Estamos bem...
In/between. The Organic Flow of Drawing : The artwork of Paulo Arraiano / YUP (Auf blank; 2010?) Olá! Sou o Rudolfo (Rude Comix; 2010) Rudolfo O Mundo num segundo (Planeta Tangerina; 2008) Isabel Minhós Martins (t) e Bernardo Carvalho (i) Salão Coboi X (Plana Press; 2010) José Cardoso
Portugal pode andar triste mas pelo menos já não é só um país de poetas - imagem deprimente, diga-se. Visualmente ganhou qualquer coisa na última década. Se na música anda sempre com os 3 anos de atraso a imitar apostas anglo-saxónicas caducas, pelo menos na ilustração está em sintonia com as novas tendências estrangeiras e sem as pancadas nas costas, como provam estas quatro edições, todas elas bastante diferentes em formatos e objectivos.
Aquele que mais se distingue desta fornada, é o Mundo num Segundo da Planeta Tangerina devido à função óbvia de ser um livro (comercial) para a infância, e devo admitir que gostei imenso de o ler quando vinha de Metro de Matosinhos para o centro do Porto, com uns gunas a berrarem e a fazerem merda - o Porto pode ter muita "gente gira" mas em compensação tem a mitragem mais xunga do país! Mas voltando ao livro, nota-se uma influência ainda europeia (Loustal vêm à cabeça, por exemplo) no grafismo e cores mas como parece em toda a produção da Tangerina, há aqui inteligência para os putos. Ao contrário de 90% da produção dos livros para a infância (por isso, 10% são da Tangerina e da Orfeu Mini) é feita a pensar no escritor "super-star", qual guitarrista balofo do Prog Rock, sem nunca pensar na imagem (o mais importante num livro prá infância?) ou até no formato do livro (para a leitura ser agradável e ergonómica?). Neste Mundo Num Segundo, percorremos o mundo pelas linhas de longitude que tanto passam por Karabuk (na Turquia «...uma encomenda chega ao seu destino») como Mértola, eventos mínimos, quotidianos e insignificantes acontecem página à página (quadradinhas e bonitas) mas que mostram (e ensinam) a magnitude do que é esta Aldeia Global. Até um trintão como eu poderá ficar impressionado ao percorrer este livro, com ou sem gunas a bombarem Techno do telemóvel enquanto socavam as paredes da carruagem para impressionarem os seus projectos de putas...
O trabalho do Rudolfo também se destaca porque é um trabalho de escola, em que o mesmo aproveitou para fazer um livrinho quadrado (um bocado superior ao formato do CD) em que sequencialmente conta o seu dia-a-dia "trash-pop", fundindo fotografia com ilustração num registo cómico. O desenho dele, tal como os de YUP e José Cardoso inserem-se numa onda global de desenho em que o excesso de desenhos animados e de bd, jogos de computador, Street Art, Tattoo Art, Design, custom / tuning / cosplay, Hip Hop, Electrónica entre outros fenómenos POPulares que são remexidos e revistos à escala global criando uma linguagem "universal" quase sem rastos de tiques nacionais. Pode isto significar algo como se José Cardoso em Salão Coboi lembra formalmente o sueco Kolbeinn Karlsson, o contrário também poderia ser dito. Trama-drama da Aldeia Global que deixa um certo impasse nas questões de originalidade e criatividade - que se calhar só é resolvido com um trabalho completamente diferente de Cardoso editado pela Imprensa Canalha no ano passado, Satanic Holidays/ Days of Celebration.
Já YUP não tendo eu referências sobre o estilo gráfico que aborda, diria que poderia estar nas páginas da Juxtapoz ou Rugged ou qualquer outra (boa) revista de novas tendências. Talvez por isso que tenha sido uma companhia alemã de malas / roupa que tenha editado este livro de retroespectiva do seu trabalho: seja na componente mais decorativa funcional (vestuário e acessórios) seja numa onda mais free de cartaz em serigrafia.
Portugal pode andar triste mas pelo menos já não é só um país de poetas - imagem deprimente, diga-se. Visualmente ganhou qualquer coisa na última década. Se na música anda sempre com os 3 anos de atraso a imitar apostas anglo-saxónicas caducas, pelo menos na ilustração está em sintonia com as novas tendências estrangeiras e sem as pancadas nas costas, como provam estas quatro edições, todas elas bastante diferentes em formatos e objectivos.
Aquele que mais se distingue desta fornada, é o Mundo num Segundo da Planeta Tangerina devido à função óbvia de ser um livro (comercial) para a infância, e devo admitir que gostei imenso de o ler quando vinha de Metro de Matosinhos para o centro do Porto, com uns gunas a berrarem e a fazerem merda - o Porto pode ter muita "gente gira" mas em compensação tem a mitragem mais xunga do país! Mas voltando ao livro, nota-se uma influência ainda europeia (Loustal vêm à cabeça, por exemplo) no grafismo e cores mas como parece em toda a produção da Tangerina, há aqui inteligência para os putos. Ao contrário de 90% da produção dos livros para a infância (por isso, 10% são da Tangerina e da Orfeu Mini) é feita a pensar no escritor "super-star", qual guitarrista balofo do Prog Rock, sem nunca pensar na imagem (o mais importante num livro prá infância?) ou até no formato do livro (para a leitura ser agradável e ergonómica?). Neste Mundo Num Segundo, percorremos o mundo pelas linhas de longitude que tanto passam por Karabuk (na Turquia «...uma encomenda chega ao seu destino») como Mértola, eventos mínimos, quotidianos e insignificantes acontecem página à página (quadradinhas e bonitas) mas que mostram (e ensinam) a magnitude do que é esta Aldeia Global. Até um trintão como eu poderá ficar impressionado ao percorrer este livro, com ou sem gunas a bombarem Techno do telemóvel enquanto socavam as paredes da carruagem para impressionarem os seus projectos de putas...
O trabalho do Rudolfo também se destaca porque é um trabalho de escola, em que o mesmo aproveitou para fazer um livrinho quadrado (um bocado superior ao formato do CD) em que sequencialmente conta o seu dia-a-dia "trash-pop", fundindo fotografia com ilustração num registo cómico. O desenho dele, tal como os de YUP e José Cardoso inserem-se numa onda global de desenho em que o excesso de desenhos animados e de bd, jogos de computador, Street Art, Tattoo Art, Design, custom / tuning / cosplay, Hip Hop, Electrónica entre outros fenómenos POPulares que são remexidos e revistos à escala global criando uma linguagem "universal" quase sem rastos de tiques nacionais. Pode isto significar algo como se José Cardoso em Salão Coboi lembra formalmente o sueco Kolbeinn Karlsson, o contrário também poderia ser dito. Trama-drama da Aldeia Global que deixa um certo impasse nas questões de originalidade e criatividade - que se calhar só é resolvido com um trabalho completamente diferente de Cardoso editado pela Imprensa Canalha no ano passado, Satanic Holidays/ Days of Celebration.
Já YUP não tendo eu referências sobre o estilo gráfico que aborda, diria que poderia estar nas páginas da Juxtapoz ou Rugged ou qualquer outra (boa) revista de novas tendências. Talvez por isso que tenha sido uma companhia alemã de malas / roupa que tenha editado este livro de retroespectiva do seu trabalho: seja na componente mais decorativa funcional (vestuário e acessórios) seja numa onda mais free de cartaz em serigrafia.
Só falta agora os discos que ainda são editados serem ilustrados, que as capas dos livros dos best-sellers também o sejam, bem como os bares, restaurantes e cafés, e claro os jornais, revistas e tudo o mais...
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