sexta-feira, 19 de março de 2010

Sugar Fang III + Antibothis, vol.3 AMANHÃ



Em Dezembro de 2008, o polémico autor norte-americano Mike Diana visitou Lisboa durante o evento Furacão Mitra (na Interpress) e inaugurou não uma mas duas exposições! Ou seja, devido a problemas com a sua bagagem perdida, houve uma exposição improvisada e passados alguns dias houve a exposição “oficial”, a segunda versão da Super Fang!

O que apresentamos nesta exposição a inaugurar AMANHÃ, na Artside, às 17h, são os "restos mortais" que Diana deixou porque foi tão cheio de bonecos de bebés e livros/zines portugueses de volta para Nova Iorque que teve de deixar os seus trabalhos cá. São desenhos, pinturas e umas cabeças diabólicas que estarão em exposição pública até dia 10 de Abril.

Entretanto, o livro Sourball Prodigy esgotou – deixando a editora MMMNNNRRRG a comemorar os seus 10 anos com mais um triunfo entre muitos outros a acontecer este ano – mas ainda há muitas antologias da Chili Com Carne (Mutate & Survive, CriCas Ilustradas, Chili Bean) com bd’s de Diana.

Aproveitando o facto de que no próximo e quarto volume será publicada uma entrevista a Diana, aproveitamos para lançar o presente e terceiro volume de Antibothis (quinto volume da colecção THISCOvery CCChannel).

Após a excelente receptividade que a antologia literária Antibothis obteve a nivel global e a sua aceitação e interesse por parte de colectivos, escritores e musicos, não restava outra saida à Thisco e à Chili Com Carne que a de voltar ao ataque com o terceiro volume,desta feita com textos de John Zerzan, Adi Newton e Jane radion Newton, Randall Pyke, Franck Rynne, SocialFiction, Nygel Ayers, Joe Ambrose, Iona Miller, Thomas Lyttle, Ewen Chardronnet, Earth First e Chad Hensley. Como sempre com uma capa ilustrada por André Lemos e design de João Cunha. O CD que acompanha o livro conta com as participações de The Master Musicians of Joujouka, Phillipe Petit, Lydia Lunch, Checkpint 303, Kal Cahoone, Gintas k, Orbit Service, Anla Courtis, Stpo, Jane Radion Newton/Adi Newton, Zeitkratzer, Gjoll e Pietro Riparbelli.
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Ainda sobre Diana: «Foi numa carta (privada) à minha pessoa, enquanto editor do livro Sourball Prodigy, que o autor de bd Janus (O Macaco Tozé) comentou que Diana só é um autor polémico porque «habita num país de imbecis». Provavelmente se habitasse na velha Europa não teria nem a metade das chatices. Mas não, no estado da Florida vive-se a "tolerância zero" - ou seja, nem uma sex-shop pode se instalar por aquelas bandas. E por isso mesmo que Diana nos anos 90, puto na altura, editor do zine Boiled Angel, teve dois azares terríveis com a Justiça norte americana, azares esses que o tornaram mundialmente famoso.
Diana nasceu em 1969 em Geneva, Nova Iorque, mas a sua família mudou-se para a Florida em 1979. Desde criança gostava de desenhar, na juventude teve acesso às reedições de bd’s de horror EC Comics e às ultra-violentas e escatológicas de S. Clay Wilson. Inspirações directas para Diana que começou a fazer zines de bd e sobre cultura “serial killer” em 1988. O primeiro chamava-se Angelfuck (inspirado pelos Misfits?), recebeu boas críticas no importante meta-zine Fact Sheet 5. Um ano mais tarde começa Boiled Angel e no número seis deste título começam os seus problemas. Tudo começou quando foi considerado suspeito de ser o "serial-killer" de Gainesville por causa da capa desse número - e à americana, era um dos 10 000 suspeitos que submeteram-se a testes de sangue,... mas mesmo "à americana", foi o que lhe aconteceu a seguir, entre 1993 e 1994, é acusado de produzir e distribuir “material” obsceno por causa dos números 7 e 8 do zine. As consequências foram várias: foi preso durante 48h numa cela de segurança máxima (no fim-de-semana para o segundo julgamento), teve uma sentença de 3 anos em liberdade condicional, não se podia aproximar de menores, teve de pagar multas, trabalhar em serviços comunitários, tirar uma carteira profissional em jornalismo, ser avaliado psicologicamente (às suas próprias custas!), não podia ter em casa material "obsceno" nem... poder desenhar mais!
A notícia espalhou-se pelo mundo fora, tendo chocado a comunidade internacional. Foi assim que conheci o caso, já em 1995, e escrevi a dar apoio ao autor. Comecei a publicar os seus trabalhos em Portugal, primeiro no zine Mesinha de Cabeceira (...).» - Marcos Farrajota in Umbigo

 

ainda sobre ANTIBOTHIS: são antologias literárias occulturais periódicas, apresentado textos e entrevistas de autores tanto desconhecidos como já com créditos firmados, na dissidência e disseminação alternativa de informação e propaganda literária, uma revolta em nome da imaginação em oposição a uma existência tóxica de baixo teor cognitivo.

1 comentário:

jorge vicente disse...

mais uma publicação para comprar :)