Deserto seguida pela Nuvem e inclui, antes, uma BD (inédita) de introdução (de quatro páginas) do autor. Daí a inclusão de "e" entre os "dois livros", já não é opção ler um ou ler o outro em primeiro... 





 





Sexto volume da colecção LowCCCost editado por Marcos Farrajota com arranjo gráfico de Joana Pires e publicado pela Chili Com Carne.

192 páginas a 2 cores, 16,5x23cm, capa a 2 cores

Disponível na nossa loja virtual e na BdMania, Kingpin Books, Linha de Sombra, Matéria Prima, Snob, SocorroSTET, Tigre de Papel, Tinta nos Nervos, A Vida Portuguesa, Utopia e ZDB. E na Libraria Paz (Galiza).








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HISTORIAL


Edição original lançada na Feira do Livro de Lisboa em 2017. 
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Nova edição lançada no dia 11 de Abril de 2024 na exposição Paper Wraps Rock na galeria da escola Ar.Co., em Xabregas com a presença do autor (que reside em Inglaterra)
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Obra seleccionada para a Bedeteca Ideal
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Prémio Nacional para Melhor Álbum Português e Melhor Argumento pela BD Amadora 2017 
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Melhor Álbum e Melhor Argumento nos Galardões Comic Con 2017
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Escolhas de 2017 no Expresso
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Melhores de 2017 no Máquina de Escrever
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Melhores 2017 no La Cárcel de Papel
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Best Comics of 2017 in Paul Gravett site
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apresentação no Festival Literário de Berlim de 2018
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exposição retrospectiva na BD Amadora 2018
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Obra seleccionada para Best Book Design From All Over the World, da Stiftung Buchkunst, no âmbito do Prémio Design do Livro 2018 + exposição na Torre do Tombo (entre 14/11 e 31/12/18)
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artigo sobre Cartuxos e o livro no Diário de Notícias
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Deserto e Nuvem são obras de longo curso que examinam a forma de vida na Cartuxa de Évora, onde alguns monges resistem aos costumes do mundo, em absoluto silêncio e solidão. Serve este exame de pretexto para focar a própria natureza da fé humana, do apego às coisas do mundo, do que nos faz sentido. 

Deserto é composto de uma única narrativa centrada numa semana passada junto a Scala Coeli (escada do céu), que é como se chama a Cartuxa de Évora. É um livro quase jornalístico. 

Nuvem é composto de 20 cartas endereçadas a um monge cartuxo, e pode ser lido como uma resistência contra ambos os extremos que circundam a fé – o extremo que sabe que Deus não existe, e o extremo que se contenta com absurdos.

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Francisco Sousa Lobo (1973, Lisboa) vive em Londres desde 2005. Faz BD desde 1980. Estudou e praticou arquitectura durante dez anos. Agora trabalha em artes plásticas e banda desenhada, e não distingue já bem entre as duas coisas. Expõe em Inglaterra e Portugal. Estuda a nível de doutoramento (arte) em Goldsmiths College. Participou em vários jornais universitários, no Público e na Art Review. Também publica nas áreas da crítica artística e estética. 

 Na Chili Com Carne participou nas antologias Mesinha de Cabeceira, Zona de Desconforto e Pentângulo. Em 2013, o seu livro The Dying Draughtsman – O Desenhador Defunto inaugurou o romance gráfico na Chili. Em 2015 é lançado The Care of Birds / O Cuidado dos Pássaros, romance gráfico vencedor do concurso Toma lá 500 paus e faz uma BD! e que já viu edição em Espanha e França. Em 2021 é lançado Gente Remota, um romance gráfico que toca nas feridas colonialistas portuguesas, trabalho ficcionado a partir de entrevistas com quatro ex-veteranos da guerra colonial. O seu mais recente livro, Cartas Inglesas, colige 14 ensaios visuais planeados entre Londres e Tormes (graças ao apoio de uma residência literária da Fundação Eça de Queiroz), e desenhados em Tormes.





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FEEDBACK
 

No caminho que levou a Deserto/ Nuvem, que se pressente longo e hesitante (a vários níveis), Sousa Lobo tenta construir pontes frágeis entre estes vários aspectos, como o harmónio de cartão que une os livros. E, sobretudo, procura acreditar nelas. Para além do fascínio com a vida e opções dos cartuxos, e os paralelos que o autor estabelece com a sua arte, este é sobretudo um catálogo de dúvidas sem resposta. Como se duas obras semi-falhadas ou incompletas se resgatassem e engrandecessem mutuamente pela união enquanto gémeas siamesas invertidas; o onirismo poético de uma elevando-se na realidade de um Alentejo moribundo e sem rumo da outra; a qual, por sua vez, ancora a anterior. Na sua construção inclassificável este é um excepcional trabalho de Francisco Sousa Lobo, com elogios extensíveis à Chili Com Carne. Seria uma pena se (como os trabalhos de autores como António Jorge Gonçalves, Tiago Manuel ou Diniz Conefrey) não passasse bem para lá do universo da banda desenhada e dos seus rituais.
João Ramalho Santos in Jornal de Letras

