Vaidade vinílica
Pior que fazer discos em vinilo só de um lado é fazer discos duplos que não suportam certos tipos de música que não foram feitos para esse formato. O Rock psicadélico e o Prog tiveram os seus dias de glória porque banalizou-se o 12", da mesma forma que a música Illbient, Drone ou Doom aproveitaram os 80 minutos dos CDs para construírem mundos de muitas horas sonoras. Estranho caso este da estreia de VeganovA com Nogod in Sirius (-Belligeranza; 2020) na editora do nosso amigo DJ Balli, em vinilo é uma chatice de 15 em 15 minutos ter de mudar de lado do disco para ouvir um álbum que soa bem em digital, seja no seu bandcamp seja nos ficheiros fornecidos na compra do disco. Já se está a ver tudo, ou as faixas não cabiam num lado do disco ou ficariam muito comprimidas perdendo qualidade no som. Pois amigos, é por isso que os artistas tem de perceber de restrições técnicas ou essa é a razão dos editores ainda existirem, para canalizar a criação para a publicação. Enfim...
A música é um ambiental-sideral do mundo do quarto, "cosmosplotation" e inclassificável - de resto talvez em sintonia com o mini-hype que houve em volta do colectivo / editora Arte Tetra. Soa melhor em digital, fazer o quê? Demorei um ano a perceber isso por mais que babe ao abrir a capa e descobrir uma cinta de moebius:
Ó Fetichismo pela Mercadoria! Feliz natalixo! Que esta música vos ilumine numa das piores noites do ano.
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