Angoulême report / (muito) devagarinho...
Quem da CCC foi este ano de Angoulême ainda não se recuperou da viagem de 13 horas de carro de regresso... Por isso, a reportagem anda a passo de caracol.
Começamos com uma fotografia tirada à socapa a um quadro (absolutamente maravilhoso!) da alemã Anke Feuchtenberger, autora que estará em Março, no Porto, no novo evento MAB. O quadro estava patente na exposição Une autre histoire : bande dessinée, l'ouvre peint, no Museu da BD, dedica às relações entre a bd e a pintura. Tema curioso e abordado sobre o prisma europeu, cujo único senão era forma de disposição das obras. O museu não tinha condições para expor arte de grande formato, como acontece com telas de pintura, ficando tudo um bocado encafuado...
No antigo CNBDI (agora Bâtiment Castro) que alberga a Bedeteca de Angoulême, estava a exposição de retrospectiva de Art Spiegelman, o homem que mudou os paradigmas da bd umas duas ou três vezes. Desde os seus primeiros passos como ilustrador de trading cards como no movimento "underground" dos anos 60 e 70, da revista Raw ao Maus, passando pelo 11 de Setembro até ao seu trabalho gráfico na New Yorker, estava representada a sua carreira por completo. Algo que já merece uma deslocação a Angoulême caso Spiegelman não tivesse também criado uma exposição da sua colecção particular de originais de bd, que faziam uma "História dos Comics" no Museu da BD.
Depois deste ano, acho que não é preciso ver mais exposições de bd, afinal tudo o que é de se respeitar estava lá representado: Harvey Kurtzman, bds da EC Comics, originais da Raw (Gary Panter, Charles Burns, a bd Here de Richard McGuire, etc...), tiras e pranchas do príncipio do século XX,... e a joía da coroa: os originais "perdidos" de Binky Brown Meets the Holy Virgin Mary, de Justin Green, a primeira bd autobiográfica norte-americana.
Voltando ao "CNBDI-Castro" havia uma exposição de "BD Sueca" (assim mesmo divulgada) mas que não passava de uma colectiva de seis autores suecos. A Sociedade de BD Sueca, nossa parceira do Futuro Primitivo que nos perdoe, mas esta foi a pior exposição que já tenha visto em Angoulême em 10 anos que lá vou. Até a bd norueguesa está a ser melhor promovida.
Dizia que afinal não haveria mais exposições de bd para ver? Eis que apesar de tudo aparece uma surpresa ou outra em Angoulême, neste caso era a de Vincent Sardon, no Teatro Municipal, que mostrava os seus "originais" - carimbos que usa para fazer ilustrações.
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