(...) Livro que "pode ser lido como uma resistência contra ambos os extremos que circundam a fé", por um lado o "que sabe que Deus não existe" e o "extremo que se contenta com absurdos".
Nuno Galopim in Expresso

(...) a mais fascinante experiência de leitura de banda desenhada deste ano.
There is no doubt that Lobo’s obsessive and proficient output is even more surprising for both its aesthetic and philosophical commitment. I’ve argued elsewhere that Lobo’s overall project touches an incredibly original and complicated autobiographical or auto-fictional project, but this double book (two titles, Desert and Cloud, bound back-to-back) ticks all the boxes of a straightforward autobiography. Lobo spent some time visiting Évora’s Carthusian Monastery of Santa Maria Scala Coeli, with the goal of creating a sort of ‘live’ comic project. Based on his observations, talks and theological discussions with the monks, Deserto explores issues such as isolation, silence and the relationship with God, which genuinely concern Lobo as an anxious, suffering Catholic artist (a pleonasm, I’m certain). Nuvem, on the other hand, takes the shape of short letters, addressing the history of the order and this monastery, as well as some of the concerns mentioned above. One half complements the other, reinforcing the themes and clearly making them an intrinsic ingredient to the artist’s recurrent obsessions.
Deserto/ Nuvem es realmente una maravilla de Sousa Lobo -¡qué difícil, un cómic sobre la espiritualidad!- y también una maravilla de edición. Os felicito! 
Max (Peter Pank, Bardin, Vapor) por email

Todos os anos vou como um peregrino ao Festival de BD da Amadora (que este ano foi entre 26 de Outubro e 11 de Novembro) para completar colecções, comprar novidades ou descobrir antiguidades, mas desta vez saí de lá mais surpreendido do que o costume com um livro: não levei só heróis habituais como o Corto Maltese, o Árabe do Futuro ou um Paul Auster no saco das compras, mas também monges de clausura visitados por um autor português com raízes no Alentejo que vive em Londres e tem dúvidas existenciais sobre Deus e a religião: Deserto/ Nuvem (editora Chili com Carne) é uma novela gráfica original. Primeiro, porque é dois livros num só, que começam em cada uma da capas, ou melhor, em cada uma das contracapas: Deserto é sobre as visitas do autor, Francisco Sousa Lobo, ao Convento da Cartuxa, e a relação com os poucos e velhos monges com votos de silêncio que ainda lá vivem; Nuvem dá forma a 20 cartas de carácter sobretudo filosófico enviadas a um monge cartuxo; a ligá-los, uma planta desdobrável do convento dá ao livro uma textura de velho incunábulo, de lombada cosida à mão. É um belo objecto.
Mas não só. Sousa Lobo leva-nos em visita aos claustros, aos hábitos dos monges, à rotina e à perplexidade: seja-se religioso ou não, aquelas vidas suprimidas pelo silêncio naqueles espaços deixam-nos incrédulos. Abdicam do humano em favor do etéreo?, questiona o desenhador (e arquitecto) numa das cartas. O próprio autor está em cima do muro entre os crentes e os não crentes, mas tenta compreender o ponto de vista dos enclausurados e exprime um assombro perante aquela resiliência e desistência da vida comum: Há uma nuvem entre mim e os monges, uma admiração profunda deste lado, escreve. Francisco Sousa Lobo ganhou o prémio para o Melhor Álbum Português de BD em 2018. Percebe-se porquê. É merecido.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Táxi! Casal Ventoso, sff


CAB: Roadkill (Rasga; 2024)

Tal como todos os anos nasce uma percentagem de bebés que vão gostar daqui uns anos dos The Cure também há uma percentagem (menor) que vai curtir Whitehouse e do género "power electronics". Talvez o mundo não esteja perdido afinal de contas! CAB mostra que há uma diferença entre os "drone-noisers" chatos que andam por aí e a recuperação sónica dinâmica e textual de "shock values" de uma certa subcultura Industrial do século passado. Não basta dar cabo dos tímpanos de um gajo, tem de haver berraria com conteúdo pouco saudável para este novo milénio, para mandar os "wokes" à fava e ainda (sacrilégio) pensar que se pode fazer arte perigosa. 

É impossível não pensar nesta k7 sem comparar com The Book of Dave de Will Self - uma distopia em que o diário de um taxista misógino e com problemas de saúde mental é encontrado no pós-apocalipse e serve como "Bíblia" para a nova civilização. Música scary as fuck que justifica a invenção do Uber. Se acham piada gozar com os taxistas, então fuck you, seus burgueses de merda! Haviam de estar no lugar deles para verem o que é bom!!! Não é o que se pretende! A fundo, ó chefe!

The Care of Birds / O Cuidado dos Pássaros - Obra vencedora do concurso "500 paus!" (2013) --- últimos 6 exemplares!!!


