Electrónica oferecida...
Nos últimos meses ofereceram-me discos de forma inexplicável, se calhar da mesma forma quando ofereço livros, zines e discos quando aparecem encomendas ou vendas nas "feiras laicas"... Apenas porque gosto de divulgar coisas "diferentes" e porque (mais especificamante) farto de as ter em casa paradas. Arte e Cultura são para seguir em frente ao encontro de alguém!
Usando o termo científico "autopoiesis" para realizar a música deste disco - mais tarde reeditado em formato CD - as quatro faixas são "auto-organizadas" nelas próprias, isto as suas estruturas repetem-se ou excertos de umas encontram-se noutras, sendo a separação entre "produto" e "produtores" quase ténue. No fundo pretende-se mostrar a "música" como um organismo vivo, auto-suficiente e autónamo.
Este organismo mostra-se tão psicadélico e mutante como a rodela que o abriga. Mostra que música Drone não precisa ser chata como tanta gente faz.
Dankas very muchas ao camarada Fernando Cerqueira, mestre Antibothis por esta bela peça fonográfica.
O Amigo Fom Fom andou pelo Oriente e não ficou doente. Descobriu que os orientais, pelo menos prós lados chineses não ouvem música a toda a hora como cá. Um bálsamo diria... Tentem encontrar uma esplanada que não se tenha de gramar com a porra dos Gotan Project ou House - enviem-me um e-mail a precisar onde fica esse paraíso, sff! Ele bem queria trazer-me um disco de Macau mas era tarefa díficil... lojas de discos é coisa do passado se é que alguma vez houve naquelas bandas. O pouco que se vê em algumas lojas tem aspecto tão vomitante que ninguém merece levar com aquilo. Já não me lembro em que circunstâncias encontrou o CD-single Sleepinghead (auto-edição, 2010) do Scorpio-L mas sempre encontrou algo. Lembra Gary Numan sem o groove mas com mais glitches e glam... São apenas dois temas no disco, o tema-título e a versão instrumental. Sabe a pouco, claro...
Por fim, o grande Travassos deu-me O art, where Art thou? (Divis Slovakia; 2010) dos eslovacos Voice Over Noise - um trio de "laptroopers" que seguem as direcções "phunderphonics" fundadas pelos Negativland e John Oswald com as suas devidas distâncias. Aqui não se chega à crítica social e política dos Negativland nem à repetição dos loops de Oswald - embora hajas mais semelhante com este do que os primeiros, basta ouvir o "loop" minimalista do Lemmy dos Motorhead em So what is with you para lembrar Oswald. Há "culture jamming" de ter astros Pop misturados com os altos estetas da música "erudita", como dizem algures Madonna com Varèse ou a banda sonora de um videojogo com Bach. Nada que provoque choques na Era do "Cut/Paste" sem no entanto de deixar de ser divertido e ter capacidade de criar ambientes peculiares.
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