quinta-feira, 8 de julho de 2010

Paulinho! Estava mesmo a reconhecer-te!

Foi o que disse um mamado num arraial no Martim Moniz pró Nevada Hill quando esteve cá para a Feira Laica e actividades paralelas... Um caso com piada de confusão mental - excesso de álcool para quem tivesse dúvidas - em que talvez o que acontece na vida real parece que passa para o trabalho artístico (e vice-versa?).
O texano-não-texano trouxe na bagagem (e deixou-nos cá alguns exemplares) o terceiro número do Mass, zine de bd em que prolonga uma viagem esotérica e escatológica sem palavras - literalmente...
São 20 páginas A5 impressas em cores diferentes que deixam qualquer um à toa até ao "Paulinho" que ainda teve problemas em imprimir o miolo do zine (a capa foi ele que fez em serigrafia) porque os tipos da fotocópias recusaram-se a imprimir tantos cus, mamas e dejectos fecais. Texas e a América são um nojo, e o Nevada é o nosso herói!

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Nevada também trouxe alguns discos do "underground" do Texas, a começar pelo seu projecto mais conhecido e endérmico de Nevada Hill, falo dos Zanzibar Snails, que preparam o primeiro álbum em estúdio - por isso nada poderei dizer sobre data de edição, editora nem título - uma vez que todos os outros registos sempre foram ao vivo. Continua nas fileiras deste colectivo de músicos e não-músicos a cantora Sarah Alexander, que já tinha participado no disco Vitiligo (Tape Drift, 2009). Talvez seja o álbum mais interessante deste colectivo que apesar de continuar a deambular em drones ganha uma voz pseudo-operática a servir de contra-ponto. Será um bom disco quando sair... estejam atentos!

Age of Desinformation (Mayyrh; 2009) é um CD-R que regista uma noite de improvisação ambiental de uma série de músicos dos Texas, com Aaron Gonzalez à batuta (e fazedor da capa, já agora) - ele que tem tocado em Portugal no Humanization 4 Tet. O "Paulinho" Hill não está aqui metido mas algum timbre Zanzibar Snails anda por cá porque continuamos nas buscas obscuras de ambientes negros e psicóticos - aliás, toda a reunião é uma ode à actual situação psicótica do colapso económico dos dias de hoje... Talvez seja porque estamos todos doentes! Esta é sói uma outra forma de o mostrar...

O Nevada trouxe também um vinilo de 10" dos Orange Coax - cujo o título e imagem de capa não encontro na 'net embora tenha sido editado pela We Shot J.R. Trio Noise Rock para quem gosta dos Melt Bananas ou dos God Is My Co-Pilot, sendo que a vocalista é uma tipa e um dos tipos é saxofonista, restanto outro gajo pra bateria. Curto, rápido e energético como deverá ser qualquer banda do género. Colocando o disco em rotações erradas (para 33rpm) também fica bom, a gaja passa a gajo e tudo é lento mas não propriamente mau... hum...


Mais vinil: um mini-Lp nem que seja pelo facto de só se poder ouvir de um lado do disco porque do outro lado o "Paulinho" imprimiu a informação do disco e desenhos ver imagem ao lado. São os Drug Mountain outra banda Noise Rock de forma "normal do Rock" (bateria, guitarra, baixo, voz) com uns extras: saxofone e actualmente violino (do "Paulinho" mas que ainda não gravou neste disco). Poderoso, gritadão e um "pós-Hardcore" de fazer mijar nas calças - poderão observar neste concerto dado dentro de uma casa (resiedencial, habitada... uma casa!).

O "Paulinho" ainda trouxe xungaria texana, ou seja, gangsta Hip Hop de Houston, os UGK, que é uma bosta cliché total do género, e ainda DJ Skrew, o criador do Chopped and Screwed, técnica de remistura de Hip Hop que consiste em abrandar o ritmo das músicas além de reeditar as músicas (tirando este ou aquele pedaço). O DJ Skrew é uma lenda da cena Hip Hop e como qualquer boa lenda morreu de overdose de "syrup" (codeína + prometazina)... E como qualquer invenção musical depende da droga que se toma, a codeína abranda a mioleira daí o Chopped and Screwed só podia ser uma coisa lenta, quase a lembrar o Trip Hop de alguma forma por causa do efeito narcótico do som desacelerado. O interessante é que as letras sobressaem mesmo que sejam para dizer as alarvidades dos gangstas sulistas... Vale a pena investigar... hum... É uma espécie de Butthole Surfers do Hip Hop... It's hard to think when your mind goes blink... * ... ehm... Exacto!

2 comentários:

rafael disse...

Grande Momento Cultural: "Paulinho, estava mesmo a reconhecer-te"
que é um excelente título para um fanzine

a pergunta que se lança ao público é:

quem o fará?

MMMNNNRRRG disse...

heheheh
é óbviamente material Juciferiano!
M