The Care of Birds / O Cuidado dos Pássaros
de

Obra vencedora do concurso Toma lá 500 paus e faz uma BD! 2013

"Peter Hickey is to paedophiles what birdwatchers are to hunters". Peter Hickey dixit. What is meant by this oblique statement is the crux of this graphic novel. Peter Hickey is a godless catholic perv. Peter hickey has a saint syndrome. "Peter Hickey está para os pedófilos como os observadores de aves estão para os caçadores", assim diz Peter. O possível sentido desta frase obscura forma o próprio cerne deste romance gráfico. Peter é um católico tarado e sem deus com um síndroma de santo.


140p. duas cores 16x23cm, capa duas cores, edição brochada
ISBN: 978-989-8363-32-9
In English with Portuguese subtitles / Em inglês com legendas em português


Buy: Neurotitan (Berlin), Orbital (London), Quimby's (Chicago), Dead Head Comics (Edinburgh), Just Indie Comics (Italy), Ugra Press (S.Paulo), Modern Graphics (Berlin), Mont en  L'Air (Paris) and Floating World (Portland).



Historial: 

Obra vencedora do concurso Toma lá 500 paus e faz uma BD! (2013) 
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Lançamento na BD Amadora 2015 
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Lista dos Melhores Livros de 2015 no Expresso 
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Best Graphic Novels (Portugal) by Pedro Moura in Paul Gravett site 
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Nomeado para Melhor Argumento pela BD Amadora 2016 
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Um dos Melhores Livros de 2016 no Expresso (apesar de ter saído em 2015... mucho weird!)
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Nomeado para Melhor Publicação Nacional, Melhor Desenho e Melhor Argumento pela Central Comics 2016 
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Spanish edition El Cuidado de los Pájaros by Reservoir Books / Penguin - Random House Spain (2019)
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Best of 2019 by La Cárcel de Papel
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French edition by Rackham (2021)



"peeping tom" aqui / here





Feedback:  

Já li o livro do Francisco Sousa Lobo. Gostei, apesar de toda a problemática do pedófilo e de às vezes ser difícil lidar com o que se possa sentir pela personagem (mas pensei que em relação a isso o livro era mais problemático e comprometedor), tem momentos muito bonitos, dos pássaros presos na rede, ele a conversar com as aves, desadequação do personagem ao mundo... e a parte final em que enlouquece (não estaria já louco?) e se deita do chão de cara para baixo à espera de um raio que o fulmine. Achei bastante poético. 

I like its mysteries and allusions, the gaps left in the dialogues, great use of the gaps and faultlines between what we are shown and what we are told.  Congrats, it’s further proof of Francisco's great work and development.
Paul Gravett (by e-mail)

Um dos mais discretos e interessantes autores portugueses de banda desenhada regressa com uma edição bilingue, uma narrativa que revolve as vísceras da natureza humana para as mostrar frágeis e inúteis enquanto conta a história de um homem que podia ser o nosso vizinho do lado. 
Sara Figueiredo Costa in Parágrafo, suplemento de Ponto Final (Macau) 

Desta vez Sousa Lobo debruça-se sobre um dos assuntos mais sensíveis, o da pedofilia. Esta é a história de Peter Hickey, um homem que parece acreditar que “está para os pedófilos como os observadores de aves estão para os caçadores”, um conceito que será explorado ao longo destas páginas naquele que é, sem qualquer hesitação, um dos mais portentosos livros do ano.

Is eager birdwatcher Peter Hickey ‘a godless Catholic perv’ or does he have ‘a Saint syndrome’? Deeply discomforting themes of sin and sincerity are cleverly underplayed and implied. I enjoy the book’s allusiveness, the gaps Lobo leaves in the dialogues, and his great use of the faultlines between what we are shown and what we are told, leaving what is left for us to tease out. “Words can become phantom limbs we never knew we had…”

LE PETIT OISEAU VA SORTIR... The Care Of Birds est un roman graphique de Francisco Sousa Lobo publié initialement en 2014 par Chili Com Carne, une maison d'édition post-psychanalytique portugaise dédiée à la BD et au dessin. Peter Hickey est ornithologue: il a été formé à 9 ans par un homme qui aimait beaucoup lui tenir la main. A présent, à 60 ans, il aimerait transmettre sa passion pour les oiseaux, en tout bien tout honneur. Dans cette histoire, où "les mots sont des membres fantômes", le dessin ne fait que suggérer ce que le langage ne recouvrira jamais. Le personnage principal communique avec les oiseaux, qu'il aime plus que tout étudier en compagnie de jeunes garçons. Les oiseaux lui disent des choses, et semblent lui obéir. L’ambiguïté de ses rapports avec ses petits collaborateurs est développé à la manière d'un malaise onirique, d'une torpeur fiévreuse.
Benjamin Efrati in Droguistes (e-mail newsletter)

The Care of Birds é, sem qualquer dúvida, um livro maior. Um livro que se desprende de toda e qualquer amarra de género e dos mecanismos (narrativos, visuais, estruturais) habituais da banda desenhada, portuguesa ou outra. Um título que não tem qualquer ambição de chegar a “todo o público”, nem sequer de serenar ou emocionar aquele ao qual chegará. A poeticidade de Francisco Sousa Lobo é sofrida, exigente, abole quaisquer consensos possíveis. Sem efeitos de pirotecnia emocional, lê-lo é uma armadilha se se toca a raia dos seus perigos. Difícil, profundo, angustiante, de uma lentidão que não significa tranquilidade, desprovido de quaisquer adornos e de efeitos, The Care of Birds é um jogo de tensões entre o melodrama de um Dostoievsky e a paralisia de um Kafka.
Pedro Moura in Ler BD

Despite its 100-plus pages, The Care of Birds is a tale mostly made of silences and doubts, both of the protagonist and the reader. Peter Hickey is an older man, an accomplished birdwatcher, birdsong imitator and bird draughtsman. But he is assaulted by strange feelings of seemingly innocent friendship toward children, which might be interpreted by many as pedophilia. A profound Catholic, Hickey is at the same time well aware of an uncrossable line but also haunted by sinning, that may or may not have taken place. All the questions that arise from the little plot there exists, if answered, are ambiguous. Difficult, profound, agonising, slow-paced but not tranquil, bereft of adornment and effects, The Care of Birds is a tour de force between Dostoevskyan drama and Kafkesque inaction, making it not only a great book within the Portuguese context but internationally as well.
Pedro Moura in Paul Gravett site

I just red The Care of Birds, liked the how the narration goes and the angle, remind me a bit of Hornschmeier work 
Franky (Les Requins Marteaux)

Se quisermos reduzir Sousa Lobo ao Santo Graal da assinatura do artista, podemos falar num programa que é recorrente no seu trabalho e que envolve estruturas de autoridade, doença mental e perversão. (...) Com um pezinho dentro e outro fora, entrar na galeria de arte ou na igreja com uma BD debaixo do braço continua a ser mais que uma provocação. É um acto de rebelião.
Hugo Almeida in Mundo Fantasma

The books look amazing, really nicely presented and designed. So far I've only had time to read the first section of The Care Of Birds, which I really enjoyed - looking forwards to continuing, also looking forwards to reading the other books as well. Andy Martin, one of the chaps in the band UNIT is a total bird fanatic, so maybe I'll pass The Care Of Birds on to him when I've read it
pStan Batcow (Pumf, Howl in the Typewriter) by e-mail

Même si quelques points d’appui, assez rares, quasi hors champ (à l’exception de la dispensable image de couverture) viennent peut-être inutilement-nous rappeler de quoi nous sommes en train de parler, c’est de loin le travail le plus subtil, le plus saisissant et le plus intelligent que j’ai vu traiter de la pédophilie depuis bien longtemps. Cette position, évoquée ici par un prisme clinique dont je n’ai jamais entendu parler — le syndrome de sainteté — mais qui n’est peut-être qu’une métaphore de l’auteur lui-même, se superpose à celle du birdwatcher — l’observateur ornithologique. Chaque touche nous faisant lentement approcher la psyché de la figure centrale est amenée de manière à produire, très finement, plus de questionnement et de trouble que de réponses ; ce sont les mouvements de fond des représentations de l’enfance chez l’adulte qui sont décortiquées, exposés à la lumière de désirs informulables, conduits dans de beaux couloirs métaphoriques, plutôt que la lecture factuelle d’une criminalité sexuelle tangible (et rien, d’ailleurs, dans le récit, ne laisse imaginer que la pédophilie soit menée ici à son terme ; ce n’est pas l’objet). Je me suis laissé faire assez rapidement par ce dessin au départ un peu rebutant, ces montages de plans exsangues, pour y voir pas à pas tout ce que cette claudication ouvrait comme inattendu de la marche, comme sortie de champ, comme invention. Il faut vraiment traduire urgemment ce truc, les gens. Il y a une intelligence warienne assez rare de la métaphore et des jeux de durée, mais également une solide culture littéraire qui affleure sous cette écriture subtilement polysémique.
The Care of Birds was definitely my favourite. There was something about the character that made me think of Raymond Briggs' book When The Wind Blows (the old man character in that story seemed to have similar mannerisms and characteristics). Your character is appealing, despite being a little twisted.
pStan (Pumf) by email

Curiosa y compleja aproximación la que hace Francisco Sousa Lobo al meterse dentro de la mente de un pedófilo, no practicante, que deambula en su día a día atrapado por sus bajas pasiones y su amor por el mundo de los pájaros. Una historia que remueve la conciencia y de paso también las tripas del lector, no tanto por lo que cuenta sino por lo que sugiere. Lleno de silencios, este cómic es una verdadero prodigio de narración demostrando que no siempre lo que se muestra es todo lo que se cuenta. (...)
El escritor, Francisco Sousa, se ha metido en un jardín y ha salido de él con nota. (...) De lectura sencilla, amena y reflexiva, este libro editado por Reservoir Books es un pequeña joya que podría pasar desapercibida si el mensaje no fuera la angustia vital de un hombre destinado a no encajar en la sociedad.
(sobre a edição espanhola) in Negra y Mortal

Hay que apostar por los cómics y los autores valientes, que arriesgan adentrándose en cuestiones de lo más espinosas, explorando las posibilidades que el medio proporciona. Es el caso de El cuidado de los pájaros del portugués Francisco Sousa Lobo, que publica Reservoir Books (...) El mérito de Francisco Sousa Lobo es lograr sumergir al lector en una obra tan tensa y oscura sin cargar las tintas de un asunto tan sensible ni subrayar el drama. Su uso de la elipsis narrativa es sensacional, sugiriendo —esas páginas 94 y 95— más que mostrando, y sin miedo a las viñetas que no necesitan texto para contarlo todo —esos sudores—. Una sutileza que asimismo se refleja en el aspecto visual, austero hasta el extremo, tanto en el parco uso del color —verdes y negros—, como en la simplista ilustración. Elementos que ahondan en lo enfermizo y la comezón interna del personaje central, y que permiten al lector centrarse en el meollo de un relato perfectamente armado, y de indiscutible pegada, sobre la oquedad y fragilidad humanas.
(sobre a edição espanhola) in Indienauta

Franciso Sousa Lobo se atreve, ni más ni menos, que a abordar el tema de la pedofilia. Pero lo hace sin amarillismo, sin efectismos, de una manera intima, y personal, casi tratando de comprender qué pasa por la mente de un pedófilo, en este caso, la de Peter Hickey, un hombre que vive agobiado por las dudas, por lo que sabe que es y no quiere ser, por tratar de entenderse, y siempre bajo la atenta mirada de la fe cristiana. No es un tebeo fácil, pero merece la pena enfrentarse a estos temas y alabar la valentía del autor.
(sobre a edição espanhola) in Blog de Comics

A slow-paced story that I’m not entirely sure how to describe, but that I enjoyed in all its mundanity.
The Care of Birds is so simple and beautiful

surprisingly subtle and bitter but not condescending
Łukasz Nowak (por email)

Une bd qui surprend par son choix de sujet et de traitement qui répulse et donne envie de vomir.
(sobre a edição francesa) 22h05 Rue des Dames

Comment réagir à de tels propos on ne peut plus dérangeants ? Comment ne se pas se sentir mal à l’aise envers cet homme qui dénie ses pulsions ? Et surtout, quel propos central a voulu soulever Francisco Sousa Lobo avec un tel album ?
(sobre a edição francesa) Planete BD

Le regard singulier de Francisco Sousa Lobo sur ce sujet complexe oblige le lecteur à regarder de front cette question répulsive, avec un récit qui mêle habilement crudité et expression métaphorique. Un album dérangeant, le premier de l'auteur traduit en France, dans lequel les oiseaux font figure de lanceurs d'alerte.
(sobre edição francesa) France Info

(...) é uma banda desenhada adulta, forte e estremecedora. (...) Peter Hickey é um personagem profundo, com várias camadas que se vão revelando à medida que viramos as páginas. é um homem mais ou menos idoso, que tem o passatempo de anilhar pássaros. Para isso, gosta de se fazer acompanhar de meninos com idades entre 10 e 12 anos. Mas porquê? Diz ele que há uma certa pureza na amizade entre um homem e uma criança. Mas os pássaros têm outras coisas a dizer. Vemos o personagem entrar numa espiral de loucura e auto-comiseração: o que ele procura, a companhia infantil, não pode ser conseguido. Os pássaros sabem disso. No entanto, quando ele encontra outras pessoas que o apreciam, não é capaz de lidar com as vozes dos pássaros. Os pássaros falam com ele frequentemente, e frequentemente dizem coisas terríveis.. Mas não só as aves são simbólicas. Também as pessoas, os outros personagens, têm diversos significados dentro da mente de Peter Hickey. Assim, todos os momentos de convívio acabam por ter mais profundidade do que aquela que poderíamos pensar à primeira vista. (...) Um livro poderoso que toca num assunto que ainda é tabu. A não perder.

Não me apetece estudar 


E a dos Pájaros de Francisco Sousa Lobo moi inquietante, gostei da lectura. Obrigado!

Manel Cráneo (via email)

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

ccc@festa.do.livro.2024


Voltamos à Festa do Livro na Fundação Oriente mas sem apresentações (sem tempo) e menos livros (porque esgotam)...

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Dream Journal #1

Ainda recentemente tinha escrito sobre o Soñario #4 n'A Batalha e eis que Roger Omar, a cabeça deste El monstruo de colores no tiene boca se passa! Depois de um historial fantástico de mini-formatos, acordou para vida e toca a publicar um monstro com cores, boca e 28 páginas A3 que parece uma galeria! Estas é daquelas poucas vezes que como editor da defunta MMMNNNRRRG e  da Chili Com Carne, que ao fazer os livros de João Maio Pinto, André Ruivo e a colectânea QCD... que me posso vingar! 

Vingar como? Assim, posso dizer: "porra dá mesmo vontade de comprar dois, um para guardar e outros para rasgar as páginas para pôr em molduras!"

Futilidade e brincadeiras à parte, Dream Journal é um impressionante catálogo de novas tendências gráficas de toda a parte do planeta, sob o mote dos sonhos que os artistas tiveram. Mais ilustrativa que narrativa em que até curtia dizer os nomes dos artistas mais impressionantes senão não fosse tão preguiçoso e se houvesse um índice decente. Não sei que raio de ideia foi esta de aproveitar o espaço de créditos dos nomes dos artistas estão, invés os endereços fatelas dos instagrams dos artistas. Agora sou eu que me passo! Porque caralho, um projecto independente há de dar publicidade a uma rede social que nos fode a todos? Não há alternativas na 'net? Porra! E não tendo uma conta também não os consigo aceder sequer, não foi só uma piada de preguiça! Que pesadelo tecnocrata!

Vá, o Bhanu Pratap (da Índia) ou Woshibai (China) tem de ser referidos... e o Art was a mistake da Hungria creio... O monstro sem boca vai conquistar o mundo assim!

Loverboy na Feira das Vanessas --- últimos 8 exemplares! à venda na NEAT RECORDS





Não estamos a vender bonecos!

Já várias dezenas de pessoas nos abordaram com esta nossa promoção do livro Loverboy na Feira das Vanessas a pensar que estamos a fazer bonecos do Loverboy (em vestimenta de beto e outra de grunge), Leonardo e Astarot.
Errado!

É um novo e último livro com BDs da emblemática série Loverboy. As fotos tem uma história antiga é certo. Eis uma ficha técnica que resolve alguns dos problemas colocados:

Sétimo volume da colecção Mercantologia; Publicação da Associação Chili Com Carne; Edição de Marcos Farrajota; Design de Joana Pires; Capa e fotos de olhos(«Ä»)zumbir realizadas no estúdio da União Artística do Trancão e em Sede Adres, com apoio à produção de xoscx e Adres. Bonecos realizados por Miguel Rocha e Alex Gozblau para a exposição "Loverboy Store: Liquidação Total" no Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001, na Cordoaria Nacional.


O livro Loverboy na Feira das Vanessas está à venda no site da Chili Com Carne (com uma oferta vintage dos anos 90, sim os anos 90 já são vintage!!), BdMania, Neat Records e A Vida Portuguesa.

Se os Black Sabbath podem... E os Sex Pistols, Blondie, Rage Against the Machine, Faith No More, Ornatos Violeta, Bauhaus, Zen!!! E até os Queen, Dead Kennedys, Doors, Christian Death, etc... Mau! Se tudo que é gato-sapato de banda pode voltar porque não o Loverboy & cia.?
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Que se lixe os 80, eu quero a minha vida de volta dos anos 90!

A cultura que vivemos é de "retromania" como demonstrou o excelente livro de Simon Reynolds, e é curioso que existem vários fenómenos de revivalismos noutros países apesar de estarem sobre o jugo do do imperialismo anglo-saxónico.

São os fenómenos locais, como por exemplo, Portugal que não tinha uma tradição de Pop eis que 20 anos depois do aparecimento dos execráveis Resistência ou das popularuchas digressões “Portugal ao vivo”, ei-las a reaparecerem nos últimos meses para oferecer um conforto nostálgico à primeira geração 100% Pop portuguesa.

Onde fica a série de BD Loverboy no meio disto? Não sabemos mas esperemos que não fique entre o sem-pescoço do Tim e as moustaches-de-quem-precisa-de-sair-do-armário dos Pólo Norte! Iiiiirc....

Entretanto... os cromos não percebem que este livro é a gozar com eles e sonham com séries de TV e atribuem Troféus!!! Go get a fucking life!!!

ACEDIA de ANDRÉ COELHO - últimos 20 exemplares



Acedia é um livro de André Coelho e na realidade o seu verdadeiro primeiro livro a solo - os outros livros foram colaborações como, por exemplo, o caso de Terminal Tower com Manuel João Neto...

Acedia é um romance gráfico que foi o vencedor do concurso Toma lá 500 paus e faz uma BD de 2015 e juntou-se, na altura, a uma série de livros da Chili Com Carne que resultam dos resultados desse concurso onde vamos encontrar O Cuidado dos Pássaros / The Care of Birds (vencedor de 2013) de Francisco Sousa LoboAskar, O General de Dileydi Florez e O Subtraído à Vista de Filipe Felizardo.

Um livro que consegue estabelecer um equilíbrio entre experimentação e tradição na banda desenhada estabelecendo um paradoxo entre a sua energia criativa com o ambiente mórbido da narrativa. Especulamos que a personagem do livro seja um alter-ego do autor e que alguns episódios sejam autobiográficos mas na essência estamos no domínio da ficção - ou da auto-ficção?

Sinopse: Um homem, Daniel, sofre de distorções na sua percepção visual devido a um corpo estranho alojado algures na cavidade ocular. Apesar da insistência das notificações hospitalares para dar início aos seus tratamentos, ele vê-se confrontado com a hipótese das suas alucinações estarem a proporcionar-lhe uma fuga para uma nova percepção da realidade. Daniel terá que optar entre encarar a sua doença como um sinal evidente da sua mortalidade ou como uma intensificação da vida.


Eis algumas páginas da obra:


104p. (muito) preto e branco 18x24,5cm, 500 exemplares

O concurso 500 paus tem o apoio IPDJ e de todos os associados da Chili Com Carne.

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à venda na loja em linha da Chili Com Carne e nas lojas BdMania, Mundo Fantasma, ZDB, Linha de Sombra, Tigre de Papel, Utopia, Snob, Tinta nos Nervos, Rastilho e Tortuga. E nunca na FNAC...

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Historial 

Lançado no dia 6 de Outubro 2016 no Lounge Lisboa com actuações dos Smell & Quim e Rasalasad vs shhh... 
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entrevista ao autor e editor na revista Umbigo 
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 apresentação no North Dissonant Voices 2017 no Black Mamba 
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André Coelho nasceu em 1984 em Vila Nova de Gaia, onde reside. Tem vindo a desenvolver o seu trabalho como ilustrador no âmbito do Rock, Punk, Metal e música experimental, criando capas de discos, merchandising e cartazes.

Paralelamente faz edições de pouco ou nenhum sucesso através da Latrina do Chifrudo, editora que mantém com Sara Gomes, na qual edita fanzines e discos. Tem vindo a trabalhar regularmente com a Witchcraft Hardware e com a Malignant Records. Entre várias bandas que fez parte destacam-se os Sektor 304 e Profan. Têm participado nas várias antologias da Chili Com Carne com desenho, BD e textos e em exposições pelo Reino Unido, Finlândia, Suécia, EUA, Espanha, Itália, Portugal e Brasil.

A sua estreia monográfica foi com Terminal Tower, em 2014, em parceria com Manuel João Neto. Neste mesmo ano, os originais do livro foram mostrados no Festival de BD de Beja, Amplifest (Porto) e no Treviso Comics Fest.

Bibliografia: SWR Chronicles (SWR; 2014), Terminal Tower c/ Manuel João Neto (Chili Com Carne; 2014), Sepultura dos Pais c/ David Soares (Kingpin; 2014) e Evan Parker - X Jazz (c/ prefácio de Rui Eduardo Paes, Chili Com Carne + Thisco; 2015) Colectivos: MASSIVE (Chili Com Carne; 2010), Destruição (Chili Com Carne; 2010), Subsídios para MMMNNNRRRG #1 (MMMNNNRRRG, 2010), Futuro Primitivo (Chili Com Carne; 2011), É de noite que faço as perguntas c/ David Soares et al. (Saída de Emergência, 2011), Inverno (Mesinha de Cabeceira #23, Chili Com Carne; 2012), Antibothis, vol.4 (Chili Com Carne + Thisco; 2012), "a" maiúsculo com círculo à volta c/ Rui Eduardo Paes et al (Chili Com Carne + Thisco; 2013), Zona de Desconforto (Chili Com Carne; 2014), PostApokalyps (AltCom, Suécia; 2014), Quadradinhos : Looks in Portuguese Comics (Treviso Comics Fest + MiMiSol + Chili Com Carne, Itália; 2014) e Altar Mutante #3 (Espanha, 2015).


Feedback:

Livro curto, Acédia é o primeiro trabalho de longo fôlego a solo de André Coelho que se apresenta como uma narrativa coerente, e não colecção de desenhos ou improviso em torno de um tema. Novela concentrada, negra, lacónica, a escrita de Coelho espelha-se em todos os elementos que compõem a narrativa e é necessário ler a sua forma e superfície para libertar os seus significados. Tal qual o tema proposto, há uma realidade que nos é apresentada mas cujo desvendamento se associa à percepção do leitor e poderá mesmo ser intransmissível. 

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Os livros de André Coelho lêem-se como murros no estômago, e este não é excepção. Obra a solo, o poder narrativo de Coelho não é diluído pelos argumentos de outros autores. O murro é mais forte. O carácter duro do grafismo, entre o experimental e o clássico, com um traço ao mesmo tempo rude e elegante, misturando estéticas, recorrendo à mistura de iconografias entre imagética técnica e desenho Intergalatic Robot 

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recomendado pela Vice Portugal 

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Nomeado para Melhor Publicação Nacional e Desenho nos Troféus Central Comics 2017


domingo, 17 de novembro de 2024

ABRACADABRA


 'Tá a caminho de lá... mas já cá 'tá na shop em linha!

sábado, 16 de novembro de 2024

Na próxima segunda...

para os mais entesados, já se encontram exemplares na Cult... em Alvalade, Lx...
 

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Gato maconheiro

O DJ Cat Gosshie chegou ao Brazzzzzzzil

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Einstein, Eddington e o Eclipse. Impressões de Viagem ... NOVA EDIÇÃO revista e ampliada!!


Einstein, Eddington e o Eclipse. Impressões de Viagem 
por
Ana Simões (ensaio e argumento) e Ana Matilde Sousa (banda desenhada)

oitavo volume da colecção LowCCCost, uma colecção de livros de viagem ... para quem gostar de viajar sem apanhar transportes e gastar dinheiro!

Elaborado no âmbito do centenário do eclipse de 1919, este livro esteve associado à exposição E3 — Einstein, Eddington e o Eclipse e está dividido em duas partes (ensaio e banda desenhada), ambas bilingues, português e inglês, as duas principais línguas usadas durante a expedição. 

A banda desenhada toma a correspondência de Arthur Eddington trocada com sua mãe, irmã e o Observatório de Lisboa antes, durante e após a sua expedição à Ilha do Príncipe para estudar o eclipse solar total de 1919, como ponto de partida para uma narrativa gráfica de contornos experimentais e impressionistas. Focando-se na teia de actores humanos e não-humanos envolvidos nesta expedição – pessoas conhecidas e desconhecidas, animais, plantas, factores ambientais e afetivos – a BD, que também compila alguns documentos da exposição, estabelece uma relação intertextual com o ensaio teórico sobre as implicações científicas, políticas e sociais dessa viagem cujos resultados confirmaram a revolucionária teoria da relatividade de Einstein. As “impressões” da viagem assumem um duplo significado, referindo-se ao relato de Eddington por palavras e às marcas nas páginas, alusivas à presença material dos lugares visitados.

264p (156p a cores) 18,5 x 27cm, capa a cores com badanas 
 ISBN: 978-989-8363-510


A antiga poderá ser ainda encontrada na Tinta nos Nervos, Mundo Fantasma, Matéria Prima, Utopia, Linha de Sombra, STET, BdMania, Tasca Mastai, Vida Portuguesa e Alquimia






Historial: 

apresentado no CIUHCT a 19 Dezembro 2019 
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apresentação virtual em V/Ler BD 
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Artigo no Público
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Excerto publicado na revista polaca Zupelnie Inny Swiat
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Boa crítica por Jürgen Renn (Max Planck Institute for the History of Science) na Centaurus
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Apresentação com as autoras e moderado por Hugo Soares no dia 10 de Junho 2024, às 20h, na Praça Azul da Feira do Livro de Lisboa
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Apresentação com a presença das autoras e o editor da Chili com Carne, Marcos Farrajota, e com o comentário do crítico e investigador Pedro Moura, o ilustrador e autor Miguel Santos e o cientista Federico Herrera no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, dia 20 Junho às 18h
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entrevista no Pranchas e Balões




Feedback

(...) narrativa de enorme intensidade emocional (...) Eis um livro de viagens com vocação renascentista (...)
Sara Figueiredo Costa in ACERT

(...)  O encontro entre Hergé e Lovecraft tem perfeitamente o seu papel num livro sobre uma conclusão feliz da observação da ciência. 
 Livro desafiador que estende as condições de produção e o modo como a banda desenhada dialoga com o mundo, bem para além do veículo de ficção de género ou de narrativas dominadas a que a maioria das suas prestações nos habituou, Einstein, Eddington e o Eclipse poderá vir a tornar-se um exemplo maior da verdadeira inter- e transdisciplinaridade.
Pedro Moura in Ler BD


Além da notável originalidade da junção de dois registos – um científico e outro artístico, neste caso a história da ciência casa-se com a “nona arte”, que costumam andar apartados, - a obra é também original pela sua rara qualidade. O ensaio, que foi pensado tendo em conta leitores desconhecedores da matéria, sendo claro, é absolutamente rigoroso, indicando as fontes para os factos relatados (...). Na banda desenhada, delimitada pelos registos epistolares ou diarísticos, a imaginação já voa, mas o registo não deixa de ser rigoroso: vê-se que a artista se procurou documentar sobre os cenários que descreve visualmente, tendo consultado o material fotográfico disponível. Fugindo ao realismo, faz-nos entrar na atmosfera da época.
Carlos Fiolhais


Voltando ao que melhor li de BD feita por cá (...) Trata-se de um livro composto por um ensaio da historiadora e professora Ana Simões e uma banda desenhada da artista Ana Matilde Sousa. (...) Gosto muito de ver este tipo de parcerias, bem como das explorações gráficas desenvolvidas aqui pela Ana Matilde Sousa, mais conhecida nos meandros da BD por Hetamoé. Conheci-a no Clube do Inferno, esse conjunto de enfants térribles cheios de garra e vontade em fazer BD, e desde aí que tenho tentado seguir o seu trabalho. Aqui conquistou-me logo nas primeiras páginas com esta BD impressionista. Muito trabalho interessante na forma como trabalha a cor e também a fotografia, tudo para nos ir dando uma imagem/ sentimento da viagem de Eddigton (usando como base a correspondência que o cientista trocou com mãe, irmã e o Observatório de Lisboa).
Gabriel Martins via Facebook

 



Einstein, Eddington e o Eclipse é magnífico! (...) tirei a barriga cerebral da miséria.
Rodolfo Mariano (via email)